História A Esperança - Capítulo 10

Tóquio Odaiba, 14 de Agosto de 2005
21:23PM

  Depois daquele passeio de hoje  eu fiquei com muitas perguntas em minha mente e lógico eu queria tirar certas dúvidas com meu irmão.
  Hoje para nossa alegria nosso pai veio jantar conosco, ele chegou uns 10 minutos depois que eu e meu irmão, e para a surpresa de minha mãe também, pois ninguém estava habituado a meu pai estar aqui em casa na faixa das 18:00 ainda num sábado.
  Mas tinha um motivo para tudo isso... A emissora havia dado o restante do fim de semana e segunda de folga e claro que todos nós ficamos felizes com tudo isso... e quando pensei no parque que o fim de semana seria ótimo, eu não imaginava que seria tudo isso, sinceramente.
  Jantamos todos conversamos,rimos e até assistimos a um game-show que passou na TV com o nosso pai se gabando que a equipe dele havia editado o programa, fazendo com que nós começássemos a fazer perguntas de como é feito a edição e se eles cortavam algo constrangedor ou impróprio que acontecia.
  Meu pai dizia que acontecia muitas coisas desde ao barulho excessivo da platéia aos erros do apresentador e probleminhas técnicos com tudo isso víamos o porque era tão desgastante editar vídeos para ter os 30 minutos que vão ao ar.
  Depois de todo aquele momento família meu pai vencido pelo cansaço juntamente com minha mãe foram se deitar, pois o dia deles foi bem desgastante pelo o que eles contaram na mesa hoje, o que fez eu ficar um pouco no quarto com meu irmão antes de eu ir dormir.
  Meu irmão estava conferindo alguns emails e ouvindo suas bandas favoritas enquanto eu estava vendo umas revistas de rock que ele tinha, eu estava no tapete do quarto dele e onde eu vi certas roupas familiares que vi meu irmão usar nos shows dos Teenage Wolves.

- E aí muitos emails na sua conta? (Perguntava num tom de gozação vendo a cara de distraído dele pra tela)

Yamato: - Nem tantos viu mano.... Só tinha uns antigos da escola e um da Mimi... (Falava mexendo o mouse com uma cara de tédio)

- Mimi é?... (Fazia uma cara pervertida a ele e o mesmo me tacava um travesseiro)

  Sim... Mimi Tachikawa nossa amiga querida e mimada, fazia pouco tempo que ela havia voltado pro Japão depois de um período nos Estados Unidos,ela voltou com os pais dela que trabalhavam lá e por alguns problemas de adaptação eles decidiram voltar para nosso país.
  Faz algum tempinho que ela não estuda, mas isto foi de proposito pois ela pretende voltar às aulas como nós que estamos de ferias e quase que certeza na mesma escola que nós.

Yamato: - Sim seu bobo... e um email dela não mata ninguém... (Falava revirando os olhos)

- Poxa você não sabe brincar mesmo hein seu mal humorado. (Ria dele jogando o travesseiro de volta)

Yamato: - Morreu o assunto aqui viu! (Ria jogando o travesseiro na cama dele)

- OK.... OK.... (Fazia um gesto com as mãos de como "tudo bem você venceu")

  Ele voltava a mexer no computador e tinha meu receio de perguntar a ele certas coisas... a coragem de perguntar ia e voltava numa variante que por fim....

- Irmão o que aconteceu no parque hoje? (Olhei fixamente a ele)

  Ele parou de digitar algo e virou a cadeira para mim me olhando e respondeu como se não soubesse do que eu me referia.

Yamato: - Como assim TK? (Perguntava rindo meio de lado para mim)

- Na hora que o Tai chegou lá com o Davis... (Continuava a olhar para ele)

Yamato: - Eu cumprimentei ele só.... (Suspirou me olhando e em seguida tirando a musica que estava no ambiente)
Olhe TK eu tenho que encarar certas coisas e aceitar como elas são...

- Eu pensei que você ia surrar ele no parque... sei lá com todas as coisas que aconteceram com você e do jeito que você ficou com aquela situação.  (Eu não precisava me referir de qual situação eu dizia)

Yamato: - Olhe aqui TK...quando eu o vi ele hoje na praça eu pensei umas 1000 vezes antes de fazer isso, mas pra que eu faria isso? Pra deixar você e o Davis nos ficar segurando invés de nós termos uma tarde em paz? (Dizia me olhando) TK.... a maturidade chega na gente, eu sou bem estúpido e estourado eu admito mas as coisas estão uma merda pra mim, que se eu fizesse isso eu ia piorar tudo o que estou passando... e ainda mais não é culpa do Tai. (Falava fechando a mão que estava na escrivaninha)

- É culpa da Sora? (Falava seco e esta frase havia sido como uma flecha no peito de meu irmão e fazendo o silêncio exalar naquele quarto)

Yamato: - E porque você me pergunta algo que você ja sabe TK? (Dizia forçando um sorriso sarcástico baixando a cabeça)

  Na verdade depois daquela atitude madura no parque eu tive muitas duvidas sobre isso... até eu fiquei seco para o casal ontem por causa de tudo que meu irmão tinha passado... e não foi pouca coisa.

- Eu queria ter certeza meu irmão.... confesso que fiquei confuso com tudo hoje a tarde. (Falava aquilo observando meu irmão naquele estado, diferente de 10 minutos atras)

Yamato: - Ela me iludiu TK... eu pensei que ela gostava de mim e antes disso eu gostei de uma menina ou outra mas... (Ele levantava o rosto já com as lágrimas em sua face) ela eu a amava...

  Me levantei do chão e abracei ao meu irmão bem forte... era pessimo o ver naquele estado passando por aquelas dores de um amor não correspondido.

Yamato: - Ela dava sinais de que gostava de mim... Ela ficava junto a mim na maioria do tempo,ela me contava certas coisas e conversamos de tudo... Isso me fazia pensar que ela gostava de mim mas no fim das contas ela sempre preferiu o Taichi... (Lamentava em meu ombro que eu já sentia úmido com as lágrimas) ou eu que me iludi... e não quero aceitar isso...

  Sobre aquela proximidade de Sora eu chegava a pensar que sairia algo, algo que nascesse e florecesse mas isso aconteceu com o melhor amigo dele.
  Essa proximidade apenas plantou naquele coração uma magoa profunda por aquela garota como ele mesmo se referia ele, a quanto tempo não escutávamos o nome dela na voz dele, ele se recusava a falar dela e ter algo que o fizesse lembrar dela.
  Só sei que aquela questão para mim já tinha acabado e agora de fato eu sei o que acontece naquela mente perturbada dele.

- Não fique assim meu irmão... é difícil mas temos de...

  Do que eu estava dizendo? Eu não tinha ciência do que eu dizia, nunca tinha passado por algo daquele tipo, confesso que me sentia inútil naquela hora.

Yamato: Não se preocupe Takeru... (Falava me cortando) o tempo há de curar nossas feridas, todas elas. (Sentava na cadeira do computador enquanto eu ficava estático no lugar)

- Eu não sei o que dizer... (Parece que eu havia absorvido tudo aquilo junto com uma sensação de impotência)

Yamato: Relaxe meu irmão... tem questões que só eu poderei resolver e essa é uma delas.... (Suspirava enquanto secava as suas lagrimas)

  Da minha curiosidade para saber o que tinha acontecido naquela tarde para aquela sensação torturante que eu nem sabia lidar...
  Depois daquilo me sentei no tapete e fiquei vendo a revista de volta mas não com aquela vontade de antes.

Yamato: - Sério nem fique assim... Você nem sabe como você me ajuda me ouvindo (Sorria levemente pra mim e depois ligava a musica de volta)

  Naquele finzinho de noite fiquei mais uns 30 minutos com ele conversando de outros assuntos mas o clima daquela conversa ainda rondava aquele quarto, até que eu fui para meu quarto dormir.
  Ele ficou boa parte da madrugada escutando músicas e com certeza pensando nas mais variadas coisas, ele não era de dormir tão tarde e me senti culpado por isso tudo, creio que a noite foi bem longa na cabeça dele.