Além dos vales molhados pela chuva
Bem além das nuvens carregadas que anunciam tempestade
Lá no infinito céu noturno
Brilha solitária uma pequena estrela
Irradiando uma luminosidade azul cristal
Que mortal algum sonhou em ver
Pois ela se mantém escondida
Aguardando esperançosa o dia que sua luz será admirada
Pelo salvador que tanto almeja
Porque a frágil estrela de raro brilhar azul
Foi no céu colocada por invejosa megera
Ave venenosa feiticeira
Que não contente em voar no céu faceiramente
Quis impedir a estrela, outrora donzela
De esbanjar sua beleza
Desde o dia fatídico, em que moça transfigurada estrela
Brilhava já no céu
A pobre luminosa ofuscava a luz dos astros do espaço de ébano
Também isso despertava a fúria da perversa bruxa
E para esconder a azulada estrela
Ordena aos corpos celestes
Que a deixem seguir solitária
Só e desamparada a estrela triste se encontra
Vê do alto homens perdidos ao mar
Pôs-se então a guiá-los e de certo naufrágio livrou-os
Descontente de tal boa ação
A maquiavélica decide expulsar
Do céu visto pelos homens
A já solitária estrelinha
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