Já estava pronta e saindo cedo de casa, de novo estava de preto, o lápis de olho só me deixava mais estilo emo. Cheguei na escola e 'tava' passando no corredor para a minha sala de aula, quando fui puxada pelo braço para um espacinho "escondido" na escola. Quando me soltaram, vi ser Miguel, ele tinha um sorriso no rosto e estava perto de mim, Minha expressão de surpresa se fechou em raiva...
Luara:- Qual o seu problema, Garoto?!
Miguel:- Alguns dizem que gosto de chamar atenção e tenho que concorda - Soltou o sorriso, trazendo face pensativa
Luara:- Realmente, você é um exibido!
Miguel:- Não, Lu, eu gosto de atenção, mas não sou exibido. Não quero a atenção dos outros, só a sua! - Sorriu galante e acabei por rir
Luara:- Olha, Romeu... Essa pode dar certo com as outras - Afastei ele de mim e sussurrei o resto - Mas não sou como as outras - Então saí dali, indo para a sala de aula e esperando o professor chegar
Pov Miguel
Sabia que Luara estava chegando cedo, porque 'tá' inventando de ser emo agora, então fui 'tão' cedo que peguei o colégio abrindo. Guardei minhas coisas na sala e me escondi num cantinho "escondido" do colégio, que para a minha sorte, era no caminho para a minha sala de aula, assim ficava mais fácil, pegar a Luara desprevenida.
Quando ela passou, a puxei e fiquei perto dela, sorrindo, enquanto ela me olhava irritada, ela continuou com sua pose de durona por toda a nossa pequena e curta conversa e antes de sair me deixou com sua fala...
Luara:- Olha, Romeu... Essa pode dar certo com as outras -Me afastou dela e sussurrou o resto - Mas não sou como as outras - Então saiu, indo pra sala
Sorri ainda mais e soltei...
Miguel:- Eu sei que não - Antes de voltar para a sala
Pov Luara
Depois das aulas, no intervalo, fui para o meu esconderijo, tava pensando em tudo e as atitudes violentas do último ataque de meu pai me vieram à mente, me lembrava dele agindo como um louco e a imagem de Mabelle aterrorizada não me abandonava. Peguei meu estilete na bolsa e o abri, lembrei de meu pai e passei sua lâmina em minha pele com força o suficiente para me livrar daquela horrível sensação de dor em meu interior, porém tomei cuidado, não iria me matar, seria pecado, já erro de mais naturalmente, não quero morrer errando, pecando... Passei a lâmina de novo em meu braço, foi quando estava prestes a fazer o terceiro corte, que ouvi sua voz e senti sua mão na minha...
Miguel:- Não faça isso! - Ele havia segurado minha mão, com a qual eu segurava o estilete, ele tomou o estilete de mim - O que pensa que está fazendo?!
Bufei cansada, mais um pra me encher... E o pior, ele sabe que me corto!
Luara:- Nada... Só 'tava' vendo se a lâmina tava funcionando, pretendo cortar umas coisas com ela - Fui irônica
Miguel:- Isso não é brincadeira, Luara! - Ele me encarava sério e suspirei
Luara:- Eu sei que não é, por isso quero que me devolva o estilete. Eu sei me cuidar, não preciso de babá! - Tomei o estilete de suas mãos e ele me encarou por alguns segundos, antes de suspirar e se sentar direito, olhando para o horizonte, repeti seu gesto, encarando o horizonte
Ficamos em silêncio por algum tempo, antes dele voltar a se pronunciar...
Miguel:- Sabe... Poderia achar um outro jeito de se livrar da dor, sem... Sem ter que se machucar - O olhei e só depois de uns segundos ele também me encarou, seus olhos demonstravam sinceridade e preocupação, como ele podia isso? Será possível ele acreditar tanto que gosta de mim a esse ponto? Suspirei com meus pensamentos e voltamos a encarar o horizonte
Quando o intervalo acabou e nos levantamos pra sair, Miguel me parou e disse que ficaria no colégio depois da hora da saída, para limpar aquele lugar, então me chamou para ajudá-lo. Seria chato da minha parte não o ajudar com a limpeza do nosso esconderijo, sendo que foi ele que encontrou primeiro esse lugar e mesmo assim, me deixou ficar, por isso, concordei em ficar e liguei para a minha mãe, a avisando que voltaria um pouco mais tarde da escola hoje, para fazer algumas coisas.
Depois de arrumarmos tudo, estávamos cansados e decidimos ir para nossas casas. No caminho para a minha casa, passei por uma papelaria, senti vontade de entrar, olhei a hora em meu relógio, ainda era cedo, entrei e andei por meio às prateleiras, até que uma mercadoria me chamou a atenção: Um caderno azul, pequeno e simples.
Lembrei das palavras de Miguel: "- Sabe... Poderia achar um outro jeito de se livrar da dor, sem... Sem ter que se machucar". Talvez ele esteja certa... Eu poderia aliviar ao menos um pouco da minha dor, escrevendo, com um caderninho seria ainda melhor, decidi comprar o caderninho e aproveitei para comprar também canetas coloridas, uma em especial era num azul bem claro e bonito, então decidi escrever apenas com caneta azul no caderninho, mesmo que azul claro ou escuro.
"O fato
A raiva
A briga
Minha cabeça dói
Me estresso mais
Os atos
As palavras
Os impulsos
Sinto-me sem chão
Estou tonta
Apenas me tranco com minha amiga metálica
E torço para que meu fim esteja próximo"
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.