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História A Felicidade Existe? - 9 - No Parque


Escrita por: LauuhJ

Capítulo 9 - 9 - No Parque


Bloqueei o celular e o joguei na cama, abri o guarda-roupas e peguei uma blusa branca curtinha e solta, com "Fuck you" escrito em preto nela, uma saia preta, uma jaqueta preta e uma botinha preta (Será que perceberam que eu gosto de preto? ;P). Passei, por fim, lápis de olho PRETO e um batom vermelho (Uma corzinha não é crime, né), baguncei meu cabelo, peguei meu estilete e meu celular, os guardando numa bolsinha pequena (Sim, você acertou, ela também é preta! ;D) de lado. Saí do meu quarto e passei pela cozinha...

Luara:- Vou encontrar umas amigas no parque

Mãe:- Por que só 'tá' me dizendo agora?

Luara:- Eu te contei ontem, mas a senhora não prestou atenção, apenas disse que deixava para que eu deixasse a senhora em paz - A olhei sarcástica, ela murmurou um "Ah" e eu cerrei o olhos vendo-a saber que era muito possível isso ter acontecido

Saí de casa, sim, eu tinha mentido para minha mãe, porém, ela fazia aquele tipo de coisa que falei na mentira, então deu certo e ela acreditou!

Cheguei na praça onde o parque se instalou, um pouco longe da entrada, não vi Miguel, ele deve não ter chegado ainda. Suspirei, um suspiro cansado, me sentei em um banco e peguei meu estilete... Meu olhar era distante, porém, focado na lâmina que eu abria lentamente, segurei a lâmina com a outra mão e fiquei vendo meu reflexo, enquanto me perdia em devaneios vazios. Sentia enquanto apertava a  lâmina na mão inconscientemente, sentia aquela sensação angustiante e só apertava mais a lâmina, meu olhar já havia se perdido e nem sabia mais o quê mirava, estava perdida... Perdida em mim mesma.

Então fui puxada de meus devaneios de repente, notei Miguel me olhando assustado, uma de suas mãos segurava meu ombro e a outra tocava minha mão, a mão que segurava a lâmina, enquanto ele estava abaixado ao meu lado...

Luara:- O que...? - Murmurei inaudível

Miguel:- Solta, por favor - Vi uma lágrima descer de seus olhos e fiquei sem entender

Foi quando percebi que meu rosto estava banhado de lágrimas silenciosas e a mão que apertava a lâmina estava cortada, minha mão sangrava e eu não havia soltado a lâmina, só deixado de apertá-la.

Respirei fundo, enquanto Miguel tirava o estilete de minha mão e a segurava pelo pulso, como se não quisesse me machucar, deixando o estilete fechado no banco. Ele segurou minha outra mão e nos levantou, ficamos frente a frente e ele soltou minhas mãos para enxugar meu rosto das lágrimas invasoras

Miguel:- Não chora - Sua voz saiu baixa e ele parecia suplicar, não consegui responder - Vem - Ele me levou para dentro do parque, fomos até uma barraca de uma mulher - Oi, Rose - Sorriu de leve para a mulher, que o abraçou

Rose:- Miguel! Não me lembro da última vez que veio ao parque, quem é a moça bonita? - Sorriu maliciosa e abaixei a cabeça com vergonha, devia 'tá' mais vermelha que um tomate

Pov Miguel

Quando Rose insinuou com seu sorriso malicioso, vi Luara abaixar a cabeça, ela estava corada e ficava 'tão' mais bonita assim. Não pude deixar de sorrir, mas voltei minha atenção para Rose...

Miguel:- Rose, essa é Luara, uma amiga que estuda comigo

Luara:- Prazer - Falou tímida e sorrindo educada para Rose (Pera, como é?! Tímida?! Educada?! Cadê a Luara?!!!)

Miguel:- Er... Então, Rose, a Luara machucou a mão e eu queria saber se posso usar o kit de primeiros socorros?

Rose:- Não precisa nem pedir, Miguel. Te conheço desde que nasceu e ainda acha que tem de pedir?

Miguel:- Educação é tudo - Pisquei pra ela, brincando e ela riu, me entregando o kit

Puxei Luara para dentro da barraca, nos fundos tinha um banquinho, onde a deixei sentada, Rose tinha ido atender alguns adolescentes. Abri o kit de primeiros socorros e peguei o soro fisiológico, lavando minhas mãos com ele, antes de jogar na mão de Luara...

Luara:- Ai! Por que fez isso?!

Miguel:- Preciso parar o sangramento, o corte foi um pouco fundo, água para mais rápido, mas aqui não tem água, então usei o soro mesmo

Molhei o algodão com o soro, limpando seu corte

Luara:- Por que 'tá' me ajudando? - A ouvi perguntar

Miguel:- Você 'tá' machucada - Respondi simplesmente, dando o assunto por encerrado, entretanto, parece que ela não

Usei da pomada antibiótica, passando em sua mão, para então enfaixá-la com gaze

Luara:- Você podia me deixar machucada! - Disse teimosa

Terminei de enfaixar sua mão e me levantei olhando com raiva para ela

Miguel:- Podia, mas não vou! Caso encerrado? - Ela me encarou por um tempo, porém mantive minha postura firme, ela se emburrou e eu suspirei

Me sentei no chão, ao seu lado. Ficamos em silêncio por alguns minutos, até eu perceber que ela não falaria mesmo...

Miguel:- Quer me contar o que aconteceu? - Senti ela me olhar e lhe encarei de volta

Ela negou com a cabeça e sorriu, franzindo o nariz

Luara:- 'Tô' bem

Ela definitivamente não"'tava' bem"! No momento em que a vi naquele banco, chorando, sua mão sangrando e ela não parecendo se importar... Meu coração parou, me senti quebrar, não entendia o que estava acontecendo comigo, só sabia que aquilo não parecia certo. Não parecia certo ela chorar, não parecia certo ela sangrar, não parecia certo ela estar machucada! Só não... Não parecia certo. E agora, a vendo ao meu lado, observando as pessoas se divertirem no parque, vendo sua mão agora cuidada... Senti que isso era o certo, o certo é eu cuidar dela e eu cuidarei!

"Me parece que chorou

Vou cuidar para quê não chore mais

Me parece machucada

Vou cuidar das tuas feridas e curá-las

Me parece em pedaços

Vou restaurar todos os teus cacos

Me parece indefesa

Vou te cuidar e fazê-la minha princesa"

 



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