História A Fera e a Fera - Confusão

                                                                        POV Gwen Heigl

Cheguei no local combinado com a Kate, nós estávamos um pouco atrasadas porque o maldito ônibus tinha atrasado, e logo vimos aquela multidão querendo entrar na festa.

— Nossa, vamos ter que esperar toda essa multidão? — Kate perguntou.

— Acho que... — Já ia respondendo Kate, mas parei de falar quando avistei Adolf.

— Uh, uh, Adolfinho!! — Gritei, com o objetivo de Adolf me notar.

— G-Gwen? — Ele me viu, corou e veio na minha direção, sem se importar com a multidão, afinal, ele era o dono da festa.

— Aww... Adolf... Será que vamos ter que ficar esperando muito aqui? — Fiz uma voz dengosa, com intenção de seduzir Adolf.

— Claro que não, venham. — Adolf pegou na minha mão e eu peguei na mão de Kate, ele me puxou para dentro da festa. Ufa.

Kate e eu já estávamos dentro da festa, a casa era enorme, mas o que mais me chamou atenção e me deixou chocada, foi o Fares sarrando a Lia. Ela parecia nem se importar, apenas estava apoiada num cercadinho enquanto ele fazia movimentos de vai e vem atrás dela. Rapidamente larguei a mão de Kate e corri em direção da Lia e Fares, ele parecia não ter me notado de tão chapado que estava, então eu puxei com força a Lia pelo braço, fazendo Fares sarrar no cercadinho em vez de sarrar nela. Ela estava rindo muito alto, como se aquilo que tinha acabado de acontecer fosse a coisa mais divertida do mundo para ela. Confesso que foi engraçado, mas se eu fosse ela, não iria rir tanto assim.

— Lia, você tá bem!? — Estava com Lia nos braços praticamente, e Kate estava me acompanhando e preocupada com a Lia, perguntando para ela se ela estava bem.

— Pronto... — Coloquei Lia sentada em um sofá, e sentei ao lado dela, junto com Kate.

— Lia, você tá me ouvindo? — Kate perguntou.

— Ahn... K-Kate? — Lia gaguejou. Ela estava com os olhos semicerrados, como se não estivesse acreditando que eu e Kate estávamos lá.

— Calma, Lia, vai dar tudo certo. — Peguei na mão de Lia, tentando a reconfortar.

— G-Gwen, o que você acha que aconteceu? — Kate me perguntou, demonstrando preocupação.

— Do jeito que o Fares é, aposto que ele drogou ela, como fez com outras meninas. Hunf. — Falei.

— P-p-precisamos denunciar ele! — Kate disse, zangada. Ela fica tão fofa com raiva...

— Só que precisamos de prova, favinho de mel. As coisas não são tão fáceis assim. — Disse.

— É... mas... — Kate ia falar algo, mas Corinne apareceu de repente, interrompendo nossa conversa sérissima.

— O que houve? — Corinne perguntou, acho que ela deve ter visto que Lia estava sendo molestada por Fares, mas estava se fazendo de desentendida.

— O Fares estava quase estuprando a Lia, e você não fez nada! — Kate começou a ficar mais brava ainda.

— Que? Mas eu não vi. — Corinne se fez de desentendida.

— E eu sou o Lula. — Peter chegou por trás de Corinne, se intrometendo na conversa. Parece que ele estava escutando a conversa há alguns minutos.

— Quem chamou você aqui? — Corinne perguntou, irritada.

— Eu me chamei, macaca. — Peter respondeu. Ele estava estranho...

— Chega, os dois. — Falei, tentando botar ordem na situação.

— É esse intrometido, loiro de farmá... — Corinne ia ofendendo o Peter, mas parou de falar quando olhou para baixo e viu alguma coisa.

— PETER! Você trouxe o leitão pra festa, sua mula! Não pode! — Corinne começou a gritar com ele.

— Pior que não pode mesmo. — Ayla surgiu do nada, com um pirulito da festa na boca.

— Ai, que susto, Ayla! — Me assustei com a aparição repentina de Ayla e botei a mão no peito, sentindo o coração, que por sinal estava acelerado.

— Continuando... — Ayla olhou para mim com os olhos semicerrados.

— Na festa não pode porcos, se o Adolf ver isso, ele bota você e a leitoa Maya para fora da festa. Ou melhor, o segurança dele. — Ela disse, com um sorrisinho.

— Miga, péra... O que é isso na mão dele? — Corinne empurrou Ayla de leve, com vontade de dar risada.

— É UMA... COLEIRA! HAHAHAHAHA! — Ela caiu na gargalhada, assustando quem estava próximo da gente, até a Lia, que estava quase dormindo.

— Um porco com coleira, socorro! — Ayla também não se agüentou, e começou a rir. Kate também, quebrando aquele clima tenso.

— O que tem? Nunca viram um homem passear com o seu porco? — Peter falou seriamente, segurando a coleira de passeio.

— Primeira vez. — Falei, em um tom de humor.

— Ah, que isso gente. Menos preconceito. — Peter soltou a cordinha da coleira, botando as mãos para a cima e rindo.

— Um leitão passeando com o outro leitão. — Corinne falou, e começou a rir. Todos nós estávamos rindo.

— Ai, ai... — Peter já não agüentava mais rir.

— Ai, ai digo eu... Mas cadê o porco Maya? — Corinne perguntou.

— Tá aqui do meu lado, você é cega por acaso? — Peter foi olhar para baixo, quando percebeu que o porco não estava mais ali.

— MEU DEUS, CADÊ MEU PORCO!?! — Peter gritou, desesperado.

— Meu deus, se o Adolf ver ele... Vocês estão ferrados. — Ayla falou, quase sem preocupação.

— A gente te ajuda, Peter, vamos encontrar a leitoa! — Kate falou, esperançosa.  

Eu, Peter, Kate e Corinne deixamos Lia sentada junto com Ayla, e fomos atravessando aquela multidão, chamando pelo nome Maya, como se a leitoa fosse uma pessoa. Ouvimos um barulho de porco vindo de uma direção, e fomos correndo até lá. Quando chegamos... Adolf estava furioso, com Erick e com o restante de seu grupinho. Adolf estava com o pé levemente em cima da barriga de Maya, prestes a pisar nela com força. Antes de Adolf pisar no leitão, Peter deu um salto de macaco furioso em cima de Adolf, os dois caíram no chão, e Maya acabou fugindo. Agora era entre Peter e Adolf.

— Vai, filha da puta!! Acaba com esse loirinho viadinho arrombado! Porra, buceta, cu, caralho! — Erick começou a xingar, torcendo para Adolf.

Os dois se levantaram rapidamente, e entraram em pose de briga. Peter estava fazendo um símbolo estranho com as mãos, acho que era pra brigar. E Adolf, treinado em karatê, se posicionou com uma perna mais pra frente, e a outra mais para trás. Agora eu percebi... Peter estava bêbado, por isso estava estranho antes.

— S-seu covarde, batendo em um porco indefeso! Te meto o pau! — Peter começou a gritar, com Adolf, furioso.

Logo a “luta” começou, como ambos estavam bêbados, não tinham noção das coisas que estavam fazendo. Peter começou a girar e a disparar socos no ar, achando que estava acertando Adolf, e Adolf fez a mesma coisa. Ambos estavam girando tentando se socar, mas não conseguiam, porque estavam bêbados. Eles estavam brigando que nem emos.

— Chega dessa putaria, eu vou entrar e acabar com esse loiro filho de uma puta! — Erick gritou, e entrou no meio de Adolf e Peter, querendo acertar o Peter.

Erick começou a disparar socos no ar, e dar chutes no ar também, estava furioso, xingando Peter de tudo quanto é nome... Adolf sem perceber, entrou no meio de Peter e Erick, quando os dois estavam prestes a se acertar. Adolf começou a girar com seus socos, e acertou Erick sem querer, e Peter. Bem no rosto, na cabeça. Foi muito forte, e então, Peter e Erick caíram no chão de braços abertos, após os dois tomarem socos do Adolf. Todo mundo ficou surpreso, e então tirei meu iPhone 10 do bolso, e disquei para o 190.

— Alô, ambulância? Temos dois mortos.