História A Fera e a Fera - Segundo dia

                                                                               DIA SEGUINTE

                                                                             POV Lia Sathflerz

Me encontrava em uma banheira, tomando champanhe e esperando por alguém, apreciando aquele momento. A porta do banheiro se abriu e Fares apareceu, totalmente nu. Em seguida, ele fechou a porta.

— E aí, gatinha. — Fares estampou seu sorriso amarelado — e aquele era o charme dele.

— Ahn... o-o-oi. — Respondi, esboçando um sorriso meio sem graça.

— Tá afim de relaxar? — Fares perguntou, com um sorriso malicioso.

— Relaxar como? — Rebati com outra pergunta, inocentemente.

Quando ele estava prestes a responder, a porta do banheiro se abriu rapidamente e Gwen apareceu gritando meu nome.

— Lia!! Lia!! — Aquele grito me dava dor de cabeça.

O grito apenas continuava, até que eu me dei conta e acordei. Era minha mãe gritando para eu acordar. Aquilo foi um sonho.

— Cê tá doida, monocelhuda!? Quer se atrasar?! — Minha mãe começou a gritar desesperadamente.

— P-p-p-p-p-para, mãe! — Comecei a gaguejar de nervosismo, ver a minha mãe brava não é pra qualquer um.

— Anda logo, Lia, vai se arrumar! — Ela me tirou da cama me puxando pelo braço.

Peguei uma toalha e saí correndo para o banheiro, me despi e tomei banho. Após isso voltei para o meu quarto e me vesti rapidamente com medo de me atrasar. Desci as escadas com a minha mochila nas costas.

— Não vai comer não? Depois desmaia e morre e não sabe o motivo. — Minha mãe falou aparentando estar muito brava e preocupada.

— Não, não tô com fome. — Ignorando ela, eu rapidamente abri a porta e saí de casa, indo em direção ao ponto de ônibus.

Entrando no ônibus, eu rapidamente avistei o Fares, e eu simplesmente gelei. Não sabia o que fazer. Discretamente sentei em um banco e comecei a ficar vermelha. Aquilo não podia estar acontecendo.

Desci rapidamente no meu ponto, e senti que Fares estava atrás de mim e apressei ainda mais o passo. Quando eu estava prestes a correr, senti alguém me puxando pelo braço.

— Me larga! — O desespero tomou conta de mim, até que percebi que era a Kate que me puxou pelo braço, e deu um alívio.

— Calma, Lia. — Kate me olhou surpresa.

— N-n-n-nossa, desculpa! A-a-a-a-achei que fo-fo-fosse o-o-o-outra pessoa. — Gaguejei de nervoso.

— Achou que fosse quem, safada? — Kate perguntou, com um sorriso malicioso nos lábios.

— A-a-a-a-h... n-n-ni-ninguém... — Fiquei vermelha e isso aumentou ainda mais as suspeitas da Kate.

— Poxa, que engraçado... Eu acabei de ver o F-f-fares... — Kate foi tentar dar uma de engraçadinha insinuando que eu achei que era o Fares que tinha pegado pelo meu braço, mas acho que acabou se lembrando do beijo que ele tascou nela e lembrou que ainda estava traumatizada com aquilo.

— V-vamos mudar de assunto, nós duas estamos gaguejando. Hehe — Falei, dando uma risadinha sem graça.

— Tem razão... Olha, ali está a Gwen! — Kate apontou para longe.

— Vamos falar com ela? — Perguntei, mesmo a resposta sendo óbvia.

Kate nem se deu o trabalho de me responder e saiu correndo na direção da Gwen, e eu como sempre, acompanhei. Kate chegou perto de Gwen e a cumprimentou com um beijinho no rosto e com um abraço apertado, enquanto eu estava sem fôlego.

— Uff ufff... — Fiquei vermelha de tanto correr, e sem ar.

— Cruzes, Lia, correu uma maratona? — Gwen perguntou ainda abraçada com Kate.

— É que sou um pouco sedentária... — Respondi a Gwen, soltando uma risadinha.

— Um pouco? — Kate zombou de mim e começou a rir, e eu também.

— Sem querer interromper, mas que horas são, querida? — Gwen interrompeu nossa conversa descontraída e perguntou que horas eram para mim. Ela parecia muito mais fria do que o normal.

— São... MEU DEUS! Estamos atrasadas! — Com o desespero, acabei esquecendo de falar as horas. Só me lembrei de sair correndo junto com a Gwen e com a Kate.

Entramos na escola e procuramos a nossa sala de aula, já que éramos colegas de classe. Ainda por cima, tivemos que subir várias escadas, e eu já estava cansada.

Chegamos na sala de aula e todos estavam olhando para nós, até que sem querer eu soltei um pum meio alto de nervosismo.

— Meu deus Lia, que futum! — Para piorar a situação, Gwen falou bem alto, e todos começaram a rir, inclusive o Fares.

— Que falta de educação, Lia! Mal chegou na escola e já está se comportando como uma delinqüente! — O professor começou a me repreender na frente de todos, o que me deixou com vontade de sair da sala de aula correndo.

Antes da Kate abrir a boca para falar algo, ele a interrompeu e mandou a gente sentar, eu sentei próxima da Kate antes que a Gwen pudesse sentar, e me pareceu que ela ficou um pouco brava.

— Ei, Lia... não liga pra isso não, todo mundo tem gases. — Kate virou-se um pouco para sussurrar isso para mim.

— Todo mundo ouviu e todos ainda estão comentando sobre isso, eu quero morrer. — Sussurrei de volta e discretamente virei a minha cabeça para ver melhor quem estava falando do que tinha acontecido... O Peter estava rindo, a Corinne e outras pessoas que eu não lembro estavam fazendo piadinhas. Ninguém estava prestando atenção na aula do professor.

— Peter Adams, Corinne Russeau e Faro gostariam de dar aula no meu lugar? — O professor aparentemente irritado perguntou aos três elementos, deixando a sala num silêncio delicioso.

— Ahn... fessor, cê errou meu nome. É Fares. — Fares corrigiu o professor.

— Não perguntei se errei ou não. — Ele deu uma patada no Fares que doeu até o meu útero. O Fares ficou quieto, enquanto o Peter tentava disfarçar a risada.

— Qual a graça, Adams? Por acaso tem um palhaço por aqui? — E lá vai outra patada do professor.

— N-n-n-n-n-não e-e-e-estava rindo, p-professor. — Peter começou a gaguejar e a ficar vermelho.

— ATCHÓOO! ATCHÓOOO! — Kate deu um espirrão, que interrompeu a discussão do professor, graças a Deus.