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História A filha de Apolo - Roubo a faca do meu irmão


Escrita por: sunterstan

Capítulo 8 - Roubo a faca do meu irmão


Voltei para Flórida de trem, tudo estava muito confuso, mas ao mesmo tempo tudo fazia muito sentido. Já haviam se passado 2 horas de viagem, faltavam mais 12 horas, fiz o que pude para passar o tempo, tentei ler alguns livros, mas devido a minha dislexia era um pouco impossível, então decidi ouvir algumas musicas do meu ipod, isso sempre me acalmava. Começou  a tocar uma musica bem antiga, e eu rapidamente lembrei de Nico. Eu ainda estava tentando entender o que tinha acontecido, e me perguntei se o veria de novo, e onde ele deveria estar, se estava bem...Tentei esquecer isso e tirei os meus fones, eram provavelmente 01h00 da manhã, e agora era só o silêncio do trem e a paisagem escura do outro lado da janela, fiquei observando-a, tentando procurar algum monstro ou algo do tipo que pudesse estar me seguindo. Fiquei alguns minutos apenas olhando a janela, e me veio um pressentimento de que alguém estava me observando, olhei em volta e em um banco atrás de mim na outra fileira havia um menino, adolescente, provavelmente uns 17 ou 18 anos de idade, olhava pra mim como se quisesse desvendar algum mistério, encarei-o por alguns segundos e depois virei para janela desconfortável, fechei os olhos e tentei dormir.

Horas se passaram e finalmente desembarquei na rodoviária de Jacksonville, eram 11h34 da manhã, peguei um ônibus para chegar até em casa e o resto do caminho fui andando, pois o dinheiro havia acabado. Eu amava as tardes de Jacksonville, eram quentes e o sol era radiante. Estava andando tranquilamente quando de repente o pressentimento de que alguém estava me observando voltou, mas desta vez estava também me seguindo, olhei para trás disfarçadamente e era o mesmo garoto do ônibus, comecei a andar mais rápido, atravessei a rua e vi que ele havia ficado, comecei a ficar com um medo sem sentido, era minha oportunidade de correr, corri até o beco mais próximo, senti que ele ainda estava me seguindo, me agachei ao lado de um latão de lixo, tirei da bolsa meu arco e flecha e me posicionei. Quando ele chegou perto o peguei de surpresa.

– Quem você é e o que você quer? – disse enquanto apontava minha flecha para ele.

O garoto era alto, usava um jeans surrado, camiseta preta, jaqueta de couro e uma bandana vermelha presa na cabeça, seus olhos eram da cor de chamas.

– Ei ei ,é assim que você recebe seu irmão? – disse ele tranquilamente como se não houvesse nenhuma arma apontada para ele.

– O que? – eu disse irritada.

– Vim aqui visita-la maninha, papai está louco de vontade de saber sobre seus... – suas orbitas pareciam que estavam em chamas – poderes.

– Papai? Do que está falando? Quem é você? – eu disse ainda apontando meu arco.

– Sou Phobos, filho de Ares e Afrodite, e você é minha irmãzinha. – disse ele sarcástico.

– Me desculpe, mas deve estar me confundindo com outra pessoa. – eu disse friamente.

– Oh não, estou corretamente certo, Maria de Las Cruzes não? Filha de Apolo.

– Exatamente, sou filha de Apolo, agora se me der licença tenho que chegar em casa antes do anoitecer.

– Ah me desculpe, mas não posso deixar isso acontecer.

– Saia da minha frente agora ou eu atiro.

– Ah eu duvido. – disse ele debochando.

– Então experimente.

Atirei a flecha, mas no momento em que atirei ele desapareceu. Fiquei atenta, sabia que ele poderia reaparecer a qualquer momento. Como eu esperava, ele reapareceu me empurrou e eu cai, enquanto ele estava em pé rindo da minha cara.

– Ora ora, não parece tão poderosa do jeito que me disseram.

– O que você quer de mim? – eu gritei.

Ele desapareceu. Levantei e consegui apenas ouvir sua voz falando.

– Já ouviu falar do pânico e do medo, e como eles sempre andam juntos.

– Você quer a mim não é, então aparece lute de verdade, e pare de ser covarde e desonrar o nome de seu pai.

No mesmo instante tudo parou, senti a raiva no ar. Phobos apareceu mais concretamente, e do seu lado outro garoto estranho, ou melhor feio, de causar pânico.

– Repita o que disse. – falaram os dois juntos.

No mesmo instante pensei rápido, Phobos e Deimos, da mitologia, Phobos era o próprio medo, e Deimos o próprio pânico, então eu não podia me deixar entrar em pânico e muito menos que o medo invadisse minha mente. Me concentrei.

– C-o-v-a-r-d-e.- disse devagar.

Os dois vieram na minha direção, então eu rolei no chão entre eles e consegui pegar a faca de Phobos.

– Me devolva isso garota. – disse ele irritado.

– Estava aqui pensando... - dizia enquanto olhava sua faca. – dizem que você invade a mente das pessoas e desperta o maior medo delas, mas e se o medo delas também for o seu?

– Cale a boca. – disse Phobos

Coloquei a sua faca na bainha do meu cinturão, e por incrível que pareça serviu certinho. Coloquei-me na direção do sol.

– Medo e pânico não passam de uma escuridão, e o maior medo e o maior pânico da escuridão... É a luz.

Me concentrei no sol.

– Que diabos, faça alguma coisa seu estúpido. – gritava Phobos para Deimos enquanto isso.

Deimos tentou me assustar, mas o sol já havia me possuído. Senti o poder em minhas mãos, minhas orbitas pegavam fogo, invoquei um raio de sol e joguei nos dois deuses, eles queimaram e gritaram até desaparecer. Usei a técnica de expulsar o espírito do sol, e voltei a mim mesma.

Cheguei em casa cansada, entrei e lá estava Stun na porta me esperando, estava morrendo de saudades dele, peguei ele no colo e fui procurar minha mãe, não a encontrava em lugar algum. Resolvi dar uma volta na praia e voltar depois. A praia estava incrível, andei um pouco com Stun do meu lado fugindo da água, sentei um pouco, peguei um pouco de sol e relaxei. Quando voltei pra casa lá estava minha mãe sentada no sofá assistindo ao noticiário. Corri para abraça-la.

– Estava com tanta saudade... –disse ela me abraçando.

– Eu também mamãe.

– ...Escute, o que aconteceu da ultima vez... Não vai acontecer de novo, me desculpe.

– Mãe, tudo bem.

– Que bom que esta de volta, pensei que não iria voltar mais. – disse ela me soltando.

– É, eu também...

Ela se sentou no sofá e me puxou para que eu sentasse ao seu lado.

– E então, o que fez lá?

– Bom, não tinha muito o que fazer, nem tantos campistas... Mas conheci Nico.

Ela riu

- Nico?

- Sim, viramos grandes amigos. Até ele abrir uma fenda no chão, falar com fantasmas e sumir.

– E ele é...

– Filho de Hades.

– Uau, e quantos anos ele tem?

– Na verdade, é bem mais velho do que parece.

– Como assim?

– Ah é uma longa história.

Ela voltou para a TV, enquanto eu fui à cozinha procurar algo para comer. Abri a geladeira e tinha apenas, água, um pote de geleia e leite.

– Mãe... – na hora queria falar sobre o acontecimento de Phobos e Deimos, mas achei melhor não estragar o clima de agora - ... por que não vamos a praia quero te mostrar uma coisa.

Fomos a praia, já era fim de tarde, mas ainda havia sol, mostrei a ela o que conseguia fazer com ele e ela ficou impressionada.

– Oh meu deus querida, isso é incrível, eu sabia... eu e seu pai sabíamos que seria grandiosa.

Dei um sorriso forçado.

– Mãe, quanto ao meu pai eu...

– O que quer saber sobre ele?

Contei a ela sobre o meu encontro com Phobos e Deimos.

Então rapidamente sua cara mudou, ficou mais seria, mas ao mesmo tempo preocupada, olhava as ondas longe como se enxergasse o fim do oceano.

– Eu sabia que esse dia iria chegar. - disse ela suspirando baixinho. – Querida, por que não vamos sentar?

Ela forrou uma toalha que havia levado na bolsa e sentamos.

– Eu tinha apenas 19 anos quando me apaixonei de verdade, ainda morava com meus pais em Madrid, fazia faculdade de artes plásticas e pintava. Havia uma exposição todo ano na minha faculdade, dos alunos de artes plásticas, eles podiam expor seu trabalho para que o público pudesse apreciar, e eu tinha pintado um quadro maravilhoso sobre deuses gregos, todos me questionavam o motivo da minha inspiração, mas nem eu mesma sabia. Então um belo rapaz se aproximou do meu quadro, sem falar nada, ficou admirando por alguns minutos. Ele era incrivelmente belo, olhos azuis, cabelos loiro, alto, parecia um ator de cinema. Então eu perguntei a ele se havia algo de errado, ele me olhou como se tivesse ficado encantado, e sorriu pra mim dizendo que aquele era o quadro mais incrível que já tinha visto, e que eu tinha muito talento. Então ele ofereceu 7.000 libras pelo quadro, o vendi, e então quando ele me deu o cheque, ele se apresentou:

‘’- Ah quase ia me esquecendo, meu nome é Apolo.

– Christina de las Cruzes.

Ele ficou olhando para mim por alguns segundos, seus olhos eram lindos

– Você poderia passar o numero do seu telefone, caso aconteça algo com o quadro, sabe...

– Ah sim, claro. ‘’

–... Depois disso nos encontramos várias vezes, ele contava histórias fascinantes de deuses gregos, ele dizia que era apenas um professor de historia, mas as contava como se tivesse vivido. Uma vez ele me levou para vez o por do sol na praia, ele parecia mais bonito ainda na luz do sol, e seu sorisso...  Deuses! Era incrível. E é incrivelmente idêntico ao seu. Até que um dia descobri que estava grávida de você, foi um susto enorme, chorei o dia inteiro, até que resolvi contar a Apolo, falei a ele que queria lhe contar uma coisa seria e ele também falou o mesmo, quando nos encontramos deixei que ele falasse primeiro, e então veio a bomba, ele havia me contado que era um deus, e que não podíamos ser uma família normal, havia me contado sobre outros semi-deuses, e como era vida deles. Depois ficamos juntos até o 3 meses de gravidez ele foi embora, sumiu, sem dar nenhuma noticia.

Havia entrado em depressão, ‘’como ia cuidar desse bebê sozinha? ‘’, ‘’ o que iria ser dele quando nascesse?’’. Minha vida ficou vazia incompleta, e desesperadora, até que conheci outro cara maravilhoso, não havia me apaixonado por ele, mas ele me fazia esquecer seu pai, me fazia muito bem. Ele tinha uma aparecia dura, fria, mas era muito educado, e gentil. Mas logo quando tinha esquecido Apolo, em nosso 3º encontro, esse homem me contou sobre ele e sobre sua proposta. Havia me dito que sabia que minha filha era uma semi-deusa, e disse que ele era um deus, Ares o deus da guerra. Ele havia dito que estava tão apaixonado por mim, mas que não poderia estar comigo em todas as horas e nem pra sempre, mas disse que queria o melhor pra mim, e o melhor pra mim seria a segurança de minha filha, e então ele lhe deu a benção de Ares.

 

Depois que fiquei sabendo de tudo isso, minha reação não foi uma das melhores. Pense consigo mesmo, você já é um semi-deus, e ainda filho de dois deuses? Isso era ridículo. Seria esse o motivo de eu nunca ter sido tão boa em artes, ter uma beleza de uma atriz de cinema, de nunca ter me encaixado no chalé de Apolo. Que ótimo.

– Querida, você esta bem?

– Eu t...só preciso dar uma volta tá, não me espere em casa.

 

Em um lugar na praia, havia uma pequena correnteza que acabava um rio e ia pra praia, peguei um dracma e pedi a Iris que me deixasse ver Nico, mas não tive resposta, estava tudo branco, isso nunca acontecia. Resolvi falar com ele assim mesmo.

– Nico se esta me escutando... Por favor, mande noticias, eu e todos do acampamento estamos preocupados, eu preciso de você, tenho muita coisa para lhe contar, só queria que estivesse aqui, ou pelo menos estivesse bem. Por favor, me responda.

Desfiz a nuvem de água, e fui pra casa. Quando cheguei em casa, minha mãe não estava em casa, havia apenas um bilhete em cima da mesa.

‘’ Maria, fui trabalhar, me desculpe querida só espero que fique bem e me entenda, não fique zangada comigo.

 

Te amo, mamãe.’’

 

Abri a geladeira e tinha um pacote comida congelada só pra mim, comi um pouco e fui tomar banho. Ótimo, tinham cortado a luz e a água estava congelando, tomei meu banho rápido e fui dormir.

 

Tive um sonho estranho, sonhei que estava em uma sala enorme e vermelha, e na minha frente havia um trono mais vermelho ainda, conseguia ouvir algumas vozes, mas não sabia de onde viam, eram três vozes diferentes, havia uma nevoa no trono e quanto mais eu ia me aproximando, mais eu conseguia identificar o que havia por trás dela. Parecia uma silhueta de um homem sentado, fui me aproximando mais e consegui finalmente ver, era realmente um homem sentado, era muito alto, tinha 3 metros de altura, moreno e seus olhos estavam em chamas, era de dar medo, ao seu lado esquerdo havia uma criatura estranha, era pequeno tinha a aparência daqueles capetas de desenhos com pequenos chifres e rabo pontudo, e era verde, ao lado direito havia outro parecido mais um pouco mais gordo e vermelho.

– Quem são vocês? Onde eu estou?

– Vou dizer quem sou eu, eu sou seu pior pesadelo. – disse a criatura verde irritada.

– Cale a boca, não vamos assustar nossa convidada.

– Mas pai, ela roubou minha adaga. – dizia ele como uma criança mimada.

– Pera aí... Vocês... Vocês são Phobos e Deimos, e você é...

– Ares? – disse o deus.

– O que querem de mim?

– Ah minha criança, soube que tem poderes extraordinários.

– Não é da sua conta.

Ares se ajeitou na cadeira um pouco irritado.

– Posso matar ela agora papai, posso? – disse Deimos impaciente.

– Não, ela roubou minha adaga, eu vou mata-la primeiro.

Os dois começaram a brigar e se bater, o que era meio engraçado, pois eram pequenos e pareciam criaturas de desenho animado.

– Basta! – Gritou o deus que com sua voz grave fez o lugar tremer.

Eu comprimi um riso.

– Do que está rindo semi–deusa ? – disse Phobos.

– É que vocês estão... – queria dizer engraçados. - ... diferentes.

– Essa é nossa forma verdadeira sua tola. – disse Deimos

Fiquei quieta, pois nem queria saber como tinham ficado daquele jeito.

– Por que afinal eu estou aqui? – perguntei.

– O que? Não acha legal visitar seu pai? – disse Ares.

– Você não é meu pai! – disse eu irritada.

 

– Cuidado com o que diz garota, você tem minha benção, devia sentir orgulho disso. - disse ele. – Mas e ai, gostou do presente?

– Presente?

– É, a adaga.

– Pensei que tinha roubado do seu filho.

– Mas agora é sua.

– O que? É minha melhor arma! Isso não é justo. – disse Phobos inconformado.

– Essa adaga é feita de bronze celestial e aço, o que quer dizer...

– Que pode ferir tanto monstros, como mortais... – eu disse assustada. – Mas eu não entendo, meu pai – Ares me olhou esperando que eu corrigisse o que eu tinha dito. – Apolo disse que me daria a outra adaga.

– Serviu na bainha, não serviu? Vai ser muito útil pra você. – disse Ares.

– Eu não quero isso, não quero ferir nenhum mortal.

– Ah Maria, não faça a tolice de devolver um presente de um deus de novo.

– Ahn como sabe...

– Não importa – disse ele dando de ombros. – serviu na sua bainha não é? É lá o lugar dela.

– Mas eu não vou precisar usa-la, tenho certeza.

– Não temos certeza de nada, menina.

O sonho acabou comigo olhando para Ares com aquele olhar assustador, e então acordei.



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