História A Filha do Chefe - Capítulo XIII

- Então, vai me contar o que está acontecendo? – A mulher falou. – Você deixou todo mundo preocupado na noite passada.

- Posso confiar em você? – Regina perguntou. – Eu preciso saber se posso te contar.

- Claro que sim.

- OK, Zelena. – Regina respirou fundo antes de prosseguir. – Eu tive uma briga feia com a Emma.

- Emma Swan?

- Sim. – Ela limitou-se a responder.

- Por qual motivo? Ela demitiu você?

- Não. – A morena negou. – Há um tempo, eu e Emma... Nós... Ah, eu não sei como dizer, mas nós vínhamos nos relacionando, de um jeito não profissional.

- Você está tendo um caso com ela?! – Zelena levou as mãos à boca sem acreditar naquilo. – Por Deus, Regina! Papai vai matar vocês.

- Eu sei disso. – Regina baixou a cabeça. – Então, como eu estava dizendo, nós estávamos juntas, nada tinha sido conversado sobre como definiríamos o nosso relacionamento. Saíamos juntas para almoços, jantares e para casa dela, como um namoro. Tudo escondido, ninguém dentro ou fora da empresa sabia disso, exceto uma pessoa: Lana.

- Preferiu confiar nela? – A mais nova percebeu um tom de magoa na voz da irmã. – Eu até entendo, ela é sua irmã gêmea e vocês compartilham algum tipo de ligação, conhecem uma a outra e se entendem, apesar das diferentes personalidades, é isso?

- Era o que pensava também. – Imagens do vídeo vieram a sua cabeça naquele momento. – Lana sabia que eu estava passando por algo assim que falei sobre Emma e me disse que talvez fosse paixão ou uma coisa passageira. Só que ela viu como eu frequentemente falava da minha professora e disse que me ajudaria, que sabia que tipo de mulher atraia Swan, Lana falou sexualidade e sensualidade. Ela me ensinou muita coisa, me fez mudar, tudo em mim.

- Pelo visto funcionou.

- Há algum tempo eu tinha deixado isso de lado, de ser essa mulher sensual que na tem nada a ver comigo. Estava indo tudo tão bem, Emma e eu nos encontraríamos na sala dela, porem quando eu cheguei lá, ela me mostrou um vídeo, onde aparentemente eu e um colega de classe da faculdade, transávamos aqui, nessa cama.

- Aparentemente? Você quer dizer que...

- Não era eu naquele vídeo, Zelena, disso eu tenho certeza. Eu nunca trairia Emma.

- Lana. – Zelena concluiu e Regina concordou. – Mas porque ela faria isso? Te ajudar com a Swan e depois acabar com tudo dessa forma?

- Eu não sei, precisamos conversar com ela e esclarecer isso.

- Ela não aparece aqui desde ontem a noite, você sabe que ela sai todos os dias, mas sempre volta.

- Talvez já saiba o que aconteceu, que Emma viu o vídeo e agora não quer aparecer.

Regina não conseguiu ouvir o que sua irmã mais velha falou, pois uma tontura forte lhe tirou os sentidos e veio seguida de um enjoo como na noite anterior. Ela correu cegamente para o banheiro e vomitou, logo Zelena estava atrás dela, segurando seus cabelos e afagando suas costas. A morena lavou a boca na pia e encarou a ruiva, que a olhava com o semblante carregado de preocupação.

- Regina, você esta se alimentando bem?

- Sim, foi só um mal estar.

- E quanto as relações sexuais com Emma, tem se protegido?

- Sim. – Regina não se sentia muito confortável com aquela pergunta. – Só na primeira vez a gente não se protegeu, mas não é como se eu pudesse ter engravidado por isso.

- Você sabe como as coisas funcionam, sabe que é possível.

Regina nada disse. Ela não estava gravida, não podia estar, não agora.
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Emma acordou sentindo uma dor de cabeça terrível. Graças a Deus alguém tinha fechado as cortinas impedindo, assim, que qualquer luz entrasse no quarto. Ela tateou o outro lado da cama e estava sozinha ali. Lembrava vagamente das coisas na noite passada e se arrependia profundamente de não ter ouvido Regina, de ter enchido a cara e ter ido procurar por Lana. Falando na tal mulher, Swan não fazia ideia de onde ela poderia ter se metido. Reparou que agora estava sem roupas, o que lhe dava indícios de que algo havia acontecido entre ela e a maldita dançarina. Estava fodida. Arrastou-se para o banheiro, tomou um banho rápido e vestiu-se com roupas confortáveis. Não tinha disposição para ir a empresa naquele estado, então mandou uma breve mensagem para Belle avisando de sua ausência. De repente ouviu uma musica vinda de sua cozinha. Lana ainda estava ali?

Emma andou calmamente ate lá, o som da musica se intensificando a cada passo que dava. A loira entrou no cômodo e se deparou com a morena dançando, sensualmente como sempre, enquanto mexia no conteúdo de uma frigideira com a colher.  A empresaria não fez nenhum movimento que denunciasse sua presença ali, apenas observou a mulher. Ela estava vestida exatamente como Regina na primeira noite que a mesma passou ali, no dia da formatura. Claro que Emma reparou naquilo, como poderia deixar passar uma coisa tão estranha?

- O que ainda está fazendo aqui? – Emma falou com raiva, assustando Lana.

- Oh, amor! – A mulher foi ate a loira e beijou seus lábios, como se fosse algo comum compartilharem de um momento como aquele. – Achei que não acordaria mais hoje.

- Você não me respondeu. – A mais velha insistiu. – O que ainda está fazendo aqui?

- Nosso café da manhã, é claro! – Ela falou rindo. – Depois da noite passada, pensei que precisaríamos repor as forças.

- Não fizemos nada na noite passada.

- Você não lembra? – Lana perguntou enquanto servia a mesa. – Eu poderia até estar magoada se não tivesse sido tão bom.

- Quero você fora da minha casa. – A loira cruzou os braços, não tinha tempo para aquelas brincadeiras. – Agora.

- Sério, Emma? – Lana a olhou incrédula. Caminhou alguns passos ate ficar cara a cara com a empresaria. – Porque você está me tratando assim?

- Por que é assim que merece ser tratada. – Emma segurou as mãos da mulher antes que ela pudesse tocar seu rosto. – Você se aproveitou de mim ontem. Eu estava bêbada e...

- Veio atrás de mim depois do que Regina fez com você!

- Eu... – Emma se afastou e parou subitamente. – Ela falou para você?

- Sim, ela ligou para mim na madrugada. – Lana falou o mais convincente possível, quase tinha estragado tudo. – Estava tão triste por ter sido descoberta. E também estava brava, com Robin.

- Como assim? – A loira a olhou desconfiada. – O que quer dizer com isso?

- Ele mandou o vídeo para você. – Lana andou ate Emma e começou a sussurrar. - Queria mostrar que ele era dono dela, que dava prazer pra ela tanto com você, talvez mais, que ele sempre a teve em braços, muito antes da poderosa Emma Swan.

- Você está tentando me confundir.

- Eu só estou tentando te fazer ver o que ela se tornou quando ficou obcecada por você. – Agora as duas se encaravam. – Capaz de qualquer coisa, ate seduzir o pobre Robin pra te fazer ciúme e deseja-la cada vez mais. Regina não é quem você pensar que ela é.

- Eu não quero ouvir mais nada. – Emma virou de costas mais uma vez. – Eu vou lá dentro e quando eu voltar, não quero te ver nessa casa.

- Tudo bem, sabe onde me encontrar.

Emma tentou controlar sua respiração e as batidas do seu coração, contudo era impossível. Ela não podia acreditar em Lana. Durante todo tempo que viveu com Regina, a mulher tinha se mostrado amável e não havia um pingo de falsidade em suas palavras ou ações. A loira tinha um tipo de “habilidade” que lhe dizia quando as pessoas estavam mentindo e Lana definitivamente estava. Mas as coisas que ela lhe disseram faziam sentido e a empresaria não podia se basear no seu super poder que acreditava ter desde criança. O que faria agora?
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Regina continuou tendo enjoos constantes no decorrer dos dias. Zelena havia lhe ajudado com os pais, que as encheram de perguntas sobre o acontecido. Elas inventaram um desculpa de que Regina estava doente e por sorte, eles pareceram acreditar. Cora Mills ainda as olhava desconfiada e não parecia ter engolido aquela história, porém nada comentava.

Como Zelena já desconfiava, Regina estava grávida. A morena chorou por horas em seu colo quando o teste deu positivo e não sabia o que fazer. A mais velha a acalmou e disse que tudo ficaria bem, mesmo não tendo certeza de que realmente ficaria. Não conhecia Emma muito bem, mas torcia pra que ela não negasse que fizera parte da geração daquela criança, que dentro de nove longos meses nasceria. Regina não queria nem imaginar a reação de Emma quando soubesse e tentou manter seus pensamentos longe disso, entretanto, sempre que se lembrava do rosto da loira quando a mandou ir embora da sua vida, ela voltava a chorar e dizer a Zelena que não contaria nada. Emma já tinha um filho, ao qual se empenhara para manter longe daquela confusão que era sua vida, não era preciso outro.

Lana não apareceu depois da noite da briga. Segundo Cora, a gêmea havia viajado e não tinha previsão para voltar. Zelena e Regina sabiam bem o porque dessa súbita viagem e não viam a hora de tirar satisfações com ela.

- Eu sei que não pode me ouvir. – Regina passou a mão pela barriga lisa enquanto falava. – Aqui é a mamãe. Você não faz ideia do quanto a confusão está grande aqui fora. Seus avós nem sabem de você, sua tia Zelena está nos ajudando, minha irmã gêmea não é quem eu pensava que era e faz algum tempo que eu não vejo sua outra mãe. – A morena já chorava aquela altura. – Eu sinto tanta falta dela, apesar de tudo. Mas o importante é que você está ai dentro, protegido e que eu te amo, desde o momento que soube da sua existência.

 Regina chorou ate dormir, sem saber que Lana havia escutado tudo do outro lado da porta.