História A Filha do Chefe - Capítulo XIV

- Ok, isso é complicado. – Ruby disse depois de ouvir tudo o que Emma tinha contado.  As duas estavam num restaurante perto da empresa, ainda era manhã e elas tinham aproveitado pra tomar café por ali. – Em quem você acredita?

- Eu não sei. – A empresária disse. – Não ouvi Regina e tudo que ela tinha pra dizer. Eu não dei a ela uma chance.

- Falei com Belle e ela disse que nesse ultimo mês você mudou. E sei que Regina é responsável por isso, você sabe também. Então porque não deixar que a mulher se explicasse, quando ela te fez tão bem?

- Eu estava com raiva e...

- Isso não é justificativa. – Sua melhor amiga falou, interrompendo-a.

- Eu sei que não é. – Emma tratou de explicar. – Mas se coloca no meu lugar, Ruby. Essa mesma mulher, que me fez bem, me traiu. Eu confiei nela, apresentei minha família, meu filho, que é a coisa mais importante da minha vida, e ela transou com um cara na primeira oportunidade que teve e sabe-se lá Deus, desde quando.

- Emma, você está se ouvindo? – A morena perguntou. – Você fez tudo isso porque a conhece bem o suficiente e sabe que ela nunca faria isso. Não tive a oportunidade de conhecê-la, mas pelo que me conta, acredito que ela não é esse tipo de pessoa. Você devia ter escutado o que Regina tinha pra dizer.

- E acha que existe explicação pra o que vi naquele vídeo?

- Talvez, só precisa saber se não é tarde demais pra procurar por Regina.

- Você acha que ela não vai querer me ver? – A loira perguntou, porém não esperou por uma resposta. Ela levantou da mesa assim que viu um homem que conhecia bem passar pela rua. – Filho da puta.

Emma correu ate alcança-lo e quando o fez, encurralou o rapaz num beco. Sem que ele esperasse, deu-lhe um belo soco no rosto. A loira segurou-se pra não mata-lo ali mesmo, achou que um soco seria suficiente por enquanto.

 - Desgraçado! – Emma o segurou pelo colarinho da camisa. – Cafajeste.

- Você está louca? – Robin falou, o canto da boca sujo de sangue. – Me solte agora!

- Me mandou aquele vídeo por vingança, não é? – Emma disse com raiva. – Agora você conseguiu nos separar!

- Vídeo? – O homem perguntou, sem entender. – Do que está falando?

- Não se faça de desentendido. – A loira o segurou com mais força, sua vontade era de apertar o pescoço dele ate que ficasse sem ar. – O vídeo que você aparece transando com Regina.

- Regina? – Robin franziu o cenho. – Eu não a vejo desde a formatura.

- O que? – A empresária o soltou, ela viu que ele parecia dizer a verdade.

- Eu não me encontrei com Regina. – Robin se afastou ate onde achou que seria seguro das mãos da loira. – Só com a irmã dela.

- Lana? – Agora quase tudo parecia claro em sua mente. – Onde? O fez com ela?

- Sim, Lana. – Ele falou achando melhor contar tudo antes que a mulher o atacasse para receber as informações. – Uma noite eu fui pra uma boate muito famosa no centro da cidade, meus amigos disseram que lá tinha uma dançarina que era de tirar o folego e eu aproveitei pra ir. Mas não esperava ver Regina no palco.

- Então descobriu que não era ela. – Emma concluiu. O mesmo tinha acontecido com ela.

- Sim. – Robin disse estranhando a fala da mulher. – Ela me chamou depois que a performance acabou, eu fui, achando que era Regina, contudo, ela me disse que era Lana, a irmã gêmea. Eu lembro que ela ficou um pouco chateada por ter confundido as duas, só que depois disse que poderia ser bem mais do Regina poderia tentar ser, que Regina era inocente, pura e fraca demais pra dar prazer pra alguém. Então tudo aconteceu la na boate.

Exatamente como eu, pensou Emma.

- E não parou por ai. Lana me levou pra casa dela, pra o quarto dela especificamente, e nós transamos lá.

- Onde o vídeo foi gravado. – A mais velha disse. – Você não a viu filmando vocês dois?

- Não. – Ele coçou a barba, pensativo. – Nós ficamos juntos no quarto, ela me pediu pra sair depois de um tempo e não voltou a me procurar.

- Emma, o que aconteceu? – Ruby chegou. – Você saiu correndo e chamou a atenção de todo mundo do restaurante o que deu em você?

- Ruby, eu preciso falar com a Regina.

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Emma recebeu uma ligação de Henry Mills uma semana depois do acontecido com Robin. O homem havia pedido gentilmente para que Emma fosse até sua casa naquela manhã e ela agora se encontrava dirigindo até a mansão. O transito estava estranhamente tranquilo e quando chegou a casa dos Mills, o lugar lhe pareceu deserto demais. Talvez porque só tinha ido lá uma única vez, era noite e estava cheio de pessoas.

A loira subiu os degraus que a separava da porta e quando preparou-se pra bater a porta, viu que a mesma estava apenas encostada. Estranho. Ela entrou com passos cautelosos e leves, constatou que não havia ninguém na sala de estar e nem um barulho vinha dos outros cômodos da casa. Será que o senhor Mills se enganou com a data?

Emma atravessou o arco que separava a sala de estar da de jantar, e antes que pudesse reagir, braços rodearam seu pescoço e a puxaram para um abraço. Ela conhecia bem aquele cheiro que agora lhe invadia os sentidos, aquela pele que estava em contato com a sua, aquele corpo que grudava-se ao seu de modo que era impossível haver espaço entre as duas. Era Regina. Swan rodeou a cintura de Regina com os braços e a puxou mais pra perto de si, matando sua saudade.

- Olha quem chegou para festa! – Lana apareceu no topo da escada carregando uma arma na mão. - Só faltava você, Emma. Foi fácil traze-la aqui.

A empresária colocou-se a frente de Regina, protegendo-a. Ela sabia do que a gêmea era capaz.

- Lana, eu sei o que fez. Fique longe de nós.

A mulher soltou uma gargalhada que ecoou pelo aposento. Ela terminou de descer as escadas e abriu uma porta ao seu lado, que dava pra uma espécie de despensa, retirou Henry Mills de la e o jogou no meio da sala. O homem parecia ainda mais velho que do antes, estava todo ferido e parecia inconsciente. Regina saiu de onde estava e correu ate o pai, mas parou assim que Lana apontou a arma diretamente em seu rosto.

- Nem pense nisso. – Lana falou. – Se der mais um passo e tentar ajuda-lo, eu mato você e depois sua namoradinha.

- Porque está fazendo isso? – Regina tinha os olhos cheios de água e parecia aguentar firme para não chorar. – O que eu fiz pra você?

- É simples Regina: você nasceu. – Lana caminhou ate Regina e segurou seu rosto por alguns segundos e depois deu um tapa em sua face, ferindo o lábio inferior da irmã e fazendo-a cair no chão. Emma deu alguns passos pra tentar ajuda-la, mas também foi parada pela arma de Lana. – O mesmo vale pra você, se tentar ajuda-la, eu mato as duas. Voltando para você. – Ela olhou para sua copia quase fiel. – A doce, bela e perfeita Regina Mills, a preferida da família. Aposto que nem sabe por que é tão mais amada.

- Lana...- Henry sussurrou em meio a um gemido de dor. – Pare com isso.

- Ou o que? – A mulher chutou o homem no estomago, arrancando dele um grito agonizante. Regina assistia tudo sem saber o que fazer e Emma procurava uma saída. Lana tinha uma arma apontada para Regina e ela estava em total desvantagem. – Vai me castigar, como fazia quando eu era criança? Não foi suficiente pra você ou pra mamãe? Agora você não pode fazer nada, por que eu tenho a vida de sua preciosa filha em minhas mãos, de novo e dessa vez basta puxar o gatilho e eu resolvo tudo.

- Lana, você não quer fazer isso. – Emma levantou as mãos em sinal de rendição. – Deixa a gente ir.

- Ah, eu quero. – Ela disse rindo. – Como quando éramos mais novas, você lembra, Regina? Eu tive sua vida por poucos minutos, a oportunidade de acabar com sua existência e fiz tudo errado, eles me pegaram e você saiu com apenas uma cicatriz no lábio.

- Você está louca, nada aconteceu e eu ganhei a cicatriz numa...

- Briga de cão e gato na varada quando a mamãe deixou você brincar sozinha. É tudo uma mentira. Eles mentiram pra você e me fizeram mentir a vida inteira. Naquele dia, eu tinha visto você dormindo e não gostei. Como acha que me senti vendo uma copia minha que um dia poderia tomar tudo o que era meu? Porque, era assim que eu pensava e não estava errada. Então, eu pensei: e se eu cortasse o rosto dela? E se eu a deixasse diferente de mim? Era uma ideia brilhante! É uma pena não ter concluído o serviço.

Emma olhava a mulher sua frente, completamente descontrolada e fora de si. Sua mente trabalhava a mil, buscando uma forma de fugir e ainda tirar Regina dali, porém uma arma nas mãos daquela desequilibrada podia causar um estrago. Mas ela resolveu arriscar, deu largos passos ate onde Regina estava, contudo não conseguiu chegar, já que Lana disparou em sua direção, acertando-a de raspão no braço esquerdo. A loira gritou de dor e caiu no chão, o local que a bala havia passado agora sangrava e ela tentava estancar com a mão.

- Eu falei pra você, Swan! – Lana esbravejou com raiva. – Agora eu quero matar Regina antes de terminar de falar tudo.

- Lana, por favor.

A gêmea acertou outra tapa no rosto de Regina e se agachou ate que ficassem da mesma altura.

- Eu te dei essa cicatriz. – Lana tocou o lábio superior da outra. – Se eu soubesse que ela me traria tantos problemas, não teria feito aquilo, não teria cortado você. Eu estava tão certa sobre você, que tomaria tudo que era meu, papai, mamãe e agora, Emma Swan.

- Eles não são seus. – Regina sussurrou.

- Seriam se você não existisse. – A outra falou. – Porque você tinha que ser assim? Porque não seguiu com o plano de conquistar a Emma da forma que combinamos?

- O que você ganharia com isso? Ela estava comigo.

- Se você tivesse agido como eu falei, ela não me tiraria da cabeça, ela sempre lembraria da noite que tivemos e quando ela te levasse pra cama, veria que você não é como eu, que não poderia dar o prazer que ela merece. Mas você resolveu ser sincera e estragou tudo. Claro que ainda tentei algo com ela, porém fui dispensada. Tentei te destruir com aquele maldito vídeo, só que como, sempre, Regina Mills ganhou. – Lana encostou o cano da arma na barriga de Regina. – Você engravidou.

- Você está grávida? - Emma perguntou encarando-a. paralisada com a recente notícia.

- Como...

- Eu te ouvi conversar com esse verme que carrega ai há alguns dias. – Lana levantou e se afastou. – Que vadinhazinha. Só que agora, eu vou ganhar, pra variar um pouco. Vou te matar na frente das duas pessoas que te amam, pegar Emma pra mim e viver num mundo onde você não existe.

- Eu nunca vou ficar com você, Lana. – Emma se pronunciou. – Eu amo a Regina.

 Regina virou o rosto na direção da loira, sem acreditar nas palavras dela.

- Então será capaz de me amar também, eu farei tudo pra que ame. – Lana pegou uma faca que estava na mesa, levou ate o lábio superior e lentamente ela o cortou, fazendo uma cicatriz parecida com a de Regina. No fim, ela sangrava e sorria, como uma psicopata. – Viu? Eu sou capaz de tudo por você, até ficar igualzinha a ela. E agora, vou acabar com essa copia fajuta.

 Tudo aconteceu muito rápido. Assim que Lana apontou a arma para Regina, Emma correu e se jogou na frente dela. Alguém havia entrado na sala e segurado Lana pelas costas, mas isso não evitou que um tiro fosse disparado. Emma fechou os olhos e não sentiu nada, quando olhou para Regina a viu caída no chão, com o abdômen ensanguentado.