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História A Filha do Coringa: a Origem - O início de uma investigação


Escrita por: silvacomsifrao

Notas do Autor


Oi gente, eu vou tentar postar o próximo capítulo agora no dia 12/10... já que as coisas ficaram mais picantes agora...

Capítulo 13 - O início de uma investigação


- Ele deixou você? – alguém perguntou atrás de mim

            Eu, que continuava olhando para a esquina em que o carro virou, desviei meu olhar para a voz feminina que havia feito a pergunta. Era uma das meninas hipsters que usava uma saia longa e estampada.

            - Sim, é... surgiu uma emergência. Eu acho – gaguejei. Eu estava muito confusa.

            - Ele não te contou para onde estava indo? – a garota parecia simpática, sua voz me dava uma certa segurança.

            - Não.

        - Garotos... sempre mentindo para nós.

            - Nem me fale – suspirei.

           

            A garota hipster me ofereceu carona, mas eu recusei educadamente e liguei para a taxista. Eu precisava de um tempo sozinha, não estava conseguindo pensar direito. Mas de uma coisa eu sabia: o Jason me devia uma boa explicação.

            A taxista, Vicky, foi muito educada comigo e tentou puxar conversa. Não me incomodei muito, pois ela me ajudou a me distrair. Ainda contou que Jason tinha repreendido um ladrão que tentou roubar o carro dela durante uma madrugada, naquele dia ela ficou extremamente grata por ele e deu seu número de telefone e sua confiança. Foi assim que eles se conheceram.

            Era óbvio que Jason era um cara bom, mas não conseguia nem imaginar qual era o segredo dele. Podia ser qualquer coisa. Parecia que ele queria muito me contar, mas não podia por alguma razão.

            Depois de pagar Vicky, ela insistiu para que se eu precisasse dela, podia ligar a qualquer hora. Garanti que faria isso, tinha gostado dela. Entrei em casa e verifiquei o horário no meu celular, eram mais ou menos 3:00 horas da madrugada.

            Ao subir as escadas para o meu quarto, descobri que meus pais estavam dormindo ainda – bom... pelo menos meu pai, porque podia ouvir seu ronco. Cheguei em meu quarto e me joguei na cama, olhando para o teto, meus olhos estalados, sem sono algum. Quase podia ouvir o barulho das engrenagens em minha cabeça enquanto pensava no segredo do Jason.   

            Por quê ele não me conta? Será que não é um segredo apenas dele? Será que ele não confia em mim, depois de eu ter sido sincera com ele? Será que aquilo podia me colocar em perigo? Colocar ele em perigo?

            Eram tantas possibilidades...

        Então, uma onda de ansiedade se chocou contra mim e peguei meu celular. Mandei inúmeras mensagens para Jason, mas ele não respondeu nenhuma delas. Era frustrante, parecia que estava fazendo um monólogo. Logo, desisti, irritada. Eu não iria mandar mais nenhuma mensagem.

            Não estava com vontade de levantar da cama para me trocar e escovar os dentes, então apaguei as luzes com o controle e fixei meu olhar no teto até o sono me atingir e eu dormir.

           

 

No dia seguinte, acordei às 11:00 horas da manhã, com fome. Era sexta-feira, então eu estava sozinha em casa. Fui para a cozinha e fiz meu café-da-manhã/almoço, uma omelete com bacon, queijo e manjericão.

            Jason ainda não tinha respondido minhas mensagens e decidi que não iria mandar mais nenhuma. Mas ainda sim, não podia deixar de ficar preocupada com ele. Meus dedos coçavam para pegar o telefone e ligar para ele, mas então eu estaria sendo muito irritante...

            Não. Não vou ligar. Estou brava com ele.

            Porém, talvez, se eu fosse para a biblioteca, ele iria me encontrar lá. A biblioteca tinha se tornado o nosso ponto de encontro, e aliás... eu tinha uma pesquisa para fazer. Eu tinha me esquecido completamente! Primeiramente, antes de esbarrar com o Jason, minha missão era descobrir mais informações à respeito da minha mãe biológica.

            Na verdade, o objetivo de fazer uma investigação sobre minha mãe, era descobrir quem era o meu pai. Ninguém sabia quem era. Nem que eu nunca fosse conhecê-lo pessoalmente, eu só queria um nome. O nome de quem engravidou uma mulher esquizofrênica, provavelmente contra sua vontade. Ou sei lá o que tinha realmente acontecido. Como já disse, ninguém sabia de nada. Nem tinham certeza se o nome dela era realmente Judith Wood, era o nome que ela tinha falado quando chegou em Arkham.

            Decidi retomar minha missão, Jason podia demorar para me responder, então eu iria tentar me manter ocupada. Meu objetivo era conseguir entrar naquela “Sala dos Documentos”.

 

A taxista de antes, Vicky, me levou até a biblioteca. Nós conversamos de novo e ela comentou algo sobre estar bastante ocupada hoje, mas que me colocou como prioridade, pois queria me manter segura; também falou para eu tomar cuidado. Fiquei meio confusa, mas como estava com pressa e ansiosa, falei que ia tomar. Entrei na biblioteca em passos rápidos até encontrar Kate, na entrada do grande salão, escondida em uma pilha de livros em sua mesa.

            - Oi, Kate – cumprimentei.

            Ela levou um pequeno susto. Fez um ruído de sobressalto e se levantou para ver quem era.

            - Ah, boa tarde, Cecy – seus olhos ainda estavam meio arregalados do susto, mas se acalmaram ao me ver. Ela ajeitou seus óculos, intelectualmente, e se apoiou na mesa.

            - Desculpe pelo susto.

            -  Não foi nada. Como posso ajudar? – ela se recompôs.

            - Tenho uma pergunta, o que têm exatamente na Sala dos Documentos? – fingi despreocupação.

            - Alguns arquivos velhos da prefeitura, documentos perdidos e doados de moradores e que não tem mais validade, e também alguns arquivos da polícia que não cabem mais no depósito deles. Por quê?

            - Eu estou fazendo uma pesquisa, procurando por alguém na verdade. Você acha que eu posso achar algo lá?

            Kate ficou pensativa por alguns segundos e então um brilho passou por seus olhos, e ela sorriu.

            - Na verdade, sim. É um novo projeto da cidade, aliás. Algumas semanas atrás trouxeram uma lista de pessoas desaparecidas de Gotham para a Sala dos Documentos para ficar em público. Qualquer um tem acesso à eles agora. Caso você encontre alguém que conheça, pode ir até a delegacia e ver os documentos da investigação.

            Meu coração começou a palpitar.

            - Você pode abrir a sala para mim? – perguntei, tentando esconder minha ansiedade.

            - Claro que sim.

           

Kate colocou oito pastas bem grossas, cheias de papéis, na mesa, uma de cada vez. Puxei uma delas para mais perto de mim e a abri, folheando as páginas. Nas folhas, haviam uma foto do indivíduo dado como desaparecido, o nome, a data que foi registrado o desaparecimento e em alguns haviam até um pequeno relatório das informações pessoais e físicas do indivíduo, como  cor dos olhos, da pele, altura, tatuagens, marcas de nascença, hobbies, cidades onde haviam morado, entre outras coisas. Alguns desaparecidos também não tinham todas as informações, estavam sem fotos, sem relatórios, alguns até sem nome.

            Mas o que chamou minha atenção, era o grande carimbo escrito “Falecido”, sobre algumas fotos. Isso me fez ponderar quantas outras pessoas mais ali naquelas pastas estavam mortas, mas sem confirmação. Quantos corpos nunca foram encontrados e nunca seriam. Quantas pessoas com esperança de que seus familiares ou amigos ainda estivessem vivos por aí e que voltariam algum dia, mesmo que fosse o mínimo de esperança, mas no fundo sabiam que era bem provável que algo tinha acontecido.

            - São todas essas pastas – Kate, por fim, falou. – Não há nenhuma ordem nas informações, está tudo aleatório, então eu acho melhor começar logo, Cecy.

            - É, eu tenho um longo trabalho – comentei olhando para as pastas com pelo menos 10 cm de altura.

            - Ah, vamos fechar mais cedo hoje, às 17:30. Então você pode ficar até esse horário. Qualquer coisa é só me chamar.

            - Tudo bem. E muito obrigada, Kate! – sorri.

            - Não há de quê.

            Depois que Kate saiu e fechou a porta da sala, me isolando, sentei na cadeira e comecei minha busca por Judith Wood. Era a única pista que eu tinha dela, um nome. E talvez ela nem estivesse registrada com esse nome.

           

            Havia mais ou menos uma hora que eu estava folheando as páginas dos arquivos, sem nenhuma descoberta, quando senti meu celular vibrar na mesa. Peguei-o e vi que Jason tinha finalmente respondido minhas mensagens.

            “Cecy, mil desculpas por ontem, sério mesmo. sei que está brava comigo. queria te explicar, contar a verdade, mas nao posso... nao agora. espero que me entenda. também nao posso me encontrar com vc por enquanto, estou muito ocupado com meu pai. tá uma loucura aqui em casa. desculpa mesmo. quando a poeira abaixar, prometo que a primeira coisa que vou fazer é conversar com vc.

            e outra coisa, se estiver fora de casa, volte antes que anoiteça. por favor, confie em mim quanto a isso. as ruas de Gotham vão pegar fogo hoje a noite. “

            Essa era a única mensagem que ele tinha enviado, e parecia que não iria mandar mais nenhuma por algum tempo.

            Eu tinha a sensação de que Jason estava me evitando, mas ao mesmo tempo sabia, de alguma forma, que alguma coisa estava errada e que o fato dele estar me evitando, não era culpa dele. Era um sentimento estranho.

            Entretanto, uma certa preocupação me atingiu quando li a última parte da mensagem: “as ruas de Gotham vão pegar fogo”. Não sabia o que ele queria dizer com essa frase, mas com certeza não era algo bom.

            “Jason por favor me conte o que está acontecendo!” – enviei.

            Fiquei olhando para a tela do celular por alguns segundos, como se isso fizesse com que Jason me respondesse. E quando perdi as esperanças e coloquei o celular de lado na mesa, ele vibrou e o peguei correndo.

            “agora nao. desculpe. apenas volte para casa, por favor. confie em mim.”

            Decidi seguir o conselho dele, e voltar para casa. Encarei todas aquelas pastas e elas me encararam de volta. Eu não tinha feito nenhum progresso na primeira pasta, na verdade, não estava nem na metade dela.

            Era difícil, pois nem uma foto eu tinha, só sabia o que meus pais tinham me contado, seus cabelos eram castanhos, do mesmo tom que o meu, seus olhos castanho-claros e tinha estatura mediana.

            “tudo bem então, estou indo para casa. mas vc sabe que nós temos que conversar.” – respondi.

            “eu sei” – recebi instantaneamente.

            “tchau, eu preciso ir. tome cuidado.”

            “VC tome cuidado”

            Então ele não respondeu mais nada.

           

            Liguei para os meus pais e pedi para eles me buscarem na biblioteca quando saíssem do trabalho. Estava quase na hora deles saírem mesmo. Minha mãe ficou meio preocupada pelo fato de eu ter saído sozinha e nem ter avisado eles, perguntou se eu estava com o Jason e eu respondi que não. Ela ficou mais preocupada ainda e como estava ocupada com algo, terminou a ligação falando que conversaríamos no carro.

            Fiquei meio confusa com a reação da minha mãe, mas pensei que fosse apenas paranóia da parte dela. Ela estava feliz com a liberdade que eu havia adquirido aqui em Gotham.

            Enquanto esperava meus pais em frente à Biblioteca, percebi que havia algo meio estranho com a cidade, o fluxo de trânsito estava maior que o normal e os cidadãos que estavam nas ruas, andavam apressados, sem prestar muita atenção ao seu redor. O quê estava acontecendo?

            Ouvi uma buzina. Era o carro dos meus pais, parados na rua congestionada. Corri direto para o veículo e quando entrei, nem deu tempo de respirar, já estava ganhando um sermão.

            - Filha, qual é o seu problema? Você quer se matar? – minha mãe praticamente gritou comigo.

            - Desculpa, mas eu realmente não estou entendendo o que você quer dizer – declarei com a maior calma do mundo. – E alguém pode me explicar por quê toda a cidade está um caos?

            - Cecy, você não assistiu ao noticiário? – meu pai perguntou, alarmado. – Toda Gotham está comentando sobre isso.

            - Não, eu acordei tarde. Nem liguei a TV.

            Minha mãe, que estava no banco do carona, virou para trás com os olhos arregalados e me disse:

            - Filha, o Coringa voltou à cidade. Fez uma aparição ontem à noite.


Notas Finais


Espero que tenham gostado :)

Twitter: @AMAQblog


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