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História A Filha do Coringa: a Origem - Inauguração do Asilo Arkham


Escrita por: silvacomsifrao

Notas do Autor


Olá pessoas! Desculpe não ter postado antes, é que eu realmente não tive tempo e eu fui fazer o ENEM esse final de semana #derrotada... MAS, para compensar um tal de Bruce Wayne aparece nesse capítulo <3

Capítulo 16 - Inauguração do Asilo Arkham


- Cecy, você já está pronta?! – ouvi minha mãe gritar, e depois de alguns segundos ela abriu a porta e entrou em meu closet.

            Minha respiração deixou meu corpo ao vê-la através do espelho.

            - Uau... mãe... você está linda! – estava surpreendida. Não era sempre que ela se arrumava para ir em uma festa. Estava toda esvoaçante com um vestido verde-musgo longo com bastante tecido – parecia que flutuava enquanto andava.

            Mamãe parecia apressada, foi direto para minha caixa de jóias caras.

            - Obrigada – ela disse, se virando para me encarar e demorou seu olhar em mim. – E se eu estou linda, você está maravilhosa – sorri, constrangida. Estava colocando um enfeite de pérolas em meu coque desarrumado, mechas de cabelo estavam caídas do penteado. – Filha, você me empresta aqueles seus brincos de argolas com pedras?

            - Claro que sim - respondi. Mamãe já os tinha colocado, mesmo.

            Estávamos indo para a festa de inauguração oficial do Asilo Arkham, na prefeitura de Gotham. Era para o evento ter acontecido antes, só que foi adiado por causa dos ataques recentes do Coringa. Entretanto, já estávamos à quase 3 semanas sem ataques, e o povo estava começando a ficar preocupado. Era possível que o Príncipe Palhaço do Crime estivesse planejando algo grande.

            Mamãe ficou esperando até eu ficar pronta, e quando terminei, me permiti olhar no espelho. Era difícil olhar para ele, especialmente quando tive crises recentes, então não olhei durante muito tempo, mas o suficiente para saber que eu estava mesmo linda.

            - Esse vestido caiu muito bem em você – mamãe comentou, eu já estava de costas para o espelho.

            Tinha que concordar com ela. Escolhi um vestido mullet (curto na frente e longo atrás), mas a parte mais longa ia até o joelho, com pontas em altura desiguais, todo branco e com detalhes em fita de cetim preta na cintura e na ponta do vestido. O corpete era em renda branca, que ia até as mangas. Entretanto, havia um imenso decote nas costas, que mostrava quase toda ela.   

            Tentei me olhar de costas no espelho, e era possível ver uma pequena cicatriz que tinha em formato de gancho, perto de meu ombro. Só que de longe quase nem dava para perceber.

            Os saltos brancos da Gucci e as jóias de pérolas complementavam o look, maravilhosamente.

            Queria que Jason me acompanhasse na festa, mas não queria precipitar um pouco as coisas com os meus pais, especialmente com o meu pai. Só tinha contado para mamãe que estávamos namorando, e ela ficou muito feliz, apenas pedi para que ela não contasse para papai, pelo menos não agora.

            Também cheguei à comentar com Jason sobre a festa, mas ele falou que não foi convidado, e assim não poderia ir.

            - Eu sei – disse, e então rimos.

            Eram raros esses momentos de mãe e filha que tinha com ela, mas eram tão gostosos. Queria ter tido mais momentos assim.

            Ouvimos meu pai gritar lá de baixo que estávamos atrasados, e logo nos apressamos.

                                                                                                                      

            Nunca tinha ido à um evento com meus pais, pois antes eu era muito nova para participar de eventos de adultos e também por causa da minha instabilidade mental. Mas agora, meu controle nunca esteve tão bom. Depois de 3 semanas da minha última crise, estava mantendo tudo  sob controle totalmente; coisa que antes, podia demorar meses. 

            Ao chegar na Prefeitura, fiquei admirada com o quanto parecia maior por dentro. O hall de entrada era pequeno, mas sua decoração requintada ao estilo eduardiano deixava o espaço bem aproveitado. A festa estava acontecendo no andar de cima, e ao subir as escadas, deparei-me com um salão de festas maior do que pensei.

            Garçons andavam para lá e para cá com taças de vinho e champagne, bandejas de canapés e outros tipos de quitutes. Músicos tocavam um jazz agradável aos ouvidos. Convidados conversavam em um tom baixo, o qual estranhei, pois geralmente era preciso falar alto em festas devido ao barulho demasiado e caos. A atmosfera estava muito prazerosa, queria ficar ali para sempre.

            Como não sabia muito bem o que fazer, fiquei ao lado dos meus pais o tempo todo, cumprimentando todos os amigos e conhecidos deles. Não reconheci ninguém, especialmente os amigos antigos deles que me conheceram muitos anos atrás quando ainda morávamos em Gotham. Curiosamente, não lembrava nada dessa época, nem um flash sequer. Eu acho que era muito criança na época.

            - Elliot! Charlotte! – um homem de meia idade apareceu de repente do meu lado, cumprimentando meus pais, sorridente. – É muito bom revê-los por aqui! Pensei que nunca mais voltariam.

            O amigo dos meus pais era alto e corpulento, sua barba por fazer tinha tons de branco, cinza e preto, indicando que tinha uma idade mais avançada. E por trás dos óculos haviam olhos sábios e sedentos por alguma coisa... mas não sabia o que era.

            - Ah, ganhamos uma boa proposta em Arkham – papai respondeu. – E você sabe,  Gotham é uma cidade perseguidora. Não importa aonde vá, ela vai junto.

            Todos riram, e eu fingi que também tinha achado graça.

            - De fato, Elliot – então ele cravou os olhos em mim, ao acaso. – E quem é essa jovem adorável?

            - É a nossa filha, Cecily – mamãe disse.

            - Prazer em conhecê-lo, e pode me chamar de Cecy – complementei, apertando sua mão.

            - Prazer em conhecê-la também, Srta. Cecy. Eu sou o Dr. Owen Schaeffer, amigo antigo de seus pais e cientista.

            - Cientista? – perguntei interessada. – Com quê trabalha?

            - Eu sou engenheiro genético, trabalho com genética humana, de plantas, de microrganismos e etc, basicamente.

            - A nossa filha gosta muito do ramo de laboratórios, química e essas coisas – papai comentou.

            - Ah – então o Dr. Schaeffer pareceu animado, um brilho apareceu em seus olhos – que interessante. Diga-me Srta. Cecy, o que mais lhe seduz? Quero saber tudo.

            Eu sorri.

            Agora eu sabia aquela coisa no olhar dele. Era curiosidade, um intenso impulso em descobrir coisas novas e a verdade por trás de tudo. Tudo misturado. Aquele era um olhar digno de um cientista.

            Acabei conversando com o Dr. Schaeffer por mais de meia hora, sobre o que fazia no laboratório e sobre sua profissão; fiquei tão apaixonada pelo que ele fazia que tinha quase certeza que aquela era minha profissão. Meus pais até nos deixaram sozinhos, entretanto eu conseguia vê-los de onde estava. Então, depois de um tempinho, nosso diálogo foi interrompido por alguém falando ao microfone no palco.

            A música já tinha parado e uma mulher com um vestido dourado e muito brilhante, estava tentando ganhar a atenção de todos no recinto. Quando todos se silenciaram e estavam com toda sua atenção voltada para ela, a mulher se comunicou:

            - Boa noite à todos! É um prazer receber todas essas pessoas nessa reunião adorável, em comemoração à inauguração recente do Asilo Arkham – aplausos. – Todos aqui de alguma forma contribuíram com a reforma do asilo ou fazem parte dele. Mas chega de enrolação! – risos - Por favor, recebam Bruce Wayne, dono e diretor das Empresas Wayne, a maior financiadora e patrocinadora da reforma.

            A mulher saiu e deu lugar à um homem que tinha uma aparência imponente e que demonstrava confiança. Aplausos ressoaram no salão, mais fortes do que antes.

            Então esse era o cara mais rico de Gotham – pensei. Ao vivo e em cores.

            Nem prestei muita atenção em seu discurso, prestei atenção nele, o homem mais rico de Gotham. Havia uma certa melancolia em seu olhar, era bem visível, mas não sabia como ele demonstrava confiança e imponência ao mesmo tempo com essa certa tristeza. Talvez fosse apenas uma máscara. O que será que estaria por trás dela? Um trauma, talvez?

            Eu evitava usar máscaras. Não gostava de fingir ser uma coisa que eu não era, fingir ter uma vida normal. Entretanto haviam algumas situações em que era extremamente necessário, como essa festa por exemplo. O que as pessoas pensariam ou fariam se eu contasse para elas que eu tinha uma segunda personalidade demoníaca?

            Em seguida o Prefeito Edwards tomou o lugar do cara rico. Seu discurso foi 3 vezes mais longo que o do Sr. Wayne, então já perto do final, ninguém mais estava prestando atenção no discurso. Olhei em volta e vi pelo menos umas 10 pessoas bocejarem uma depois da outra. Eu achava engraçado o efeito em cadeia do bocejo nas pessoas, parecia que era contagiante tipo catapora.

            Mais aplausos e depois foi a vez do Médico Diretor do Asilo Arkham, para a nossa alegria ele não demorou muito e foi bem simpático. Mencionou até a volta dos meus pais para o Asilo, parecia que eles eram psiquiatras mais importantes do que pensava.

            Um pequeno vulto nas janelas, do outro lado do salão, chamou minha atenção. Não sabia o que era, mas minha imaginação muito fértil, jurava que tinha sido um panda. Acho que minha “outra eu” estava começando a conjurar alucinações.

            Um urso panda. Dei uma risadinha, sem ninguém perceber.

            Depois de todos os discursos, anunciaram que uma mesa com comidas estava à nossa disposição e que logo mais, as apresentações das atrações da noite iriam começar. Não tinha nem ideia de que apresentações seriam essas.

            - Caramba, que demora com os discursos monótonos. Estou morrendo de fome. Canapés não enchem a minha barriga – Dr. Schaeffer comentou, colocando a mão na barriga para enfatizar seu comentário.

            Eu ri. Dr. Schaeffer era um tanto cômico... e meio gordinho.

            - É, eu também não sou paciente para com discursos.

            - Cecy, posso roubá-la por alguns instantes? – minha mãe interrompeu a conversa, aparecendo de repente e pegando meu braço. – Alguém quer conhecê-la – explicou. Então se dirigiu ao doutor. – Espero que não te incomode, vocês podem continuar à conversar depois.

            - Ah, é claro que não, Charlotte – ele deu de ombros. – Eu já estava de saída mesmo, indo para a mesa de comidas. Vejo você depois, Srta. Cecy – acenou. – Charlotte também.

            Então minha mãe me puxou enquanto acenava de volta para ele. Quase tropecei nos saltos, ela estava com pressa.

            Não demorou muito para que chegássemos até o lugar onde meu pai e um outro homem – familiar – estavam conversando. Ele estava de costas para mim, mas quando chegamos mais perto, ele se virou e o reconheci imediatamente. Era o cara rico, Bruce Wayne.

            Meu Deus, que vergonha a minha mãe me arrastando para conhecer esse cara.

            - Pronto, aqui está ela – meu pai anunciou, pegando de leve em minhas costas.

            Parei entre papai e mamãe, o Sr. Wayne estava bem em minha frente. Ele realmente era um homem imponente, seus ombros e tronco eram enormes, parecia que passava muito tempo na academia. E, é claro, era lindo também, para um cara de meia idade; seu maxilar era bem definido, seus olhos honestos, sua postura impecável, e era muito refinado e ajeitado, não havia um fio de cabelo fora do lugar e nenhum milímetro de seu smoking amassado. O tipo de aspecto impecável que pessoas muito ricas tinham.

            - É um prazer conhecê-la, Cecily Ainsley – ele estendeu a mão, mas ao invés de apertarmos as mãos, quando segurei à dele, o Sr. Wayne a levou à boca e a beijou de leve. É claro que eu corei dos pés à cabeça. – Eu sou Bruce Wayne.

            - É um prazer conhecê-lo também, Sr. Wayne – tentei não demonstrar o nervosismo e timidez que estava sentindo no momento. Sorria e seja gentil– Por favor, me chame de Cecy.

            - E você pode me chamar de Bruce – ele sorriu, também. Na verdade, pensei que ele fosse menos simpático. – Ouvi muito sobre você.

            Meu coração foi parar na garganta. Dei um riso, ligeiramente nervoso.

            - Espero que eles não tenham me denegrido.

            - Ah, é claro que não. Apenas coisas boas – o cara rico me olhava de um jeito estranho. Então se voltou para meus pais. – A filha de vocês se tornou adorável e linda, vai conquistar muitos corações – Bruce piscou para mim, e eu corei.

            - Ah, ela já conquistou – mamãe comentou.

            Meu coração bateu na velocidade da luz. Minha mãe não podia calar a boca? Não devia ter contado para ela que eu e Jason estávamos namorando.

            Tentei olhar para ela com os olhos arregalados, enviando uma mensagem indireta, para ela encerrar aquele assunto. Mas ela não encerrou.

            - Qual é o nome dele, filha? Jason, alguma coisa...

            - Mãe – murmurei, enfatizando para ela parar.

            - Todd – meu pai completou, dando um gole na taça de champagne. – Jason Todd.

            Não pude deixar de notar um certo desprezo em sua voz quando falou o nome dele – na verdade eu nem tinha o conhecimento de que ele sabia o nome do Jason. E pelo visto, mamãe tinha contado à ele sobre Jason também. Odiava quando ela fofocava sobre minha vida para os outros, ela sempre fazia isso quando ficava empolgada ou com orgulho de minhas conquistas ou algo do tipo.

            Entretanto, havia uma coisa que nem ela, nem meu pai gostavam de comentar. Duvidava que alguém do círculo de amigos deles soubesse que tinham uma filha com problemas mentais.

            Eu fiquei surpresa com a reação do cara rico para com o nome do meu namorado. Bruce arregalou um pouco os olhos e piscou algumas vezes.

            - Jason Todd? – ele perguntou. – Ele é um dos meus empregados, meu assistente aliás.

            - Sério? – eu estava incrédula. Jason não tinha me falado que trabalhava para Bruce Wayne. – Eu... eu não sabia.

            - Pelo visto nenhum de nós sabia – papai comentou, ainda com desprezo. Então seu olhar se fixou em algo, o que o fez revirar os olhos. – E por falar no diabo.

            Era Jason. Ele estava vindo em nossa direção, em um passo rápido.

            - Boa noite, Sr. e Sra. Ainsley – cumprimentou meus pais. – Cecy – pegou minha mão e a beijou, delicadamente.

            Eu o encarava incrédula e ele percebeu que havia algo errado, porque demonstrou um olhar curioso, que logo se transformou em entendimento e depois arrependimento; enquanto continuávamos nos encarando.

            Um silêncio extremamente constrangedor reinou sobre a nossa roda de conversa. Não queria ter uma discussão com ele perante meus pais e o cara mais rico de Gotham. Porém, foi o cara rico que salvou nossa pele.

            - Jason, por quê você e Cecy não vão dar uma volta e conversar? Parece que têm coisas à resolverem.

            - É, parece que sim – Jason respondeu, mas sem tirar os olhos de mim.

            Ele ofereceu seu braço e eu o aceitei, deixando-o me levar dali. Mas Bruce parou Jason, antes de nos retirarmos completamente.

            - Não precisa ter medo de me contar sobre essas coisas – ele avisou, murmurando, numa conversa íntima.

            - Você já sabia – Jason afirmou. Não tinha sido uma pergunta.

            - Sim – vi um meio sorriso surgir em seus lábios.

            - Então por quê contar? – Às vezes eu me admirava com a esperteza de Jason.

            Então nos ausentamos do grupo, mas quando olhei para trás, inconscientemente, Bruce Wayne deu uma piscadela para mim.

            Tentei esconder um sorriso.


Notas Finais


Espero que tenham gostado da surpresinha! Eu sei que a aparição dele foi bem curtinha, mas ele vai aparecer mais vezes.
Twitter: @AMAQblog


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