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História A Filha do Coringa: a Origem - Uma promessa


Escrita por: silvacomsifrao

Notas do Autor


Olá, pessoas! Mais Jason e Cecy pra vocês!!! E é a partir desse capítulo que as coisas começam a ficar mais emocionantes...
E eu queria agradecer por todos os comentários fofinhos e os mais de 50 favoritos no Spirit!!! Sério gente, faz toda a diferença. Me anima para escrever nos dias em que estou desanimada ou triste. Então muito obrigada!!! Amo vocês <3

Capítulo 17 - Uma promessa


Fomos parar no terraço principal do salão, adjacente ao teto da entrada da prefeitura. Era um espaço grande, apesar de não ter quase nenhuma decoração, apenas umas plantas. Mas logo percebi o porquê da decoração vazia... não era necessário. Só a vista daquele lugar já era impressionante, ainda mais por estarmos em um local baixo.

            Era possível ver o mar e as estrelas, já que não havia quase nenhum prédio alto para tampar a vista. Talvez fosse minha segunda vista preferida de Gotham, depois a da minha própria janela.

            Enfim, paramos na balaustrada do terraço, admirando a vista. Nenhum de nós falou nada à princípio, até nossos olhos se encontrarem. Fiquei muito consciente de que nossos corpos estavam muito próximos, podia sentir sua respiração vindo diretamente em meu rosto.

            - Não vai perguntar o que eu sei o que quer perguntar? – incitou Jason, impassível.

            - Você disse que não tinha sido convidado. O quê está fazendo aqui? – fui direta, apesar de que a sua respiração estivesse me distraindo... só um pouquinho.

            Não estava conseguindo raciocinar muito bem.

            - Bom, eu realmente não fui convidado. Mas meu pai foi, e ele conseguiu mexer uns pauzinhos.

            - Ah, deixe-me advinhar... – fiz uma expressão de espanto exagerada. – Seu pai é Bruce Wayne, o cara rico.

            Jason ficou meio incomodado com a minha alegação, mas não me contestou. Simplesmente desviou o olhar do meu para a vista, novamente.

            Acho que fui dramática demais.

            Respirei fundo e me posicionei ao seu lado, colocando a mão em seu ombro.

            - Desculpe se eu fui rude – falei.

            - Não, não foi – uma breve pausa. – Ele é meu pai adotivo.

            - Adotivo? – fiquei surpresa. – Por quê não contou? Você sabe que eu também sou adotada, eu entendo...

            - Não, você não entende – ele me cortou, quase que imediatamente, elevando o tom de sua voz.  – Não sabe o que é ver sua mãe se suicidar e fugir de casa logo depois, porque seu pai era um criminoso, assassino e não dava a mínima para seu filho.

            Ele praticamente cuspiu as últimas palavras. Vi seus punhos cerrarem sobre a balaustrada e dei um pequeno passo para trás, só por garantia...

            - Bom, eu não tenho idéia de quem meu pai é, mas para ter engravidado uma mulher esquizofrênica devia ser um monstro. O pior de tudo era que minha mãe tentou me arrancar da sua própria barriga várias vezes, pois não me aceitava, fato que acarretou a própria morte dela.

            - Do que está reclamando? Seus pais são bem sucedidos e te deram uma vida boa – dessa vez ele tinha se virado para mim. Seu tom de voz continuava alto. – Vivi na rua durante meses, roubando para sobreviver. Coisa que meu próprio pai fazia. Não tem ideia de quantas vezes eu passei fome, porque não queria me tornar uma pessoa igual ao meu pai!

            Senti bem no fundo de minha mente que a briga estava atiçando minha “outra eu”. Pisquei meus olhos várias vezes para não deixá-la tomar conta do meu corpo.

            - Uma vida boa? Meus pais podem até ter dinheiro, mas minha vida não foi e nunca será boa. Sabe por quê? Por causa dessa maldita segunda personalidade que me atormenta 24 horas por dia. Você não tem ideia do sofrimento que ela causou em minha vida, ela praticamente a destruiu! – minha respiração estava ofegante. – Você tem que parar de reclamar! Pelo menos você não é doente da cabeça, não te chamam de “louco” pelas costas!

            Fechei meus olhos e respirei profundamente, me acalmando. Quando eu os abri, continuávamos cara à cara. Seus olhos ainda abrigavam raiva, só que contida. Esperei ele falar algo, mas não se manifestou.

            - Escuta, eu não quero brigar com você – cedi, passando a mão pelas minhas têmporas. – Só quero entender por que mentiu para mim à respeito de seu pai.

            Jason deve ter se tocado que estava sendo um babaca, porque ele também cedeu. Relaxou seus ombros significativamente e soltou toda a respiração que estava prendendo.

            - Ok, desculpa. Eu estou meio alterado hoje – encostou suas costas na balaustrada, esfregando seu rosto.

            - Perdoado – também me encostei do seu lado. Nossos braços se roçavam, me fazendo formigar.  – Então seu pai adotivo é Bruce Wayne?

            - É... eu meio que tentei roubar as calotas do seu carro uma vez, mas só que ele me pegou e me enviou para um reformatório. – achei que tinha visto um pequeno sorriso se formar no canto de sua boca. - O porém era que o lugar era ainda pior que as ruas, os funcionários de lá exploravam as crianças. Quase mataram as mais problemáticas com um gás uma vez, só que eu consegui impedir. Gravei tudo com uma câmera e fugi direto para a delegacia. O lugar foi fechado dias depois e eu e as outras crianças estávamos prestes à ser levados para outro lugar quando Bruce Wayne surgiu, querendo me adotar, porque eu tinha sido honesto e justiceiro.

            - É uma bela história – sorri. – Então você não estava mentindo quando disse que seu pai tinha uma empresa e que estava te treinando para administrá-la.

            - Bom, essa parte foi quase toda verdade. Eu meio que sou o assistente dele na empresa e é bem possível que eu seja um dos herdeiros dela quando algo acontecer com Bruce.

            - É uma grande responsabilidade – comentei.

            - Nem me fale – concordou. Silêncio entre nós, apenas o barulho da festa ecoando ao fundo. – Sinto muito pela sua mãe, não sabia o que tinha acontecido.

            Jason colocou sua mão sob a minha.

            - E eu sinto pelo seus pais também.

            Mais silêncio.

            - Tem uma coisa que eu estava querendo falar com você, já faz um tempinho... – ele começou. – Quando fui falar com a Kate, da biblioteca, se ela tinha visto você lá no período em que estava com as crises, disse que a última vez que foi lá, estava pesquisando algo... procurando por uma pessoa na verdade...

            - Meu pai biológico – interrompi, impassível.

            Confusão se alastrou por seu rosto.

            - Por quê? Não acabou de falar que seu pai era monstro por ter engravidado sua mãe esquizofrênica?

            - Eu sei, é só que... eu quero saber quem ele é e entender qual o real motivo da minha mãe ter engravidado. Talvez tenha sido um acidente, ou não, talvez até coisa pior. Talvez ele nem saiba da minha existência, ou talvez sim. Eu não tenho ideia, Jason. Ninguém sabe de nada. Ela apenas apareceu em Arkham, grávida, e ninguém sabe como. Eu nem sei se o seu nome é verdadeiro e nem tenho uma foto sequer – respirei fundo. – Mas eu sei que a resposta de  todo esse mistério está aqui em Gotham.

            - Bem, desculpe, mas você teve o azar de sua resposta estar aqui em Gotham, a cidade onde os segredos não gostam de ser revelados – pelo menos Jason não me iludia.

            - Eu sei que posso me meter em uma encrenca por causa disso, mas eu só quero decifrar pelo menos algumas partes desse borrão. Já seria o suficiente para quem não sabe absolutamente nada.

            - E é exatamente por isso que eu vou te ajudar, não a quero arranjando encrenca sozinha. Eu sou muito bom em resolver mistérios – ele olhou para mim com um sorriso safado. – E sabe, precisa de alguém para te proteger. Alguém forte, inteligente, esperto, bonito...

            Levantei uma sobrancelha.

            - Ok, Sr. Músculos – tentei parecer indiferente. Mas uma ajuda seria realmente boa, não tinha feito progressos até agora. Fui à biblioteca, nos arquivos de pessoas desaparecidas, mais algumas vezes e nada. – Só prometa que vai manter tudo relacionado à investigação entre nós dois, não quero que ninguém saiba.

            - Eu prometo, com meu mindinho – ele levantou o seu mindinho, esperando o meu.

            Encarei o seu dedo levantado.

            - Jason, isso é coisa séria – parecia que ele não estava realmente se comprometendo.

            - Eu sei – dessa vez ele estava sério, de verdade. Eu gostava de como a honestidade se manifestava abertamente em seus olhos.

            Então juramos de dedinho.

            E depois nos beijamos. Rindo. Entrelaçados um no outro. Totalmente despreocupados com o futuro.

            E eu sabia que estava segura enquanto estivesse naqueles braços.

            - Vem, vamos dançar! – Jason estava me arrastando para dentro do salão, os músicos começaram à tocar uma música lenta.

            - Não, eu sou a pior dançarina do mundo! – empaquei no meio do caminho, puxando-o para o lado contrário.

            - Eu também não danço muito bem – Jason comentou, parecia que estávamos brincando de cabo de guerra.

            - Jason eu tenho vergonha! – falei de uma vez, desvencilhando-me do seu aperto.

            Ele ficou parado, com os braços cruzados, olhando pensativo para mim. Então, observou o grande terraço ao nosso redor com um sorriso safado estampado no canto da boca.

            - Vamos dançar aqui então, ninguém vai nos interromper ou nos ver.

            - Jason, eu não danço – repliquei. Ele já tinha pego minhas mãos e as colocado em volta de seu pescoço.

            - Nem eu – ele disse,  fazendo um caminho com suas mãos pela minha cintura e depois pelas costas, até que me puxou para mais perto dele. Nossos corpos se encostaram, ele queimava, mas era uma sensação boa. – Vamos passar vergonha juntos – ele sussurrou em minha orelha, sua respiração fazendo-me tremer por dentro.

            A mão de Jason encontrou a minha, e logo as duas estavam posicionadas na altura do ombro. Nossos pés pisavam de um lado para o outro, seguindo a música. Eu, estabanada como sempre, não conseguia acompanhar o ritmo de Jason – ou era o contrário. Meus olhos não saíam dos pés.

            - Não consigo fazer isso – ri.

            - Não se preocupe com os pés. Só relaxe, e olhe para mim.

            Fiz o que ele pediu. E estranhamente deu certo.

            Mas nunca me senti tão nervosa perto dele antes. Passear e ir à encontros era uma coisa, mas dançar... ultrapassava as fronteiras do íntimo. Era um momento silencioso entre nós, onde os olhos se encontravam e o coração sentia uma coisa, simultaneamente, fazendo-o palpitar de emoção. Tudo isso com uma trilha sonora ao fundo, que só deixava o clima mais perfeito.

            Só que o clima deixou de ser perfeito quando a música parou abruptamente e um silêncio amedrontador se seguiu.

            Foi quando ouvi uma risada sinistra e logo gritos ecoaram do salão, em desespero. Junto com uns estampidos bem altos que eu tinha quase certeza que vinham de armas.


Notas Finais


E aí? Gostaram?

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