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História A Filha do Coringa: a Origem - Uma luz


Escrita por: silvacomsifrao

Notas do Autor


Primeiro de tudo, eu sei que teve muita gente que não gostou do capítulo passado. Vocês tem motivos. E talvez eu possa ter exagerado nele, e olha que eu pensei MUITO antes de postá-lo, tanto que eu até mudei umas partes porque a versão anterior estava muito pesada.
Mas eu não vou mudar o capítulo e quem quiser parar de acompanhar essa fic, sinta-se livre. Eu ainda estou me descobrindo como autora, e como autora é IMPOSSÍVEL agradar todo mundo. Eu estava escrevendo o que eu gostaria de ler.
Vocês não tem ideia do quanto eu gastei tempo pensando em cada detalhe dessa fic, de quantas vezes quase desisti dela e do quão frustrante é abrir o arquivo no word e escrever dois parágrafos em 1 hora por falta de inspiração naquele dia.
E vocês eram a única coisa que não me fez desistir desse projeto. Vocês sempre estavam tão ansiosos pelo próximo capítulo que eu não podia simplesmente deixá-los esperando para sempre. Mas também não vou desistir dessa fanfic só porque algumas pessoas não gostaram.
Já disse, vocês são tão livres para fechar essa aba e ir para outro site quanto leitores são livres para fechar um livro e não lê-lo mais.
Porém vocês não sabem nem a metade das coisas que estão por vir nessa história.

Capítulo 25 - Uma luz


– E como está o laboratório? – Jason perguntou.

            Eu estava ocupada desenhando círculos em seu peito nu e definido. E ele se entretia enrolando meus cabelos com os dedos. Aconteceu mais cedo do que esperava, mas eu estava nua em minha própria cama com um homem nu também. Apenas um lençol fino cobria nossas intimidades.

            Porém estava muito calor, apesar do lençol fino. O simples contato de nossas peles queimava muito. Eu tinha a sensação de que nós dois poderíamos incendiar uma floresta apenas se nos tocássemos.

            - Estou amando cada segundo – encostei a cabeça em seu peito. – É exatamente o que eu quero estar fazendo daqui alguns anos.

            - Vai ingressar na universidade logo?

            - Espero que sim. Estou planejando ir no próximo ano letivo... isso se eles me aceitarem – adicionei.

            - Por quê não te aceitariam? – perguntou em confusão. – Você é muito inteligente e está fazendo estágio com o próprio Dr. Schaeffer, e ele tem muita influência na Universidade de Gotham.

            - Eu sei, mas não é por causa disso... é por causa da minha doença. Da minha segunda personalidade.

            Uma pausa.

            - E o que tem de errado nisso? É uma doença, são obrigados à não a descartarem como potencial aluna por causa disso.

            - Jason eu já te contei o que ela fez. E eu vou ter que revelar isso a eles. Que eu quase me suicidei quando era criança, matei meu hamster de estimação, quase incendiei minha casa, que eu deixei meu melhor amigo paraplégico e muitas outras coisas. Está tudo nos meus arquivos.

            Ele se sentou na cama de repente e eu encostei a cabeça no travesseiro, apenas observando-o me contestar.

            - Cecy, você está preocupada demais. Eles vão te dar uma chance se você mostrar um histórico recente de que não está tendo mais ataques tão frequentes. Você mesma disse que está melhorando, conseguindo se controlar melhor.

            - Eu sei... é que acidentes podem acontecer.

            - No ataque ao baile você conseguiu se controlar muito bem. Ficou um tempo sobre muita pressão mesmo sem o remédio. Não teve crise.

            - Quase que eu não me contive – relembrei.

            - Mas conseguiu!  É o que importa. E é claro que uma vez ou outra vai ter recaídas, ninguém é de ferro, mas são essas recaídas que vão fazer você se levantar novamente, ainda mais forte.

            Mesmo não querendo admitir, Jason estava certo. Depois da minha última crise, senti-me mais controlada, menos propensa a ter outra crise tão cedo. Era como aprender a andar de bicicleta, iria cair algumas vezes, mas sempre levantaria determinada a pilotar aquele veículo novamente.

            - Tem razão – admiti.

            Nossos olhos se encontraram e quando Jason se aproximava para me beijar, seus olhos fixos em minha boca, um aparelho eletrônico de Jason tocou. Paralisamos, nossas bocas à apenas milímetros de distância. Mais um toque.

            - Vá atender – eu disse, suspirando e aumentando o espaço entre nós.

            Ele não disse nada, mas bufou de frustração ao levantar da cama para procurar o que quer que estava tocando. Dei um sorrisinho ao perceber que ele estava passeando nu pelo meu quarto.

            Jason fez questão de sair do meu campo de visão para atender seu aparelho – que parecia um relógio. Não consegui entender a conversa, mas sabia que era o Batman do outro lado da linha e o assunto era sério.

            Quando a conversa terminou, Jason se apressou e pegou todas as suas roupas e as levou para o meu closet. E no processo xingava o ar em um volume baixo.

            - O que aconteceu? – praticamente me arrastei e caí da cama enrolada no lençol em direção ao closet.

            Não abri a porta, é claro, mas fiquei encostada nela tentando escutá-lo.

            - Eu preciso voltar para a ronda. Batman precisa de ajuda, parece que um banco foi assaltado – escutei sua voz abafada vinda do outro cômodo.

            Eu não podia ter uma noite inteira com meu próprio namorado. Fiquei desapontada, mas também senti culpa. Ele não era apenas meu namorado, era um dos vigilantes de Gotham, parceiro do Batman e filho adotivo do cara mais rico da cidade. Era óbvio que eu não podia tê-lo só para mim e eu não podia simplesmente obrigá-lo a ficar comigo só porque queria.

            Não era aquele tipo egoísta de pessoa que faz a pessoa escolher entre uma coisa e outra. Entre mim ou Gotham. Entre Jason ou Robin. E não queria que ele pensasse que eu era esse tipo de pessoa.

            Ele tinha seus deveres e eu tinha os meus. Eram as conseqüências de estar se tornando um adulto.

            Foi Robin que saiu do closet, ou quase Robin - estava faltando sua máscara.  Quase caí quando ele abriu a porta, mas ele impediu que eu caísse.

            - Desculpa, eu tenho que ir – disse me pegando no colo e levando até a cama.

            - Eu sei. Eu entendo – falei sinceramente. E ele pareceu entender minha sinceridade.

            Ganhei um beijo na testa que foi capaz de recompensar a noite perdida.

            O garoto fantasiado, então, começou a procurar por algo freneticamente. Quase virou meu quarto de ponta cabeça em poucos segundos, mas eu já tinha achado o que estava procurando. “Ei”, chamei sua atenção e ele suspirou de alívio e um sorriso encantador surgiu em sua face.

            - Obrigada – agradeceu vindo em minha direção.

            E eu encaixei, gentilmente, a máscara em seus olhos, sem deixar de acariciar seu rosto no processo. Ambos olhamos para a boca um do outro antes dos olhares se encontrarem, e quando o fizeram os segundos passaram mais lentos e o mundo quase paralisou.

            - Não está brava? – perguntou. E era uma pergunta honesta.

            - Não – respondi. E era uma resposta honesta. – Como poderia ficar brava quando está indo tomar conta da segurança de Gotham? Da minha segurança, também?.

            Um sorriso terno apareceu em seu rosto um pouco antes dele me presentear com um breve, mas cheio de amor e significado, selinho.

            - Você é a pessoa mais paciente que já conheci – declarou Robin. – Vou recompensá-la por esta noite, prometo.

            - Eu sei – entrelacei minha mão com as dele.

            - Preciso ir - ele soltou minhas mãos. Mas antes beijou minhas juntas.

            Observei-o sair pela janela, em silêncio.

            Então passei a noite sozinha com meus pensamentos.

           

Acordei no dia seguinte sentindo falta do arquivo e as coisas sobre minha mãe biológica, Jason deixou um bilhete dizendo que as tinha pego no meio da madrugada. Havia uma rosa branca junto com o bilhete; eu não era fã de flores, mas o gesto de carinho foi o suficiente para encher meu coração de felicidade e bom humor logo de manhã.

            Coloquei a rosa sob o peito, abraçando-a. A imagem de Jason tomou conta, imediatamente, da minha mente. Só agora tinha percebido o quão apaixonada eu estava, na verdade, o quão adolescente-personagem-de-livros-apaixonada eu estava.

            Era ridículo.

            Era cômico de tão ridículo que era.

            Nunca pensei que me apaixonaria tão intensamente e tão de repente. Nunca pensei que minha vida pudesse dar tantas reviravoltas em um período  tão curto de tempo.

            A vida era tão imprevisível.

            Retomei o rumo dos meus pensamentos e pousei a rosa de volta em minha escrivaninha. Fui me trocar para ir para o laboratório e logo já estava saindo de casa. Meus pais me davam carona para ir e para voltar do estágio, mas eu queria mesmo era aprender a dirigir, eles não tinham me ensinado ainda e nem tinham tempo. Acho que teria que pedir a Jason de qualquer jeito.

            Já no meio da manhã, estava anotando algumas coisas de uma experiência do doutor, quando o vi conversando com uma mulher com um bebê no colo – parecia recém-nascido. Sabia que era feio escutar a conversa alheia das pessoas, mas não pude deixar de ouvir as palavras “teste de DNA”, “pai” e “muito obrigada por conceder esse favor”.

            Algo me veio em mente. Algo que eu não tinha ido atrás ainda, por medo. Muito medo da resposta.

            Meu coração logo subiu à garganta.

            Ele mesmo disse que estava sendo gentil ao me dar tempo para eu mesma provar aquilo. E uma oportunidade tinha acabado de bater em minha porta, não podia deixar passar.

            Observei, disfarçadamente, a mulher e o bebê irem embora do laboratório. Quando o Dr. Schaeffer veio até mim, fingi estar concentrada em meu trabalho, fazendo anotações. Após uma breve conversa sobre a experiência dele, o doutor me deixou sozinha, fazendo o que tinha que fazer.

            Porém, durante o resto do dia, fiquei pensando naquele lenço infectado com o sangue do Coringa escondido em meu quarto.


Notas Finais


Também queria pedir desculpas por eu ser humana e errar de vez em quando. Exatamente como vocês.
Mas espero que tenham gostado desse capítulo.

Ass. Mais Alguém Qualquer


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