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História A Filha do Coringa: a Origem - Mensagens


Escrita por: silvacomsifrao

Notas do Autor


Oi gente,
desculpa por ter ficado tanto tempo sem postar... é que a minha vida tá uma loucura agora e eu estou tentando organizar o meu tempo.
Sério, desculpa, eu sei que é um saco quando a fanfic demora pra ser atualizada... mas tá difícil aqui... espero que entendam.
Vou tentar me organizar aqui e escrever mais.

Capítulo 9 - Mensagens


 

- Quem era ele? – meu pai perguntou, meio incomodado com o fato de eu estar à alguns momentos atrás com um garoto.

Estávamos jantando em um restaurante, um pouco caro e chique à várias quadras de distância da praça onde estávamos.

- Era apenas um cara que eu conheci na biblioteca – disse antes de levar uma garfada de omelete à boca. Estava tentando parecer casual, como se não me importasse muito com aquilo.

Mas eu me importava.

Muito.

Meu pai não estava satisfeito ainda. Parecia que toda vez que nós meninas falávamos sobre garotos com nossos pais, eles ativavam um botão especial em suas cabeças e se tornavam super protetores de repente. Como se a filhinha deles estivessem ameaçadas pelos garotos, de alguma forma.

- Nós almoçamos juntos e ele me mostrou a cidade, apenas isso.

Encarei minha mãe, ela sorriu. Parecia estar feliz de eu ter feito um amigo. Meu pai, pelo contrário, comia sua refeição meio estressado e inquieto.

- Qual era o nome dele? – mamãe perguntou.

- Jason Todd.

- Ele parece um cara legal e bonito – ela adicionou.

- Sim, ele é, sim. Mas é muito mais do que isso. – meu olhar se perdeu. Havia alguma coisa no Jason...

Ouvi um suspiro e uma reclamação do meu pai.

- Ótimo, acabamos de nos mudar e minha filha já arranjou um namorado.

 - Eu não estou namorando ele – protestei. – Acabei de conhecê-lo.

- Então você não contou para ele? – meu pai me encarava, sério.

O garfo com a comida dele paralisou à 30 centímetros da sua boca. Minha mãe paralisou. Eu também paralisei.

De repente eu não tinha mais fome.

- Não, eu não contei ainda – respondi baixinho.

- Vai precisar contar. Não pode simplesmente omitir isso dele, pode acontecer um acidente e...

Eu o interrompi, irritada. Não queria que ele terminasse aquela sentença.

- Eu sei, é só... – suspirei, desviando o olhar deles. – Eu só queria fingir ser alguém normal, pelo menos até nos conhecermos melhor. Até ele confiar em mim e eu confiar nele. Mas eu vou contar, não se preocupem em relação à isso.

Meus pais pareceram concordar comigo, silenciosamente, e assim continuamos nossa refeição. Apenas ouvíamos o burburinho das conversas do restaurante e o barulho dos talheres nos pratos.

Toda aquela repreensão do meu pai trouxe à tona exatamente motivo dela. A minha “outra eu” estava começando a surgir pela primeira vez no dia de hoje, sentia ela pinicando a minha mente.

ENTERRE, ENTERRE BEM FUNDO

Tinha largado os talheres e estava massageando minhas têmporas.

- Vocês vão se encontrar amanhã de novo? – minha mãe quebrou o silêncio.

- Sim.

- Que ótimo! Estou feliz por estar fazendo amigos tão rápido– percebi que ela estava tentando me animar.

Eu apenas acenei com a cabeça. Sabe, eu amava meu pai, mas ele ficava me lembrando constantemente da minha “condição”, o que diminuía mais ainda a minha, já baixa, auto-estima.

Depois de algum tempo apenas brincando com a minha comida, pois tinha perdido o apetite, meu celular vibrou em minha bolsa. Meus pais não pareceram perceber enquanto eu o tirava da bolsa e escondia em meu colo. Acendi a tela dele. Meu coração palpitou dentro de mim, imediatamente.

Era Jason.

“oi” – a mensagem dizia.

“oi” – respondi, ainda tomando cuidado para meus pais não perceberem.

“o que esta fazendo?”

“estava jantando, mas perdi o apetite”

“aconteceu alguma coisa?” – eu recebia suas mensagens quase que instantaneamente.

“nao, eu só estou meio cheia do nosso almoço de hoje hahaha” – menti.

“omg, aqueles milshakes estavam muito bons! podia beber aquilo durante todos os dias de minha vida!”

“hahaha, e o que vc esta fazendo?”

“estou conversando com vc”

Eu corei, tentando esconder meu sorriso bobo dos meus pais, que estavam muito concentrados em uma conversa para prestarem atenção em mim. Continuamos trocando mensagens até eu chegar em casa, onde me tranquei em meu quarto e deitei em minha cama, toda extasiada de estar conversando com ele.

Eram mais ou menos, 23:00 horas quando nós tivermos que interromper nosso bate-papo, pois Jason disse que seu pai precisava de sua ajuda com algo. Eu tentei perguntar quê “algo” era esse, mas ele disse que “não importava” e depois se despediu de mim.

Eu achei aquilo meio estranho, mas dei de ombros. Não devia ser algo que me importasse. O que me importava no momento, era que eu estava toda boba, igualzinho à uma adolescente apaixonada em um filme, daquelas que ficam esperando o telefone tocar e que tem um surtinho de gritos quando ele finalmente toca.

Eu pensei que isso nunca fosse acontecer comigo, mas parece que eu estava enganada.

Fiquei deitada e largada em minha cama, olhando para o meu teto cheio de apanhadores de sonho pendurados – decoração que eu tinha feito recentemente – tentando desacelerar meu coração extasiado. Era uma sensação tão boa, mas ao mesmo tempo meio sufocante. E parecia que eu não iria me livrar dessa sensação enquanto Jason estivesse em minha vida.

Antes de dormir, tomei minhas pílulas e toquei um pouco de piano – que tinha finalmente chegado - até o remédio fazer efeito. Mas eu não estava estressada, incomodada ou nervosa. Eu estava calma, em paz. Minha “outra eu” apenas fez minha cabeça doer, o que era estranho, porque geralmente ela mexia com meu corpo, minhas sensações, tudo.

Acho que o motivo disso estava bem visível. Pela primeira vez na vida eu estava feliz. Não era apenas o Jason, era tudo. Minha vida não estava um lixo. O lixo que era antes agora estava reciclado.

Eu só tinha que rezar para não estragar tudo como eu sempre fazia.



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