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História A filha do Coringa e da Arlequina - Consulta.


Escrita por: AmandaHarley e AmandA

Capítulo 21 - Consulta.


Doutora Charlene Sánchez


Passo por alguns corredores indo em direção a minha paciente mais especial. É meio difícil andar por aqui com tantos loucos, alguns de dar medo só pelo simples modo de nos olhar. Ouço gritos no andar de cima, onde irei passar. Mantenho o controle e tento não olhar para as salas, mas a curiosidade não permite. Velho algumas mulheres se debatendo, se jogando contra a parede, outras conversando só e muitas outras gritando. Respiro fundo quando chego no terceiro andar, onde esta a garota.

As consultas não são feitas nas salas onde os doentes ficam, são feitas em uma sala especial, feita de grade. De longe vejo a menina me olhar.

Dois guardas ficam do lado de fora esperando minha consulta acabar.

- Olá Corina, Tudo bem?

Ela nada fala...

- Pode me falar um pouco sobre você?

Espero uma reação, mas ela continua ali me olhando.

- Bom, já que não vai falar sobre você, vou falar um pouco sobre mim.

Eu me chamo Charlene, mas pode me chamar de lene...

Antes que eu terminasse de me apresentar ela me interrompe.

- Pare, pare de falar!

- Só quero que fale um pouco de você.

- Você sabe sobre min, eles já devem ter te contado. Então pra quê quer saber o que já sabe?

- Só quero ser sua amiga Corina. E você pode contar...

Antes que eu terminasse a frase ela começa a gargalhar. Me olha nos olhos e diz:

- Amiga? Você quer ser minha amiga? Acha mesmo que eu sou burra, eu não nasci ontem não querida.

- Você pode não acreditar em min, pode achar o que quiser de min, mas me deixa tentar! Me deixa te provar que eu quero te ajudar, deixa?

- Ninguém pode min ajudar doutora.

- Vou te contar sobre min e depois você me diz o que quiser, até pode se livrar de min, só por hoje. Bom...

Você já sabe o meu nome, tenho 26 anos, sou nova né? Talvez pense que sou inexperiente, mas sei bem o que estou fazendo. Eu tive uma vida muito complicada, perdi minha mãe aos 14 anos, meu pai depois disso virou alcoólatra e me espancava todas as vezes que chegava bêbado em casa. Só tinha eu de filha, então eu sofri muito estando com ele. Me envolvi com um cara mais velho que eu, ele tinha 22 e eu apenas 17 anos. Engravidei do cara que acabou indo embora ao descobrir que ia ser pai. Eu não pudia ficar em casa, meu pai não aceitaria meu filho, então resolvi fugir de casa e ir atrás do pai, mas o encontrei se relacionando com uma mulher dentro de um carro na frente de uma boate. Fiz a maior confusão, ele se enfureceu, me levou em um beco e me espancou, nesse dia eu apanhei tanto, tanto que acabei perdendo a criança.

Fui para o hospital sangrando, um homem me ajudou a chegar lá, pois eu estava muito machucada. Depois fui na delegacia prestar queixa. Ele foi preso e eu? Eu não podia voltar para casa, não queria levar outra surra, então aprendi a me virar. Terminei os estudos muito sedo, então comecei a limpar casa, trabalhar em bares, fiz de tudo pra conseguir dinheiro pra fazer uma faculdade. Eu lutei muito pra chegar até aqui.

Eu iria parar de falar de min, mas ela logo perguntou.

- E porque você quis fazer psiquiatria?

- Não sei! Talvez porque eu sempre quis cuidar das pessoas, só ainda estava descobrindo de qual tipo de pessoa cuidar. 

- Por que esta me dizendo tudo isso?

- Porque eu sofri e sei que você também sofreu. Passamos por coisas diferentes mas tenho certeza que você sentiu a mesma dor que eu. E sei que do mesmo jeito que eu superei, você também pode superar!

Ela me olhava como se estivesse lendo meus labios , vendo através dos meus olhos.

- Confie em min. Diga sobre você!

- O que quer saber? Perguntou ela.

- Sei que você não teve outra saída e acabou matando aquelas pessoas. O que você sente hoje, em relação a isso?

- NADA!

- Fale mais...

- Eu sentia... Eu era cheia de sentimentos, mas percebi que sentimentos matam. Eles tentaram me matar, então os matei e quer saber, não min arrependo! O que eu sinto aqui dentro? Sinto um nada. Algo vazio pelas mortes que causei. Mas por aqueles que eu amava, sinto ódio.

- Quem se refere? Perguntei

- Ao Enrink, Thaís, meus Pais, todos se arrependerá de ter me traído.

- Por ter te deixado aqui?

- Chega! Gritou ela. Chega, não quero mais falar sobre isso.

- A consulta não acabou ainda Corina.

- Mas pra min acabou! Disse

Eu sabia que ela não iria falar mais nada, então pedi para os guardas abrirem a porta para eu sair.

- A consulta acabou Doutora? Perguntou um dos guardas.

Olhei para a menina, voltei a olhar para o guarda que esperava uma resposta.

- Sim, acabou.


_Se passou uma semana, amanhã tenho outra consulta com a garota. Estou até animada por ter conseguido fazer com que ela falasse um pouco. Pego a pasta dela e começo a ler sobre ela. Ela mudou muito estando na clinica. Seus cabelos cresceram, sua pele esta mais branca, esta até mais parecida com os pais, pegou mais corpo, parece até uma mulher para a idade dela.

Estou confiante que amanhã será diferente. Vou conseguir mudar a situação, fazer com que ela confie em min e me queira como amiga.


Corina:


Fiquei pensando nas coisas que a doutora falou, sobre o cara que a espancou e tirou a vida do seu bebê. Me bateu uma raiva terrível. Ela é jovem, linda, cabelos negros andulados, olhos escuros me lembra muito a minha amiga, quer dizer, Thaís.

Amanhã terei outra consulta e já sei o que eu vou fazer para sair daqui e completar minha vingança. Vou me fazer de boazinha, agir como uma pessoa normal, vou tentar tirar a menina sentimental do passado e dar a vida a ela aqui dentro de min.

- Eu posso tudo! Eu consigo! Eu sairei dessa porcaria de lugar. Eu não sou a mesma. As vezes penso que não tenho coração, é difícil ouvi-lo bater aqui dentro de mim. Não sei se vou conseguir amar outra vez, não sei se vale apena viver lúcida, a loucura esta me tomando, acho que viver sem ela me mataria.


_ E EU NÃO QUERO MORRER.


Notas Finais


Desculpem os erros...
Prometo melhorar! 😘😘😘


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