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História A filha do Mestre Pokemon - 2 Temporada - Capítulo 03 - Os Riscos da Batalha


Escrita por: BVCamacho

Notas do Autor


Mais um capítulo fresquinho para vocês.

Espero que gostem.

Capítulo 83 - 2 Temporada - Capítulo 03 - Os Riscos da Batalha


Klauss e Mariene estavam despertando depois de uma longa e boa noite de sono. Como de costume desde que Mariene foi para Hoenn, os dois continuavam a dividir a mesma cama, mas dessa vez Espeon, Pikachu e até o Mawile dormiram com eles. Por mais que fosse uma cama de solteiro, eles se espremeram na cama para caber todo mundo.

Mesmo com três dos membros sendo Pokémon, qualquer um que visse eles dormindo juntos diria que parecem ser uma família de verdade. Assim que despertou, Mariene sorriu ao se ver deitada ao lado de Klauss com seus Pokémon juntos. Para a sorte dela, a Espeon estava deitada na barriga do seu namorado, e o Pikachu estava deitado entre os dois junto do Mawile. Com cuidado, ela se levantou, fez sua higiene matinal e foi direto para a cozinha, como era de se esperar de uma Ketchum.

Mesmo decidida em não competir mais, só por estar junto do Klauss e com seus Pokémon ao lado dela, ela já se sentia muito feliz. Ela preparou o café da manhã para ela e para o Klauss, além de comida para os Pokémon, mas não conseguiu esperar o namorado acordar e comeu antes dele.

Klauss acordou um pouco depois, e encontrou Mariene no sofá assistindo à uma gravação da liga pokémon, e logo identificou que quem estava batalhando era o Ash. Ele decidiu não falar nada de imediato e foi direto para a cozinha pegar seu café da manhã, já que sentiu o cheiro e sabia que a Mariene já tinha preparado tudo. Os Pokémon acompanharam o Klauss para comer também, e com a liderança da Espeon, decidiram deixar a Mariene sozinha assistindo ao vídeo.

Quando finalmente percebeu que Klauss havia acordado, ele estava na porta da sala também assistindo ao vídeo junto dos Pokémon dela. Ela desligou a TV e foi dar um caloroso bom dia para o namorado, dando um grande beijo nele, e depois cumprimentou todos seus Pokémon, abraçando todos eles.

— Ei Klauss, vamos… Esqueceu que você me matriculou na escola pokémon?

— Claro que não, e não se esqueça da nossa batalha. Eu vou usar o Latios dessa vez, já que consigo Mega Evoluir ele e ele também pode voar.

— Legal, vai ser uma batalha aérea então. Será que estamos fazendo certo em fazer uma batalha tão intensa apenas para mostrar para os novos treinadores?

— Mazita, se foi a professora Lillie que pediu, então estamos. Não se preocupe com isso.

— Tem razão amor. Então vamos…

Assim que saem de casa, Klauss libera seu Magmar, e todos vão juntos para a Escola Pokémon. Espeon e Pikachu se divertiam no caminho, e algumas crianças que iam para a escola começaram a querer brincar com os dois também.

Mariene não viu problema nisso, e deixou que as crianças mais novas brincassem com eles pelo caminho. Pikachu e Espeon gostaram também de ter mais gente para brincar.

Quando chegaram na escola, Klauss pensou em retornar o Magmar, mas antes mesmo dele pegar a Pokébola a Lillie falou que não precisaria.

A aula foi sobre os Z-Moves, algo que a Mariene e o Klauss já conheciam muito bem, embora a Mariene só tivesse dois Z-Crystals e o Klauss apenas um, mas decidiram não interromper e nem comentar nada para não atrapalhar a aula.

Depois de explicar um pouco sobre os Z-Moves…

— Crianças, agora que conhecem um pouco melhor o Z-Move, que tal assistirem uma batalha de verdade?

A sala toda ficou eufórica com a notícia, e Aiko e Yudi riam dos que não acreditaram neles no dia anterior.

— Ontem, quando pedi para o Klauss e a Mariene ficarem, foi para pedir para eles batalharem para vocês verem, e eles aceitaram. Vamos todos lá para fora…

Todos saíram animados da sala e foram para o campo de batalha, mas assim que chegaram…

— Professora Lillie, é melhor a gente ir para a praia.

— Por que Mariene?

— Bom, não quero que ninguém aqui se machuque. Não quero presenciar isso de novo.

Quando ela falou “de novo”, um burburinho começou entre as crianças, que se perguntavam se ela já viu alguém se machucar por causa de Pokémon. Lillie entendeu o recado e levou todos para a praia.

Mariene e Klauss se afastaram um pouco dos outros alunos, que olhavam atenciosamente.

— Bom, hora de fazer algo que não faço desde a liga. Meu amigo, vamos lá… CHARIZARD, EU ESCOLHO VOCÊ!!!

Quando o Charizard Shiny da Mariene surgiu, as crianças ficaram desesperadas para ir tocar no Pokémon, e Mariene e Klauss perceberam isso. Sabendo que depois da batalha provavelmente nenhum dos Pokémon teriam condições de brincar com as crianças mais novas, Mariene chamou todos para perto.

— Charizard, eles são os alunos da escola que comentei. Como vamos batalhar, o que acha de levar eles para dar uma volta?

— Mazita, não esqueça do meu amigo. VAMOS LATIOS!!!

Klauss lança sua Pokébola e o Latios surge na frente dos alunos. A maioria não conhecia aquele Pokémon, na verdade, apenas Yudi e Aiko conheciam, pois já viram, uma vez, a Latias do Ash.

— Crianças, esse é o Latios, um Pokémon Lendário da região de Hoenn. — Lillie apresentou o Pokémon.

— Então esse metidinho tem um lendário? — questionou Takafumi.

— Esse “metidinho” me ajudou a salvar o mundo, se não fosse por ele, todos estariam mortos agora, até você.

— Os dois se acham mesmo…

— Já chega. Espeon, prenda a boca dele, por favor.

Espeon sorri para Mariene, e então um brilho azul se forma em volta de seu corpo e logo depois na boca do Takafumi. Ele tentava desesperadamente falar, mas não conseguia, enquanto as outras crianças riam dele.

Charizard e Latios levaram todos os alunos para dar uma volta, exceto o Takafumi, por motivos óbvios. Após brincarem um pouco, Mariene pediu para todos se afastarem, e eles obedeceram, até Lillie estava com um pouco de medo, pois sabia de tudo que aconteceu.

— Hora de começar… Preparado Charizard?

Charizard dá um forte rugido, que assusta todas as crianças.

— Mariene, eu não vou pegar leve só porque você não tem treinado.

— Tudo bem.

Enquanto isso, Aiko e Yudi conversavam com alguns outros amigos, ansiosos pela batalha. Assim que ouvem o bater de asas do Charizard, todos param de falar e se voltam para o local onde Mariene e Klauss estavam.

— Charizard, FLAMETHROWER!!!

— Latios, Hyper Beam!!!

Ao ouvir isso, alguns alunos ameaçam rir, por saber que um lendário normalmente é muito mais forte que um pokémon comum, mas param assim que veem Latios e Charizard se atacando ao mesmo tempo.

Os golpes colidem no ar e uma grande explosão ocorre, enquanto os dois Pokémon se encaravam.

— Eu não tenho treinado, mas o Charizard sim. Vamos lá Charizard, Dragon Claw!

— Evasiva e Dragon Pulse.

Charizard voa muito rápido em direção ao Latios, já com o Dragon Claw pronto, maior que da última vez que Klauss viu. Latios aproveita sua grande velocidade e desvia no último instante, fazendo Charizard passar reto. Ele se vira e lança seu Dragon Pulse na direção do Charizard.

— Charizard, atrás de você!!!

Charizard apenas olha para trás e vê a grande energia dracônica do Latios vindo em sua direção. Pouco antes de ser atingido ele mergulha e começa a dar a volta, escapando do golpe e indo atrás do Latios.

— OVERHEAT!!!

— PSYSHOCK!!!

Charizard lança seu Overheat em Latios, que desvia e vai para trás do Charizard rapidamente, lançando seu Psyshock e acertando o grande Charizard Shiny da Mariene, que solta um rugido alto de dor.

— Droga! Charizard, Seismic Toss!

— Latios, Hyper Beam de novo, aguarde o último momento.

— O que? O Charizard não tem como saber o Seismic Toss. — comentou um aluno de 9 anos.

— É verdade, ela não deve ser tão boa assim — comentou uma garota.

Lillie não falou nada, apenas riu discretamente dos comentários.

Charizard voou para cima do Latios, que apenas aguardava enquanto carregava seu Hyper Beam. Pouco antes de ser atingido, ele soltou o Hyper Beam, muito mais poderoso que o primeiro, jogando o grande Charizard no chão com muito dano. O grito de dor do Charizard foi tão alto que alguns alunos até ficaram com medo do que poderia ter acontecido, já que muita areia se levantou com o impacto e não dava para ver.

— MARIENE, ACORDA!!! NÃO É PORQUE É MINHA NAMORADA QUE VOU PEGAR LEVE. ESTAMOS BATALHANDO, NÃO TREINANDO. OU VOCÊ BATALHA SÉRIO, OU VAI DEIXAR O CHARIZARD SE MACHUCAR!!!

O grito do Klauss fez Mariene ficar um pouco irritada, mas não com ele, e sim com ela mesma. Ela sabia que não estava batalhando muito bem, e esse sermão acabou a ajudando a se concentrar.

— Tá legal… CHARIZARD, VAMOS MOSTRAR NOSSA FORÇA. — disse cerrando os punhos enquanto uma camada de chamas envolvia ela e o Charizard, assustando absolutamente todo mundo, menos a Lillie e o Klauss.

— VAMOS LÁ!!! — disse socando o ar ao mesmo tempo do Charizard.

Toda a chama que envolvia Mariene foi para o Charizard, que atingiu a forma completa da transformação, com os espinhos de fogo nas costas, e as duas chamas que transbordavam de sua boca.

— Finalmente. Vamos ver como está o vínculo deles Latios. Draco Meteor!

— DRAGON CLAW!!!

Mariene falou imitando o movimento de um Dragon Claw, e Charizard voou tão rápido que as crianças nem conseguiram acompanhar. Antes que Latios lançasse seu Draco Meteor, foi atingido pelo Dragon Claw e jogado para cima.

— FIRE BOMB!!! — disse fazendo um movimento de quem pega algo do canto da boca, e Charizard repetia.

— MERDA!!! — gritou Klauss enquanto pegava sua Key Stone que estava em uma correntinha que usava — LATIOS, HORA DE MEGA EVOLUIR!!!!

Enquanto Mega Evoluia, Latios acabou ficando invulnerável, e as esferas de fogo lançadas por Charizard não causaram nenhum dano.

— CHARIZARDENE, FLAMETHROWER, PERSIGA ELE ATÉ ACERTAR!

— LATIOS, DRAGON PULSE, NÃO DEIXE ELE ESCAPAR.

Os dois Pokémon começaram perseguir um ao outro, enquanto se atacavam sem parar. Mariene, Klauss e até os outros alunos quase foram atingidos por alguns ataques, mas escaparam por pouco. Graças à visão compartilhada entre a Mariene e o Charizard, o Charizard tinha uma pequena vantagem na hora de desviar, mas a velocidade do Mega Latios era muito alta, e Klauss percebeu um padrão.

— AGORA, PARA A ESQUERDA!!!

Latios lançou seu Dragon Pulse à esquerda do Charizard, e ao mesmo tempo Charizard voou para o lado esquerdo, sendo atingido pelas costas com uma força enorme.

Tanto o Charizardene quanto a Mariene gritaram de dor, o que assustou os alunos. Mariene caiu de joelhos, mas se levantou um pouco depois.

— Essa não é a Mariene que conheço. Você está com medo, e vai se machucar se continuar assim.

— JÁ CHEGA!!! HORA DE ACABAR COM ESSA BATALHA… — gritou fazendo os movimentos do Z-Move — INFERNO OVERDRIVE!!!

— Eu esperava por isso. Hyper Beam — ordenou Klauss muito tranquilamente.

O poderoso Z-Move, muito mais forte devido ao Battle Bond, colidiu com o Hyper Beam do Mega Latios, e uma grande explosão aconteceu. Quando a poeira se dissipou, eles puderam ver os dois Pokémon se encarando, determinados a vencer.

A maioria estava se animando com a batalha, mas alguns já estavam ficando preocupados pela agressividade que estava aumentando, até mesmo Takafumi já estava começando a questionar se eles deviam continuar a batalha.

Mariene, se concentre. Eu não me importo de me machucar numa batalha, desde que a gente dê tudo que temos. Isso é uma batalha, é normal se machucar.

— Mas…

Mas nada. Apenas mantenha o Battle Bond, vou usar a sua visão para conseguir pegar ele para o Seismic Toss.

Mariene nem teve tempo de responder. Num impulso enorme, Charizard voou para cima em direção ao Latios.

— CUIDADO!!! DRAGON CLAW LATIOS!!!

Mariene percebeu o momento, e não queria ver o Charizard se machucar seriamente.

— AGORA!!! SEISMIC TOSS!!!

O Charizardene sorriu e continuou em direção ao Latios, que acertou o Dragon Claw na barriga do Charizardene, que rugiu de dor, e Mariene também gritou. O Charizardene aproveitou para segurar o Latios e então começou a voar em círculos.

Os alunos se perguntavam se aquilo era possível, mas o Charizardene então voou reto em direção ao solo, e pouco antes de colidir, arremessou o Latios no chão e mudou de direção.

Ninguém conseguia saber o que aconteceu, todos achavam que o Latios teria perdido, mas quando a poeira baixou, Latios estava de pé, visivelmente cansado e com alguns ferimentos, mas nada grave.

— Mariene, acho que eles já entenderam que uma batalha não é bincadeira, mas não quero parar agora.

— Para falar a verdade, nem eu. Eu não posso decepcionar o Charizard agora. Mas eu não mudei de opinião Klauss. CHARIZARDENE, VAMOS TENTAR UMA COISA!

Já sei o que quer. Se não der certo, sabe que vamos perder essa batalha, não sabe?

— SEI!!! Charizardene, não desfaça o vínculo, vou tentar te dar toda minha energia, e se for para perder, vamos perder juntos.

Tem certeza?

— Sim… FIRE!!! — gritou enquanto imitava os movimentos do Charizardene.

— LATIOS, É O FIRE BOMB DE NOVO!!! HORA DA NOSSA ARMA SECRETA! HYPER…

— THROWER!!! — completou Mariene.

— PULSE!!! — gritou Klauss.

Os alunos não entenderam nada, mas logo viram o Charizardene lançar o Fire Bomb. Logo depois, o Charizardene lançou um Flamethrower no Fire Bomb, e as esferas de fogo começaram a aumentar. A ideia da Mariene havia funcionado.

Porém, do outro lado, Latios lançava um ataque combinado do Dragon Pulse com o Hyper Beam, misturando os dois ataques em um só, fazendo o Hyper Beam tomar a forma de um dragão.

As crianças achavam que os golpes iriam se anular, mas o Hyper Beam combinado com o Dragon Pulse atravessou pelo Fire Bomb e Flamethrower. Charizard ainda tentou desviar, mas foi atingido na asa direita, dando um forte rugido de dor, e Mariene gritou muito alto, levando a mão ao braço direito e caindo no chão. O Charizardene começou a cair enquanto sua transformação se desfazia. Mariene tentou se manter consciente e manter a transformação o máximo que podia, mas não suportou a dor e acabou desmaiando. Quando viu o Charizard caindo, Klauss já imaginava o tinha acontecido, tocou sua Key Stone e desfez a Mega do Latios, enquanto corria até o Charizard, que já estava desmaiado.

— MERDA!!! PROFESSORA, CUIDE DA MARIENE, LOGO ELA ACORDA. ESPEON, ME AJUDE, TEMOS QUE LEVAR O CHARIZARD PARA O CENTRO POKÉMON URGENTE.

Pelo grito do Klauss, Lillie sabia que era grave. A Espeon soltou o Takafumi na mesma hora e foi até o Klauss, e quando viu o Charizard já usou seu Psychic para começar a levar o Charizard para o Centro Pokémon.

As crianças estavam muito assustadas, eles nunca viram um Pokémon gritar tão alto depois de um golpe, e muito menos o treinador desmaiar junto.

Lillie correu até a Mariene e viu que ela estava com febre, então levou todos de volta até a sala de aula. Como o Centro Pokémon não atendia humanos e na ilha de Melemele não havia nenhum médico, ela colocou a Mariene deitada na sala e molhou alguns panos para colocar na testa da Mariene, tentando reduzir a febre. Latios, Pikachu e Mawile estavam junto de Mariene, preocupados com a garota e com o Charizard, mas sabiam que com o Klauss e a Espeon, o Charizard ficaria bem.

— O… O que aconteceu? — perguntou uma menina.

— Ela vai ficar bem? — uma outra garota perguntou visivelmente abalada.

— Por que ela desmaiou? — perguntou um garoto, bastante entristecido.

Enquanto as crianças perguntavam sobre o ocorrido, Lillie não conseguia explicar, e estava mais preocupada com a Mariene que em responder as perguntas.

Pouco tempo depois o Klauss voltou com a Espeon, e quando viu a Mariene deitada com o pano umedecido na testa, apenas riu, deixando todos atônitos.

— Isso é o resultado do Battle Bond? — Perguntou Lillie.

— Sim… Não se preocupe com a febre, logo vai diminuir. Em uns 30 minutos ela acorda.

— Como tem certeza?

— Professora Lillie, eu já vi ela desmaiar depois de uma batalha com o Charizard várias vezes. Pessoal, não precisam se preocupar com a Mariene, ela vai ficar bem.

Todos suspiraram aliviados, mas Lillie ainda tinha uma dúvida.

— E… O Charizard? Nunca ouvi um Pokémon gritar tão alto com um golpe.

— Eu acho que exagerei um pouco. Eu sabia que a Mariene não estava treinando e não está muito bem em batalhas, mas eu quis forçar a barra para ver se ela acordava.

— Mas ele tá bem?

— Vai ficar, mas não pode batalhar por mais um mês mais ou menos.

— O QUÊ? — perguntaram todos os alunos ao mesmo tempo.

— Vocês achavam que a batalha era uma coisa boba e que quando terminava estava tudo bem? Com Pokémon que ainda estão começando pode ser assim, mas quando se chega num certo nível, as batalhas são perigosas. O Charizard machucou a asa dele, pela segunda vez. Imagino a dor que a Mariene sentiu.

— Como assim? — perguntou Yudi.

— Aquela forma especial do Charizard é ativada pela habilidade dele, o Battle Bond. O primeiro Pokémon a ter essa habilidade foi o Greninja do Ash, e até onde se sabe, apenas ele e esse Charizard têm essa habilidade. De uma forma simples, essa habilidade faz com que o treinador e o Pokémon se tornem um só, aumentando e muito o poder do Pokémon. A vantagem é que por ser um só, o Pokémon e o treinador enxergam e pensam juntos.

— Enxergam juntos? — perguntou Aiko.

— Sim… Todos os sentidos e pensamentos são compartilhados. Porém tem um alto custo… O treinador sente todos os golpes que o Pokémon leva, e sente a mesma dor. Professora, levante a manga da blusa da Mariene.

Todos ficam confusos com o pedido, mas a Lillie faz o que o Klauss pediu, e todos ficam assustados. Havia uma enorme mancha roxa no braço da Mariene.

— Como a Mariene não tem asa, ela recebeu o golpe no braço. Por sorte, por não ser um golpe direto nela, o dano é um pouco menor, senão o braço provavelmente o braço dela estaria quebrado.

— Meu Arceus!!! — gritou uma garotinha de 8 anos.

— Mas então, porque vocês batalham se isso pode machucar os Pokémon? — perguntou um outro garoto.

— Só batalhamos com os Pokémon que gostam de batalhar. Vejam, nossa amiga Maya que ficou em Kanto também é treinadora, mas prefere os torneios, onde também existem batalhas porém o foco é a beleza do golpe. Ela faz isso porque gosta dos torneios e também porque os Pokémon dela não gostam de batalhas como a que vocês viram.

— Mas será que eles gostam mesmo? — perguntou Aiko.

— Sim. Se a gente deixar o Latios e o Charizard juntos e falar para eles fazerem o que quiserem, eles vão começar a batalhar entre eles, pois gostam da disputa para ver quem é mais forte, não é Latios?

Latios assente, mostrando para todos que o Klauss não estava mentindo.

— Crianças, isso é verdade. Muitos Pokémon apenas adoram batalhar, e as ligas foram criadas justamente para esses Pokémon. Eu não imaginei que eles fossem usar tanto poder, mas eu pedi para eles batalharem para vocês entenderem que não é uma brincadeira, e sim algo que pode machucar o Pokémon, só não esperava que um deles se machucasse de verdade — disse Lillie.

— Hahaha… Professora, numa batalha séria entre eu e a Mariene, um dos Pokémon sempre vai ter algum ferimento um pouco mais sério. E ainda assim, não fomos fortes o suficiente para vencer a Liga Índigo.

— Mas com essa força, é difícil alguém vencer vocês. — comentou Yudi.

— Bom, tinham alguns lendários na liga, além do Darkrai. Mas, mesmo tendo essa força toda, os outros treinadores que estavam na liga eram ainda mais fortes.

— Pelo jeito a Liga é manipulada, nenhum Pokémon se feriu gravemente, e pelo poder que vi aqui, não era para ser assim. — comentou Takafumi.

— Errado, eu quase matei um Vaporeon na liga sem querer. E não é só a força do golpe que diz se o Pokémon vai ter ferimento grave. Do jeito que o Charizard foi atingido, mesmo um ataque muito mais fraco teria machucado a asa dele, pois ele não esperava que o golpe passasse e tentou desviar de última hora. Talvez se ele recebesse o golpe de frente não tivesse se machucado tanto.

— E por que ele desviou? — perguntou um garoto.

— Lembra que eu falei que a Mariene sente tudo que o Charizard sente durante o Battle Bond? Se ele recebesse de frente aquele golpe, mesmo o dano sendo menor, a Mariene poderia ficar seriamente ferida. Ele fez isso para proteger a treinadora dele.

Após vinte minutos conversando com os alunos mais novos, Klauss percebe que Mariene estava acordando finalmente. Rapidamente ele vai até ela e coloca a mão em sua testa para ver se ela ainda estava com febre. Como ele imaginava, a febre havia diminuído. Ela ainda devia estar com um pouco de febre, mas Klauss percebeu que seria coisa pouca.

— AAAIIII Meu braço…

— Está doendo muito Mazita?

— Sim… Mas já senti dor pior. O que aconteceu?

— O Charizard não conseguiu desviar do golpe, e você sabe o que acontece…

— Droga… Eu fracassei de novo. Como o Charizard está?

As outras crianças perceberam que seria ruim falar para ela sobre isso agora, mas Klauss respirou fundo e decidiu falar a verdade.

— Ele machucou uma asa, está sendo tratado pela enfermeira Joy.

— O QUE?! — gritou tentando se levantar rapidamente, mas ao tentar apoiar o braço a dor não permitiu. — É por isso que eu desisti das batalhas.

— MARIENE!!! Acorda. Ele só se machucou porque você não estava concentrada. Eu avisei que se você não levasse a sério ele ia acabar se machucando. E sabe porque ele está com a asa machucada?

— Sei… — disse com os olhos marejados e uma voz chorosa.

— Para te proteger. Até eu percebi que se ele recebesse aquele golpe você ia se ferir gravemente. Você não estava totalmente na batalha. Aquele último Fire Bomb que você combinou com o Flamethrower estava mais fraco que o usado na liga, e você sabe muito bem disso.

— Crianças, melhor deixar os dois a sós… — Lillie falou tentando afastar as crianças da discussão.

— Não precisa professora. Serve de lição para eles também, e deveria servir para essa minha namorada teimosa. Seus Pokémon dariam a vida por você Mariene, até o Mawile que sofreu nas mãos do Marcus. Mesmo sem poder batalhar, ele não hesitaria em usar o golpe mais forte dele para te proteger, e você fica relutante só por causa do que aconteceu em Sinnoh?!

— Desculpa, mas… O que houve em Sinnoh? — perguntou uma garotinha loira, de uns 9 anos.

— Melhor vocês crianças não saberem.

— Melhor saberem, quem sabe eles não ajudam a Mariene a abrir os olhos. Em Sinnoh tivemos que enfrentar um bandido que clonou um Pokémon e aumentou o poder dele, assim como a Equipe Rocket fez com o Mew no passado. Durante a batalha, muitas pessoas e Pokémon morreram, e eu quase morri também, junto com o Charizard e o Pikachu dela, tudo porque esse bandido queria recriar o mundo.

— Klauss, não… — pediu Mariene.

— Minha namorada tem uma energia especial, mas como tudo que existe, tem o lado bom e o ruim, e esse bandido conseguiu roubar parte dessa energia ruim dela e colocar no Pokémon, o que fez ele não poder ser derrotado nem pelo Arceus. Mas a Mariene conseguiu vencer o Pokémon e o bandido, só que até hoje ela acha que a culpa de todos que se machucaram e morreram é dela.

— Mas se ele roubou essa energia da Mariene, qual a culpa dela? — perguntou a garotinha loira.

— Nenhuma, mas ela acha que tem. E agora não quer mais seguir a vida de treinadora com medo que mais alguém se machuque.

— Mas o bandido não está preso? — perguntou a garotinha loira.

— Lílian, chega de perguntas. Klauss, não adianta tentar forçar nada.

— Eu sei. Lílian, respondendo sua pergunta, não, o bandido não está preso. Ele morreu junto com o clone do Pokémon, mas o parceiro dele fugiu quando viu que não tinha como vencer.

— Mas esse outro bandido conhece vocês? — dessa vez foi Yudi quem perguntou.

— Conhece. Ele viu quase toda a batalha, então ele conhece a Mariene, eu e todos nossos amigos.

— Então mesmo que ela deixe de ser treinadora, ele ainda pode ir atrás de vocês para atrair a atenção dela — comentou Yudi.

— Vocês não sabem do que essa energia que tenho dentro de mim é capaz. Mas não devíamos falar sobre isso com essas crianças, alguns aqui ainda não tem nem dez anos.

— Mas é bom para eles saberem que ser treinador não é só diversão e viagens pelo mundo.

— Talvez tenha razão professora. Só espero que eles não desistam de ser treinadores por causa do que viram e ouviram. — disse Mariene num tom triste.

— Tenho certeza que não Mazita.

— Desistir de ser treinador? Nunca!!! Mas acho que agora entendo melhor os riscos e porque muitos treinadores se rendem nas ligas. — disse Yudi.

— Yu, vamos treinar muito para um dia podermos enfrentar o Ash, certo? — perguntou Aiko.

— Hahahaha vocês sonham alto hein? Vocês viram como eu batalho, e nem assim consigo chegar perto de vencer meu pai. Meu Charizard, mesmo com o Battle Bond, perdeu para o Squirtle dele.

— O QUE? UM SQUIRTLE VENCEU UM CHARIZARD? — Perguntou Lílian, assustada.

— Sim, meu pai não é o Mestre Pokémon à toa.

— Professora, aqui tem a Liga Pokémon também, mas como fazemos para participar? — perguntou Klauss, pois queria participar da liga.

— Tem duas formas, a primeira é a clássica vencendo ginásios. Mas por ser uma região menor, temos apenas seis líderes de ginásio aqui em Alola. A outra forma é vencendo os quatro Kahuna de Alola.

— Então eu vou desafiar os Kahuna — respondeu Klauss animado.

— Tsc… É um otário por pensar que vai ser fácil assim.

— CALA A BOCA GAROTO. SE OFENDER MAIS UMA VEZ MEU NAMORADO…

— O que vai fazer? Me bater?

— TAKAFUMI! JÁ CHEGA! — gritou Lillie.

— São um bando de otários, aposto que morrem de medo de uma batalha de verdade. Por isso o Charizard se machucou agora.

— SEU…

— Mazita, vamos embora. Não vale a pena discutir com ele. Quando ele for treinador, isso se receber a licença pokémon, talvez ele entenda o que significa batalhar.

Mariene e Klauss saem da escola, sendo acompanhados por seus Pokémon, e a Mariene estava muito abatida, tanto pelo Charizard ter se machucado quanto pelo que o Takafumi falou. Enquanto isso, na escola Pokémon, todas as crianças brigavam com o Takafumi por ele ser tão agressivo com todos, ainda mais depois de verem o Charizard machucado de verdade e até a própria Mariene machucada.

Klauss leva Mariene direto para casa, mesmo ela insistindo para ir ao Centro Pokémon, Klauss não permite, pois sabia que o Charizard estaria dormindo por causa do tratamento e ela não poderia vê-lo.

Chegando em casa, Mariene vai direto para o quarto e se joga na cama, chorando pelo que aconteceu enquanto se questionava do porque isso tudo estava acontecendo com ela. Klauss suspira, entristecido de ver a namorada desse jeito, mas Pikachu, Espeon e Mawile começam a empurrar ele em direção ao quarto, e ele entende que os Pokémon queriam que ele fosse conversar com a Mariene.

— Mazita… — disse se sentando ao lado dela.

— Klauss… — respondeu se levantando e abraçando fortemente o Klauss, enquanto chorava bastante. — Por quê?

Klauss não tinha uma resposta para essa pergunta, apenas a abraçou mais forte tentando acalmar a namorada, que apoiou sua cabeça no ombro do Klauss.

— Todo mundo… Se machuca quando está comigo… Eu…

— NÃO!!! Mazita, pare de se culpar tanto. A culpa foi minha, eu sabia que você não estava batalhando como normalmente batalha, e ainda assim batalhei com toda a força do Latios… Mariene, olhe pra mim — disse afastando um pouco Mariene de seu ombro e fazendo ela olhar para ele. — Não importa o que aconteceu com a Equipe Shadow, você salvou o mundo, entenda isso. É lógico que algumas pessoas e Pokémon morreram, o Xerosic era um criminoso que não se importava com nada, você, ou melhor, nós não tínhamos como salvar todo mundo. Nem com a ajuda do Ash e dos amigos dele conseguimos isso. E você sabe que o Ash é o melhor treinador do mundo.

— Mas se eu não fosse treinadora — dizia chorando — minha aura não teria despertado…

— Será mesmo? Essa é uma energia natural sua, acho que cedo ou tarde, treinadora ou não, essa Aura iria se manifestar, e o Xerosic iria fazer a mesma coisa.

— Mas…

— Nada de mas Mazita… Você não é assim, e eu percebi que você estava distraída na batalha.

— Nem isso eu consigo mais — tornou a chorar mais intensamente. — Nossas batalhas sempre foram disputadas e divertidas… E hoje eu fui uma fracassada.

— Mazita, me diz a verdade, porque você tem tanto medo de voltar a ser treinadora? Desde a batalha contra o Xerosic você está diferente. Nem sei como conseguiu ir tão longe na liga.

— Porque… Eu não quero te perder.

— Você não vai me perder.

— Eu… Não quero correr o risco. Se eu perder o controle por causa da minha Aura novamente… Não sei o que pode acontecer.

— Mariene, nenhuma das vezes que sua Aura Maligna se manifestou você me atacou, por que esse medo agora? O que aconteceu?

— Eu não sei… Eu só sinto que se continuar como treinadora algo de ruim vai acontecer com você e com os meus Pokémon.

— Não sei o que houve — disse abraçando novamente a Mariene — mas seja o que for, nada de ruim vai acontecer. Me desculpe por insistir em fazer você voltar a competir.

— Tudo bem — respondeu um pouco mais calma — e obrigada.

— Mas você deveria continuar treinando. O Yudi pode ser mais novo que a gente, mas ele estava certo, você continue ou não na liga, o Paul ainda pode vir atrás da gente.

— Eu sei disso Klaussito, mas…

— Mas o que?

— Eu não consigo batalhar, toda vez que estou batalhando eu acabo lembrando da luta contra o Xerosic, e principalmente de você… quase… — disse com os olhos marejados.

— Exato Mariene. Quase… Eu quase morri, mas estou vivo e bem, graças a você. Esqueça isso, se você não está confiante para batalhar, não precisa forçar nada. Podemos ir treinando aos poucos até você sentir confiança de novo.

— Obrigada amor. Não sei se um dia vou conseguir voltar a batalhar como antes, mas você tem razão, mesmo fora da liga o Paul ainda pode voltar.

— Então enxuga essas lágrimas e pare de se culpar. Seus Pokémon devem estar preocupados com você, ainda mais depois daquele golpe do Latios no Charizard.

— Eu sei… Será que o Charizard vai me perdoar por ter feito ele se machucar?

— É claro que vai Mazita… Mas como você conseguiu batalhar tão bem na liga?

— Eu… Prefiro não falar sobre isso.

— Então tá. Não vou insistir, mas se um dia quiser falar sobre isso…

— Eu sei, um dia acho que vou conseguir falar, mas agora só quero sua companhia, e dos meus Pokémon.

— Vem cá — disse abraçando a Mariene. — PESSOAL, ENTREM LOGO!

Mawile, Pikachu e Espeon entraram correndo no quarto e pularam na Mariene, que ainda estava abraçada com o Klauss, e acabou derrubando os dois deitados na cama. No fim os três Pokémon ficaram em cima dos dois e ninguém queria sair dali. Pouco tempo depois Mariene acabou dormindo devido ao cansaço da batalha, além da tristeza do Charizard ter se machucado. Assim que Klauss percebeu que ela dormiu, decidiu ir treinar com seus Pokémon, e chamou a Espeon e o Pikachu para ir com ele, enquanto Mawile ficou junto da Mariene.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.

Parece que a Mariene ficou realmente traumatizada com o que aconteceu em Sinnoh. Mas se ela foi tão longe na liga, o que será que aconteceu para ela passar a ter tanto medo de batalhar? Algum palpite?

Vejo vocês no próximo capítulo xD


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