Eu havia perdido a minha filha. Isolada em meu próprio mundo, a raiva tomava conta de mim. Primeiro, por não ser capaz de segurar uma vida; segundo, por ter perdido a única coisa que me prendia a Bruce. -Ele estava ocupado, tentando manter a paz em Gotham. Aparentemente estava tendo uma luta difícil e só desejava que ela demorasse a cada vez mais. Batman, ele, o Bruce, deveria se atrasar, eu precisava de um plano, mas onde encontrar outro bebê? Ele avisou que assim que terminasse tudo iria vir ver a nossa filha, e o que vou dizer? Ah, Selina, pense! Você é tao esperta! Tantos outros bebês vivos, mas o seu morto! A vida é realmente injusta. - Cheguei a conclusão de que ficar naquele maldito quarto de hospital pensando, nao me ajudaria em nada. Levantei e coloquei minha roupa, ainda nao estava em perfeitas condiçoes, mas precisava fazer algo.
Saí do hospital, vaguei pelas ruas, chovia muito e tudo o que desejava era a morte. Por que ainda estou viva? Eu queria acabar com a minha própria vida, me odiava como nunca, batia em mim mesma e gritava a fim de poder descontar um pouco do que aconteceu em mim, afinal fora por minha culpa que minha filha faleceeu. Cai no chão, aquilo não estava certo, nao conseguiria a morte daquela maneira, ela é silenciosa, nao barulhenta. Então pensei que talvez este fosse meu castigo, por tudo o que fiz, talvez eu merecesse isso, mas Bruce não!
Estava certa que a esta hora da noite não encontraria uma criança. Estou sofrendo tanto, nunca pensei sentir uma dor tão imensa em meu peito. Com as mãos sobre o rosto, foi quando ouvi algo que parecia o choro de um bebê, vinha do fim de um beco, corri até lá. - Quando ergui meus olhos vi um rosto muito conhecido. Ah, lá estava a minha rival, posso dizer isso com certo gosto, porque sempre me diverti ao lutar com ela.
Harley Quinzell, era a ela quem estava me referindo. Mas espantou-me o fato de ela estar jogada ao chao, entre os sacos de lixo do beco, e o pior, segurava uma criança inquieta entre seus braços.
-Harley? -perguntei.
-Selina? O que faz aqui? -ela tentou esconder a criança.
-De quem é? -me referi ao bebê.
Ela entendeu o que eu havia perguntado, ainda que apreensiva decidiu responder-me.
-Minha! percebi que sua voz estava trêmula .
Como podia ser? Harley grávida? Ah, mas o bebê dela era tão lindo, e acima de qualquer coisa, era uma menina também.
-Selina! Nunca pensei que pudesse te dizer isso, mas preciso de sua ajuda! -ela estava realmente desesperada.
-Como assim? -perguntei apreensiva com a situação.
-Preciso que afaste ela da cidade. Coringa nao pode saber, do contrário a mataria! Me ajuda! -seu pedido de ajuda eccou em minha mente, fora a primeira vez que vi Harley naquele estado.
-Está tudo bem, eu vou cuidar dela. -disse pegando a menina.
Por um momento senti meu coração partido retomar a forma, aquele pequeno ser completou o espaço que faltava, senti o calor do que é ser mãe pela primeira vez, o rosto perfeito e as mãozinha tão pequenas. Sim, eu a levaria comigo. Agora eu tinha uma filha, e finalmente quando eu entrasse na casa de Bruce eu diria "Olhe só a nossa filha!". Eu sei que estaria mentindo, mas ninguém precisava saber.
-Ah, mais uma coisa, Selina. O nome dela é Lucy. -disse ela cansada encostada à parede.
-Lucy! -sussurrei olhando para seu rosto gracioso.
-Vá! -gritou Harley -O que está esperando? Não me torturure mais!
Corri, eu vi nela a esperança. Destino, sorte, o que fosse, o que me importava é que tinha uma criança em meus braços. Nunca pensei que fosse admitir isso, mas como Harley me ajudou! Nao demorei muito tempo e dei uma maneira de entrar na casa de Bruce, tomei o possivel cuidado para nao machucar a garota, Alfred nao percebeu, acho que já estava dormindo. O esperava no quarto, ouvi uns paços e me levantei, estava certa que era ele. Logo girou a maçaneta e acendeu a luz, percebi seu susto ao me ver. Eu sorria feliz, tentando convencer a mim mesma que aquela criança era minha, embora soubesse a realidade.
-Selina? -questionou surpreso. Ele não acreditava no que via, mas assim que percebeu a garota em meus braços, desapercebidamente deixou escapar um sorriso de lado. Ele não saberia, nunca! A verdade as vezes é desnecessária, nos machuca e destrói.
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