Narrador:
Passos se aproximam do quarto, andar balanceado, sorriso no rosto. O ar apatio predominava o lugar, a falta de esperança prenchia os corredores. Conhecera aquilo, pois ja estivera lá em outra ocasiao. "Quando se esta aqui, você nao fica só preso a uma maca, sua vida tambem fica presa a ela. E nao tem nada haver com o parar da batida do coração; quando a vida fica presa a uma cama, neste sentido, significa que você deixou de viver, mesmo que seu coração bata o mais veloz possível. Significa que deixou a esperança morrer.", pensou. Ele parecia estar satisfeito em ver seu inimigo naquela situaçao, nao podia negar para si mesmo que era sempre bom ver seu adverario perder. - Adentrou aquele quarto com aparência doentia, e lá estava, com a aparência pálida e fraca, utilizando uma máscara daquelas que se usa para respirar. Sorriu em ver. Chegou perto e ousando de sua capacidade, suavemente encostou em seus cabelos. "Você já nao é mais um problema!", sussurou no ouvido do paciente e em seguida saiu. Tiou uma moeda do bolso e a girou, parece que aquele lugar nao carregava muita sorte.
POV James Gordon:
Eu fui levado a um lugar com mais resistencia, coberto por proteçao. Acompanhado pela loira e pelos palhaços que tudo indicava que trabalhavam para o Coringa. Me jogaram em um quarto, a palhaça me acompanhou e sentou-se em uma espécie de dado gigante. Com o bastao encostado no ombro ela representava estar distante. Encostei minha cabeça na parede. Ah, Barbara, eu só espero que ela tenho conseguido escapar, não suportaria perdê-la. Sei que estão atrás de mim, Jim já deve ter acionado a busca, Barbara e os outros. Batman virá. Não consigo evitar uma ponta de medo, esse lugar é insano o suficiente para manter-se a calma.
De repente vi Coringa entrar na sala, Harley correu até ele e o abraçou, não dei importância para aquela cena, estava preocupado demais com outras coisas. Estava mais preocupado com qualquer um ao lado de fora, do que comigo mesmo. - Entao recobrei a memoria, Coringa disse antes de partir que iria "saudar" Barbara, e sabia que aquilo nao era da melhor maneira possivel. Se ele havia retornado, não podia ser algo bom.
-O que fez com ela? -senti um ódio imenso subir até minha cabeça.
-Oh, não fiz nada! -ele abaixou-se ao vir até mim. -Mas não posso negar. -continuou -Ela é uma verdadeira delicinha! -riu maniacamente.
-Seu cretino! Se você encostou um dedo nela...
-O que você vai fazer? -ele arregalou os olhos. -Daqui você não vai sair vivo! -ele virou-se.
Parecia estar satisfeito em suas ameaças, pensei que fosse recuar.
-Ah, -mas ele virou-se novamente para mim. Representando fazer uma nova ameaça. -Eu acabei pegando a foto de sua filha, aquela que estava em seu bolso. -sorriu. -Mas não se preocupe! Eu tenho outra. -ele revelou a foto para mim.
Era Barbara, e ela estava... Meu Deus! Emu nao podia acreditar no que ele havia feito. Como pode? Eu queria matá-lo, se aquelas amarras não estivessem a me prender, por mais que eu não tivesse sucesso em vencer, o atacaria!
-Seu miserável! -o insultei -Você vai se arrepender do que fez a ela! -meus olhos começaram a se enxer de lágrimas.
Se a ideia era atingir a mim, eles estavam fazendo isso de uma maneira certa. Era culpa minha. Por que eles tinham que atingir os meus filhos?! Coringa estava pior do que na última vez. Após ter o insultado, ele saiu gargalhando, acompanhado pela palhaça.Tudo o que eu desejava era que Barbara estivesse bem. Ela não podia estar morta, eu sei, algo dentro de mim dizia que aquilo era so uma foto. Ela nao estava morta.
-Você viu, Harley? -sinicamente encostou-se ao batente. -A Batgirl já nao é mais um problema para nós! -ao sair ele bateu a porta.
Suspirei, finalmente algumas horas de paz, se é que era possível. Pois meus pensamentos estavam muito conturbados. O que ele havia feito? Por que não conseguia parar de pensar na minha família? Por que tudo aquilo não acabava logo?
POV Bruce Wayne:
Uma casa com a segurança reforçada, palhaços como escolta. É, definitivamente aquele era o lugar. Corri na esperança de distrai-los, ao que parece eles foram na direção da sombra. Lancei contra o chao um palhaço que estava distraído, fiz o mesmo com o segundo, e após alguns minutos de luta, logo acabei com cada um deles. De repente senti um impacto nas minhas costas, percebi alguém me impurrar. Deslizei no chao e me virei, estava pronto para atacar quando... Uma imagem me retornou a mente. Braços cruzados, a capa preta e amarela, ao levantar o olhar que se escondia por detrás da máscara, consegui reconhecer...
-Olá, velho amigo! -disse retomando a postura.
-R-Robin? -era ele. Eu tinha certeza. Dei um sorriso de canto.
-Estamos juntos nessa de novo? -ele estendeu a mao me ajudando a levantar.
-Por que voltou?
-Deixamos a conversa para depois!
Ele correu em direção a entrada, tinha razao, logo o segui.
POV Harley Quinzell:
Estava sentada enquanto Coringa terminava o plano dele. -Sim, Coringa, não estava com ânimo para chamá-lo de "Pudim".- Apesar do meu jeito insano, eu tinha um grande coração; o lado mae dele nao estava nada bem. Me pesava a conciencia. Queria ver Lucy, saber como está, mas ao mesmo tempo sei que não posso, porque a colocaria em perigo e ela nem sabe sobre suas verdadeiras origens. Que angústia, me sinto culpada pelo que fiz e muito preocupada com o que vai acontecer, nem consigo me concentrar no plano. Embora eu precise, afinal tenho que agradar meu pudinzinho! -Acordei dos pensamentos e tentei mantê-los bem afastados. Sai dali e passei por uma outra sala, precisava verificar a segurança.
Porém, no caminho algo me parou. Uma sombra, que parecia estar em todo lugar. - Já sabia, os "amigos" de Jim, só podiam ser eles. Virei-me para a direita e senti uma força empurrar meu rosto, quando tornei a olhar para a mesma direção, vi um jovem, ele havia me acertado. Ah, não -disse recordando-me -Aquele garoto de novo, nao!
Aqueci meu bastao. Tentei acertá-lo, mas ele desviou, estava tudo bem, aquela era a primeira tentativa. Que humilhação, não tinha paciência para lutar com um garoto prodigeo. A unica vantagem a seu favor é que ele era mais rápido, porém não tão forte. Esquivei-me e acertei o bastão em suas costas, ele caiu no chao, eu o amarrei e o lancei em um canto. É assim que vencemos "crianças".
POV Bruce Wayne (cont'd):
Eu entrei por um local diferente enquanto Robin distraía os outros, ja conhecia aquele lugar e todas as artimanhas do Coringa, o dificil era se ele houvesse acrescentado um novo plano, e esse é o problema, sempre demoramos para compreender seus planos. -Empurrei a porta de ferro, por incrível que pareça estava encostada. -franzi a testa. -Era lá que ele mantinha suas vítimas, então supostamente Jim estaria lá. Entrei e procurei com o olhar, em um canto escuro, estava nada menos do que ele, corri até lá, suas mãos estavam presas e ele estava suando, sua cabeça estava baixa.
-Bruce, como está Barbara? O que ele fez com ela? -sua voz estava aflita, aquilo me dava um aperto no coração. Mas era bonito ver como ele pensava em Bárbara, mesmo naquela situaçao.
-Ela está bem, não se preocupe. -tentei livrá-lo daquelas amarras.
-Não! -gritou -O que está fazendo?
-Tentando tirar você daqui. -assegurei.
-Não. Voce nao tem chances! -repousou a cabeça. -Acha que só havia aqueles palhaços? Ha um exército preso, ele é o Coringa, nunca vai facilitar.
-O que ele quer com você? -perguntei surpreso.
-Ele teve a ideia de deixar o cidadão mais sao de Gotham louco. -ele lambeu os lábios, como se buscasse por água. -Já esta funcionando.
-O plano do Coringa nao pode dar certo. -afirmei com raiva.
-Sim. -afirmou resignado. -Eu pensei nisso durante todo esse tempo que fiquei aqui. E já sei qual é a melhor solução. -seu olhar estava apartado.
-Qual? -questionei.
-Você precisa me matar!
Ao escutar recuei. Nao, James não estava me pedindo aquilo.
-Ficou louco? -como faria isso? Eu simplesmente não podia.
-Ainda não. E você não pode permitir que eu fique. Acabe com o plano do Coringa! Mate-me, Bruce! -sua voz ecoou pela cela.
De repente ouvi palmas atrás de mim. Virei-me, era ele, o Coringa.
-Então você vai fazer isso? Quer mesmo acabar com meu plano? -questionou ironico.
-Eu vou acabar com o seu plano. -eu o segurei contra a parede, Harley levantou o bastão para me atacar, mas ele fez um sinal com uma das mãos, dizendo para não faze-lo, que ele estava bem.
Isso por enquanto, porque a sorte dele mudaria.
-Mas vou encontrar outra maneira. -completei.
Logo o soltei, ele voltou a gargalhar, sinceramente sua risada me irritava.
-Bruce, escute. -Jim continuou. -Nao tenha medo! Faça o que é preciso!
-Não! -disse, voltei-me para ele.
Além de meus sentimentos estarem envolvidos nisso, haviam os de Barbara tambem. Eu nao podia nem pensar na possibilodade. Sabia que era a única saída, mas matar alguém que amo parece ser doloroso.
-A morte nao é algo terrível. Você sabe, nos encontraremos outro dia. -suspirou. -Não faça isso por ele, faça por mim.
Verdadeiramente via que seus olhos imploravam por aquilo, eu sabia que não sairia vivo dali, eu devia ficar com ele até o fim e morrer ao seu lado como um verdadeiro amigo, mas Lucy me preocupava, quem cuidaria dela? Não podia deixá-la órfã, sei bem como é. Fiquei entre a cruz e a espada. Matar ou morrer, nao é uma decisao facil a se tomar.
-Eu sei o que está pensando. -tornou a dizer. Coringa observava à cena atentamente. -Eu ja vivi a minnha vida. Sua filha precisa de você, Gotham precisa de você..
-Eles também precisam de você. -interrompi.
-Não. -disse de uma forma calma -Gotham ja precisou de mim, é verdade. Mas não agora. -senti que estava buscando forças nas palavras. -Só peço que cuide de Barbara por mim.
Minha cabeça estava curva, diante de toda essa afirmaçao, talvez até um pedido. Eu tinha que fazer aquilo. Se não fizesse, o que Coringa faria ao Comissário? Criar uma máquina, típico monstro de "Frankstein" para acabar com a cidade? Era isso o que ele pretendia fazer? Diante disso tudo era mesmo melhor matá-lo. Era melhor morrer como "James Gordon", do que um "assassino psicopata". Coringa planejou tudo, apesar de ser um psicopata, ele sempre tem planos. -Sentia tanta vontade de socar seu rosto.- Matar um amigo! Nunca pensei que chegasse a esse ponto. Um turbilhao de pensamentos se passavam em minha mente, mas em especial aquele dia... Aquele dia que ele colocou o casaco em meu ombro e disse que ia ficar tudo bem, quando eu era apenas uma criança. - Levantei o olha determinado, não contive as lágrimas.
-Me perdoe, Bárbara. -sussurrei.
***********************
Fui até a recepção, perguntei sobre Barbara. Ainda era madrugada. Fora a noite mais longa de todas, e também a mais triste. Dick me acompanhou, parece que ele retornou para ficar ao meu lado de novo, agora que Barbara esta nessa situaçao é bom tê-lo de novo, ao menos até ela se recuperar. Nao tive tempo de perguntar porque mudou de ideia. Perguntei se ele queria vê-la, ele disse que ainda estava muito chocado com a situaçao e que pelo fato de o relacionamento dos dois nao terem acabado bem ele nao queria vê-la, nem sequer ao menos queria que eu pronunciasse que ele estava ali. -compreendi. -Abaixei a cabeça e me desloquei do saguão, entrei no quarto de Barbara. Para minha surpresa ela estava acordada, mas encolhida e com os olhos banhados por lágrima. -franzi a testa não entendendo o porque daquilo. - Me aproximei e ela parecia implorar com os olhos por uma explicação.
-É verdade? -soltou em plantos. -O que ele disse?!
-Quem? Quem disse? -perguntei espantado.
-Eu... -ela fraquejou.
Me aproximei, lágrimas caíram sobre seu rosto. Imediatamente agarrou em minha blusa.
-Eu vou ficar paraplegica?! -começou a chorar.
Me surpreendi com a pergunta. Eu nao podia lhe informar nada, nem sequer sabia.
-Não. -disse incerto. -Quem lhe disse isso?
Ela parecia não ouvir minhas perguntas.
-Se é mentira... -ela engoliu em seco. -Se é mentira por que é que eu nao conigo mecher as minhas pernas?! -ela estava apavorada.
-Pode ser a anestesia! -tentei acalmá-la.
-É mentira! -gritou -Ele me disse...
-Mas ele, quem?
Ela limpou o rosto e tentou se recompor.
-Harvey...
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