História A Filha do Palhaço - Uma Conversa Qualquer

Depois daquele encontro inesperado, convidei Jim para tomar um drink na minha casa. Nós nos assentamos em uma sala particular. Havia tantas coisas que precisávamos conversar, é sempre bom reencontrar um velho amigo.

-Como ficaram as coisas aqui em Gotham? Pelo o que eu vejo nao andam nada bem. 

-Você está certo. -afirmei -Por um deslize dos policiais e agora há dois fugitivos vagando por aí.

-A policia já está atrás deste tal de Crocodilo. -suspirou- Da última vez, o viram pular em um esgoto.

-E esta tal de Harley Quinzell, nao sabemos o seu paradeiro. -disse preocupado.

-Não se preocupe. Procuraremos até os golfins de Gotham se for preciso, mas a encontraremos. -falou tomando um gole da bebida.

-Agora que esta no comando novamente, posso confiar. -sorri e também tomei um gole do meu drink. -E como vai a Bárbara? E as crianças?

-As crianças vão bem... -senti certa hesitação em sua voz, ele abaixou a cabeça, como se não quisesse me contar.

-O que houve? Aconteceu algo com ela?

-Bruce... -ele levantou o olhar novamente. -A Barbara sofreu um acidente e... Ela não resistiu. -ao ouvir ele dizer isso, me debilitei, nao a conhecia muito bem, mas era alguém especial. Sabia que ele estava sofrendo por ela.

-Eu sinto muito, Jim. -toquei em seu braço. -E como as crianças têm reagido?

-Aparentemente bem, como já disse. Mas ainda sentem falta dela. -continuou com o olhar triste. -Jim a todo momento acha que o Batman irá salvá-la, da mesma forma que, segundo ele, você salvou a mim. -ele tornou a tomar um gole do drink. -As vezes acho que não vou conseguir cumprir com a minha responsabilidade.

-Eu entendo. -assegurei.

-Não. Desculpe, mas você teria que ser pai para saber. -suspirou.

Eu ri, ele ainda não sabia e acho que se espantaria ao descobrir que agora tenho uma filha.

-Não me diga que... -ele quis advinhar. -Você já é pai?!

-Sou! -respondi feliz.

-Parabéns. -ele tocou em meu ombro. -E o que aconteceu? Você se casou?

-Eu queria ter me casado. -respondi. -A mãe dela nao quis. -contei.

-Está cuidando do seu filho sozinho? -perguntou ele surpreso.

-Estou. -assegurei. -Ela não quis saber da criança. Eu quero dar a ela tudo o que não tive! 

-Ela? É uma menina? -questionou ele encantado.

-Sim, é! Uma linda menina! -disse recordando de seu rosto.

-Como consegue dar conta de tudo? -ele permanecia surpreso.

-Esse é o problema. As vezes não consigo. 

-Estamos na mesma situação. -Jim brindou e em seguida riu.

-Patrão, Bruce! Ela estava chorando. Acho que quer o Senhor. -Alfred me trouxe Lucy, ela estava inquieta, porém no mesmo instante que a segurei ela ficou serena.

Jim ainda continuava surpreso.

-É ela? É uma menina linda. -continuou. -Como se chama?

-Lucy. -respondi.

-Foi voce quem escolheu? -perguntou.

-Imagine! Nunca escolheria um nome tão lindo assim. -assegurei enquanto a balançava em meus braços.

-Entendi. Foi a mãe. -ele riu. -Quem é a mae? -num atrevimento ele perguntou.

-Selina! -respondi sem rodeios, já pssuíamos certo grau de intimidade a essa altura, como bom e velhos amigos que somos, nao guardamos segredos um dos outros.

-Selina? Selina Kyle? -ele quase afogou-se ao ouvir. -A ladra?

-A própria! -confirmei.

-Agora está explicado o  porquê de ela nao querer ficar com a garota. Azar o dela, porque será ela quem vai perder. -balançou o copo. -Apesar do trabalho que dá. Filhos são maravilhosos.

-Isso é! -soprei a testa de Lucy. -Estava pensando em contratar uma babá.

-É sério? Acho que você realmente precisa! -continuou a rir. -Já conheço uma!

-Ah é? -questionei curioso em saber.

-Minha filha! A Bárbara adora crianças e leva jeito com elas. -percebi que ele foi ironico, mas cheguei a achar uma boa ideia, afinal ela já nem devia ser tão criança assim e acho que ja tinha certa responsabilidade.

-É sério? -perguntei.

-Não. Estou brincando! Ela realmente tem jeito com crianças, mas nao acho que deva contratá-la! -permaneceu a sorrir.

-Por que, nao? Ela ja é adolescente e confiaria nela por ser sua filha. -desabafei. -Claro! Se você deixar.

-Não tenho nada contra. Só não pensei que fosse levar a sério. 

-Eu quero alguem pra cuidar de Lucy e por que nao alguem de confiança? Quanto mais rápido melhor. Nesse momento Gotham precisa mais do Batman do que Lucy precisa de mim.

-Mas tem um problema. -ele inclinou-se -Se ela vai passar parte do dia aqui, terá de saber de seu segredo.

Frizei a testa. - Eu nao havia pensado nisso, será que seria seguro mais alguém saber de minha indentidade secreta? Eu estava realmente preparado para isso?