História A Filha do Pastor - Saindo da Rotina

“Isso nem ta parecendo uma fuga, quem é que sai pela porta da frente em uma fuga?”

E aqui estamos nós,em uma situação que tem absolutamente tudo para dar errado.

Começando que estávamos seguindo um plano de Jessica, até ela tem que admitir que deixar montes de travesseiro para parecer que estávamos dormindo em nossas lindas caminhas era o pior truque do universo, aquela coisa não funcionava nem em filmes quanto mais na vida real! Minha única esperança era que meus pais estivessem atrasados como o avisado e não tentassem entrar no quarto quando chegassem em casa. Meu irmão não seria problema, aparentemente Jessica tinha uma carta na manga para usar contra ele no pior dos casos. E com carta na manga eu tenho certeza que ela quis dizer chantagem.

“Fica quieta que na hora que a gente tiver que voltar para o quarto no segundo andar pela janela você não vai estar falando isso. - Fez uma careta.

“Você é muito estraga prazeres, alguém já te disse isso?”

Fiz sinal para que ela ficasse quieta e fomos andando em direção a casa. Apesar do evento ter mais de trezentos convidados eu imaginei que a realidade seria diferente, pensamento que se provou totalmente errôneo já que mesmo faltando uma grande distância para a casa já era possível ver o número anormal de carros estacionados pela rua.

Eu me senti em outro universo. Normalmente a esse horário a rua estaria calma e vazia com seus moradores tendo um jantar em família ou talvez já dormindo, coisa impossível de fazer com o volume em que a música se encontrava.

Chegando na casa bastaram dois passos para que tanto eu quando Jess tivéssemos uma cerveja em mãos, não me pergunte como e nem quem nos deu pois eu não faço ideia.

Tive que impedir Jessica de ser atropelada quando duas garotas passaram voando por nós no que parecia ser uma corrida, mal tive tempo de olhar para a cara delas quando voltaram na mesma velocidade mas agora com uma Seohyun ofegante no encalço.

“Ah, oi Tiffany!” Parou para cumprimentar.

Olhou inquisitiva para Jessica que em um surto de gentileza se apresentou animada para a garota.

“Jessica Jung, linda. Mas prazer só se você quiser” Piscou.

Tive que revirar os olhos para a terrível cantada que minha prima tinha mandado. A pobre garota em nossa frente ficou sem reação, depois corada e em seguida gargalhando.

“Ah qual é aposto que já escutou pior” Resmungou a pedreira.

“Desculpa Jessica eu só não esperava mesmo, mas bom te conhecer”

Olhei para minha prima dando de ombros para a paquera falha e rindo junto a menina.

“Nossa Jess, mal conhece a vizinha e já manda uma dessas que vacilo ein”

Me olhou com olhos arregalados, provavelmente preocupada com o fato de Seohyun ser da vizinhança e poder trazer problemas com minha família, mal parecia a mesma que chegou dando em cima da outra.

“Se fizer você se sentir melhor, minha namorada já falou cantadas bem piores que essa” Tentou amenizar o clima.

Namorada? Então a Seohyun filha do senhor rabugento que frequenta a igreja do meu pai não era tão puritana como parecia. Na verdade sendo que ela e as Kwon são amigas já era de se esperar.

Logo minha prima e a mais nova já tinham engajado em assuntos aleatórios, Jessica contou que moraria comigo e um pouco de sua vida em L.A e eu finalmente pude descobrir um pouco mais sobre Seohyun, nos contou como tinha crescido na vizinhança e que estudava com a mais nova das proprietárias da casa, aparentemente seu pai odiava essas festas e por isso acreditava na irmã mais nova como uma péssima influência.

Conversa vai e conversa vem as duas figuras correndo apareceram de novo, desta vez pude notar ser Yoona e uma garota que por incrível que pareça era mais alta que ela. Seohyun apenas esticou a mão e conseguiu agarrar Yoona pela orelha.

“Yoong! Parem de correr vocês sabem que nunca da certo!” Falou dura.

“Seo você é muito possessiva deixa eu me divertir com a jacaroa um pouquinho vai” Disse a mais alta que após isso nos notou educadamente se apresentando. “Desculpa não vi vocês aí, sou Choi Sooyoung” Sorriu simpática.

Acenamos com a cabeça e antes de ter tempo de falar qualquer coisa elas voltaram a discussão.

“Soo a última vez que vocês se animaram assim acabaram quebrando o braço da Tae”

“Você  sabe que foi uma ocasião excepcional” falou Yoona agora abraçando e dando beijinhos pelo rosto da mais nova. Então era ela a namorada, isso explica um pouco a situação em que nos conhecemos.

Seohyun acabou cedendo ao carinho da outra, essa que na primeira chance voltou a correr.

“São umas crianças” Falou para si mesma.

Ficamos mais um tempo ali até que Seohyun nos guiou para o bar da casa onde tinha um freezer cheio de cervejas. Apesar de nos levar até lá ela não pegou bebida, aparentava não gostar muito.

Nos sentamos em umas almofadas espalhadas em forma de círculo em um canto da sala. Contei para Seohyun como conhecera Yoona e ela não fazia ideia do ocorrido, a outra devia ter tentado esconder para evitar provocações. Jessica resolveu também contar das confusões em que nos metemos quando morávamos nos EUA. Pouco tempo depois as duas de antes cansadas de correr se juntaram a conversa trazendo uma garrafa de vodka.

De acordo com elas faltava pouco para que os garotos do grupo se apresentassem. Minho, o mal encarado que me atendeu na primeira vez que vim na casa, era um dos integrantes do grupo e tinha pedido ajuda para a prima sobre o local da apresentação. As irmãs, que aparentemente eram bem populares, concordaram em ceder o espaço para eles.

Sem que eu notasse o pessoal foi se afastando e se aglomerando perto do palco improvisado no meio da sala. Neste se encontravam cinco garotos vestidos de forma despojada. A música começou e um garoto de cabelo branco começou cantando, o que me surpreendeu.

“Eles não eram um grupo de dança?” Perguntei.

“Sim, mas eles tem algumas músicas autorais. Essa eu acho que é nova.” Respondeu Sooyoung.

O segundo a cantar foi um garoto de cabelos rosa, não preciso nem falar que eu amei não é? Era agora a vez de um outro garoto de cabelo verde/azul cantar enquanto os outros se posicionavam dançando em uma fileira. Outro loiro cantou e no refrão pude ver Minho vindo dançar na frente.

A dança era animada e contagiante, mas apesar de suaves os passos não pareciam nenhum simples.

Os dois loiros e o garoto de cabelo rosa cantaram mais uma vez antes de chegar a parte do Minho, o garoto que eu conheci parecia uma pessoa completamente diferente da que dançava no palco, ali ele parecia bem mais livre sorridente e até simpático.

Depois da primeira música as pessoas voltaram a se espalhar pelo ambiente, os únicos que ficaram mais no palco pareciam conhecer o grupo e serem fãs.

Yuri chegou na rodinha e nos chamou para dançar, ninguém aceitou e ela insistiu mais um pouco. Jessica se gabou de ser ‘boa demais para dançar com qualquer um’ o que fez Yuri sorrir e no fim as duas discutirem, acabou que minha prima se sentiu desafiada e foram as duas dançar.

Fiquei conversando e bebendo com as garotas até o tédio bater, só percebi a quantidade de bebida ingerida quando me levantei e tive dificuldades de me equilibrar.

“Tá tudo bem Fany?” Perguntou Yoona mais risonha do que preocupada.

Assenti tranquilizando ela e as outras e fui dançar para tirar o álcool do organismo.

Já na pista de dança pude ver várias garotas e garotos se divertindo, me juntei a um grupo de garotas e ficamos dançando até elas se cansarem, como eu ainda estava me divertindo fiquei na pista por mais um tempo.

Do outro lado da sala tinha uma garota loira e baixinha me olhando. Sorri para ela a chamando, definitivamente encorajada pela bebida, essa que olhou e veio caminhando até mim.

“Dançando sozinha, se importa se eu me juntar?” Falou em meu ouvido ao chegar.

Passei meus braços em volta de seu pescoço antes de responder. A música estava alta fazendo com que tivéssemos que estar bem próxima para nos escutarmos.

“Nem um pouco fique a vontade!”

Desta vez colocou os braços em volta da minha cintura trazendo nossos corpos um pouco mais para perto.

“Fã do grupo?”

“Não” Ri da cara que ela fez. “Nova na rua então Yuri me chamou” Continuei

Ela assentiu algumas vezes com seu sorriso alargando.

Voltamos a dançar, agora com a garota brincando com uma mecha de meus cabelos. A música ficou mais lenta dando espaço para nos aproximamos mais ainda.

Meus olhos estavam procurando por você

Então te encontrei

Bem, eu sei que você está aí

Mostre-me seus olhos, não esconda

A loira se inclinou lentamente, esperando minha permissão para um beijo.

Você era algo diferente

Eu sabia que você ia ser assim

Algo especial

Diferente das outras

Eu sabia que você

Era assim

Cheguei mais perto finalmente sentindo o contato de nossas bocas. Eu sabia que ela estava se aproveitando do clima construído pela música mas não é como se não estivesse fazendo o mesmo.

Ei, eu sei que isso soa típico

Mas olhe para mim, não tenha medo

Eu sei, eu sei

Você está na defesa

Eu entendo, é claro

Mas você consegue acreditar em mim?

Me virei, dançando de costas pra ela mas ainda assim sem tirar as mãos de sua nuca. Demorou pouco para sentir seus lábios frios em contato com a pele do meu pescoço.

É estranho, seus olhos, suas pupilas

Não me leve a mal

Eu te acho cativante

No fim, você roubou todos

Os olhares desse lugar

Mesmo estando no meio de toda aquela gente suas mãos foram de encontro a minhas coxas, em resposta puxei de leve seu cabelo a afastando e me dando tempo de ficar de frente com ela outra vez.

Oh, você

Meus olhos em você

Meus olhos em você

Olhos estranhos, é você

Mostre-me quem você é

Dessa vez quem iniciou o beijo fui, um mais violento, fui passando meu braços por baixo do sua cropped branca arranhando suas costas.

Um pouco mais

Não esconda

Meus olhos em você

Olhos estranhos, é você

Subimos as escadas de maneira afobada. Não lembro quem iniciou, talvez isso se dê ao efeito do álcool.

Pode ter sido ela com aquele sorriso cafajeste ou talvez eu, dançando descaradamente para a baixinha agora a pouco. Só sei que depois de irmos para o bar e mais algumas cervejas foi aqui que viemos parar

Ao contrário de mim ela conhecia a casa, nos guiava sem precisar olhar, para um quarto mais afastado de toda aquela gente me impedindo de tropeçar e esbarrar nos objetos em nosso caminho.

Nos separamos apenas para trancar a porta e mesmo assim apenas mudei o alvo dos beijos de sua boca para sua nuca.

Apesar de confiante, soltou uma risada gostosa ao se arrepiar com minhas carícias.

Por um momento pareceu até tímida ao me fitar com o rosto corado, mas isso durou pouco, antes de eu perceber já estávamos outra vez com os corpos colados indo em direção à cama.

Estávamos ambas ofegantes e por mais que eu não tivesse o costume de fazer isso sabia que quanto mais rápido conseguíssemos tirar as roupas melhor.

Eu fui a primeira a perder as peças, mas antes que ela reagisse tomei a iniciativa de nos deixar iguais. A loira estava se divertindo com a situação, passeava com suas mãos pelo meu corpo apertando e arranhando onde desse. Senti seu sorriso alargar durante o beijo quando sua mão alcançou minha intimidade e eu deixei escapar um gemido contido.

Me sentei na cama fazendo com que ela ficasse com uma perna em cada lado do meu corpo. Não resisti a depositar beijos molhados e mordidas pelo abdômen definido à minha frente. Sua mão foi automaticamente para minha nuca no momento em que abocanhei seu mamilo rijo, com isso aumentando a frequência de seus gemidos.

Deixou que eu aproveitasse de si por pouco tempo já que logo me empurrou deitava novamente, me beijando.

A loira me olhou divertida, desceu de forma provocativa deixando uma trilha de saliva que ia de meu pescoço até ventre. Mordiscou minha coxa passando a boca provocativamente perto do lugar que eu mais desejava mas sem nunca chegar lá.

Cansada de esperar empurrei sua cabeça em direção a minha intimidade sentindo sua língua passar de forma quase torturante por mim. Tomou seu tempo me chupando e quando eu já não aguentava mais senti seus dedos me penetrando.

“Você é a coisa mais gostosa que eu já vi sabia?” provocou novamente.

Não deixei de sorrir com o comentário descarado da loira

Eu já não segurava mais meus gemidos. A loira sentindo meu orgasmo próximo subiu de novo juntando nossas bocas em um beijo desorganizado, colocou mais um dedo em meu interior e em poucos minutos eu estava mordendo seu ombro em busca de controle.

Abri os olhos novamente e lá estava ela limpando seus dedos sujos do meu gozo com a boca.

Se surpreendeu quando a ataquei com o que seria talvez o centésimo beijo da noite.

Inverti nossas posições, não demorando para tocar sua intimidade completamente molhada.

A loira me arranhou ao sentir meus dedos provocando em sua entrada.

“Por favor… é...qual é seu nome mesmo?” Pediu rindo.

“Tiffany” Respondi atacando seu pescoço.

“Por favor Ti-ffany!” antes de completar o pedido dois dedos a penetraram.

Observei seu rosto suado, olhos fechados, boca entreaberta. Aquilo era uma loucura, uma hora eu admirava a linda garota na festa e na outra estamos transando em um quarto da casa de minha vizinha que eu mal conheço.  Não era de costume eu ser assim tão inconsequente mas aquela menina me encantara de tal forma que eu não tinha como me segurar.

“Tiffany” gemeu de novo, me trazendo para a realidade.

Ela estava próxima. Puxou meu rosto em direção ao seu para conter os sons que emitia e gozou demoradamente.

Nos deitamos na cama ofegantes, sorrindo uma para outra. A baixinha se aproximou, mas antes de algo mais acontecer pude ouvir a porta sendo esmurrada.

“Droga” Falei.

Nos vestimos apressadamente e quando a abri uma Yuri acompanhada de Jessica me olhava de forma debochada.

“Essa aqui estava louca atrás de você Tiffany” apontou para minha prima que não demorou muito para começar a reclamar.

“Stephanie você ta louca de sumir assim? Temos que voltar antes que seus pais des....” Parou de falar ao avistar a loira atrás de mim me dar um beijo na bochecha e se despedir.

“Então nos vemos por aí, papai vai ficar uma fera comigo por ter saído logo hoje. Tchau Tiffany, tchau Yul”

“Gent mas que rápida…” Yuri falou baixinho rindo da situação.

Jessica continuava como uma estátua na minha frente então apenas a puxei pela mão me despedindo da morena e fomos para casa.

Eu ainda ia ouvir tanto sobre essa noite....