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História A Filha do Presidente - Capítulo 02


Escrita por: Lutteo

Notas do Autor


Todos os créditos a diva da Monick <3

Capítulo 2 - Capítulo 02


Matteo passou a noite em claro e ainda sim não se recordava de ter sido descuidado nos momentos íntimos entre ele e Ada. Por volta das cinco e meia da manhã, todos os jovens já tinham que estar de pé e prontos para tomar o café. Os rapazes ganharam um uniforme, era somente um moletom cinza e nos pés seus próprios calçados. Simón e Gastón eram de poder aquisitivo um pouco maior que Matteo, mas como os três formaram uma pequena amizade, Simón emprestou um par de tênis para o Balsano. Quando faltavam alguns minutos para as seis da manhã, os rapazes já estavam no refeitório, afinal chegar atrasado era um erro.

— Antes de vocês esfomeados entrarem para tomar café. — o homem do exército falara com explícito deboche. — Quero que prestem atenção. — fizera uma breve pausa. — É bom se alimentarem bem, afinal a próxima refeição será somente à uma da tarde, isso se estiverem com sorte. — soltou num murmúrio a última parte e depois sorriu cinicamente. — Tenham um bom dia e depois nos encontramos no pavilhão de número quatro.

Assim se retirou e os jovens entraram para se alimentar. Matteo estava quase fechando os olhos, o estômago estava vazio e a tontura já o atacava.

— Deveria ter comido ontem à noite. — censura Simón ao ver a situação do colega.

— Eu teria posto tudo para fora, não adiantaria nada. — argumenta Matteo com uma voz um tanto fraca. Gastón estava calado, fato que não era muito comum.

— O que houve com você? — o moreno dirigiu a pergunta ao de cabelos castanhos.

— Estou pensando em como anda minha família, só isso. — Gastón responde. Depois disso o silêncio tomou conta da mesa, enquanto comiam um pão duro acompanhado de uma xícara de café forte com leite desnatado.

[...]

Luna estava deitada em seu quarto, já tinha acordado há quase vinte minutos e a cada segundo que passava, ela acreditava cada vez mais que não existia um porquê de se estar nesta vida. A garota assustou-se de leve ao ouvir a porta abri-se.

— Yam? É você?

— Não, sou eu. — responde Sharon. — Venha, levante-se. Hoje a Tamara vem te dar aula, esqueceu?

— Não, não esqueci. — estava um pouco desanimada e isso poderia ser notado em seu tom de voz.

Luna sempre teve vontade de frequentar a escola como qualquer outro jovem da sua idade, desejava driblar seus problemas e ter uma vida normal. Porém, seus pais achavam melhor a deixar em casa e ter estudos particulares. A única amiga de Luna era Nina — filha de uma conhecida de Sharon. As duas se deram bem desde o primeiro contato, sua amizade dura há quase onze anos.

— Vamos Luna, ânimo. — Sharon diz ajudando a filha a se levantar.

A morena acabou se rendendo a mãe. Depois de alguns minutos os três membros da família Benson estavam à mesa.

— Bom, terei mais um ano de mandato no governo e não sei se terei o próximo, Deus queira que sim. — comenta o Presidente ao tomar um gole de seu café.

— Vai ter com certeza. — afirma a esposa do mesmo.

— Fica tranquilo pai. Vai ter vários anos de mandato pela frente, o senhor merece. — disse Luna. — Mas escuta, mudando um pouquinho de assunto. — respirou fundo antes de prosseguir com as palavras. — Vocês não poderiam me levar a outros médicos? Sei que ando insistindo muito nisso, mas quem sabe outro médico tenha um tratamento que me faça efeito.

— Depois vemos isso, certo querida. — contrapõe a mãe. — Temos que já ir pensando no que podemos fazer para a reeleição do seu pai.

— Tudo bem, como sempre estou em segundo plano. — a menina comenta.

— Olhe os modos Luna! — repreende Sharon com a voz firme.

— Por favor, discussões agora não. — pediu Reinaldo. — Vamos por partes, minha reeleição é importante, porém investir em um novo tratamento para Luna também é. — analisou. — Vocês duas tem brigado muito ultimamente, nem parecem mãe e filha. — depois de tais palavras todos permaneceram em silêncio.

Luna acabou perdendo a fome e se levantou da mesa sem a ajuda de ninguém.

— Aonde pensa que vai? Acha que pode sair assim sem mais nem menos e nos deixar falando sozinhos. — soltou Sharon, sua voz demonstrava irritabilidade.

— Não devo satisfações para tudo que faço. — retrucou mal humorada. — Fora o fato que estou cega e não paralitica. — retirou-se logo em seguida com a ajuda da bengala.

Os pais suspiraram e a moça seguiu para seu quarto. No meio do corredor, Luna fora parada por um de seus seguranças.

— Senhorita, por que está andando sozinha? — questionou o rapaz de quase trinta anos.

— Porque eu quero Ramiro. Porque eu quero. — diz grosseiramente.

— Está brava, não é? — pôs uma de suas mãos sobre o ombro da garota.

— Estou, e vê se me erra. — resmungou seguindo em frente.

A morena demorou quase dez minutos, até que chegasse ao seu quarto. Largou a bengala e se jogou na cama. Novamente as ideias de tirar sua vida vieram a sua mente.

[...]

Enquanto a garota tinha pensamentos equivocados, os jovens que estavam em treinamento se concentravam no pavilhão de número quatro, estavam tendo uma pequena palestra.

— Bem, como podem ver nesta imagem. — o homem apontou para a parede onde estava sendo reproduzidas imagens por meio de um retroprojetor. — Essa é Sharon Benson, esposa do Presidente de Otherside. Elogiado e valorizado será aquele funcionário que conseguir satisfazer as vontades dela, pois sinceramente a Sra. Sharon não é uma das pessoas mais fácies de lidar.

Todos estavam em silêncio, Simón olhava para os lados e notou que Matteo estava com os olhos quase fechados. Logo ele deu uma leve cutucada no ombro do amigo.

— Cara, acorda. Se te pegarem dormindo te matam. — advertiu em um sussurro. Matteo piscou os olhos várias vezes os esfregando. O sono estava o vencendo.

— Esta é Luna Benson, filha do Presidente. Tem apenas quatorze anos. — voltou a dizer. — Não criem expectativas com a garota, ser segurança dela é tarefa difícil. Além de um pouco exigente ela não tem o sentido da visão, por isso o encarregado de cuidar da garota tem de se mostrar excelente no que faz.

— Gata, não é mesmo? — comenta Gastón maldoso, não tirava os olhos da imagem a sua frente.

— A menina só tem quatorze anos. — replica Matteo com a voz sonolenta. — Fora que a coitada nem enxerga, para que dizer isso?

— Nossa, não está mais aqui quem falou. — defende-se o Perida erguendo as mãos em redenção, depois riu. Simón também riu por conta da atitude de Gastón e isso chamou a atenção dos demais presentes.

— Os senhores aí atrás. — aponta o palestrante. — Não querem dividir conosco o que tanto acham engraçado. — os três gelaram na hora e ficaram calados. O homem foi até eles e encarou Simón. — Ria de novo e juro que irá se arrepender. — desafiou.

— Vou ficar em silêncio, eu juro senhor... — o moreno deu uma gaguejada antes de olhar o crachá do homem. — Mariano.

— Hum. — resmungou ele retornando às suas devidas explicações.

[...]

Luna ainda estava jogada na cama pensando em formas de acabar com essa situação que não a agradava.

— Fiquei sabendo da sua discussão com sua mãe. Vocês andam como cão e gato, hein. — expressa Nina entrando no quarto da amiga.

— Ah Nina é você. — sentou na cama.

— A Tamara já está te esperando. — avisou.

— Não quero ir. — suspirou a moça.

— Mas tem. — cruzou os braços diante da morena.

— Mas eu não quero Nina. — insiste, estava desanimada.

— Para Luna, será rapidinho e daqui a pouco você volta para cá, para seu mundinho.

— Não tem escapatória, não é? — levantou já procurando apoio na amiga.

— Não. — Nina balançou a cabeça negativamente. — Agora venha e pare de dramatizar. — diz ao entrelaçar seu braço com o da menor. Luna sorri de leve.

— Só você mesmo para me fazer mudar de humor tão de depressa.

— Mudando de assunto, você sabia que um dos seus seguranças é lindo?

— Está brincando comigo, não é Nina? — fala Luna um pouco brava.

— Desculpa. — sorriu tímida. — Mas não tem como não notá-lo, ele é perfeito.

— Escuta, não era você que estava apaixonada pelo tal Pedro. — pergunta.

— É, mas a fila anda. — embolou-se na explicação.

— Garota, você só tem dezesseis anos. — Luna riu.

— E você quatorze. Quem tem mais experiência aqui? Exato, eu!

As duas riram novamente, caminharam entre os corredores da casa bem decorada pelas paredes bege e piso sintético. Como Nina ajudou Luna na caminhada, não demoraram nem cinco minutos para chegar à sala onde a filha do Presidente costumava estudar com Tamara, uma professora da região.

— Obrigada Nina, até depois. — agradeceu Luna tentando encontrar a cadeira com as mãos.

— Boa aula para vocês. — despediu-se Nina logo saindo.

— E então Luna, como tem passado. — perguntou a mulher de trinta e cinco anos, cabelos negros e lisos.

— Bem, com os problemas de sempre. — responde respirando fundo.

— E o fim de semana?

— Foi legal, divirto-me bastante vendo a escuridão. — diz irônica.

— Ai, ai. Vamos ao que interessa: Química.

— Vamos. — fala derrotada. A garota passou a manhã inteira estudando e lendo suas apostilas em braile, essa rotina já a estava deixando entediada.

[...]

Por volta das duas da tarde Luna ouvia um pouco de música em seu quarto na companhia de Nina, as duas conversavam tranquilas. E eram nestes momentos que a jovem não se sentia tão diferente perante todos a sua volta.

— Então, me diga mais sobre a cartomante que você foi. — pediu Luna.

— Então foi assim. Eu fui com minha mãe e fiquei só observando, a tal da Mora acertava basicamente tudo que dizia. Que minha mãe tava sofrendo com o divorcio, que ela estava passando por momentos delicados profissionalmente. — explicou Nina. — Aí eu tive que experimentar. — riu ao se recordar da experiência. — A mulher disse que em breve serei feliz como nunca, terei motivos para não desistir de meus sonhos. — finalizou, imitava a forma que a mulher havia lhe dito tais palavras.

— Que bom, e ela disse que coisa a deixaria tão feliz? — pergunta curiosa.

— Ela me disse que será uma amizade nova, será que terei um namorado? — sorriu.

— Não sei, às vezes pode ser uma amizade feminina, vai saber. — a filha do Presidente deu de ombros.

— É. Bem, vou indo. Tenho que fazer um trabalho para o colégio. — avisou Nina. — Se der, mais tarde dou uma passadinha aqui para te encher o saco. — alisou de leve o rosto da amiga. — Ah, e pare com aquelas suas ideias suicidas. Cortar seu pulso não te fará melhor em nada.

Luna nada respondeu, somente abaixou a cabeça e ouviu a porta se fechar. Suas ideias de perder a vida tinham parado, mas fora somente Nina comentar sobre isso, que elas voltaram com força total, ela sentiu-se ansiosa para praticar tal ato. Com certa dificuldade, Luna foi até o banheiro e começou a procurar algo cortante, mas as empregadas haviam tirado tudo que pudesse feri-la de dentro do cômodo, porém nem tudo. Depois de quase revirar o banheiro todo, Luna encontrou uma tesoura pequena de ponta fina debaixo de algumas toalhas. Ela pôde ouvir alguém chamá-la no quarto, mas com o fato da porta do banheiro estar fechada — ela e nem quem a chamava — percebia realmente a presença um do outro. No entanto, como quem a procurava não desistiu de chamá-la, gritou seu nome mais alto. Luna reconheceu ser Ramiro e logo colocou a tesoura onde a encontrou. Saiu do banheiro como se não houvesse passados longos segundos pensando em seu fim.

— O que foi Ramiro? — fala sem emoção alguma ao voltar para o quarto.

— Desculpa os gritos, é que eu já estava preocupado. — ele responde. — Enfim, quer dar uma volta para se distrair?

— Não, prefiro ficar sozinha.

— Mesmo? Precisa sair um pouco, passear, tomar ar puro. — argumentou o segurança.

— Já que insiste. Podemos ir até aquela tal cartomante, a Mora. — sugeriu.

— Tudo bem, mas por quê? — pergunta ele curioso.

— Porque quero oras.

— Não tem conversa que a faça mudar de ideia, não é? — riu-se de leve. — Vamos então. — estendeu o braço e Luna entrelaçou o seu ao dele.

Para todos Luna não passava de uma garota mimada e esnobe. Mas os que muitos não viam era seu lado verdadeiro, seu lado real. Há quem diga que essa sua personalidade não passava de farsa ou atuação, porém há quem jure de pé junto que por detrás do dinheiro do pai, do rostinho bonito, das milhares de empregadas e seguranças, há uma garota doce de quatorze anos que passa por dificuldades.

[...]

Mas nem para todos aquele estava sendo um bom dia. Para os rapazes que estavam em treinamento, o dia estava sendo dedicado a ser dadas normas e regras. Matteo teve de se esforçar bastante para não dormir, Gastón não parava de tagarelar sobre Luna e Simón ficara com a dura missão de ora fazer Gastón calar-se, ora Matteo não pegar em sono profundo. Quando estava perto das sete da noite foram liberados para tomarem banho e depois jantarem. Matteo estava deitado enquanto esperava Simón sair do banheiro e Gastón fazia o mesmo.

— Esse lugar é uma merda, pelo amor de Deus! — exclama Gastón.

— É acho que a cada dia será pior.

— Não dormiu a noite, não é?

— Não, tive insônia. — Matteo responde sem dar muita atenção ao colega.

— Pensando em quem? Na namorada? — ele riu para provocar.

— Cale a boca. — resmungou o rapaz irritado com a inconveniência do outro.

— Qual é? Eu também penso na minha, mas não adianta em nada pensar nela. Isso não a fará presente aqui.

Matteo não disse nada. Depois que todos estavam limpos, desceram para jantar. Dessa vez Matteo comeu a força, embora a aparência da comida lhe causasse repulsa.

[...]

Era noite, todos na casa do Presidente estavam dormindo, mas uma garota era exceção: Luna. A garota não parava de pensar nas palavras da cartomante. A sua visita a mulher lhe estava rendendo insônia e bastantes pensamentos confusos.

— E então, poderei algum dia ver as coisas ao meu redor? — perguntou ansiosa. — Vou deixar de ser cega?

— Sim, você alcançará tal milagre quando a pessoa certa entrar em seu caminho. — responde a mulher.

— “Pessoa certa?” — questiona não a compreendendo.

— Exato, quando um verdadeiro “anjo” fazer parte da sua vida. — usa um tom gentil na voz.

— Anjo? — a resposta da mulher a deixou mais confusa.

— É maneira de dizer. — explicou rindo de leve. — Vai descobrir no momento que o conhecer, que ele será uma pessoa importante em sua vida.

— Então é um rapaz esse tal “anjo”? — se interessou. Aquele assunto a estava deixando ansiosa.

— Sim. — demonstra certeza em suas palavras.

— E o que mais?

— Não tenho muito que dizer-lhe Luna. Não estão bem claras as informações, mas, você sozinha vai reconhecê-lo.

A garota virou-se de um lado para o outro na cama, não conseguia pegar no sono. Sua mente ficava focada nas palavras da cartomante “Quem será o tal ‘anjo’? Será que vai demorar a aparecer na minha vida?” ela se indagava em pensamentos “Se bem que isso pode ser mentira, aquela mulher pode estar somente me enrolando” tentou se distanciar desses pensamentos, mas simplesmente fora em vão.


Notas Finais


Link da fic: https://fanfiction.com.br/historia/602723/A_Filha_do_Presidente/

Link da autora: https://fanfiction.com.br/u/543490/

Obrigada a quem leu, comentou, favoritou.. A Monick agradece!


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