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História A Filha do Presidente - Capítulo 05


Escrita por: Lutteo

Notas do Autor


Todos os créditos a diva da Monick <3

Capítulo 5 - Capítulo 05


A garota soltou a tesoura que ao cair no chão em um baque fez a imagem do rapaz que sorria de forma amigável desaparecer como fumaça.

— Mas como sabia meu nome? — ela perguntou a si própria e logicamente não obteve resposta. Luna saiu do banheiro um tanto assustada, entrou no quarto e quase caiu ao tropeçar no tapete.

— Cuidado senhorita Luna. — Yam a segura. — Por que está com essa cara? Parece até que viu um fantasma. — fala. — Venha, Ramiro está a esperando no corredor para levá-la ao médico. — avisou a ajudando. — Vou pedir para as meninas tirarem todos os tapetes daqui, elas sempre se esquecem. — sussurrou a empregada.

— Ah sim e como eu estou? — perguntou referindo-se a aparência.

— Adorável como sempre. — responde Yam com sinceridade.

Luna assentiu, mas no fundo não deu importância a isso, afinal nunca se vira no espelho, não sabia como eram seus cabelos ou seu rosto. Às vezes ela passava horas imaginando como eram suas feições. Em menos de vinte minutos ela já estava no consultório. A morena aguardava sua vez ansiosamente e não via a hora de saber a opinião do médico a respeito de sua situação.

— Sua vez senhorita Luna. — comunica Ramiro. — Quer ir sozinha ou deseja que eu a acompanhe?

— O que preferir. — dá de ombros. O rapaz optou por levá-la até a sala, a ajudou a sentar-se na cadeira e em seguida retirou-se.

— Bom dia Luna. É um prazer conhecê-la. — cumprimentou gentilmente o homem de aproximadamente quarenta anos. Ele sorriu de leve para garota a sua frente.

— Imagina. — fala e sorri. — Mas então acha que posso...

— Calma. — pediu. — Só com os exames e tratamentos poderei responder suas perguntas, porém saiba que nada é impossível. — ela se animou com o que ouvira, embora houvesse o fato de todos os médicos anteriores terem dito o mesmo. — Me acompanhe, por favor.

O homem se levantou e ajudou Luna a ir ao outro lado da sala para fazer os habituais exames, aos quais ela já estava acostumada. Ao sentar-se na cadeira a garota suspirou.

— Abra bem os olhos, certo? — recomendou o homem, ela os arregalou e o médico os examinou colocando um pequeno foco de luz sobre sua pupila já dilatada, ele alternava entre o olho esquerdo e direito. — Não tem a sensação da luz do farolete em seus olhos? — perguntou.

— Não, escuridão total como sempre. — responde. Após alguns segundos de silêncio ele voltou a se manifestar.

— Vou lhe dizer o que provavelmente todos os médicos já lhe disseram. Seu globo ocular se feriu por conta da toxoplasmose e com isso machucou a córnea. É um caso complicado. — Luna ao ouvir isso se desanimou. — Mas podemos dar um jeito. Podemos até tentar uma cirurgia para recuperar uns... — fez uma pausa. — Uns sessenta por cento, porém tem grandes riscos.

— Prefiro arriscar. — usa um tom confiante ao afirmar tais palavras. — Já estou cega, mais do que isso não dá para piorar.

— Pode não piorar na sua visão, mas pode piorar no aspecto estético, compreende? — o médico adverte guardando o pequeno farolete que usava. — Vamos fazer o seguinte, na parte da tarde você retorna e começamos a ver do que é capaz. Podemos tentar fazer uma simples cirurgia como um, digamos teste.

— Certo, venho sim. — voltou a se animar.

— Mas saiba, tem chance de não mudar em nada e até piorar. Toda cirurgia tem seu risco. — avisou.

— Sei disso. — mesmo o homem dizendo aquilo ela ainda continha um sorriso no rosto.

[...]

Já era hora do almoço, Luna almoçava acompanhada do pai, da mãe e da sua meia irmã, Ámbar. Os quatro comiam calados, mas Rey resolveu acabar com aquele clima incomodo.

— Como foi lá? — pergunta o Presidente virando-se para a filha.

— Farei uma cirurgia simples hoje na parte da tarde e...

— E pode piorar tudo e meu fardo ser maior. — completa Sharon ruidosamente. — Eu se fosse você não faria porcaria nenhuma de cirurgia, só trará problemas.

— Se eu fosse você... — começou a morena ainda calma. — Seria mais gentil. — bebeu um gole do suco de laranja.

— Luna, não discuta com a mamãe. — intromete-se Ámbar.

— Você deveria ficar quieta. — retruca a mais nova. — É a queridinha dela. Fique na sua, ok. — estava irritada.

— Mas Luna, eu só estou tentando...

— Está tentando passar a imagem de santa na frente do meu pai sua cobra. — explodiu a garota. — Não acredito que eu sou obrigada a conviver com pessoas como você e a Sharon que por incrível que pareça é minha mãe.

— Olha o respeito mal educada. — repreendeu Sharon.

— Esqueceu que foi você que me educou? — revidou amarga.

— Vai deixá-la falar assim comigo? — questionou a mulher olhando para o marido, o mesmo estava sentado na ponta da mesa a par de toda discussão.

— Ela está certa Sharon, você foi grossa primeiro. — responde ponderado.

— Não estou acreditando que estou ouvindo isso do meu próprio marido. Sai daqui Luna, vá para seu quarto antes que eu mesma te coloque lá.

— Então me coloque, me bate, me mate, faça o que quiser comigo já que não passo de um fardo em sua vida. — cuspiu a garota magoada se levantando e saindo em direção ao corredor com a ajuda da bengala.

— Amiga, o que houve? — Nina parou Luna a segurando pelos ombros no meio do corredor.

— A cada dia que passa fica mais difícil administrar essa situação. Não há porque viver Nina. — deixou que uma lágrima solitária escapasse.

— Nunca mais repita isso Luna. — abraçou a amiga imediatamente. — Te adoro e você é especial para todos. Às vezes sua mãe não demonstra, mas ela te ama.

— Tem certeza? — seu rosto estava começando a ficar vermelho assim como seus olhos.

— Claro. — garantiu Nina, embora não tivesse certeza, já tinha presenciado os surtos de Sharon e achava o cúmulo uma mãe agir daquela forma com uma filha que precisava de ajuda. — Encontrei o Ramiro lá fora e ele disse que daqui a pouco você vai ao médico.

— Ótimo. — secou as lágrimas com violência. — Vou sair daqui, pelo menos tenho chance de realizar um desejo.

— Boa sorte. —  diz tentando animar à amiga. — Venha, vamos lavar esse rosto.

Luna voltou a se animar, embora se sentisse péssima com o que sua mãe dizia a seu respeito. Mais ou menos uma hora depois, a morena já estava sentada na mesma cadeira que sentou horas antes.

— Pronta? — pergunta o médico a olhando fixamente.

— Sim.

— Será breve, somente relaxe e não pisque.

— Tudo bem. — estava ansiosa pelo resultado.

[...]

Depois de uma hora o médico já finalizava o trabalho que para ele era rotineiro e que teve sucesso. Depois de tudo o homem passou algumas recomendações simples à garota a mesma retornaria ao consultório daqui três dias. No meio do caminho de volta para casa, Luna estava no banco traseiro do carro e Ramiro do dá frente ao lado do motorista.

— A partir de hoje a senhorita não poderá mais ficar sozinha. — o segurança quebra o silêncio.

— Refere-se ao fato deu tentar me matar, não é? — questiona abaixando sua cabeça.

— Este mesmo. É sério, não quero que fique sozinha. Deus me livre se algo acontecer com a senhorita.

— Entendo a preocupação, mas obrigada. A Yam fica no meu pé o suficiente.

— Nada será suficiente, a senhorita é esperta então vai ficar sendo vigiada o tempo todo. — Luna não se agradou com o que ouviu, porém não discutiu e acabou aceitando.

[...]

Enquanto a filha do Presidente estava se sentindo em um reality show. No exército a situação não era uma das mais agradáveis, a todo o tempo Mariano ficava observando o desempenho de Matteo e esperava o primeiro deslize do rapaz para puni-lo.

— Sabia que existem alguns jovens opositores aqui senhor? — comentou um dos homens fardados para Mariano.

— Ah é? — olhou diretamente para Matteo. — Explique isso direito. — pediu.

— Cerca de oito rapazes estão tramando uma fuga, não tenho certeza. Suas reuniões são no quarto sessenta e seis se me lembro bem e o líder é Benjamin, Benjamin González. — conta o homem a seu superior.

— Interessante. O senhor Balsano faz parte disso?

— Não que eu saiba senhor.

— Bem, faça o que tem que ser feito.

— Mas não temos prova. — alegou o rapaz.

— Dê seu jeito oras. — Mariano se afastou. O homem caminhou entre os rapazes que estavam fazendo algumas atividades e se aproximou de Gastón, o mesmo estava descansando um pouco. — Por que está parado como se não houvesse o que fazer? — brandou com um olhar nada amigável.

— Só estou descansando um pouquinho, me deu câimbra. — defende-se o acastanhado.

— Sei. Volte ao exército. — mandou ele se afastando e encarando os dois morenos.

— Vou pensar seriamente na proposta daquele loiro. — comentou Matteo para Gastón.

— Vai se juntar a um grupo de oposição? Quer morrer é? — diz Gastón um pouco surpreso.

— Tenho possibilidade de morte nas duas opções. Não vou sair perdendo se aceitar fugir daqui Gastón.

— Não sei de nada, não vi nada. — o rapaz balança a cabeça negativamente, ele não aprovava a ideia do amigo.

— Vou falar com o Simón sobre isso, mas sei que ele assim como você não vai me apoiar.

— Está corretíssimo, nós dois não somos tontos. — voltou a sua atividade.

[...]

Horas mais tarde, todos já haviam jantado e estavam voltando para os dormitórios, exceto oito garotos e Matteo. O moreno colocou na cabeça que não teria nada a perder se tentasse voltar para sua vida de antes. Preferia a pobreza do que o caixão. Caminhava pelos corredores com estes pensamentos, estava calado e buscava o quarto onde ocorriam as tais reuniões. O encontrou depressa era o último quarto do corredor, olhou para os lados e entrou rapidamente.

— Sabia que viria, sente-se. — convidou o rapaz que fizera a proposta. — Bem, meu nome é Benjamin, e os dos de mais você conhece depois.

Sem hesitar Matteo se sentou junto à roda de oito pessoas formada no centro do quarto. Estranhou os desenhos dentro do grande círculo e sentiu uma sensação ruim. Ficou quieto preferindo manter-se calado.

— No próximo mês vamos finalmente ser livres, teremos poder sobre nós mesmos. — falou o jovem para o grupo que tinha o olhar focado no mesmo. — Antes de tudo vamos agradecer ao nosso mestre, ao senhor que nos oferece este caminho libertador. — continuou Benjamin, seus olhos estavam fechados. — Obrigado senhor das trevas e da escuridão. Somos eternamente gratos por nos fornecer forças, por nos dar privilégios, poder, e facilitar nossas vidas. — abriu os olhos verde esmeralda que era encantador.

Matteo era o único que se mantinha acordado. O moreno estava surpreso, não era religioso, mas sabia que nada de bom vinha de caminhos mais fáceis e muito menos que envolvesse um nome tão perturbador. O rapaz se levantou e caminhou para porta em silêncio.

— Aonde vai? — indaga Benjamin ao notar a atitude de Matteo.

— Aonde acha que irei? — replica com grosseria.

— Vai desistir? — se pôs de pé, estava indignado com a reação de Matteo. — Que covarde você. — cruzou os braços.

— Que seja. — gesticula já abrindo a porta.

— Vai se arrepender. — avisou o loiro.

— Tenho certeza que não irei.

— Tomara que tudo em sua vida dê errado, e que se arrependa eternamente. Uma vez aceitado, não pode ser recusado. — Benjamin ainda encarava o moreno a porta.

— Me arrependerei se eu continuar. — concluiu ao fechar a porta com força.

O rapaz andou depressa para seu quarto e entrou no mesmo em silêncio, Gastón e Simón nem se mexeram. Matteo não pegou no sono muito cedo, passou a noite ouvindo os barulhos da invasão que os homens do exército fizeram ao quarto sessenta e seis. O moreno suou frio a noite toda. Ficava imaginando se houvesse continuado um minuto a mais naquele lugar teria o mesmo fim que eles. Fez o sinal da cruz e mais do que em toda sua vida teve crença em um poder divino naquele instante.


Notas Finais




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