História A Filha Perdida - Melhor dia da minha vida.

Point of view Eadlyn 

Kile chamou um táxi pra mim, demoramos quase meia hora para nos despedir, sai com um sorriso de orelha a orelha do apartamento dele. 

O taxista me levou de volta pra casa, mas eu pedi que ele esperasse um pouco lá em baixo pois eu precisaria voltar no Centro da cidade. 

Tomei um banho rápido, coloquei um vestido soltinho azul e peguei meu dinheiro. Ele me deixou no outlet do centro.

Comprei alguns biquínis, algumas peças leves de roupa e duas malas. Uma grande e outra de mão.

Voltei pra casa com o mesmo taxista, paguei ele que me ajudou a subir com as coisas e depois foi embora.

Abri as malas, separei apressadamente as coisas que eu precisaria e fui colocando dentro delas, nem vi o tempo passar. Quando finalmente terminei, me sentei no sofá e suspirei. Abri a gaiola da Lola e dei comida pra ela, mas ela preferiu ficar no meu ombro.

- Parece Que as coisas estão começando a ficar boas - comentei com ela enquanto cheirava minhas Rosas e observava meu urso enorme - Eu encontrei, Lola. Eu encontrei o meu Príncipe! Mas você vai ter que ficar com a Dallas por uns dias, nós dois vamos viajar...

Meu celular tocou. Era ele.

- Oi? 

- Está pronta, amor? - sorri.

- Sim, estou. 

- Okay. Estou indo buscar você. Beijos.

- Beijos...

- Estou imaginando que agora você está com aquele sorriso lindo no rosto... estou certo?

- 100% certo.

Corri pro meu quarto, vesti uma calça jeans, uma blusa rosa de alcinha e calcei minha sapatilha. Fiz minha maquiagem básica e deixei o cabelo solto. Dei uma última conferida nas coisas e tranquei a casa, deixei a Lola com a Dallas que não deixou escapar a curiosidade e desci com as malas e com meus documentos. 

Eu estava louca de ansiedade para saber onde é que ele me levaria. Mas então eu me toquei. E se a Kriss chegasse antes de mim? E se ela encontrasse as rosas e o urso? E se ela lesse aquelas notícias de fofoca? E se ela descobrisse que eu estava faltando aula pra viajar com um garoto? E se ela soubesse que agora eu era a garota celestial? 

Encarei o meu anel prateado em forma de coroa na mão direita e tentei esquecer a Kriss. Tentei pensar que ela não me faria mal enquanto eu estivesse com Kile, ela não seria capaz. 

Droga, eu não posso ir. Mas não posso desistir agora. O que eu faço? 

Ouvi a buzina do carro e levantei o rosto. Kile e Osten desceram. O meu namorado me abraçou e me beijou como se fizessem décadas que a gente não se via enquanto Osten xingou a gente e pegou as malas para colocar nocarroc.

- Vocês vão mesmo perder o vôo? Caramba vocês vão passar uma semana sozinhos não dá pra esperar um pouco?

- Já estamos indo, seu pela saco - Disse Kile sorrindo e então entramos no carro.

- Eu quero te agradecer por ontem - Osten disse me olhando pelo retrovisor.

- Pelo que?

- Por ter batido na vaca da Camille - Eles começaram a rir.

- Ah meu Deus - fiquei envergonhada - Então você soube?

- Todo mundo soube - respondeu Osten - Elas adoram fazer um showzinho e quando a gente foi embora elas fizeram um daqueles...

- Eu teria batido na Josie também se fosse você - sugeriu Osten - Sem ofensas, brother.

- Sem problemas - Kile riu.

Comecei a rir.

- Foi inevitável.

- Entendemos - aliviou Osten. 

Chegamos no aeroporto, fizemos check-in e nos despedimos de Osten. Ficamos esperando na sala de embarque, agarradinhos. 

- Ficou lindo na sua mão, rainha Eadlyn - Ele disse observando minha mão, logo a beijou - Rainha da minha vida...

Sorri pra ele e passei a mão em seu rosto.

- Não acredito que a gente tá fazendo isso - falei.

- O que?

- Temos aula. E nós estamos indo viajar.

- Essa é a graça da vida, quebrar a rotina.

Sorri pra ele que me beijou.

Quando embarcamos, senti que meu coração ia sair do peito. Nunca andei de avião. Mas fiquei na minha pra não pagar mico e envergonhar o Kile. Parece que ele percebeu, segurou minha mão e me olhou sorrindo.

- Você pode gritar se quiser, eu não ligo.

Foram duas horas de pura agitação dentro de mim, fiquei cheia de paranoias imaginando o nosso fim e no final, foi a pior parte. Deus me livre de avião. Não acredito que a gente vai ter que voltar naquela coisa.

Pegamos nossas malas e fomos pra saída do aeroporto. 

- Você vai adorar o lugar. É o meu preferido.

- Deve ser...

- Kile! - um jipe vermelho sem teto parou na nossa frente e um garoto pulou de lá todo animado.

- Fox! - eles se cumprimentaram - Essa é a Eadlyn, minha namorada.

Minha namorada. 

Sorri e cumprimentei o garoto que tinha a típica cara de praia. Ele colocou as malas no carro, eles dois entraram na frente e eu fiquei no banco de trás. Os dois não paravam de conversar e eu fiquei na minha para não forçar barra.

Eu mal vi o caminho direito porque o meu cabelo estava totalmente voando na minha cara mas de repente vi uma dimensão azul maravilhosa se movimentando e então me caiu a ficha. O mar. 

Segurei o cabelo para ver melhor. Fiquei boquiaberta com tanta água, aquilo era mesmo real? Parecia não acabar nunca. Não acredito que estou vendo o mar.  

Fomos por um caminho mais deserto e entramos em uma trilha que deu para uma casa na bera daquela imensidão azul. O carro parou e Kile me ajudou a descer.

- Vamos ficar aqui, o que você acha?

- É incrível! 

A casa era enorme. Apesar de ser desnecessário, tinha uma piscina bem grande na frente e um monte de espreguiçadeiras em volta. Fomos até lá dentro, era uma decoração rústica que me trazia uma sensação de paz. Portas e janelas enormes iluminavam aquele ambiente enorme e eu só tinha vontade de ficar ali pra sempre com o meu namorado. 

- Ta tudo arrumado, eu vou indo. Vou deixá-los a vontade, qualquer coisa vocês já sabem - ele piscou - E olha, amarra esse cachorro na coleira, viu? - disse pra mim e eles começaram a rir.

- Pode deixar - falei e ele saiu contente assobiando.

Olhei pra Kile quando a porta bateu.

- E agora? 

- Quer Saber o que vem agora? - perguntou sério, como se estivesse com raiva.

Em um movimento rápido ele me pegou no colo e saiu correndo pela longa escada de madeira. Quando chegamos no segundo andar ele empurrou a porta com as costas e entramos em um quarto onde ele se jogou na cama comigo em seus braços.

- Kile! Seu lou... - ele me beijou e eu correspondi. Logo ele ficou por cima de mim e começou a beijar meu rosto todinho.

- Estaria eu no paraíso? - segurei o rosto dele.

- Estaríamos nós? Não acredito que estamos na beira da praia, em uma casa incrível, só nós dois sem ninguém para nos incomodar.

- E vai ser assim por uma semana. Depois, vamos ter que correr atrás das matérias perdidas e dos repórteres fofoqueiros e dos nossos familiares querendo explicações e dos nossos amigos também e teremos que falar pra todos que estamos juntos... Mas isso não importa agora, estamos aqui e nada mais importa, não é? - concordei e lhe dei um beijo.

Kile se deitou ao meu lado e eu abracei ele, para sentir seu cheiro.

- O que você tem para me contar sobre esse lugar...?

- Aqui é a nossa casa de praia, Schreaves e Woodworks. Quase nunca a gente vem aqui, mas eu adoro esse lugar, a cidadezinha pequena, cheia de gente bacana e educada, a praia... Achei que seria maravilhoso te trazer aqui, um lugar perfeito com uma pessoa perfeita.

- Parece que você acertou, não vejo a hora de ver o mar de perto. 

- E o que nós estamos esperando? 

Sorri animada.

Foi bem estranho ter que colocar o biquíni na frente dele, mas foi interessante medir nosso grau de intimidade. Passei bastante protetor e depois passei nele também, Kile desligou nossos celulares e trancou dentro de uma caixa, ninguém iria nos encher o saco. 

Pegamos nossas coisas e descemos. 

Fomos andando descalços pela grama verde do jardim da frente até entrarmos na área da praia onde meu pé se encontrou com a areia pela primeira vez. Era quente e macio como um tapete. Estiquei a toalha na areia e deixei nossas coisas lá. Eu estava ipnotizada pelo mar.

- Pronta? - perguntou sorrindo e eu concordei.

Ele me puxou e saímos correndo em direção ao mar, e mesmo com medo eu me joguei naquela água salgada e fria. 

Todas as minhas primeiras vezes em novas experiências com ele foram melhores impossível, na praia então não podia ser deferente. 

Ficamos um tempão namorando na praia, só nós dois e mais ninguém. Quando a fome bateu, vesti um short e ele a bermuda, pegamos o jipe e fomos para o centro da cidadezinha. O restaurante também era na beira da praia, cheio de surfistas e de hippies, um ambiente incrivelmente bom. Comi lagosta pela primeira vez e bebi o melhor vinho da minha vida. De tarde demos uma volta pelo centro, Kile conhecia todo mundo e todas aquelas pessoas não o tratavam como um príncipe e sim como um garoto bacana e educado; comigo não foi diferente pois ele fez questão de me apresentar pra todo mundo como sua namorada.

Não consegui tirar o sorriso do rosto por um segundo se quer naquele dia maravilhoso.

Onde, naquela altura do campeonato eu poderia imaginar que minha vida mudaria tanto? 

- Largaria tudo em Angeles pra morar aqui. 

Disse ele enquanto víamos o por do sol, deitado na traseira do jipe enquanto bebiamos água de Coco.

- E porque não faz isso?

- Minha mãe. Ela morreria do coração. Quase morreu porque eu saí de casa. 

- Ela parece ser boa pessoa, e deve estar bem preocupada com você agora.

- Mandei mensagem antes de sair.

- Nossa, que filho prestativo...

- Eadlyn Ambers - ele segurou meu rosto e me fez olhar pra ele - Você foi a melhor coisa que me aconteceu e esse é definitivamente o melhor dia da minha vida. 

E me beijou pela milésima vez naquele dia.