1. Spirit Fanfics >
  2. A Filha Perdida >
  3. Noite apagada.

História A Filha Perdida - Noite apagada.


Escrita por: Alasca__Young

Notas do Autor


Me ajudem a segurar a marimba que é este capítulo.
Preparem a alma e o coração, não recomendado para pessoas com insuficiência cardíaca.
Boa leitura.

Capítulo 22 - Noite apagada.


Fanfic / Fanfiction A Filha Perdida - Noite apagada.

Point of view Eadlyn

Vesti uma calça jeans, uma blusa de alcinha azul e calcei um salto que combinava com a blusa. Fiz uns cachos no cabelo, passei uma maquiagem básica e entrei no carro do motorista que haviam mandado para me buscar. 

O caminho todo foi puro silêncio, ele percebeu que eu não queria bater papo então ligou o rádio. 

Quando chegamos, ele abriu a porta pra mim revelando uma casa incrivelmente linda, a cara da Celeste. Subi as escadas de mármore branco e toquei a campainha. 

Logo abriram a porta para mim. 

- Seja bem vinda! - disse Dan me cumprimentando e eu retribui - Venha. 

Segui ele pela casa cheia de enfeites que pareciam mais caros que a própria casa e então chegamos em uma varanda que dava para um jardim enorme e cheio de flores. Estava de noite, mas estava tudo muito iluminado como já era de se esperar. 

Ali tinha uma mesa razoável de madeira clara, cinco cadeiras em volta e muita comida. Celeste estava rindo pra mim e Eikko estava me penetrando com o olhar, ele sabia que eu ainda não estava bem e com certeza tinha algo para me contar. 

- Que bom que você veio! - ela comemorou. Me abaixei para abraça-la.

- Não pude recusar o convite - dei um sorriso. 

- Assim que eu gosto!

Eikko se levantou e me deu um abraço. Por um curto momento tive vontade de continuar em seus braços que eram tão confortáveis como os de Kile. 

- Tudo bem? - perguntou quando me soltou e eu concordei com a cabeça. Ele assentiu sabendo que era mentira. 

Me sentei na cadeira macia que estava um pouco inclinada. 

- Então, já pensaram em algum restaurante? - perguntou Dan. 

- Por mim tanto faz - Eikko disse.

- Por mim também.

- Amor, que tal o S.w.h?  

- Pode ser. Vou mandar a Lou fazer a reserva. 

Dan se levantou e saiu. Celeste pegou o celular e ficou presa naquele mundo. Eikko olhou pra mim; com a cabeça de lado. 

Dei de ombros e ele baixou o olhar. 

Fiquei parada olhando o lindo jardim e então me veio a cabeça: Será que ele recebeu a aliança? Como será que reagiu? Porque não veio atrás de mim ainda? Nós terminamos mesmo? Josie venceu? 

-... enquanto vou pegar a minha bolsa - peguei a conversa pela metade.

Todos estavam de pé olhando pra mim. Levantei em um pulo e segui eles até a garagem enquanto Celeste subiu para pegar a bolsa. 

Indo para a garagem, senti a mão de Eikko me puxar para trás.

- O que foi?

Você não quer saber o que houve? 

Respirei fundo e parei. Fiquei de frente pra ele.  

- O que ele disse?

- Entreguei o celular e depois a aliança. Ele encarou como a fosse brincadeira, eu falei que você pediu pra eu entregar pra ele e ele ficou vermelho. Perguntou porque você fez isso e porque você entregou pra mim, não pra ele, pessoalmente. Ele saiu possesso, enfiou o celular no bolso e jogou a aliança no chão. Eu peguei de volta - Ele estendeu a mão e me mostrou o anel - Desculpa é que eu não sabia o que fazer então eu peguei, vai que vocês voltam? Esse anel é caro. 

Senti minha garganta fechar de tanta raiva. Peguei o anel, guardei no bolso e tentei ser forte como nunca tinha sido na vida.

- Eu não queria me envolver nisso. A culpa é sua - Ele disse num tom brincalhão mas eu não consegui sorrir - Você quer ir pra casa? Tá tudo bem se você...

Ouvi um barulho vindo do meu velho celular. Peguei ele no bolso e vi que era uma mensagem de Kile, meu coração acelerou. 

Cliquei na mensagem de texto. 

"...Belo jeito de terminar um namoro, Eadlyn! Não tinha um jeito pior não? Tudo bem, tudo bem, já saquei tudo, você não tem um pingo de consideração por mim, e também não é madura o suficiente pra estar em um relacionamento sério! Se eu estou errado, quero que venha aqui, e fale na minha cara que não quer mais nada comigo! Porque eu ainda não estou acreditando que a gente vai terminar por um motivo tão idiota!"

Senti meu corpo todo esquentar de raiva, como ele ousava a dizer isso? Eu sou infantil? Sim, eu sou. Mas não precisava jogar na minha cara! 

- Dan! - Ouvimos o grito de Celeste - Daniel! - ela veio correndo e passou por nós, logo se encontrou com o marido no meio do caminho.

- O que foi mãe? 

- A minha mãe! Ela... ela está internada... ah meu Deus... nós precisamos ir... amor a Minha mãe! - ela começou a chorar enquanto se desmanchava nos braços de Dan. 

- Eik, você fica aqui com a Ed ou saiam para comer, eu vou com a sua mãe no hospital. Qualquer coisa me liga! - disse normal.

- Tá bom, pai. 

Eles saíram correndo e entraram no carro, logo sumiram das nossas vistas. Eikko estava normal também como o pai e eu estranhei.

- Você... está bem? - perguntei estranhando. 

- Estou. A minha mãe é exageradamente escandalosa. A minha avó deve ter bebido demais, outra vez e por isso devem ter dado algum problema. Toda vez é a mesma coisa. 

- Você fala numa simplicidade.

- Você também faria assim se passasse por isso pelo mesmo duas vezes por mês.

Sorri.

- Vem, vamos pegar outro carro. 

- A gente vai pro restaurante? 

- O que você acha?

- Não sei, Eikko. Estou precisando descarregar as energias negativas.

- Ele te mandou mensagem né? ]

- É - bufei

- Que tal uma balada? 

Parei e fiquei olhando pra ele.

- O que?

- Nunca fui em uma balada.

- QUÊ!? Pois nós vamos agora. 

Em vinte minutos descemos em um lugar extremamente movimentado. Eikko deixou o SUPER carro dele com o manobrista e me guiou para dentro do lugar cheio de gente e luzes piscando. Segui ele até o segurança na ponta da escada. Eikko mostrou alguma coisa para ele que abriu passagem e então nós subimos até o segundo andar que estava bem menos lotado mas que tinha gente dançando e se divertindo.

Andei até uma grade preta que batia no meio da minha barriga e lá em baixo estava cheio de gente dançando.

- Quer beber o que? - ele perguntou gritando por causa da música.

- Por enquanto nada - gritei de volta.

- Quer comer alguma coisa?

- Também não. 

- Ok. 

Ele foi até o bar e pediu uma bebida, depois se voltou para mim. Comecei a movimentar a cabeça no ritmo da música e ele riu. 

- Vou ficar de olho em você - gritou - As pessoas costumam se perder depois de uma desilusão. 

- Obrigada - ironizei. 

- Vem, vamos dançar. 

Ele me puxou para a pista de dança ali mesmo no segundo andar, era perto da mesa do DJ. Eikko começou a se balançar com um copo fluorecente na mão e eu fiz o mesmo, me sentindo um pouco envergonhada.

- É open bar, pode pegar o que quiser ali - ele me disse.

- Tá bom. Acho que vou fazer isso porque não sei dançar essa música como você - ele piscou e riu.

Deixei a pista e fui até la.

- O que deseja, docinho? - perguntou o homem/mulher/não faço ideia do que era aquilo.

- Qualquer coisa que seja bem forte. 

- Hmm, que gracinha. 

Ela/ele começou a preparar meu drink enquanto dançava. 

Eu tenho dezessete anos, namorei um cara de 23, viajei sozinha com ele, já fiquei bêbada, e estou em uma balada agora pegando bebida de graça com um outro cara de 22 anos. 

Mas o que é que eu estou fazendo com a minha vida? Eu não deveria estar aqui, nem deveria fazer esses tipos de coisa. 

Mas ignorei. 

Já estava feito, eu não me importava mais com nada. Fiquei presa a vida toda, estava na hora de me libertar da gaiola onde Kriss me prendeu durante anos.

Peguei a bebida e virei ela na boca. Minha garganta ardeu e depois minha cabeça e por último meu corpo todo.

- Mais uma - pedi.

- Vai com calma, princesa. Levou um pé na bunda? 

- Dei um. 

- Arrependida?

- Talvez um pouco. 

Ele/ela riu e foi pegar outra bebida pra mim.

- Ed, não fique embriagada tão cedo - Eikko apareceu rindo de mim. 

- Hummm, se agora ele é o seu acompanhante, não entendi o porque de você estar tão arrependida - ele/ela disse sorrindo me entregando o drink.

- Tem razão - olhei sorrindo para Eikko que estava envergonhado e escondendo o sorriso. 

- Vamos dançar.

Peguei a bebida novamente e fui para a pista com Eikko dançar. 

- Cuidado com a sua bebida - ele avisou.

- Pode deixar. 

E nós dançamos até os nossos sapatos machucarem os nossos pé. E então, assim como os outros, nós tiramos eles e ficamos descalços para dançar mais. 

Fui mais uma vez pegar bebida para nós dois e vi encostada na bancada uma menina loira muito bonita. Eu já estava um pouco lerda por conta da bebida mas podia jurar que já tinha visto ela em algum lugar. 

 Ele/ela do bar, entregou mais dois copos cheios de alguma coisa para mim. E eu peguei. Mas antes de sair, olhei para a garota que estava me olhando e ela deu um sorrisinho pra mim. Retribui por educação e voltei para a pista. 

O local estava esvaziado, mas Eikko e eu continuamos dançando, animados.

- Eadlyn, acho que não aguento mais nada alcoólico - ele falou estreitando os olhos e então sorriu.

- Acho que precisamos que alguém venha buscar a gente - comecei a rir - Estamos bem mal.

E a última coisa que me lembro daquela noite foi que de repente eu me aproximei de Eikko e ele fez o mesmo e depois, eu não sei de mais nada. 

Só sei que me diverti como nunca tinha me divertido antes. 

Estava deitada em uma cama grande, entre lençóis brancos e com um bom cheiro. Minha cabeça estava apoiada em seu peito despido, e seu braço estava em volta da minha cintura, me abraçando e me apertando nele.

Me senti confortavelmente bem, mesmo com o corpo levemente dolorido. 

Mesmo cansada e querendo dormir eu continuei acordada aproveitando aquela sensação boa de estar protegida em seus braços me me aqueciam com um certo tipo de calor que nem todo mundo transmitia. 

Á nossa frente tinha um espelho, eu conseguia ver apenas a janela atras da cama com as cortinas semi abertas. 

Eu estava sem roupa, ele também. Não precisei levantar o lençol para saber disso. 

Eu queria poder todo dia acordar daquele jeito, ter aquela mesma sensação todos os dias de manhã. 

Fechei os olhos novamente ouvindo o coração calmo dele bater e de repente ele começou a acelerar. Ele se mexeu, respirou fundo mas não disse bom dia como de costume. E então os braços dele saíram da minha cintura.

E aí eu percebi que não era mais um sonho. Foi então que me levantei para encara-lo e lhe dar um beijo, eu quase tive uma parada cardiorrespiratória. 

Ele estava me olhando apavorado, tão assustado quanto eu, querendo respostas. 

- Eadlyn... - Eikko estava mais branco do que o normal - O que... o que... como... 

Senti as lágrimas começarem a se juntar nos meus olhos. Me afastei dele e segurei o lençol na frente dos seios, ainda tentando processar tudo o que estava acontecendo. 

- Eikko, não me diga que... - olhei pra ele que estava encarando o espelho a nossa frente. 

- Eadlyn... Meu Deus como... como foi que isso aconteceu ? 

- Eu não sei! - levei as mãos à cabeça me desesperando, tentando lembrar de alguma coisa mas as lembranças eram as mesmas.

- Eu lembro de ter visto você se aproximando de mim e então não lembro mais de nada! - ele disse desesperado também. 

- A gente transou?

- Não sei! Eadlyn a gente não devia ter feito isso! Não devia! 

- Eu não queria ter feito isso! - gritei - E eu nem sei a a gente realmente fez isso mas... mas parece que sim. Ah meu Deus, que merda! 

- Eadlyn, desculpa. Mas eu não me lembro de nada. Absolutamente nada. Então se você lembra, por favor...

- Nem eu. Eu também não sei! Nós bebemos tanto assim? Amnésia alcoólica ? Meu Deus! A que ponto eu cheguei? Eu não...

Perdia fala quando vi minha roupa jogada no chão. Me senti pior ainda, pensando em Kile. Onde eu tinha me metido? O que eu tinha feito comigo? 

Um barulho alto vindo da porta batendo na parede me chamou atenção quando ela se abriu. Olhei para ela e foi aí que eu me senti ainda pior, mais do que eu já estava. 

Kile estava parado lá, vermelho de ódio, olhando para nós. Ninguém conseguiu dizer nada. 

Minhas lágrimas caíram como cachoeira, e naquele momento eu só queria sumir. Os olhos dele penetraram os meus e eu pude ouvir todos os pensamentos dele, todas as dúvidas e perguntas, as quais até eu queria saber.

- Kile - Disse Eikko desesperado tentando pegar alguma coisa no chão para vestir.

- Já vi o que eu tinha que ver aqui - falou amargamente, me olhando pela última vez.

E então ele saiu, desolado. 


Notas Finais


Bonito, kibonito hein....
Deixo os comentários pra vocês, que tenho certeza que odiaram o capítulo.
Mas gente, entendam, faz parte...
Beijos e até a próxima❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...