Um vento melancólico percorria o império aquela noite. Havia uma névoa de angústia presente na pequena aldeia do País do Fogo. Os pássaros estavam inquietos, o vento incessante, as folhas farfalhavam e ninguém entendia o porquê até então. A terra tremia.
— Eles estão perto.
Um aldeão, escondido por trás de um cercado, avisou para seus companheiros. Eles estavam armados com foices, tochas e facões. Eram simples civis, avisados mais cedo da aparição de um bando forasteiro.
Eles surgiram lentamente por entre as montanhas.
-- Mas aquilo...
--- Não pode ser.
Aquela não podia ser simplesmente uma gangue de ladrões. Traziam espadas, cavalos e flechas como um verdadeiro exército, porém não carregavam o nome de nenhuma nação. Erguiam somente a insígnia de uma nuvem vermelha, que para o País do fogo era o como o presságio da destruição.
— É a hora. - anunciou um samurai mascarado, á frente dos demais. Não tardou muito até se encontrarem diante da vista do solene e majestoso Império da Folha.
Os aldeões, em seus postos, olhavam entre si. O pequeno garoto, que jamais imaginaria o porte de seu inimigo, tremia agarrado à sua foice. Seu pai tocou seu ombro, tranquilizando-o. Bastava que seguissem escondidos, e tudo ficaria bem.
— Senhor - um dos homens se dirigiu -- Há uma pequena aldeia bem ali.
- Um vilarejo..? - perguntou uma voz, abrindo caminho por entre os demais.
Aquele era o líder, todos notaram.
- É tarde. - o homem constatou, olhando adentro - Em um horário como este, não há quem possa nos notar.
- De fato é tarde - o líder dizia, caminhando lentamente adiante. - Sendo assim...
Os olhavam, com expectativa.
- ...O que um moleque faz escondido pela floresta?
Os homens então, subitamente começaram a cavalgar em direção a elwa. Os aldeões, confusos com o movimento repentino, entraram em desespero:
— N-não é possível! Como foi que..?!
— Nós não podemos contra eles! - O mais velho se virou aos outros homens - Fujam! Levem suas famílias!
Olhando com desespero para o samurai em um cavalo negro que se aproximava em sua direção, constatou que não haveria tempo de evacuar a vila.
— Estamos perdidos.
— Pai!! Eu vou buscar a-
O garoto não pode completar sua fala: fora atingido na nuca por uma flecha.
— O exército... Acionem o exército! - gritou o líder do grupo, apavorado - Nós tentaremos ganhar tempo.
O guerreiro aproximou-se pronto para levar o homem em um só golpe, porém este em um desesperado gesto pela vida, esquivara e deferira um golpe com uma enxada em resposta.
Ele então parou de costas, um pouco diante do rapaz, que o olhava ofegante e aterrorizado.
— Você... Arranhou a minha armadura. - dirigiu seu cavalo lentamente até o rapaz novamente - Toda esta vila ruirá por sua insolência.
E deferiu um golpe fatal.
— Matem a todos. - ordenou aos homens que chegaram em seguida.
Aquela noite, as cinco nações voltariam a conhecer a dor e o desespero depois de anos de paz. O céu adormecia embalado pelos gritos e súplicas da pequena Shukuba.
- Quem são vocês? O que querem?
— Eu - Ele disse, se aproximando - Sou aquele que purificará o país do fogo. No entanto... - ergueu sua katana e retirou a sua máscara - Você já sabe quem eu sou.
E então deu o golpe final, decapitando-no.
[...]
— Fugaku-sama. - dizia o general Kakashi, analisando pacientemente a situação discutida durante a reunião - A família Hyuuga enviou felicitações pelo aniversário de vossa alteza, o príncipe Sasuke.
- Os Hyuuga, não é? - o homem alisava o queixo, olhando para a mesa de estratégias - Envie três de nossos melhores cavalos, como agradecimento. Manter a boa relação com a família Hyuuga é crucial neste momento. Além do mais, é preciso reunir informações sobre o comércio dentro da Vila da Folha...
— Acredito que eu seja o mais indicado para esta missão - o general Jiraiya sugeriu - Digamos que eu tenha um método um tanto quanto eficiente de obter informações
"Cortesãs, eu presumo." o General Maito Gai sussurrou.
Kakashi pigarreou.
— Se me permite comentar, senhor - Ele voltou-se ao Imperador, com seriedade - A família Hyuuga tem se provado a mais leal entre as famílias nobres do Império, além de estar ganhando a simpatia de outras nações. O senhor Hyuuga tem duas filhas solteiras, e um casamento poderia ser muito vantajoso. No entanto, Sasuke-dono...
— Esqueça. - disse o imperador, Uchiha Fugaku concentrado no mapa - Sasuke é um caso perdido. Eu preferiria me concentrar em-
— Fugaku-sama! - O conselheiro real invadiu a sala, chamando atenção de todos - Algo terrível aconteceu!!
— Kabuto..? O que houve? - o imperador questionou.
— As fronteiras do Oeste foram atacadas... - o homem se esforçava pra falar, ofegante - Recebemos a informação de aldeias próximas ao ataque..!!
— Impossível... Ninguém nas cinco nações é capaz de ultrapassar o forte das montanhas.
— De acordo com os vigilantes, ninguém passou pela fortaleza, majestade. Ainda não se sabe como chegaram até os interiores do império, tampouco o paradeiro dos responsáveis pelo ataque.
— Quantos sobreviventes?!
O conselheiro engoliu em seco.
— Não houve sobrevivente algum, senhor.
O imperador congelou por um instante.
— Não pouparam sequer os civis locais. Nem mesmo as crianças ou as mulheres. Foi de fato...
— Um massacre. - completou Fugaku.
O pavor tomou conta não só dele, mas de todos os presentes na sala após a notícia.
— Tal poder - Kakashi indagou - Quem teria essa capacidade?
— Não há pistas, senhor. Todos os corpos e destroços foram incendiados. Não há testemunhas vivas. Tudo o que se sabe é que eles partiram novamente para a direção das montanhas.
— Está enganado, Kabuto - o Shikaku Nara, o estrategista do Fogo, interviu - As próprias circunstâncias desse crime denunciam o culpado.
Todos então o olharam, temendo estar pensando na mesma coisa.
— Eles traçaram um plano elaborado sem que o esquadrão de informação secreta se desse conta... Foram capazes de se infiltrar no império sem que fossem detectados - ele cerrou os punhos - Massacraram civis e eliminaram todo um pelotão da fronteira... E tudo isso, sem deixar vestígio algum.
— Resumindo... é alguém familiar ao País do Fogo. - Fugaku concluiu. Shikaku assentiu.
— Essa conduta sórdida - Jiraiya espantou-se com o rumo que as conclusões tomavam - Quem de todas as cinco Nações pode estar por trás disso?
— Ninguém. - Kakashi concluiu - Não estamos lidando com as outras nações. Vocês sabem muito bem de quem estamos falando.
— Os responsáveis pelo assassinato de Itachi-dono...
— A organização fundada por meus antecessores... - concluiu o imperador, pesarosamente - ...Akatsuki.
Todos tiveram um calafrio repentino. Aquele nome era motivo de escárnio por todo o império. Haviam sido o responsáveis por ceifar vidas não só da família real, mas também de muitas figuras inestimáveis do país do Fogo.
Fugaku socou a mesa, com fúria.
— Como isso é possível?!
— Majestade!! - Gai chamou sua atenção - Deixe-me acionar os guerreiros da Folha! É preciso tomar providências imediatamente!
— Kabuto!! Noticie aos nossos aliados! Kakashi! Convoque a Nobreza e deixe bem claro que aquele que não quiser unir forças ao Império neste momento será tido como traidor. Ordene que venham até o palácio, imediatamente!
Todos permaneceram atônitos, em meio a um desespero silencioso. A única coisa que os mantinha firmes era a determinação no olhar do imperador.
— Kabuto...
— Sim, majestade..?
— Certifique-se de que minha esposa e Sasuke não saibam disso. - "Principalmente Sasuke." pensou. Precisava sufocar isso sozinho, e rápido, antes que tivesse um problema ainda maior.
[...]
Bastava o Sol dar as caras para que a aldeia mais gloriosa aldeia dos arredores do palácio despertasse cheia de energia. Konoha, a Vila da Folha, o braço direito do Império, o "olho do fogo". A força motriz da nação, de onde muitos se fizeram nobres e ilustres era o lar de muitas famílias que serviam ao Imperador e à nobreza. Era onde qualquer plebeu adoraria estar. Konoha sempre amanhecia agitada, não importa qual fosse a estação do ano. As mães se despediam dos jovens filhos que iam treinar, os maridos partiam até o campo para cuidar da colheita, os velhos e crianças para o mercado, e as moças tratavam de auxiliar enquanto as mulheres mais velhas se empenhavam na limpeza dos lares.
Mas, uma delas em especial andava sem rumo pelas ruas da aldeia.
— Onde é que está a Sakura?
— Eu não vi, Mebuki - Respondeu a senhora Yamanaka, que ocupava-se batendo tapetes fora de casa - É melhor se apressar, o tal rapaz vai chegar em poucas horas...
— Aquela menina é impossível! - a mulher se queixou, saindo de cena de volta a sua busca incessante.
— A filha da Mebuki é um caso perdido, não é? - comentou uma outra mulher que estava por perto.
— Isso é um absurdo! Na minha época, raparigas jamais saíam por conta própria montadas em um cavalo - começou um velho a resmungar, sentado na varanda da casa - Passavam seu tempo ocupadas com suas responsabilidades, e não manuseando instrumentos de guerreiros como se fossem malditas brincadeiras! Não há mais boas esposas como antigamente.
— Não seja tão severo, papai... - A senhora Yamanaka amenizou - A menina acaba de atingir a maioridade!
— Só mesmo um desequilibrado para desposá-la! - falou sua filha, Yamanaka Ino, saindo pela janela.
— Ora, não fale assim! Vocês não costumavam ser amigas? Ela pode ser descuidada, mas apesar de tudo ainda é a flor dos Haruno...
"A Flor do Clã Haruno" - Era assim que era conhecida a jovem filha de Mebuki e Kizashi tanto dentro da aldeia quanto nos seus arredores. Quem havia criado esse título e o porquê, não se sabe, mas todos com certeza associavam-no imediatamente á sua beleza inigualável.
— E do que adianta a beleza da flor se os espinhos dela espantam todos os zangões?
Longe dali, um rapaz e uma garota duelavam com katanas de madeira. Um rapaz mais novo os assistia.
Haruno Sakura acordava cedo todas as manhãs, para acompanhar o treino dos jovens recrutas. E é claro que não conseguia evitar de se envolver também. Vivia acompanhando os passos de seus melhores amigos, os irmãos Sai e Shin, que tinham um desejo imenso de entrar pro exército. Ela treinava no mesmo ponto todas as manhãs, atrás do celeiro, pois havia sido proibida pelos pais de frequentar o Dojo da família ao atingir a maioridade. "Você deve se empenhar em arranjar um bom marido! Esses passatempos devem ficar para trás!" eles diziam.
— Concentre-se, Sakura - Sai a instruía com calma - Sei que o entusiasmo move o combate, mas a atenção ainda é o mais importante!
— Não venha me dar lições agora - ela provocava com um sorriso zombeteiro no rosto. Dito isso ela reverteu a disputa a seu favor, quase desarmando-o.
Sai então tornou a se afastar para poder deferir novos ataques. Ele tornou a reverter a situação, esperando que Sakura abaixasse a guarda para derrubá-la, usando seu conhecimento em artes marciais. Apontou sua katana para seu pescoço, com um sorriso de vitória.
— Seu... - ela protestou em tom de brincadeira, ainda no chão - É, parece que você me pegou. - Disse, num tom irônico. Isso acendeu-lhe um alerta, mas antes que ele se desse conta Sakura em um movimento ligeiro livrou-se da katana de Sai e deu-lhe uma rasteira, invertendo suas posições. Agora, ela estava diante dele, com sua katana na mão esquerda e apontando-lhe outra ao seu pescoço com a direita. Os irmãos estavam boquiabertos. - Isso é pra aprender a não derrubar um inimigo antes de desarmá-lo!
— Incrível! - Shin se espantou.
— É, você está se superando cada dia mais... - Disse Sai enquanto se levantava.
— Digo o mesmo dos dois! Nesse ritmo, em breve estarão servindo o exército...
— Conseguiu aprender alguma coisa, irmãozinho?
— Pare de me chamar assim! Restam-me apenas alguns anos para atingir a maioridade! - ele olhou para Sakura - É um desperdício ver alguém tão talentosa tentando desesperadamente tornar-se uma esposa... - Shin comentou, recebendo um olhar repreendedor de Sai, como resposta.
Ela ficou pensativa.
— Não se preocupe com isso, Sakura. - Sai lhe tocou o ombro, tentando reanimá-la - Você vai conseguir um marido que seja capaz de enxergar suas qualidades.
— É claro... - Sakura fingiu estar convencida. - Por isso preciso me esforçar, tanto na luta quanto nos dotes femininos, não é mesmo?
— Sakura, há algo que eu preciso conversar com você e tem a ver com esse assunto... Sua mãe me procurou esses dias e me disse que-
— Sai-sama! Shin-dono! - A governanta encarregada pelos dois gritou de longe, para o alívio de Sakura.
Os pais de Sakura sempre foram extremamente contrários aos passatempos da filha. Permitiram que ela tivesse aulas de noções básicas de artes marciais quando ela ainda era uma criança, por insistência da mesma. Mas jamais imaginariam que ela ficaria tão envolvida.
Descontou um pouco de sua frustração no espantalho de treino, deformando-o.
Desde que havia atingido a maioridade, sua vida havia se tornado um pesadelo. Vivia tendo discussões com seus pais e lidando com os mais diversos tipos desprezíveis de homens, e de todas as regiões imagináveis.
"Que horas deve ser?" Sakura indagava em sua mente "Tenho a leve impressão de que havia algum compromisso pra hoje..."
— Sakura?!
Ouviu alguém lhe chamar por trás e no mesmo momento cerrou os olhos em aflição.
— Olhe pra você, está um trapo! - A mãe se desesperou ao vê-la - Isso no seu cabelo é lama?! Por Deus, você precisa se arrumar agora, ou vai arruinar sua primeira impressão! - disse por fim, tomando a pelo braço.
— Mamãe, espere! Do que está falando?!
— O aprendiz do general Gai pediu sua mão em casamento!
[...]
— Ótimo, mais um... - Ela se queixava, enquanto a senhora Yamanaka penteava seus enormes cabelos, que iam além da cintura - Até quando vocês insistirão em trazer esses idiotas para tentar me conquistar como se eu fosse um prêmio?
— Sakura... - a mãe lamentava-se pela filha, enquanto a ajudava a vestir um Yukata vermelho com flores de cerejeira - eu sei que você não tem interesse em homens, mas é pelo bem da nossa família, querida. Um dia seu pai não vai mais estar aqui. - ela terminou de dar um nó no obi, dificultando a respiração de Sakura - Quem irá amparar a família Haruno e assumir o controle quando isso acontecer?
— Certo, eu entendo - Ela interrompeu a mãe. Não suportava ouvir esse tipo de discurso - Mas é difícil aceitar, francamente. Até quando irão me dizer o que devo ou não fazer?
— Não seja tão melancólica, meu bem... Sorria! - A senhora tocou seu rosto, tentando animá-la. - Você está uma graça!
Sakura forçou um leve sorriso tristonho.
- Você é mesmo uma ingrata. - disse a loira que passara despercebida por trás dela, escorada na parede.
- É mesmo, Ino? - ela respondeu sarcástica - Eu me pergunto, quando é que você vai aprender a não enfiar o seu focinho de porco no assunto dos outros?
- Fique quieta, eu vou fazer a sua maquiagem.
Sakura fez uma careta em protesto, mas assentiu. Ino era sempre a única que topava ajudá-la, depois de tantas casamenteiras que perderam a esperança.
Depois de horas aplicando cuidadosamente cada uma das cores e essências á jovem Haruno, o trabalho estava totalmente feito.
— Como o esperado, está uma deusa. - a mãe a observava orgulhosa após horas de arrumação, com um brilho nos olhos.
— Ele com certeza não vai resistir... Irá se apaixonar perdidamente por você!
"E isso é um problema..." completou Sakura em seu pensamento.
Ela se olhava no espelho, e em vez de se sentir orgulhosa pela sua aparência, se sentia angustiada. Não se reconhecia quando se caracterizava de forma tão extravagante.
E então as mulheres guiaram Sakura até sua casa, e, passando pelas pequenas vielas da aldeia, deixavam todos boquiabertos com a jovem beleza que passava diante de seus olhos. Haviam também diversos olhares invejosos das outras garotas e de suas mães, direcionados á beleza de Sakura, ou ao reconhecimento de sua família por parte do Imperador. Era esse um dos principais motivos pelos quais Sakura nunca teve um bom relacionamento com elas, embora ela mesma jamais tivesse sido capaz de compreender isso. Afinal, nada lhe importava mais do que seus próprios propósitos.
Podia enxergar seu pai de longe, com seu sorriso bobo que ia de orelha a orelha. Ele constantemente se aborrecia com os atrasos e confusões da filha, mas sempre que a via arrumada e com o antigo Yukata que a esposa costumava usar, esquecia-se completamente. Não importa quantas vezes ele a visse daquele jeito, sua reação de fascínio era sempre a mesma, como um cego que via o Sol pela primeira vez.
— Deslumbrante... - Kizashi elogiou a filha, com um olhar de afeição - Tão bela quanto uma flor de cerejeira.
Sakura sorriu levemente e ruborizou.
— São seus olhos, papai.
— Os meus e os de toda a vila! - disse por fim, lhe estendendo o braço e guiando-a até a elegante sala de recepções, onde Sakura aguardaria por seu pretendente.
— Boa sorte, querida. - disse a mãe, depositando um bule de chá sobre a mesa e beijando-lhe a testa em seguida - E lembre-se, seja educada, discreta, e delicada!
— Certo, mamãe.
Ela sabia que teria que lutar contra si mesma tanto para agradar ao pretendente quanto para se convencer de que estava fazendo a coisa certa... Mas toda vez que se encontrava aguardando alguém nessa sala, sabia que essa luta já começava perdida.
[...]
— Solte - Um homem de cabelos castanhos chamava a atenção do Uchiha mais novo que aplicava um golpe sobre si - Solte-me ou irá quebrar o meu braço!
— Perdão. - ele disse finalmente voltando a si e soltando-o.
Estava espantosamente disperso aquele dia.
— O que está havendo, Sasuke? Está tentando sabotar sua própria família? - protestou o homem, se recompondo - Você pesou a mão...
— Não seja dramático, Obito...
O jovem prodígio com certeza não estava de bom humor aquele dia. Havia uma estranha sensação que insistia em perturbá-lo desde o dia anterior, sentia uma atmosfera ameaçadora, e não conseguia entender o porquê.
Uchiha Sasuke, o herdeiro do trono, havia passado a manhã inteira enfurnado nos quartéis. O fazia sempre que se sentia incomodado com alguma coisa, mas daquela vez, nem mesmo horas de treino foram o suficiente para aliviar sua tensão.
Quando deixou o quartel, pode notar os homens inquietos. Perguntava a respeito do que estava havendo, mas não recebia nenhuma resposta. Ele praguejava em seu pensamento. "Definitivamente algo está acontecendo. Algo verdadeiramente sério. Mas por que é que eles não me dizem?" Então decidiu que investigaria a respeito e ficaria a par da situação, nem que tivesse que arrancar tais informações por conta própria. "Droga... Isso só pode ser coisa do velho."
Estava prestes a ir até a sala de estratégias, quando percebeu que alguém conversava no fim do corredor. Então discretamente se inseriu para dentro da primeira sala ao seu alcance a fim de escutar sem ser notado.
— Os generais estão concentrando o máximo possível de homens para combater essa ameaça... - A voz dizia, um pouco mais alto que o conveniente. - Eu devo partir imediatamente. Acreditamos se tratar da-
Sasuke tentava escutar o restante, porém uma mulher que saía da sala esbarrou em seu corpo.
— Sasuke-kun! - a empregada chamou por Sasuke, que tapou sua boca imediatamente.
"Droga! É impossível não terem me descoberto depois disso!"
— Ei, Sasuke-kun...
— Agora não! - ele rapidamente a evitou, deixando-na para trás.
Kabuto, que curiosamente permanecia no final do corredor, sorriu satisfatoriamente ao perceber que o Uchiha mais novo havia corrido em direção à sala de estratégias.
[...]
— Então, senhor... Lee-san, não é mesmo? - Sakura tentava pela terceira vez cortar o rapaz que não parava de tagarelar sobre o "Poder da Juventude".- Compreendo que a juventude é algo muito importante pra você. Mas, talvez devêssemos fazer uma pausa para uma xícara de-
— Você me compreende?! - ele interrompeu, deixando Sakura ainda mais aborrecida - Eu sabia! Desde o momento em que a vi soube que nos daríamos perfeitamente bem...
— Hm - Sakura já tinha demonstrado falta de interesse de todas as maneiras imagináveis, mas aparentemente o homem se recusava a "captar o recado".
— Desde que era apenas um garoto, eu sonhava com uma imagem em minha cabeça - Ele dizia se aproximando cada vez mais - Chegar em casa depois de mais uma vitória... Poder voltar para minha doce esposa que me espera com o jantar - na medida que ele contava os detalhes de seu sonho piegas, ele se aproximava de seu lugar á mesa - Muitos filhos e filhas, todos reunidos do lado de fora, treinando... Eu olho penetrantemente nos olhos dela e depois de um beijo cálido-
— Poupe-me, por favor... - disse Sakura tentando inibir uma ânsia de vômito, causada pelo choque que aquelas imagens provocavam em sua mente - Se me permite, eu lhe servirei uma xícara de chá!
— Quanta gentileza de sua parte! É maravilhoso beber um chá feito especialmente pela minha futura esposa! - ele aspirou o aroma da xícara com força, expandindo o tamanho de suas narinas. Sakura encarava a cena com espanto enquanto servia para si mesma, fazendo com que o líquido transbordasse. "Droga! Minha mãe vai ficar furiosa!"
O homem bebericava o chá fazendo um barulho esquisito. Ela esfregava a manga de seu Yukata na mesa, quando, acidentalmente, sua mão escorregou até a dele. Ele parou.
"Oh, droga."
Lee largou a xícara e imediatamente lhe lançou um olhar radiante.
"É óbvio, ela está esperando por meus movimentos! Preciso agir, que tolo sou!"
— Sakura! Me desculpe por ter ignorado seus sinais!! - ele a encarou fixamente.
- ...Sinais?
- Está na hora de esquecermos todo o resto e nos entregarmos a história que o destino reserva pra nós.
— Perdão, mas do que está está falando? - ela perguntou, num misto de impaciência e espanto.
— É como se estivesse escrito, compreende? Temos uma espécie de conexão. Como... como o fio vermelho do destino!
O rapaz se aproximou ainda mais, fazendo-a levantar-se para longe da mesa de chá.
— Conexão, eu e você?! - perguntou incrédula - Jamais!
— Não seja tão tímida, Sakura... Uma moça tão delicada e inocente jamais admitiria, eu sei... - Tomou-lhe as mãos, aproximando os lábios á espera de um beijo.
E completamente descartou tais pensamentos após receber um tamanco na cara como resposta.
— Está fora de si?! - Sakura chegou o corpo até a parede, tentando manter o máximo de distância possível - Se atirando pra cima de uma mulher desse jeito!
— Mas você não é qualquer mulher! Tudo indica que é a mulher da minha vida! - colocou seus braços em volta dela, aprisionando na no vão entre seu corpo e a parede.
— Ora, não fale asneira... Eu jamais demonstrei o menor interesse em você, ou nessas suas sobrancelhas enormes!
— Por que você está falando essas coisas horríveis..?! - perguntou encabulado, como se estivesse ouvindo o maior absurdo de todos. - Elas são apenas um charme, e com sorte, nossos filhos as terão também!
Aquela foi a gota d'água.
— Eu realmente não sei do que você está falando... Mas é melhor não aproximar um passo de mim! - dito isso, sacou seu guarda-sol e o apontou em direção ao pretendente, ameaçando-o.
— Espere, Sakura! Ao menos dê uma chance a este amor!
E em vez de dar novas investidas, Lee passou a se esquivar, tentando se defender dos golpes de sua amada.
— Saia da minha casa antes que eu busque uma espada e o problema tome novas proporções, certo?!
[...]
Do outro lado da sala, o casal Haruno se reunia com Maito Gai, um mais dos mais renomados generais do império e também o responsável por Lee.
— Honorável Kizashi, há quanto tempo, não? Vejo que está em boa forma depois de tantos anos, afinal...
— É uma honra recebê-lo juntamente a seu aprendiz, general Gai.
— Ficamos lisonjeados por sua presença. - disse Mebuki, com graça.
— E é um prazer ser acolhido por uma dama como você, senhora Haruno! - disse Gai empolgado, enquanto tomava chá - Eu lhe garanto que Lee não vai desapontá-los!
— General, eu notei a presença de imperiais na vila hoje... O que está havendo?
Gai ficou sério.
— Fico surpreso que tenha percebido, e, é claro, não esperava menos de alguém como você, senhor Haruno. - ele reconheceu, em tom de respeito ao seu veterano - No entanto, estes são assuntos confidenciais. Mas creio que logo o senhor saberá o que se passa... e este noivado virá em um momento excelente.
O casal Haruno se entreolhou.
Kizashi estava receoso.
"Eu servi este país por anos... e só me lembro desta agitação na aldeia naquela única ocasião." pensou "Será possível que..."
— Vocês, soldados... - Mebuki interveio, quebrando o gelo - Não suportam ficar um minuto sequer sem conversar sobre o Império, não é?
— Tem razão, querida.
- Quanto ao rapaz, fale-nos mais a respeito do tal Lee!
Gai instantaneamente retomou o fogo do entusiasmo em seus olhos.
— Lee é um rapaz maravilhoso! Ele vem de uma família de baixa casta, mas depois que eu o instruí e lhe introduzi no exército, tem trazido cada vez mais honra! Hoje, ele faz parte do exército da elite tal como os rapazes da nobreza. Sempre motivado pelo poder da juventude! Ele é um orgulho pra mim! - ele falava com os olhos cheios de lágrimas e os punhos cerrados, o que causou estranhamento no casal Haruno - Com certeza eles estão se dando bem! - afirmava Gai, com um sorriso confiante, e lhes mostrando um sinal de positivo com as mãos.
"Eu não teria tanta certeza assim..." pensou Mebuki, ciente dos problemas da filha com pretendentes.
"- SAKURA!"
Foi possível ouvir um grito que vinha de dentro da casa.
— Ora, veja só! Estamos indo bem, não? - disse Gai animado, dando uma gargalhada.
O casal Haruno sabia que aquilo certamente não era um bom sinal.
— Oh, céus... - Mebuki sussurrou e bebeu mais um pouco de chá, tentando se acalmar.
— Com certeza irá conquistar o coração de sua filha! Ele nunca desiste! Basta que ela se deixe levar pela-
— ACALME-SE, SAKURA!
Clamou Rock Lee, invadindo a sala desesperado naquele mesmo instante.
— Lee??!
— Por favor acalme-se! Vamos ao menos tentar conversar sobre nossas características em comum!
— Você é louco! Vá embora! - ela gritou descabelada, perseguindo-o com o guarda-sol na mão.
— Sakura!! Largue esse guarda-sol! - a mãe e agarrou.
— Lee, basta! - Gai o repreendeu - Deixe a moça em paz! - e o agarrou, arrastando-o até a saída - Perdão, Senhor e Senhora Haruno, eu certamente voltarei mais tarde para me retratar!
— Me solte, Gai-sensei! Sakura, eu ainda conquistarei o seu coração!!
— Eu não sou um prêmio a ser disputado! - ela gritou para ele, da janela, enquanto os Haruno assistiam o rapaz ser arrastado pra longe.
— Eu não vou desistir de você, Sakura!! Vou lutar pela mulher da minha vida!
— Desapareça daqui, não quero ver essas sobrancelhas aterrorizantes na minha frente nunca mais! Ora, seu... - e tentou avançar até Lee novamente, mas foi contida por seus pais.
— Sakura! - Mebuki tentava contê-la - Uma dama não pode se comportar assim!
— Me soltem! - ela se debatia, tentado se livrar dos pais - Eu preciso ensinar uma lição a esse pervertido!
— Argh! Minhas costas! - Kizashi se queixou, levando suas mão ás costelas, segundos antes de cair no chão.
— Papai! - Sakura imediatamente aquietou-se para socorrê-lo.
[...]
— Perdão pelo susto, querida. - disse o velho Haruno, deitado em sua cama, acompanhado de Sakura.
— Não. papai. Sou eu quem lhe deve um pedido de desculpas... - disse Sakura ao pai, com muito remorso. Sua maquiagem estava borrada e o Yukata completamente desajeitado - Eu fiz com que você se esforçasse... E, ainda por cima, afugentei mais um pretendente. Sou realmente um fracasso.
— Minha filha, um fracasso? - o pai se indignou com a fala de Sakura, como se ela tivesse dito a maior tolice que ele já ouvira em toda a sua vida. - Mas onde é que você arranjou essa ideia?
Sakura apenas o olhava diretamente nos olhos, com remorso.
- Você, assim como uma flor de cerejeira, irá desabrochar no momento certo - ele dizia convicto, tocando seu rosto carinhosamente - Você tem o conteúdo mais reluzente, inigualável! As estações até agora apenas não lhe favoreceram... Porém ainda assim você irá florescer. Eu sei que irá. E então, será a mais bela de todas.
Ela o abraçou.
Sakura sem dúvida alguma não sabia viver sem o pai. A ideia de estar sem ele a assombrava cada vez mais, à medida em que ele ia envelhecendo.
— É tão bom vê-los de bem depois de um dia agitado... - disse Mebuki com ternura nos olhos, trazendo um prato para o marido.
— Obrigado, querida.
— Então, Sakura - sua mãe a chamou atenção - Qual foi o problema com o rapaz de hoje, o Rock Lee?
— Ah, não! - ela cruzou os braços - Não me fale neste nome! Aquele é um louco obsessivo!
— Você sempre arranja algum defeito em todos eles...
— Eu não tenho culpa, papai. Eles é que sempre estragam tudo! São brutos! Animalescos! Não tem um pingo de escrúpulos ou civilização!
— Pois foi você quem despejou um bule de chá no rapaz, querida...
— Isso definitivamente não vem ao caso! - Disse Sakura levantando-se - Ele tentou me beijar. Eu não poderia permitir, em hipótese alguma!
— Querida, as pessoas não são perfeitas... Tem que aprender a enxergar o lado bom delas!
O gongo do pátio soou, interrompendo a conversa. Membros da aldeia se reuniram no pátio, confusos.
— O exército? O que querem aqui?
— Compreendo - Kizashi parou por um instante, pensativo - Irei até lá. - dito isso levantou-se rapidamente, e começou a caminhar mancando, para o desespero de sua esposa e filha.
— Querido!!
— Papai, não! Você não está em condições de-
— Fiquem aqui e não saiam até que eu volte. - lhes jogou um olhar de seriedade.
Kizashi se retirou, fechando a porta do quarto. Sakura e a mãe o obedeceram por um instante, limitando-se a olhar pela janela o que acontecia.
— O que querem com meu pai? - disse Sakura inquieta, sem sair da janela.
— Eu não sei, querida. Seja o que for, nada de ruim acontecerá. Seu pai é um homem respeitado...
Sakura nunca esteve tão apreensiva. Sentia que se fosse continuar mais um minuto sequer naquela casa, sua cabeça iria explodir. "Por que estão todos tão tensos..? E por que é que nós não podemos saber o que está acontecendo?!" ela cerrou os punhos.
E então disparou até o andar de baixo.
— Sakura, não!!
No pátio principal estavam Gai, Kabuto, e Uchiha Obito, montados em seus cavalos e cercados de outros guardas.
— Estimados cidadãos da Folha - Kabuto começou a anunciar - É com muito pesar que lhes informo que uma antiga ameaça voltou a atacar o império. Homens trajados de preto massacraram as aldeias do Oeste, e tememos a eclosão de um terrível conflito! - Ouviu-se um grito de surpresa dos aldeões reunidos. As esposas acolheram-se nos braços de seus maridos e colocaram as crianças para dentro. - Tememos que nossas forças não sejam suficientes, por isso o império ordena apoio imediato! - Ele ergueu um pergaminho - "O nobre imperador, Uchiha Fugaku, decreta: Ao menos um homem de cada família deverá servir ao império neste combate!"
O espanto foi geral. Todos cochichavam uns com os outros, encabulados, se perguntando o que fazer. Os homens não se atreviam a dar um passo a frente. O clã Haruno havia lutado contra os homens da Akatsuki uma vez, tendo um grande número de perdas. Os que restaram disseram ter sobrevivido ao inferno.
O primeiro a acolher ao decreto foi Neji Hyuuga, membro da ramificação secundária da família que vivia entre a plebe. Ex-pupilo de Gai juntamente a Lee, ele o reverenciou, inspirando outros jovens a irem em seguida. Dentre eles, Akimichi Chouji, Inuzuka Kiba e Shikamaru Nara, filho do estrategista oficial Shikaku Nara.
"Tão jovens e tão promissores..." a multidão lamentava "Que os deuses os protejam"
Kizashi abriu espaço na multidão e saiu mancando em direção ao conselheiro. Todos observavam afoitos e silenciosos.
— Sou o lider deste clã - Ele disse, impassível - Dê-me esta convocação.
Todos os presentes imediatamente ficaram inquietos a respeito.
— Senhor Haruno... - Gai se lamentou, prestes a falar alguma coisa, mas foi cortado por Obito.
— Certo - Ele surgiu na frente, com o cavalo - Apresente este pergaminho no acampamento em 3 dias - estendeu-lhe a mão - caso contrário, você e sua família serão punidos.
— Não irei desapontar o imperador. - O velho homem fez uma reverência e estendeu o braço, prestes a pegar o pergaminho...
...Quando Sakura invadiu o pátio, colocando-se entre Obito e ele.
— Papai, o que está fazendo?! - ela se desesperou, bloqueando Obito atrás de si.
— Sakura!! Saia já daí! - Mebuki gritava da porta de casa, em pânico.
— É a flor dos Haruno..? - disse Gai, surpreso pela aparição repentina de Sakura.
— Chamam-na de flor?! - Kabuto indignou-se - Jamais conheci uma jovem com tamanha prepotência! - e surgiu na frente, com um olhar de desprezo - Isto diz respeito ao império! Mulheres não devem se envolver! Seu pai nunca a ensinou a não se intrometer em assuntos de homens?!
Sakura congelou. Não sabia o que fazer, nem como reagir. Nunca havia se sentido tão malditamente impotente, mesmo em toda a sua vida de moça de família. Já havia encarado esse tipo de situação, mas dessa vez o impacto era muito pior. Todos a olhavam como se estivessem diante da maior desgraça que o clã já teve, inclusive seu pai.
— Sakura... Isto é inaceitável. Eu estou decepcionado com você. - e lhe jogou um olhar cortante que jamais havia direcionado a ela desde então.
— Papai...
— Já basta. Venha para dentro. - Mebuki, que estava igualmente em choque, tomou a filha nos braços gentilmente e a guiou para dentro de casa.
— Perdão pela inconveniência de minha filha, senhor. Levarei isto agora. - e tomou o pergaminho, indo para dentro junto com a família.
O pátio inteiro murmurava em desordem. Comentários tanto de espanto pela atitude de Sakura quanto a de Kizashi atormentavam os ouvidos da família.
— Kizashi, espere! - Inoichi Yamanaka surgiu, parando-o - Você é um herói de guerra reconhecido pelo imperador! Estou certo de que não há necessidade-
— Se sou realmente um herói para este país, essa é a única coisa que me resta fazer.!
[...]
— Onde está o meu pai?! - O jovem Uchiha explodiu, incontrolável, com o primeiro empregado que apareceu em sua frente.
— E-Eu não sei, senhor! - o pobre homem tentava se explicar desesperado, sendo erguido pela camisa por Sasuke - Eu apenas limpo o chão!
Sasuke o largou violentamente, marchando furioso até as salas de reuniões.
"Como ele ousa me esconder" Sasuke cerrou os dentes. "Como ousa me esconder que os assassinos de Itachi estão aterrorizando á solta?!! ele socou a parede criando uma rachadura, o que assustou os guardas que estavam por perto.
— DIGAM ME ONDE É QUE ELE ESTÁ!
— Sasuke, o que está havendo?! - a esposa do imperador Uchiha Mikoto, que passava por perto, surgiu apavorada com o escândalo do filho, para o azar de Sasuke - Está tremendo! O que houve?!
— Eu preciso falar com meu pai, imediatamente!! - ele se livrou de seus braços, enfurecido - É um assunto confidencial.
Mikoto congelou em seu lugar. Nunca havia visto o filho se comportar de forma tão descontrolada. Mesmo quando algo o atormentava profundamente, Sasuke prevalecia calmo e centrado. "Algo terrível aconteceu" pensou, com um péssimo pressentimento.
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