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História A flor e o beija-flor - A velha história de uma flor e um beija-flor


Escrita por: mamoruarmstrong

Notas do Autor


Oieeeee, vi que minha outra fic pernico está atualmente flopando, e como prometi a vcs uma linda fic antes de me afastar um pouco resolvi escrever essa. Não que uma seja melhor que a outra, na vdd acho as duas meio parecidas, mas achei que talvez vcs não gostassem que a outra tem ligação com anime e tals ai escrevi essa inspirada na música "A Flor e o Beija-flor -Henrique e Juliano "
Espero que gostem

Capítulo 1 - A velha história de uma flor e um beija-flor


Fanfic / Fanfiction A flor e o beija-flor - A velha história de uma flor e um beija-flor

 

Essa é uma velha história

De uma flor e um beija-flor

Que conheceram o amor

Numa noite fria de outono

E as folhas caídas no chão

Da estação que não tem cor

E a flor conhece o beija-flor

E ele lhe apresenta o amor

E diz que o frio é uma fase ruim

Que ela era a flor mais linda do jardim

E a única que suportou

Merece conhecer o amor e todo seu calor

Ai, que saudade de um beija-flor

Que me beijou, depois voou

Pra longe demais

Pra longe de nós

Saudade de um beija-flor

Lembranças de um antigo amor

O dia amanheceu tão lindo

Eu durmo e acordo sorrindo

 

Doía. Doía imensamente lembrar daquilo de novo.

Era como um inferno particular, revivendo todo dia, quase que a todo o momento, tudo o que passamos juntos. Parece maldição que agora nos separamos. Por que você foi pra longe de mim Percy? Por que me abandonou? Por que me deixou sozinho?

Eu sei. Eu sei que a culpa foi minha, é minha e sempre será minha. Mas você não tinha o direito de ir embora e me deixar aqui.

Quando você se foi eu pensei que poderia simplesmente viver sem você. Que poderia realmente fazer Jason ocupar seu lugar, pelo menos como melhor amigo, mas eu estava tremendamente enganado

Tudo começou tão lindo e simples que parecia que algum Deus havia planejado, foi perfeito...

Naquele tempo eu estava muito, mais muito magoado, por causa de um garoto que eu gostara e que partira meu coração. De forma muito fria, vale ressaltar. Mas não só isso... Minha irmã... Bianca, minha amada irmã... Estava fazendo cinco anos de sua morte e mesmo assim, aos 17 anos de idade, não consegui superar, continuava destroçado por dentro, tinha crises de pânico só de lembrar o momento que a vi daquele jeito...

Minha irmã mais velha, em seus 15 anos, havia sofrido uma tentativa de estupro, um bêbado qualquer a havia puxado para um beco, mas ela conseguiu fugir de suas mãos... Entretanto, em meio ao desespero, ela atravessou a rua sem olhar se tinha carros naquele momento, e acabou sendo atropelada por um caminhão que não conseguiu desviar...

A forma trágica como ela morreu foi noticia em vários jornais e chocou muitas pessoas, várias me mandaram mensagens de apoio e consolo, mas nada poderia mudar a minha dor. Por que eu vi. Estava naquela rua no momento da morte dela. Vi as marcas de pneu na rua, mostrando como o caminhão havia freado bruscamente, vi o bêbado que tentou estuprá-la se levantar e ir de encontro ao seu corpo sem vida- com os membros em posições inimagináveis e que seriam muito dolorosas para alguém vivo- e emitir xingamentos de baixo calão para minha irmã, pois ela havia, segundo o depoimento que ele deu mais tarde, confessando o crime, chutado sua virilha e batido a cabeça dele contra o chão com bastante força, mas, infelizmente, não o suficiente para matá-lo. Fato que eu lamento muito.

Ver aquele homem nojento xingando a minha irmã foi terrível e eu queria matá-lo eu mesmo. Parti pra cima dele com toda a força de criança de doze anos que eu tinha e até que causei um pequeno estrago com a joelhada que lhe dei, pois consegui fraturar-lhe um osso da perna.

O miserável pegou apenas oito anos de cadeia, o que para mim foi muito pouco.

Ainda tremo só de pensar naquele ser repugnante, no corpo de Bianca, em seu enterro...

Eu estava remoendo todas essas dores quando o conheci pela primeira vez. Percy Jackson, o aluno novo da minha sala que tinha um jeito idiota e lerdo que era extremamente fofo. Quase todas as meninas (e meninos) da sala estavam caidinhas por ele por ser lindo e, como as garotas da sala diziam, muito gostoso e sexy até quando respirava. Mas eu juro que não foi por isso que, assim como mais da metade da sala (e do colégio), eu me apaixonei por ele. É claro que eu reparava nisso e o desejei beijando minha boca até eu não ter mais ar, mas foi o jeito alegre, que me fazia rir e relaxar tão fácil, foram as brincadeiras irritantes, e os abraços que sempre pareciam tão protetores que me fizeram gostar dele. Eu o amei.

Passei muito tempo escondendo meus sentimentos, e ele realmente não pareceu perceber. Não que eu fosse muito discreto ou frio, mas, bem, eu disse que ele era lerdo, né? Pois é!

Dois anos se passaram e terminamos o terceiro anos juntos, eu com 18 e ele com 19 e fomos fazer intercâmbio, pois passamos em um programa de nossa escola em que moraríamos na Coreia do Sul por um tempo, na mesma casa.

E foi lá que tudo aconteceu, ainda me lembro claramente de tudo...

Bebíamos um pouco de coca-cola e brincávamos dizendo que íamos nos embebedar, então sugeri algo ainda mais pesado e que, com certeza, nos deixaria com ressaca no dia seguinte... Achocolatado. Preparamos mais ou menos um litro e enchemos nossos copos, fazendo uma competição pra ver quem virava mais rápido, eu ganhei e como prêmio recebi um lindo bigode de achocolatado. Percy ria loucamente de mim e eu disse que ele também tinha um, então ele perguntou se eu poderia limpar o que foi beeeeem estranho, mas peguei um pano de prato e limpei, quando terminei ele riu e disse:

-Não assim, Nico. Assim... - Ele disse e me agarrou, confesso que só aí já estava muito surpreso, pois ele tinha uma pegada e tanto, entretanto ele fez algo ainda mais surpreendente; lambeu o meu bigode de achocolatado- de uma maneira extremamente sexy- e em seguida me beijou.

Foi intenso e em poucos segundos ele estava com a língua na minha boca. Ele me encostou contra a parede da cozinha e começou a passar a mão pelo me corpo, parando logo na minha bunda e a apertando com tanta força que eu quase gemi, mas não tinha certeza se era uma boa ideia, já que talvez Percy realmente houvesse bebido, ou até ficado bêbado com o achocolatado ou a coca.

-Eu sempre... Quis fazer isso. - Ele disse quando nos separamos por ficarmos sem ar.

-Isso o quê?- eu perguntei inseguro.

-Te beijar. E apertar sua bunda deliciosa. Cara, como um homem pode ter uma bunda tão gostosa?

Primeiro: será que ele já tinha dado uma olhada na bunda dele?

Segundo: Isso é sério?

-Percy, cê ta brincando comigo né?- Perguntei com medo que ele caísse em si e me afastasse, e também estava inseguro se deveria me entregar ou não.

-Parece que eu estou brincando?- Ele disse, me apertando mais contra a parede e esfregando sua ereção em mim.

A partir dali eu não podia mais me segurar, é claro. Eu circulei meus braços em seu pescoço e rodeei minhas pernas em sua cintura, esfregando nossas ereções para mostrá-lo que eu também estava excitado e queria aquilo, mas ele sorriu convencido e me olhou como se já soubesse, então sorriu e me beijou, colocou suas mãos na minha bunda novamente, eu quase pensei que ele estava me ajudando a me apoiar, mas ele começou a apertá-las e eu soube que não era bem assim. Eu já estava gemendo quando chegamos ao quarto que dividíamos. Dormíamos apenas em camas separadas, mas de resto compartilhávamos quase tudo.

Ele me jogou na cama dele e ficou por cima de mim, tirando a camisa, a bermuda e a cueca que vestia numa velocidade que só quem vai transar consegue fazer. Quando voltou para a cama ele se ajoelhou e eu passei a mão por todo o corpo dele, ansiando o momento em que aquele membro delicioso estaria dentro de mim, me fodendo até que eu esquecesse meu nome.

Peguei seu pênis em minha mão e comecei a masturbá-lo olhando em seus olhos. Tão cheios de lúxuria que me perdi neles. Ele arfava e ofegava constantemente, e sem nem perceber eu já estava lambendo sua glande, em seguida comecei a engolir seu membro centímetro por centímetro, me acostumando àquela invasão em minha boca para poder acomodá-lo todo sem muito sofrimento. Quando o pus todo em minha boca, ele jogou a cabeça pra trás e gemeu manhoso, colocando a mão em minha cabeça e estocando em minha boca lentamente. Depois de pouco tempo eu mesmo já havia aumentado o ritmo, engolindo-o por completo e voltando, enquanto ele puxava minhas madeixas e gemia meu nome baixinho.

De repente ele me afastou com delicadeza e me beijou, só pra depois tirar toda a minha roupa com a mesma pressa que tirara a dele e abocanhar meu membro como se precisasse disso. A sucção já começou rápida e eu comecei a mover o quadril de encontro à boca dele, metendo naquela boca vermelha, tão bem desenhada. Ele ergueu as mãos e começou a beliscar meus mamilos suavemente, aquilo era muito gostoso. Não aguentei muito tempo depois disso e gozei em sua boca. Ele engoliu tudo e depois pegou um potinho com lubrificante debaixo da cama, eu sinceramente jamais havia visto aquilo ali, lancei um olhar interrogativo a ele e ele apenas sorriu malicioso para mim colocando três dedos seus ali dentro ao mesmo tempo e me olhando nos olhos, então abri as pernas o máximo que pude, ansiando por recebê-lo.

Ele começou a me preparar enquanto me beijava. Distribuiu chupões e mordidas a vontade em meu pescoço, pois sabia que era meu ponto fraco, eu já estava ficando duro de novo. Quando ele tirou os três dedos de mim achei que ia finalmente me penetrar, mas ele se abaixou e levou a boca em direção a minha virilha, achei que fosse me chupar de novo, mas achei errado outra vez. Ele desceu ainda mais passando direto pelo meu pênis e eu arfei em surpresa quando senti sua língua lambendo minha entrada. Era delicioso e não pude evitar gemer um pouco alto demais com aquilo. Ele rodeava-me com a língua e enfim me penetrou com ela, fazendo-me contorcer todo meu corpo em um prazer insano.

Ele se afastou e passou lubrificante em seu pênis, então me penetrou com cuidado, colocando todo seu comprimento em mim. Mesmo com toda aquela preparação ainda doeu bastante, já que ele era grande até demais, mas era suportável. Ele entrava e saia de mim num ritmo lento para que me acostumasse, mas quando a dor passou eu comecei a ir de encontrou a ele, chocando nossos quadris e gemendo junto. Então ele aumentou a velocidade. E foi aí que eu fui direto ao paraíso.

Assim que ele aumentou a velocidade seu membro passou a me penetrar mais fundo, atingindo aquele ponto de prazer. Eu enlouqueci e perdi o controle da minha voz, gemendo o nome dele despudoradamente, enquanto ele se arremetia a mim com veemência. Ele saiu de mim rapidamente e me colocou de quatro, entrando em mim novamente de forma brusca e metendo com força, achei que realmente ia esquecer meu nome depois daquilo. Naquele momento eu só sabia o nome do Percy, só sabia que queria que ele fosse ainda mais fundo, mais rápido e mais forte, não me importava se não conseguisse andar no dia seguinte.

Ele se colou às minhas costas e começou a me masturbar, enquanto dava beijinhos no meu pescoço. Aí já era sacanagem, né? Gozei pouco tempo depois disso, e pensei que ele viria  em breve. Enganei-me.

Meu canal fazia ainda mais pressão nele por causa do orgasmo e eu sabia disso, a maioria dos caras gozava rápido por causa disso, mas Percy se mostrou uma exceção. Puxou meu cabelo com força para eu me erguer e se afundou ainda mais em mim, atingindo meu ponto sem errar nenhuma vez e pensei que pudesse gozar de novo só com isso.

Ele saiu de mim, me deitou de lado erguendo uma de minhas pernas e colocando-a em seu ombro para expor meu ânus e me penetrou novamente, olhando fixamente em meus olhos enquanto mais uma vez o meu ápice se aproximava. Ele gozou depois de mais alguns instantes e continuou me penetrando num movimento lento e suave, me enchendo com seu sêmen. E essa sensação me fez explodir em prazer também, pela segunda vez naquela noite, mas não a última. Descobri naquele dia que Percy podia parecer preguiçoso, mas na verdade tinha muita energia.

 

Depois disso desenvolvemos um relacionamento que mais parecia uma amizade colorida. Não andávamos por ai de mãos dadas nem tínhamos “encontros” como um casal normal, eram apenas as saídas normais de amigos que sempre fizemos. Porém eu não sai ou beijei mais ninguém e, até onde sei Percy também não. Apesar disso tudo, bem... Nós transavamos. Muito. Muitas vezes. Em todos os lugares da casa. Não era todo dia, mas em média uns três dias por semana. A coisa entre nós simplesmente fluía e quando eu dava por mim já estava gozando dentro dele ou ele dentro de mim. Sim, nós invertíamos os papeis, às vezes.

O prazer de penetrar, de ser o ativo era maravilhoso e Percy foi o primeiro a me deixar conhecer isso, nós dois adorávamos fazer sexo um com o outro independente de “quem esta em cima ou embaixo”.

E assim se passaram os seis meses na Coreia e eu juro que não sabia bem o que tínhamos, mas gostava das coisas daquele jeito. Claro que eu gostava de Percy e o queria só para mim, e este tipo de relacionamento não me garantia isso, mas eu preferia ficar assim a cobrar algo dele e perdê-lo de vez.

Então acabou o tempo de intercâmbio e voltamos para os Estados Unidos.

Eu comecei a pensar que as coisas tinham acabado, pois ele não havia tentado mais nada comigo. Comecei a ficar triste e me distanciar dele sem perceber. Até que ele veio tirar satisfações.

-Por qual motivo você esta me tratando desse jeito, Nico?

-Que jeito?

Ele simplesmente tinha aparecido na minha casa num momento em que meus pais estavam fora, o que me parecia coincidência demais. Eu não estava pronto para aquela conversa então resolvi me fazer de sonso. Mas parecia que ele não ia aceitar.

- Você sabe. E eu sei que esta fazendo de propósito, então me conte logo.

-Não tem nada errado, Percy. Não é nada. Se você está me percebendo diferente deve ser só porque estou ocupado demais, é só uma impressão sua.

-Não é, Nico. Não minta pra mim conheço você.

Ele se aproximou e acariciou minha bochecha com tão cuidado, como se estivesse culpado ou triste por eu estar longe. Então ele chegou ainda mais perto e... me deu um selinho, então se afastou, olhou-me nos olhos e disse:

-Por favor, me conte.

- O que nós somos pra você Percy?- eu queria ter dito, mas as palavras não saíram, simplesmente não saíram.

-Por favor, hum? Somos amigos há tanto tempo, por que não me conta?

E depois de muito insistir Percy desistiu de mim, porque eu fiquei sempre dizendo que não era nada. Eu sei que ele não acreditou, mas eu também não ia dizer a verdade.

Continuamos nossas vidas normalmente e eu me afastava cada vez mais de Percy em meio aos estudos para prestar vestibular esse ano e o emprego de meio-período. Eu não sabia bem o que ele estava fazendo, mas sabia que também estava ocupado, ele não dava muito as caras em nenhum tipo de rede social.

Houve uma vez em que ele ficou uma semana sem entrar no twitter e eu soube que estava doente. E era grave.

Fui atrás de informações com sua mãe e ela me disse que ele estava hospitalizado por causa de uma doença que os médicos não sabiam qual era, mas era muito grave e suspeitavam ser um tipo de bactéria. Tentei visitá-lo depois de descobrir isso, mas as enfermeiras me barraram e alguns dias depois ele foi liberado para ficar em repouso em casa, então eu pude descobrir como ele estava pelo twitter mesmo, ele melhorou até rapidamente e sua vida voltou ao normal. Ainda não sei que tipo de enfermidade ele tinha.

Muito tempo se passou sem que nós conversássemos como antes, mas falávamos o básico. Até que ele disse que tinha algo muito sério para me contar e precisava vir à minha casa. Eu fiquei muito surpreso, confesso, mas estava com saudades dele então uma parte de mim ficou bastante feliz, entretanto a outra ficou com medo dessa felicidade, medo que eu fizesse algo que estragasse de vez o que eu tinha com Percy.

À noite Percy chegou a minha casa, estava sério e trazia uma bolsa pequena que não parecia muito cheia, mas que para ele aparentemente pesava uma tonelada, pois sua expressão era sofrida e suas costas estavam curvadas. Ele entrou e me cumprimentou com um sorriso pequeno, nada típico dele, parecia desconfortável.

Subiu em direção ao meu quarto antes mesmo que falasse para que ficássemos na sala, então eu o segui ainda em silêncio, que perdurou mesmo quando chegamos ao nosso destino e ele se sentou em minha cama. Então eu decidi falar:

-O que te trouxe aqui, Percy?

-Meu carro. - eu odiava isso, mas também ficava preocupado. Percy adorava piadas, mas só usava de sarcasmos e ironias quando estava muito triste, bravo ou nervoso. E nenhuma das opções era boa naquele momento.

-Por que veio, Percy?- reformulei a frase, mesmo que estivesse tentado a lhe dar um fora.

-Tenho algo para te contar.

-Isso eu sei, mas...

-Então por que pergunta?-ele me interrompeu e minha paciência acabou ali.

-Porra, fale logo, acha que eu estou vadiando? Tenho que estudar, caralho!

Então ele riu como fazia antigamente quando conseguia me fazer ficar bravo, eu revirei os olhos. Mas então seu riso adquiriu um tom amargo e ele parou, fechando a cara novamente.

-Eu vou para de rodeios. Eu vou embora, Nico. Pra longe daqui. - ele disse, me assustando.

-Veio me avisar que vai se mudar?

-Acho que você não entendeu. - ele suspirou- Eu vou pra longe. Pro Reino Unido, na verdade. Meu pai conhece um cara que trabalha lá e conseguiu que eu fizesse uma prova para ganhar uma bolsa de 100% numa faculdade de biologia marinha por lá. Uma das melhores. Não vim exatamente pra te avisar isso, acho que você não se importa mesmo. Vim para te dar isso. - então ele abriu a tal bolsa e tirou um caderno de lá.

De inicio não entendi, mas quando olhei a capa tive um choque. Aquele caderno. Nosso caderno.

“Diário de bordo das férias mais incríveis da vida de Percy e Nico”

O caderno que escrevemos juntos na metade do segundo ano, quando descobrimos que nos dávamos muito bem juntos. Foi quando realmente fizemos muitas loucuras. Começamos um grande jogo de verdade ou desafio por uma semana. Muitas apostas envolvendo bebidas, meninas e uma vez- a qual me arrependo mortalmente- até drogas. Tudo narrado naquele caderno.

Lembrei que nós dois escrevemos os acontecimentos do nosso ponto de vista separadamente, mas nunca lemos o que o outro escreveu, será por isso que ele está me entregando?

Lembrei também um das memórias escritas naquele caderno. Fomos a uma festa com alguns amigos e eles começaram a brincar de verdade ou desafio e nós estávamos no meio. “Brincar” era um termo engraçado para aquilo, pois se você contasse a quantidade de camisinhas espalhadas pelo chão depois que tudo acabou você teria noção de até que pontos chegamos. Havia meninas e meninos de várias orientações sexuais diferentes ali. Houve um casal de meninos que viviam brigando que foram desafiados a darem um beijo de língua, só porque o pessoal queria deixá-los irritados, mas então quando eles começaram a cumprir o desafio algo mudou. Eles começaram a se agarrar de uma forma que a única prova que tínhamos de que eles não estavam transando era a roupa ainda presente em seus corpos.

Foi a primeira vez que fiquei de pau duro vendo dois caras se pegarem.

Continuamos jogando como se eles não estivessem mais ali, eu torcendo para que fossem logo pra um quarto ou então eu ia querer entrar no meio deles também.

Houve um momento em que meu coração se despedaçou naquela noite. Percy foi desafiado a beijar uma garota e cumpriu a tarefa de bom grado, passando a mão na bunda dela e apertando o corpo contra o seu. Eu vi quando ele ficou de pau duro por causa daquilo e quase chorei quando eles dois deram um jeito de sumir “discretamente” para que ninguém percebesse.

Mas naquele dia também aconteceu minha primeira vez com um cara.

Leo era um cara magrelo e moreno que se achava o pika de aço. E que era hétero. Pelo menos eu pensava assim.

Desafiaram-me a beijá-lo porque sabiam que eu n ia muito com a cara dele, mas ai ele me agarrou e bem, eu ainda estava meio duro por causa daqueles dois caras se pegando, então não foi difícil pra ele me arrastar pra um quarto qualquer e me foder.

Mas eu gostei. E confesso que gostei muito. Consegui esquecer Percy pela seguinte uma hora em que passamos fazendo “coisas” em posições que eu nem conhecia. Ele era bom naquilo. Descobri então que Leo era bissexual e muito divertido- mesmo quando não estávamos transando. Fizemos novamente umas quatro vezes depois disso, mas nenhum de nós sentia nada um pelo outro, além de desejo às vezes.

Aquele caderno continha muitas loucuras e fiquei impressionado por ter esquecido dele. Além de todas nossas experiências ali aquele caderno me marcou por outra coisa. Eu anotei nele como me senti quando Percy saiu com Annabeth naquele dia e se alguém suficientemente perceptivo lesse saberia que eu estava apaixonado por ele. Eu fiquei paranoico por muito tempo com aquilo, com medo que ele descobrisse e por isso a primeira coisa que eu falei foi:

-Você já o leu? Quer dizer, minhas partes?

-Não, só achei que sei lá talvez você quisesse. Não sei se somos mais melhores amigos, mas você parecias se importar muito mais com isso aqui do que eu antigamente, então achei melhor te dar antes de ir.

-Obrigada, mas... Como assim não somos melhores amigos, Percy?

-Não sei, Nico. Não sei. Você se afastou de mim, talvez tenha achado alguém melhor do que eu para estar com você.

De que diabos ele estava falando? Parecia com... Ciúmes?

-Como assim alguém melhor, Percy?

- Não sei. Talvez seu amiguinho... Jason.

Bem... É eu fiquei mais próximo de Jason depois de me afastar de Percy, mas não éramos melhores amigos.

-Jason é só meu amigo, Percy. Por que está falando esse tipo de coisa?

-Então por que me abandonou, Nico? Por que não fala mais comigo, está sempre frio e mal responde minhas mensagens? Por que sempre que tento me aproximar você foge? Por que mentiu que estava doente quando vim te visitar? Sim, Nico, eu sei que você mentiu! Por que desde que voltamos você está sempre tão distante? Você não gostou de transar comigo? Transformar o que tínhamos numa amizade colorida foi o problema? Desculpe-me, eu só... Descobri que sentia desejo por você então quando eu te beijei e você cedeu pensei que estivesse tudo bem pra você. E estava, não é? Naquela época sempre pareceu que estava. Mas você mudou depois de um tempo quando voltamos, não era mais o mesmo. Por que, Nico? Eu senti tanto a sua falta...

-Bem... Percy... Eu só precisava de um tempo e aconteceu, nos afastamos, acontece com todo mundo- eu disse tentando arranjar alguma desculpa e assimilar tudo o que ele disse ao mesmo tempo.

-Não somos todo mundo, Nico. Éramos melhores amigos inseparáveis e coisas como essas não deveriam mudar isso. Não “aconteceu”, Nico. Você quis se afastar de mim! Foi de propósito! Talvez você só tenha se enchido de mim, ou eu fiz algo que você não gostou, ou talvez... Você só tivesse sido falso comigo esse tempo todo, não é?- ele falou cheio de mágoa na voz e eu percebi que era isso que ele imaginara esse tempo todo. Ele achava que eu estava sendo falso com ele, o que era uma total mentira, mas como provar a ele o contrário sem dizer a verdade? Mentir agora não seria o mesmo que ser falso? Não consegui achar uma resposta para o que ele disse, então fiquei calado.

- Você nem nega... - ele bufou, se levantou e me entregou o caderno- Beleza, Nico. Agora eu entendi o recado, desculpe te incomodar durante esses anos. – ele disse e saiu apressado pela porta. Eu devia ter ido atrás dele e dito a verdade. Ou inventado uma boa mentira. Qualquer coisa. Qualquer coisa para mantê-lo comigo. Para que não brigássemos pouco antes dele ir embora. Logo agora que talvez pudéssemos fazer as pazes.

Mas eu fiquei ali atônito, parado, sem entender nada do que estava acontecendo. Quando a ficha caiu as lágrimas simplesmente caíram em cima do caderno que estava em meu colo. Eu deixei a dor sair. Deixei o desespero tomar conta.

Eu perdi Percy naquele momento.


Notas Finais


Então pessoal por hoje é só, planejo terminar a fic em breve, só terá mais um capitulo.
Até lá, beijos


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