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História A flor e o beija-flor - Uma velha história De uma flor e um beija-flor (parte dois)


Escrita por: mamoruarmstrong

Notas do Autor


Me perdoem pela demora é só que ta tudo muito complicado na minha life, são tempos sombrios galera.
Espero que gostem desse segundo capítulo, até as notas finais.

Capítulo 2 - Uma velha história De uma flor e um beija-flor (parte dois)


Fanfic / Fanfiction A flor e o beija-flor - Uma velha história De uma flor e um beija-flor (parte dois)

Depois de muito tempo, quando fiquei melhor daquele inferno de doença, minha mãe me contou que Nico foi atrás de mim e tentou me visitar, mas não conseguiu, porque a seja lá o que era que eu tinha podia ser contagioso então eu fiquei um bom tempo naquela pocilga sem poder receber visitas . Mas, ainda bem, melhorei logo e pude sair daquele lugar e voltar a ver o amor da minha vida: O Twitter!

Eu sempre adorei redes sociais mas o twitter sempre foi minha preferida, pelo mesmo motivo que é da maioria também; eu podia ser eu mesmo lá, sem restrições.

Eu e Nico nos falávamos às vezes mas nada como antes e eu sentia uma imensa falta disso. Sentia falta das vezes em que passávamos madrugadas inteiras conversando sobre como gostamos de arroz ou como odiamos uva passa. Sentia falta de jogar Fatal Frame na casa dele.

...

Sim, principalmente de jogar Fatal Frame com ele. Nós jogávamos até nossas mãos doerem. Nós dois amávamos aquele jogo, as histórias, cenários, personagens...

Mas, veja bem, não é só por isso que eu adoro jogar esse jogo com Nico. A questão é que, apesar de ser meio sombrio, gostar do jogo e ser orgulhoso Nico ainda era medroso e este é um jogo de terror capaz de assustar até a mim, confesso. Então era normal ele se agarrar a mim ou passar a noite toda conversando comigo pelo celular por que não conseguia dormir. Eu sei, é maldoso. Mas eu adorava.

Porque sim, eu gostava do Nico. Há um bom tempo. Antes mesmo da viagem para Coreia.

Não sei bem quando começou e eu tenho quase certeza que gosto dele a mais tempo do que penso, pois sou lerdo para tudo, até quando se trata dos meus próprios sentimentos. Apenas percebi e, quando soube que viveríamos no mesmo quarto na Coreia pensei que seria minha chance. E foi.

Eu realmente tentei me preparar para aquele dia e a quantidade de pornôs e matérias gays que eu li, cara, acho que posso escrever um livro sobre “Como aumentar o prazer do seu parceiro” ou “100 posições de diminuem o desconforto do passivo na hora da penetração” ou talvez um artigo de jornal com resenhas sobre “As melhores marcas de lubrificantes”. É claro que eu queria e tinha que estar preparado até porque, mesmo eu não sendo virgem e já tendo transado com garotos Nico era muito mais experiente que eu- muito mesmo, ele até já havia me contado sobre uma orgia gay que havia participado, ainda não acredito que muito do que ele me contou seja possível, mas ele não é do tipo que mente então...Enfim, assim que chegamos de viagem na Coreia eu tratei de deixar um pote de lubrificante muito bem escondido debaixo da cama, apenas por precaução. E ele se revelou muito útil.

A primeira vez que Nico e eu transamos eu tive um surto de coragem e decidi beijá-lo, então ele correspondeu e só essa constatação me fez ficar duro em segundos. Eu definitivamente não ia mais parar.

Foi o sexo mais maravilhoso da minha vida e eu tive total certeza que gostava dele. Não enquanto nos beijávamos, ou enquanto eu estava dentro dele, ou quando ele me chupou, mas tive total certeza que gostava dele quando, depois de fazermos muitas vezes, deitei ao seu lado e- mesmo sendo sempre muito individualista, mesmo que minha cama não tivesse espaço suficiente para nós dois, mesmo que estivéssemos suados e melecados- não tive a menor vontade de sair e tomar banho ou ir dormir em outro lugar, apenas quis abraçá-lo e sentir seu cheiro enquanto dormia, e foi o que fiz.

Eu e ele desenvolvemos então o que costumam chamar de amizade colorida. Continuávamos amigos como sempre, mas sempre que dava vontade nós saciávamos um ao outro, supostamente sem nenhum sentimento envolvido...

Ou era pra ser assim, se eu não gostasse dele. Eu queria andar de mãos dadas com Nico, ir a encontros, dar presentes e principalmente repetir até ele cansar. Mas eu não sabia se ele gostava de mim também e sabia que se eu contasse e não fosse correspondido as coisas ficariam estranhas entre nós, provavelmente não teríamos mais sexo e talvez ele até se afastasse de mim como amigo.

Houve um dia em que tudo quase foi por água a baixo de um jeito delicioso.

Eu e Nico resolvemos aproveitar que naquele sábado não teríamos que ir ao curso para finalmente aproveitar uma das famosas baladas coreanas que tanto queríamos ir: Club Answer, que está em todos os tops de “Baladas mais quentes na Coreia do Sul”, não importa se é top 3, 5 ou 10, a Answer sempre estará lá e bem, acreditem ou não os coreanos não são tão puritanos como parecem e, depois de ver alguns vídeos, descobrimos que o que acontece naquele Club é uma ótima prova disso.

Desembolsando uma boa parte do dinheiro de nossos salários conseguimos uma reserva em uma das salas privadas do terceiro andar, contávamos que outros amigos nossos iriam com a gente. Então o plano era ficar na balada normal curtindo enquanto esperávamos eles e então íamos para a sala VIP todos juntos. Mas, bem, não aconteceu assim.

Ficamos muito tempo esperando eles no primeiro andar e acredite eu não me importei, a bebida era maravilhosa e os coreanos eram bem mais ousados do que eu imaginava. Além disso Nico já estava passando da conta na bebida e estava se soltando de fato, o que estava sendo delicioso para mim. Ele rebolava – coisa que eu nunca tinha o visto fazer antes- e vez ou outra se esfregava em mim- o que eu retribuía com gosto-, ou seja, como eu disse, delicioso…

Quando cansamos de esperar decidimos subir sozinhos, o que foi a melhor ideia que já tivemos na vida. Era uma sala grande e espaçosa com uma luz baixa que dava um clima intimo, as músicas que tocavam no primeiro andar tocavam lá ao mesmo tempo, só que mais baixas. Tipo, no primeiro andar era só como estar ao lado de 30 caixas de som gigantes tocando heavy metal, mas na sala eram apenas 15 caixas tocando heavy metal.

Havia uma espécie de sofá grande que encaixava em três das quatro paredes da sala, parecia ser vermelho mas eu não podia ter certeza com toda aquela luz para me confundir. Pedimos algumas bebidas e dançamos juntos. Quando dei por mim havíamos trancado a porta e Nico estava por cima de mim, sem camisa.

Ele tirou a minha camisa com calma, beijando meu abdômen e eu suspirei, ansioso. Ele me beijou com pressa, deslizando a língua sobre a minha fora da boca. Sinceramente? Parecia um pornô. Sinceramente? Eu não me importava nem um pouco. Nico abriu o zíper da minha calça e a tirou junto com minha cueca, eu pensei que ele fosse me chupar, mas então ele tirou toda a sua roupa e sentou no meu peito, apontando o membro para a minha boca.

Comecei apenas lambendo, mas eu não conseguia me segurar quando se tratava dele...Engoli-o por completo.

Nico sempre era um pouco sádico quando era o ativo. Nós tínhamos jeitos diferentes de transar. Eu era sempre mais carinhoso, apesar de exigir muitos replays e ter muito “fogo”. Já ele era completamente submisso e se deixava levar, me permitindo fazer quase qualquer coisa que eu quisesse porque confiava em mim, segundo ele, mas isso quando era passivo. Como ativo Nico era meio bruto e impaciente, mas acredite, eu gostava. Muito.

Em geral, eu era o ativo e é estranho dizer isso, mas adorava quando invertíamos os papeis também. Ás vezes ele me prendia à cama, ou me impedia de gozar, ou ficava me torturando com qualquer coisa que tivesse à mão antes de me penetrar, só para me ter implorando por ele. E ter Nico dentro de mim era quase tão bom quanto estar dentro dele...

Eu o sugava firme, com força, fazendo movimentos rápidos, até que ele se ajeitou no sofá e começou a estocar na minha boca. Ele ia fundo na minha garganta e eu engasguei algumas vezes, mas não pedi para que parasse, eu queria vê-lo gozar na minha boca, queria aquele sorriso de agradecimento que ele mostrava apenas para mim depois que eu o chupava.

O ápice veio tão forte quanto imaginei e parte de seu sêmen escorreu para fora de minha boca enquanto ele se levantava. O sorriso que eu tanto queria veio e ele limpou minha bochecha suja com seu gozo e depois me beijou.

Ele me deu dois dedos seus para chupar e ali eu tive certeza que não seria o ativo dessa vez, e sorri, contraindo os músculos em excitação, enquanto eu chupava seus dedos ele subiu novamente no sofá e começou a morder minha virilha, me torturando. Quando eu mordi seus dedos em protesto ele riu e me colocou por inteiro em sua boca. O que a prática não faz, não é?

Ele me chupava com afinco e eu comecei a mexer o quadril de encontro a sua boca. Era delicioso, eu sentia sua boca quente me envolvendo e parecia que podia explodir, quase não cumpri direito meu trabalho de lubrificar seus dedos de tanto que eu gemia. Então um tempo depois ele levantou minhas duas pernas e jogou-as por cima do ombro, soltou meu pênis e em seguida lambeu minha entrada, me fazendo morder seus dedos, de novo, para segurar o grito na minha garganta. Ele me lambia e chupava, e com a mão livre ele me masturbava, o que era um golpe muito baixo.

Depois de um tempo ele tirou os dedos da minha boca e eu pude sentir meus lábios inchados e soube que eles estavam vermelhos demais. Nico os colocou de uma vez em mim e eu gemi alto, não conseguindo me controlar. Gozei pouco tempo depois e ele se aproveitou do meu sêmen para me lubrificar ainda mais. E eu sabia o que aquilo significava.

Sempre que Nico se preocupava demais em me preparar era porque sabia que especialmente naquela hora ia ser ainda menos gentil. Ele entraria e começaria a se mover sem se importar se eu já havia me acostumado ou não, e ele não conseguiria parar por mais que pedisse. Então ele tentava me preparar para que eu sentisse a menor quantidade de dor possível.

Comecei a arfar ansiosamente quando ele tirou os dedos de mim e se posicionou, tentei relaxar mais para recebê-lo e ele entrou em uma única, forte e funda estocada, eu gemi alto tanto de dor como de prazer e ele começou a se mover rápido, como eu sabia que seria.

Ele começou a acertar meu ponto repetidas vezes e chegou uma hora que eu não conseguia mais parar de gritar. Então ele saiu de mim. Olhei para ele meio em pânico- achando que algo estava errado-, meio indignado e muito puto, mas então ele se deitou sobre o sofá, sorriu e, se apoiando nos cotovelos, moveu o quadril pra cima, dizendo:

-O que acha de cavalgar um pouco, Percy?

Eu sabia que ele estava me provocando, me desafiando. Nós não fazíamos naquela posição e ele sabia que eu era tímido o bastante para parar as coisas naquele momento por pura vergonha de fazer algo assim. Mas não naquele dia. Eu me apoiei em seus ombros e posicionei seu membro na minha entrada, então desci. Com força, de uma única vez. Eu comecei a cavalgar como ele mandara e era realmente delicioso.

-É bom não é?  É gostoso, não é? Grite meu nome, Percy! Apenas meu nome!

Ele começou a se mover também naquela hora e se levantou um pouco para me beijar, um beijo molhado, sensual e luxurioso. Quando Nico começou a me masturbar ao mesmo tempo em que atingiu minha próstata eu gritei seu nome. Alto, quase um berro. Eu não aguentava mais de prazer, eu queria gozar mais do que tudo no mundo. E por isso eu descia em seu membro com força, me contraindo e fazendo-o gritar meu nome também, ao mesmo tempo em que me movia mais contra sua mão para aumentar a velocidade da punheta, o que significava, basicamente, que eu estava rebolando e quicando, ao mesmo tempo, no membro de Nico, numa sala VIP de uma boate enquanto gritávamos o nome um do outro em puro êxtase. O pensamento me fez corar, mas nada poderia me parar naquela hora.

Gozamos juntos um pouco depois, e sentir o prazer dele dentro de mim enquanto eu mesmo me desmanchava me fez arrepiar por completo.

Sentamos-nos lado a lado e ficamos sorrindo e nos beijando enquanto tentávamos normalizar nossa respiração. Estávamos cansados mas, veja bem, ainda tínhamos mais algum tempo naquela sala VIP e nossos amigos avisaram que não iam poder vir. Então misteriosamente, após saber disso, Nico estava com uma ereção grande e grossa encostando em mim e parecia delicioso.

Digamos apenas que eu não estava andando muito bem quando saímos da boate.

Muitas coisas realmente boas aconteceram quando estávamos na Coreia, mas... Tudo mudou quando voltamos, ou melhor, Nico mudou, ficou estranho comigo e começou a se afastar então eu não sabia se deveria tentar algo com ele de novo ou comentar sobre isso.

Algum tempo se passou com aquilo tudo, eu tentei descobrir o que estava acontecendo com ele mas ele não me dizia e, por fim, houve um momento em que eu estava realmente cansado de tudo. Tínhamos que conversar de verdade o mais rápido possível. Liguei para ele apenas para avisar que ia lá e assim que cheguei ele perguntou:

-O que te trouxe aqui, Percy?

-Meu carro. – Eu disse de forma indiferente, eu sabia que ele não gostava, mas estava bravo, não pude evitar.

-Por que veio, Percy?- Ele reformulou a pergunta, sem me dar brechas para outra resposta sarcástica, então eu disse:

-Tenho algo para te contar.

-Isso eu sei, mas...

-Então por que pergunta?- Interrompi.

-Porra, fale logo, acha que eu estou vadiando? Tenho que estudar, caralho!-Ele havia perdido a paciência comigo naquele momento, eu tive certeza. Então fiquei com raiva de mim, com raiva por ainda chara que ele ficava fofo com aquela cara brava.

Então eu ri, pois lembrei que antigamente quando nos falávamos normalmente eu costumava irrita-lo só para ver essa cara, mas me lembrei de que aquele não era o momento para isso.

-Eu vou parar de rodeios. Eu vou embora, Nico. Pra longe daqui.

-Veio me avisar que vai se mudar?- ele parecia assustado com a noticia, mas tentou fingir que não ligava, eu percebi.

-Acho que você não entendeu. – suspirei - Eu vou pra longe. Pro Reino Unido, na verdade. Meu pai conhece um cara que trabalha lá e conseguiu que eu fizesse uma prova para ganhar uma bolsa de 100% numa faculdade de biologia marinha por lá. Uma das melhores. Não vim exatamente pra te avisar isso, acho que você não se importa mesmo. Vim para te dar isso. – falei com um pouco de amargura e abri minha bolsa tirando um caderno de lá.

Ele pareceu ter um choque quando viu o caderno. Nosso caderno.

“Diário de bordo das férias mais incríveis da vida de Percy e Nico”

O caderno que escrevemos juntos na metade do segundo ano, quando descobrimos que nos dávamos muito bem juntos. Foi quando realmente fizemos muitas loucuras. Começamos um grande jogo de verdade ou desafio por uma semana. Muitas apostas envolvendo bebidas, meninas e uma vez até drogas. Sinceramente, odiei experimentar aquela bosta pela primeira vez. Okay, a sensação era boa enquanto fazia efeito, mas a fome e pensar o quanto aquilo era idiota cortou toda a parte boa. Não julgo quem gosta mas eu realmente odiei. Enfim, tudo sobre nós naquela época estava narrado naquele caderno.

Eu queria que ele lesse, lesse e se lembrasse de como nossa amizade era linda e ele estragou tudo aquilo se afastando de mim sem dar explicações, queria que ele se sentisse culpado, tivesse remorso, que entendesse como eu estava péssimo por ter perdido meu melhor amigo.

Muitas pessoas dizem que “amizades coloridas” estragam amizades normais, mas se esse era o problema dele poderia ter ao menos me dito, me parado, qualquer coisa! Eu só não queria perdê-lo, gostando dele ou não, não importava para mim, acima de tudo ele era meu amigo e eu o queria por perto!

-Você já o leu? Quer dizer, minhas partes?- foi a primeira coisa que ele perguntou depois de um tempo encarando o caderno.

-Não, só achei que sei lá talvez você quisesse. Não sei se somos mais melhores amigos, mas você parecia se importar muito mais com isso aqui do que eu antigamente, então achei melhor te dar antes de ir.- falei tentando soar tão indiferente àquilo tudo como ele parecia.

-Obrigada, mas... Como assim não somos melhores amigos, Percy?- disse ele, hesitante.

-Não sei, Nico. Não sei. Você se afastou de mim, talvez tenha achado alguém melhor do que eu para estar com você.- falei, deixando a amargura e o ciúme que sentia transparecer.

-Como assim alguém melhor, Percy?

- Não sei. Talvez seu amiguinho... Jason.

Nico havia ficado mais próximo de Jason depois de se afastar de mim. Próximo demais.

-Jason é só meu amigo, Percy. Por que está falando esse tipo de coisa?- “Ele é só meu amigo”, minha nossa, parecíamos um casal de namorados.

-Então por que me abandonou, Nico? Por que não fala mais comigo, está sempre frio e mal responde minhas mensagens? Por que sempre que tento me aproximar você foge? Por que mentiu que estava doente quando vim te visitar? Sim, Nico, eu sei que você mentiu! Por que desde que voltamos você está sempre tão distante? Você não gostou de transar comigo? Transformar o que tínhamos numa amizade colorida foi o problema? Desculpe-me, eu só... Descobri que sentia desejo por você então quando eu te beijei e você cedeu pensei que estivesse tudo bem pra você. E estava, não é? Naquela época sempre pareceu que estava. Mas você mudou depois de um tempo quando voltamos, não era mais o mesmo. Por que, Nico? Eu senti tanto a sua falta...

-Bem... Percy... Eu só precisava de um tempo e aconteceu, nos afastamos, acontece com todo mundo- aquela foi a desculpa mais esfarrapada que já ouvi e isso me deixou furioso.

-Não somos todo mundo, Nico. Éramos melhores amigos inseparáveis e coisas como essas não deveriam mudar isso. Não “aconteceu”, Nico. Você quis se afastar de mim! Foi de propósito! Talvez você só tenha se enchido de mim, ou eu fiz algo que você não gostou, ou talvez... Você só tivesse sido falso comigo esse tempo todo, não é?- Era uma ideia que eu estava cogitando já algum tempo, mas nunca quis acreditar, mas então ele ficou em silêncio e aquilo parecia uma confirmação - Você nem nega... - bufei - Beleza, Nico. Agora eu entendi o recado, desculpe te incomodar durante esses anos. – eu e sai pela porta resignado a não insistir mais numa amizade perdida.

 

 

 

Já se passaram quatro meses desde que Percy se mudou, não nos falamos mais desde aquela conversa.

O nosso caderno ainda estava em cima da minha escrivaninha, lugar onde deixei antes de tomar um banho e dormir, na noite daquela conversa maldita.

Eu me culpava por ter me afastado de Percy, me culpava por não ter contado meus verdadeiros sentimentos, por tê-lo deixado ir, por não ter tentado falar com ele nesses quatro meses e por ainda não conseguir ler nosso caderno.

Sentia falta dele como nunca senti antes e isso, misturado à culpa, estava me matando lentamente.

Eu estou sozinho no meu quarto, deitado na cama e escutando uma música qualquer de uma playlist do youtube. Como sempre acontecia desde que eu prestei vestibular e comecei a apenas esperar os resultados em casa, sem nada pra fazer que conseguisse que eu esquecesse Percy, olhei nosso caderno. Capa azul, letras em fontes diferentes, não muito grosso. Eu queria tanto lê-lo, mas tinha medo de me afundar nas lembranças e piorar o meu estado.

Eu não estava bem desde que ele havia ido embora e agora estava num ponto em que qualquer pessoa podia ver isso, seja pelo fato de que eu estou quase esquelético ou pelas minhas olheiras, ainda mais marcadas do que costumavam ser.

Mesmo assim resolvi pegá-lo e lê-lo.

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Passei muitas horas lendo aquele caderno e depois de finalmente perceber que, apesar de tudo, eu não podia deixar a nossa amizade pra depois eu engoli meu orgulho e abri o facebook para tentar entrar em contato com Percy.

Então eu vi.

“Melhor casal, eu shippo muito.”

“Felicidade aos pombinhos”

“Posso ser madrinha do casamento?”

“Quantos filhos vocês vão ter?”

Uma foto. Percy e alguma garota loira. Abraçados. Ambos sorrindo um para o outro.

As lágrimas desceram sem minha permissão e quando as percebi apenas deixei que rolassem pelo meu rosto dando voz à minha mágoa.

Tudo dava a entender que eles estavam namorando, e por que não? Ela era linda e Percy era Bissexual, solteiro e muito lindo. Os seus novos amigos pareciam gostar dela e os apoiavam juntos, o casal perfeito. Com certeza ela não escondeu seus sentimentos, não o deixou ir embora, não se afastou dele, não o magoou.

 Não sabia o que fazer, me desesperei e liguei pra única pessoa que eu podia considerar um bom amigo e que eu confiava além do Percy; Jason. Pedi para que ele viesse o mais rápido possível, eu precisava mesmo de um amigo naquela hora, não tive coragem de encarar a tela do computador novamente.

Dez minutos depois Jason chegou como uma tempestade, abrindo a porta sem bater e me olhando, me abraçando um segundo depois de perceber que eu estava chorando. Alguns minutos se passaram enquanto eu estava nos braços do Jason, ensopando sua camisa, até que, suavemente, ele se soltou de mim e observou meu rosto com um olhar suplicante para que eu contasse o que se passava comigo. Jason não sabia que eu gostava de Percy, eu havia esquecido. Mas nessas circunstâncias... eu tinha que contar.

-Então... -eu disse, hesitante- quer saber? Vamos logo com isso, preciso que me diga o que fazer. É o seguinte: eu gosto do Percy há anos, mas nunca tive coragem de contar pra ele, quando viajamos pra Coreia nós nos pegamos, era tipo uma amizade colorida, mas quando a gente voltou eu pensei que ele não queria mais nada comigo ai me afastei dele, antes dele viajar ele veio aqui em casa e nós brigamos e não nos falamos mais, mas eu ainda o amo e agora parece que ele está namorando, mas eu quero ficar com ele. O que eu faço?

Eu disse tudo tão rápido que pensei que Jason não havia entendido nada, mas ele sorriu e disse:

-Vá atrás dele.

-Você não está surpreso? Por eu gostar do Percy...

-Ah, por favor, Nico, eu já sabia.

-Sabia?

-Sabia.

-E eu devo ir atrás dele?

-Deve.

-Mesmo?

-Mesmo.

-Certeza?

-Nico Di Ângelo pare de ser tão bunda mole e vá atrás do Percy, ou você quer perder ele pra qualquer um?- ele disse firme, balançando meus ombros.

-É-é claro que eu vou atrás do Percy, mas eu não sou bunda mole okay? Ela é bem durinha. - Eu disse gaguejando um pouco pela repentina firmeza de Jason comigo.

Jason gargalhou em alto e bom som, mas ficou sério de repente.

- Vá atrás dele na Inglaterra, Nico. Estou falando sério. Não seja covarde.

-Ir... Até a Inglaterra? E se ele me rejeitar? E se estiver ocupado demais pra me ver?

- A faculdade dele ainda não começou, Nico, ele só foi pra lá tão cedo para se acostumar com o lugar. E se ele te rejeitar, o que tem? Você quer viver com o arrependimento de ter perdido o seu amor por medo? Apenas vá. Hoje mesmo, o mais rápido possível.

Eu tinha me esquecido como Jason podia ser enfático quando queria. E só por causa dele eu estava num avião para a Inglaterra, naquela mesma noite.

O dia seguinte era uma sexta-feira e Jason me contou que Percy ia para um lugar chamado Great Bay em St Martin’s, Ilhas de Scilly. Uma praia “onde há verdadeiras florestas de algas onde nadam preguiçosamente peixes coloridos, num mar de azul-cobalto e brilhante; areia branca  com um efeito verdadeiramente tropical”, segundo a internet. Eu estranhei bastante Jason saber disso, mas ele disse que ainda conversava muito com Percy.

Então lá vou eu, engolir o meu orgulho para pedir perdão a Percy e rezar pela primeira vez em muito tempo para que tudo dê certo.

 

 

Algumas horas depois eu cheguei à Inglaterra, ainda era começo de madrugada e fui para o Hotel que Jason havia conseguido reservar para mim. Ele realmente tinha muitos contatos pelo mundo.

 

Tentei dormir por duas horas e só adormeci realmente às 4 da manhã. Levantei as oito, me xingando, pois sabia que Percy ia cedo para o tal lugar e eu ainda teria que andar um trecho à pé para chegar à praia. Tomei banho e tentei me arrumar um pouco, afinal eu ia competir com aquela garota loira...

Lembrar dela me fez ter vontade de vomitar...

 

 

Eu estava no meio do caminho a pé e já eram 09h30min da manhã, eu estava me xingando muito em voz alta por estar tão tarde. Por ter ido cedo, como Jason havia me confirmado pouco antes de sair, talvez ele até já estivesse voltando. Mas eu não podia perder essa oportunidade, segundo Jason ele havia ido sozinho para olhar os tais peixinhos coloridos da praia e relaxar um pouco, era o momento perfeito, não teria outra chance como esta.

Quando finalmente pude ver o mar eu fiquei boquiaberto. Mesmo se Percy me rejeitasse valeria a pena só por que eu pude ver isso. O mar era de um azul um tanto quanto escuro, mas ainda podia se ver o chão de areia por baixo da água, areia clara e limpa. Lindo. Simplesmente lindo.

Agora que cheguei aqui que realmente parei pra pensar: isto é uma praia, como vou achar Percy?

Tudo bem que estava muito vazio, mas mesmo assim eu achava difícil, suspirei, virando à esquerda e andando um pouco.

E o encontrei. Foi beeeeeem mais fácil do que eu imaginava.

Ele estava sem camisa e com apenas uma bermuda, mesmo que fizesse um pouco de frio. Com água até o joelho, olhando o horizonte, parecia uma cena de filme e meu coração batia mais forte do que eu podia suportar. Meus pés simplesmente se arrastaram em direção a ele me lembrando do que eu devia fazer ali. Corri.

Corri e entrei no mar sem me importar se ia molhar minha calça jeans ou o sapato. Abracei-o por trás e ele se assustou, se virando.

Mas a cara que ele fez quando viu que era eu quem o estava abraçando foi realmente estranha, eu não poderia dizer quais sentimentos seu olhar transmitia, mesmo não desviando os olhos dele.

 Ele abriu a boca para falar e eu o interrompi, despejando sobre ele tudo o que eu queria falar:

- Eu te amo. Eu te amo muito e me perdoe se fui idiota o suficiente para não te dizer isso antes, pra te deixar ir e espero que o fato de que eu sai dos EUA e vim atrás de você na Inglaterra faça você perceber que eu estou falando sério quanto a tudo isso. Eu sei que você provavelmente já tem um relacionamento completamente estável aqui com aquela garota loira, mas eu realmente precisava ao menos te dizer o que eu sinto. Perdoe-me por tudo, Percy. Obrigada por ser sempre meu amigo e por insistir em mim mesmo quando eu fui tão filho da puta com você. Por favor, me dê uma chance de te fazer feliz.

Não estava tão frio assim, eu sabia, mesmo estando molhado, mas Percy estava tremendo sob minhas mãos. Mais uma vez não pude reconhecer o que seu olhar dizia, mas por um momento jurei ser felicidade. E tive certeza que era isso quando ele sorriu, me abraçando de volta.

-Eu também te amo, Nico. Fui idiota o suficiente pra não te contar isso logo, mas- ele se afastou um pouco- por que parou de falar comigo?

-Eu tive medo. Pareceu que você não queria mais transar comigo quando voltamos, mas eu queria muito ter você de novo, tive medo de acabar te contando e você se afastar, mas aí pareceu que você estava se afastando e eu fiquei ainda mais confuso e acabou que eu me afastei e estraguei nossa amizade. Perdoe-me, por favor.

-Tudo bem, vai demorar um pouco pra eu realmente te perdoar, mas você sabe que eu tenho coração mole, eu não te odeio por isso – eu sorri – mas, cara, você realmente veio dos EUA para a Inglaterra só pra fazer as pazes comigo?

-Culpe o Jason, ele me obrigou a vir ontem mesmo, arrumou passagens, hotel, tudo. Mas, claro, por minha conta. - Revirei os olhos. Percy riu.

-Espera, mais uma coisa, que garota loira?

-A da foto que você postou ontem, eu finalmente havia arrumado coragem pra falar com você, mas ai abri o facebook e lá estava você agarrado e sorrindo pra ela... eu...eu fiquei triste e chamei o Jason pra conversar e ele me mandou vir atrás de você imediatamente.

- Eu não acredito – ele gargalhava tanto que já estava ficando sem ar- você achou que eu estava namorando a Annabeth? – ele riu mais- Ela é lésbica! Namora a Piper!

Eu estava tremendamente corado e com vergonha, ia falar alguma coisa, mas ele me interrompeu:

- O pessoal diz que fazemos um bom casal por que “gay com lésbica dá choque" – ele disse fazendo aspas com as mãos- e eles sabem que sou apaixonado por você, nem fiz questão de esclarecer que eu sou bi, na verdade estou começando a achar que sou Nicossexual.

Eu ri. Percy e suas piadas idiotas. Mas bem, acho que eu sou Percyssexual.

Eu o beijei, pois achei que não precisávamos mais de palavras ou explicações, por que nunca fomos bons com elas, eu queria mostrar meus sentimentos com ações, e achei que um beijo fosse a melhor forma de fazer isso naquele momento. Logo estávamos apertando o corpo um do outro em meio a um beijo lascivo até que Percy se afastou e disse:

-Você disse que está hospedado em um hotel não é?

-Não é muito longe daqui. Por quê?

- Vamos pra lá. - Ele disse e eu não tive nenhuma vontade de fazer mais perguntas.

 

 

 

Chegamos ao hotel algumas horas depois e assim que entramos no quarto Percy me jogou em cima da cama.

-Eu te amo. – Ele disse e eu sorri em meio ao beijo.

Tiramos nossas roupas com pressa e então ele começou a beijar todo meu corpo com carinho, repetindo a frase que eu mais queria ouvir por toda minha vida.

-Eu te amo, Percy. –Respondi.

Ele me preparou com tanto cuidando que eu pensei que era uma joia preciosa, e quando ele olhou em meus olhos eu soube. Pra ele eu realmente era.

Beijamos-nos novamente, desta vez com urgência, e ele me penetrou.

Com carinho.

Doce.

Gentil.

Como ele sempre foi naquele tempo.

Eu chorei de felicidade por que finalmente a ficha havia caído. Eu estava com Percy. Ele me amava. E sabia que o amava também. Estávamos não mais fazendo sexo, mas fazendo amor, como eu sempre sonhei.

Frases românticas desconexas saíram de nossas bocas durante todo aquele momento único. Nos abraçávamos, apertávamos, gritamos e sussurramos eu te amo milhões de vezes um para o outro. Precisávamos sentir aquele amor do qual nos privamos por tanto tempo.

O ápice veio para nós dois ao mesmo tempo. Percy saiu de mim, se ajoelhou na cama e me ajudou a sentar, para então olhar nos meus olhos e dizer:

- Quer namorar comigo?

Eu perdi as contas de quantas vezes repeti o “Sim” para ele, só sei que pulei em seus braços e o abracei com todo o amor que eu sentia.

Eu nunca mais ia deixá-lo ir. Jamais perderia minha felicidade novamente. Jamais perderia meu melhor amigo novamente. Jamais perderia o amor da minha vida novamente.

A partir daquele momento eu estava declarando que Percy seria meu e somente para sempre.

E eu seria só dele.

 

Essa é uma velha história

De uma flor e um beija-flor

Que conheceram o amor

Numa noite fria de outono

E as folhas caídas no chão

Da estação que não tem cor

E a flor conhece o beija-flor

E ele lhe apresenta o amor

E diz que o frio é uma fase ruim

Que ela era a flor mais linda do jardim

E a única que suportou

Merece conhecer o amor e todo seu calor

Ai, que saudade de um beija-flor

Que me beijou, depois voou

Pra longe demais

Pra longe de nós

Saudade de um beija-flor

Lembranças de um antigo amor

O dia amanheceu tão lindo

Eu durmo e acordo sorrindo


Notas Finais


Espero que tenham gostado, é isso ai. Eu vou sumir por um tempo, só até o dia 22 que é quando estarei oficialmente de férias, planejo voltar com novas one-shots, talvez uma fic nova e atualizações da minha outra que ta em andamento.

Link das minhas outras fanfics, pra quem se interessar:
https://spiritfanfics.com/historia/amor-a-primeira-vista-6863635 (Percy&Nico)
https://spiritfanfics.com/historia/a-onda-que-me-arrasta-pro-teu-mar-5712622 (Percy&Nico)
https://spiritfanfics.com/historia/flores-de-amor-5909475 (Nico&Will)
https://spiritfanfics.com/historia/i-dont-wanna-miss-a-thing-5974049 (Nico&Will)


Att (8/11/18): Não postarei mais fanfics no Social Spirit. Quem quiser saber melhor sobre isso me procure no facebook ou twitter, pf. Mas posso dizer que não me sinto mais acolhido no site onde comecei e que um dia defendi com unhas e dentes. Amigas e autoras queridas (como PCSP e Alice Alamo) foram banidas e o meu risco só aumenta a cada att das regras, então acho melhor me mudar do site, por n razões. Todas as minhas fics em discordância com as regras atuais serão editadas, mas de qlqr forma irei deixar a plataforma aos poucos.
Minhas fics e meu perfil podem ser encontrados no Nyah, Wattpad e Inkspired (sempre sob o nome de Luray, talvez Armstrong ou writer, mas com luray vcs me acham)
Inkspired: https://getinkspired.com/pt/u/luraywriter/
Mil perdões


Isso é tudo pessoal,beijos.


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