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História A Floresta Mal Assombrada - Capítulo 5 Moonlight


Escrita por: WhoosPanda

Notas do Autor


Capítulo novo pessoinhas!!
Só aviso que apartir desse episódio começará a ter terror psicológico, caso você sofra de de depressão ou algo do gênero, recomendo que não leia a fanfic. Fica por sua escolha!!

100 FAV’s MUITO OBRIGADA! ❤️❤️❤️❤️❤️❤️ Vocês não sabem o quanto eu estou dando de mim mesma nessa fanfic, e ter esse apoio é muito importante pra mim... muito obrigada mesmo! ❤️❤️

Capítulo 5 - Capítulo 5 Moonlight


Moonlight 

 

Coreia do Sul, 31 de março de 1886

 

 

O sol estava em seu declínio. Os raios levemente alaranjados já nem mais podiam ser vistos em contorno. Estrelas já tomavam conta de toda a amplitude. Uma leve bruma cobria o céu, deixando o luar com uma ar misterioso e incerto. Mas não era isso que deixaria essa noite de plenilúnio tão pouco especial.

Como de costume, os lupinos voltaram para suas residências assim que o entardecer chegou. Eram poucos os audaciosos que andavam pelas noites escuras do reino. Era perigoso! Aberrações – como costumavam chamar – andavam pelas veredas e praças da aldeia. Muitos lupinos sumiam e jamais eram vistos novamente.

Contudo, era um dia de extrema importância. Os lupinos não se encontravam em suas residências, prontos para dormir e assim se passar mais um dia de trabalho exaustivo. Era o oposto disso. As ruas e praças se encontravam enfeitadas com tudo o que tipo de artesanato feitos pelos melhores artesãos do reino; uma música melodiosa podia ser ouvida ao fundo de risadas e muita dança, todos estavam se divertindo, afinal era noite de lua cheia. Uma noite especial para os lupinos. Era o único dia no mês em que não tinham que empenhar-se para suprir necessidades da realeza, uma única noite de liberdade.  

 Os lupinos estavam usando suas melhores vestes para o luar daquela noite, ternos e vestidos de muitas cores se misturavam, formando imensas gamas de cores. A lua cheia, era o momento em que ômegas ficavam férteis facilmente, tornando seu cheiro mais atraente para alfas, já esses ganham uma áurea aluar, saindo completamente de órbita.

A festa da corte aconteceria a poucas horas, quando a lua se posicionava no alto do castelo. O deixando mais estonteante, apesar de sua estrutura de pedra; o castelo não deixava de ter uma arquitetura suntuosa. Os nobres chamavam essa áurea de cortesã.
 
A festa ocorreria no jardim do castelo, ao fim da noite, início do alvorecer. O único barulho que se dava para ouvir era dos sapatos das criadas andando por toda a galeria. Elas corriam contra o tempo buscando tudo que fosse necessário para que decoração ficasse impecável. No jardim haviam tendas improvisadas com seda cobrindo a enorme mesa de jantar, aonde daqui a pouco ocorreria o banquete; castiçais com enormes buquês de narciso a sua volta enfeitavam a mesa onde sentaria apenas os mais chegados do rei. O vento estava muito forte naquela noite, tanto que as velas mal conseguiam se manter acesas, deixando o local escuro.
 
 Si-Won estava no quarto feito especialmente para si; era um quarto amplo e deslumbrante. O quarto era todo pintado de cores fortes e detalhes rústicos. A cama de casal no centro possuía ricos detalhes em ouro, juntamente com a seda vermelha que cobria a toda a cama, dando-a um ar mais pomposo. Estava em frente ao grande espelho, inerte, para que o alfaiate fizesse os últimos ajustes em seu terno cerimonial. Apesar de que o terno ter sido feito especialmente para seu casamento com o príncipe Park, não deixaria de usá-lo essa noite. A fuga do príncipe não passou despercebida pelos guardas; ao questiona-los responderam que houve uma invasão no castelo, e que a infantaria foi completamente atordoada e que dois prisioneiros foram levados. Isso acabou com o dia do alfa, que acabou ficando irritado com a incompetência dos soldados reais. Sabia exatamente quem havia invadido seu castelo, e não deixaria barato. 

Infelizmente, quando saíram a procura do ômega e do outro prisioneiro, perceberam que ambos haviam fugido para a floresta e que já estavam próximo a barreira de proteção, o que tornaria a passagem da infantaria impossível. Os soldados reais não ousariam passar pela ponte que ligava as duas margens, pois para eles aquelas superstições bobas eram verdadeiras e que o príncipe estaria morto em breve. Não havia nada que pudesse ser feito. 

Já vestido, o alfa deixou seu quarto, indo à procura do chefe da guarda real. Si-Won estava planejando uma invasão a floresta, sabia que com a ajuda de Yoongi, provavelmente conseguiria passar sem ser esquartejado, entrar na floresta onde ate o sol não entra era um grande desafio. O chefe Min estava em sua sala, marcando mais um local próximo à floresta onde o príncipe Park não se encontrava. Toda a infantaria estava à procura do ômega. Si Won, depois de explicar toda sua ideia de invasão e fortemente defendê-la, a resposta que estava esperando veio completamente diferente.

Não

Essa foi à resposta que recebeu. Um simples não. Min não havia nem se quer tirado os olhos da carta, onde se encontrava o mapa do reino da Coreia do Sul e isso não agradou nem um pouco o jovem alfa, que fechou a mandíbula com força, franzindo o cenho. Odiava ser contrariado. 

— Não? – Disse controlando sua voz ao máximo estava tentando não se irritar com o chefe da guarda. – Vocês estão iguais baratas tontas procurando em lugares onde sabem que o ômega não se encontra! Você sabe que ele está naquela maldita floresta! – Esbravejou totalmente irritado, infelizmente não conseguindo controlar seu tom de voz.

— Se acalme. – Disse calmamente colocando a carta de volta ao seu devido lugar. — Se o Park estiver na floresta, ele possivelmente já está morto. – Completou pegando sua espada que se encontrava apoiada ao lado da porta. — E acredite, essa é a possibilidade em que eu quero que não tenha acontecido. – Girou a espada sobre a mão, logo a guardando. — Por isso, Sr. Choi, aproveite a Lua cheia e deixe que eu cuido do meu trabalho. 

Min deixou a sala, sairia novamente à procura do príncipe, deixando um Si Won completamente irado em sua sala. Aquele alfa sabia de mais e isso era um risco muito grande. 

Min andou calmamente pelos corredores do castelo, até chegar onde seu melhor grupo se encontrava, era a última tentativa de achar Park, se tivessem sorte encontrariam ele na divisa, mas se não ,a única tentativa era rezar para que nenhuma criatura da noite tenha o encontrado durante sua fuga.

Horas se passaram e nenhum sinal do príncipe, todos já haviam perdido a esperança, e o boato da suposta morte do príncipe já corria pelas vilas. Min bufou ao chegarem até a praia, o ômega não estava em nenhum vilarejo e nem mesmo na praia.

— Voltem para o castelo, avisem o rei sobre sua perda – Disse Min dando meia volta com seu cavalo, descendo do mesmo. — Irei andar pela praia, ver se acho pelo menos algo que nos leve até ele, ou a seu corpo. – Sussurrou a última parte, vendo a infantaria sumir diante da névoa. 

 Assim que garantiu que toda a infantaria havia partido, Min olhou em direção da floresta, iria quebrar uma de suas regras. Arrumou suas coisas presas no cavalo, logo o dando um comando que o fizera correr para bem longe de onde o alfa estava. Respirou fundo levantando as mangas de seu traje, olhou para o chão vendo a vala enorme que separava a floresta do reino e ao lado a ponte de madeira coberta de limo feita por aldeões a muito tempo. 
 
Andou pela ponte a sentindo ranger, teria que ter cuidado onde pisava pois a madeira já estava muito velha. Por um descuido acabou pisando errado sentindo a madeira quebrar em baixo de seus pés, e assim caísse pelo espaço aberto. Antes que caísse na vala conseguiu se segurar na madeira à frente, sentindo seu braço direito arder. O olhou vendo uma das ripas da madeira, que havia se partido, através de sua carne, urrou de dor controlando seu peso entre seu braço bom. 

A altura da ponte até o chão da vala era enorme, uma queda dessa resultaria a sua morte. Mesmo ferido, encheu seu peito de ar e com muito custo puxou seu braço preso na ripa, a vendo se partir, e usando seu braço bom puxou seu corpo para cima, suspirando aliviado ao ver que já estava em chão firme. Se arrastou até uma árvore próxima se encostando. Suspirou doloroso vendo em seu braço e a quantidade de sangue que nele saia, retirou as últimas farpas e rasgou um pedaço de sua blusa enfaixando seu braço em uma forma de estancar o sangue.  

Havia sido uma péssima ideia voltar para a floresta.


 

 


 

Não sabia quanto tempo estavam assim, inertes, apenas olhando para os olhos do outro, em busca de alguma resposta que sabiam que ali não iriam encontrar. Mas o que iria  fazer se sua mente estava em branco, não conseguia pensar em nada. Era como se tudo que conhece-se deixasse de existir. Nunca havia visto algo como aquilo, ou melhor, alguém como ele.

A aparecia do alfa que a instantes atrás naquele quarto, era estonteante. Agora se tornará sombria, sem vida. Jungkook tinha a pele mais transparente e clara que o normal, quase cinza. Era possível ver seus vasos através delas, totalmente escuros como se ali não corresse sangue. Seus olhos antes escuros agora estavam em cor âmbar, e seu olhar estava mais penetrante. Era como se olhasse para a alma do ômega e a devorasse em partes sem dó alguma. Além disso a áurea do alfa havia se tornado intimidadora e possessiva, mostrando para o ômega um verdadeiro Alfa Lúpus, uma das classes mais temidas pelos próprios lupinos.

O cheiro do alfa parecia estar demonstrando território, pois era possível senti-lo em todo lugar. Jimin estava ficando excitado com o cheiro forte e possessivo do Lúpus. Era estranho. Seu corpo estava estranho, nem mesmo entendia o por quê de estar excitado com um maldito cheiro, aquilo era vergonhoso demais para si. O alfa era uma mistura de cheiros de flores, mas o cheiro que Jimin sentia mais era o de lírios, o que era exótico para um alfa, além do mais um Lúpus. Outra coisa incomodava o ômega; ele conhecia aquele cheiro, mas não sabia donde. 

Analisou os olhos do alfa a qual encarava todo esse tempo. Pareciam tão distantes, era como se Jimin visse a alma do alfa através de seus olhos, porém não conseguisse entendê-la. Sua cor âmbar o deixava ainda mais misterioso. Jimin gostaria de entendê-lo, só assim conseguiria tirar todas as dúvidas e medos que atrapalham sua mente. 

— Responda-me, alfa. — Comentou, já incomodado com a demora de uma resposta proveniente do alfa. 

Novamente tudo o que teve foi silêncio. Jimin não entendia qual era a dificuldade do alfa em respondê-lo. Seus olhos tinha um brilho na qual Jimin não conseguia compreender, era diferente. Ouviu um suspiro vindo do moreno, era um suspiro pesaroso. Jeon não queria contar quem ele realmente era, não se orgulhava do que havia se tornado. Jimin soube pelo suspiro que não teria sua resposta tão cedo. 

— Não deveria estar aqui fora, ômega. — Retrucou virando a cabeça para o lado, incomodado; acabando por cortar o olhar entre ambos. O loiro bufou, inconformado. — Entre, agora! 

O príncipe arqueou suas sobrancelhas com tal ordem. Jimin foi criado para ser submisso a um alfa; treinado para abaixar a cabeça e obedecer quando recebesse uma ordem vinda de uma classe superior. Mas ali, não abaixou sua cabeça, nem mesmo seguiu a ordem. Apesar de ser um Lúpus, uma das classes mais altas, jimin apenas franziu a testa em sinal de confronto. 

Em um ato de coragem, segurou o queixo do alfa virando a cabeça do mesmo em sua direção, olhando fixamente em seus olhos âmbar. O alfa não gostou da atitude do ômega e nem mesmo de sua implicância e olhar de afronta. Seu lobo uivou irritado pelo menor não ter o obedecido; com isso levou sua mão ao pulso da mão em que segurava seu queixo, com certa força.

Ambos olhavam um para o outro em sinal de confronto. Jimin não era nem louco de arrumar briga com um Lúpus, era menor e bem mais fraco do que o Jeon.  Porém estava em um lugar desconhecido, em uma casa de um alfa que nunca havia visto, apesar de seu cheiro ser familiar. Queria ao menos uma resposta concreta, nem que tivesse que atiçar os nervos do lobo do moreno, para que cedesse a sua vontade. Jimin estava nervoso, nunca havia enfrentado um alfa, e quando decide fazer, é bem um Lúpus. 

— Não vou a lugar nenhum, Jeon! — Disse sério. — Não sou seu ômega para lhe ceder a uma ordem. 

Ouviu o rosnado do alfa devido a sua fala. O Lúpus não havia gostado nem um pouco de sua resposta mal criada. Sentiu o aperto de seu pulso ficar mais forte, e acabou gemendo dolorido, arrancando um sorriso maldoso do alfa. Em um ato de fraqueza, o alfa o prensou brutalmente sobre a viga de madeira da varanda, arrancando outro grunhido do ômega. Seu rosto estava a centímetros do menor, seus olhos conectados em um olhar profundo como se tentassem entender as intenções um do outro. 

— Repita. — Ordenou novamente. 

— N-Não sou seu ômega, J-Jeon. — Jimin chorou internamente ao ter gaguejado, mostrando sua insegurança perante a aproximação do alfa.

Jungkook rosnou, levando seu rosto ao pescoço do ômega, cheirando-o. Jimin sentiu o nariz do alfa em seu pescoço, seus pelos quase inexistentes se arrepiavam conforme o nariz do alfa passava pela sua tez. O moreno se afastou, olhando para o rosto extasiado do ômega, antes de se afastar completamente do pecado que era Park Jimin. 

— Entre, Park, por favor. — Disse novamente, virando as costas para o ômega surpreso com a fala do Lúpus.

— A menos que me fale quem você é, não colocarei meus pés sobre essa casa! — Retrucou, ainda insistente em ter sua resposta.  

— Então ficará no frio, ômega. 

Jeon disse por último entrando na casa, deixando um Jimin horrorizado ao lado de fora. O alfa era mais difícil de se lidar do que imaginava. O príncipe grunhiu alto completamente irado. Sua vontade era de sair socando meio mundo, ou melhor, socar a cara perfeita do alfa. Respirou fundo por alguns minutos, tentando acalmar seus nervos. Contra suas palavras proferidas a instantes atrás; Jimin entrou na casa, encontrando o moreno na cozinha organizando-a,  colocando os pratos e copos para lavar. 

— Qual é o seu problema, Jeon?!

Jungkook suspirou ao ouvir o ômega irritado atrás de si. — Você é um deles. — sussurrou, mas ao que percebeu o loiro havia escutado. Jimin arregalou os olhos perante a resposta, não esperava essa réplica vindo do alfa. — Você é muito curioso, Park, e muito mal educado também. —Saiu de trás do balcão, indo em direção ao ômega.— Merecia ser castigado por ter me desafiado daquela forma, ômega. — Sorriu maldoso, mas voltando a ficar sério ao ver os olhos arregalados do ômega. — Você não está mais no castelo príncipe, está na floresta, e aqui as regras são diferentes. Se te digo que é para fazer algo, quero que faça, pelo seu próprio bem. 

— Então me leve de volta ao castelo!— Exaltou-se. — Não quero ficar em uma casa com um alfa que não conheço. 

— Bem que eu gostaria. — Riu sínico. — Acho que você estava ciente de que se fugisse para a floresta, não poderia voltar para seu lindo trono no castelo. — Recuou, se encostando na beirada do balcão observando a cara irritada do outro. — E além do mais, eu não quero que vá embora, você é muito valioso agora. — Disse dando as costas ao príncipe. — E além do mais, achei que gostaria da casa...

— O que você quer de mim?! — Gritou. — Acha que é fácil só aceitar o fato de acordar em uma casa que te atormenta todas as noites em pesadelos e achar isso normal? — Retrucou, sentindo seus olhos arderem e um enorme bolo se formar em sua garganta. — Acha que é fácil acordar e dar de cara com um alfa que nunca havia visto porém seu lobo está tão familiarizado?! — Jimin não aguentou. Uma lágrima fina e solitária desceu por seu rosto. — Eu estou confuso! Meu lobo está calmo, mas minha mente não! — Nem mais tentava conter as lágrimas, apenas as deixava cair por sua tez, uma atrás da outra, seus soluços já eram ouvidos. Estava confuso, e nem mesmo os quatros ventos o acalmariam agora. — Meu lobo confia em você, mas eu não sei se devo fazer o mesmo...

O alfa suspirou outra vez em pouco tempo. Ter que lidar com ômegas e seus temperamentos não era uma coisa que de certo modo agradava o moreno, mas naquele momento não tinha saída. Jimin estava com medo de si. E saber disso o deixou desconfortável. Saber que Jimin o via como uma ameaça o incomodava. Era acostumado a receber ódio e ver o medo nas pessoas, por isso nem ligava. Mas ali, vendo o ômega se afogando em suas próprias lágrimas, o deixou muito desconfortável.

— Eu não vou te machucar, anjo, jamais. 

— Me prove. — Disse ainda entre lágrimas. — Me prove que posso confiar em você, eu estou perdido... Jeon. 

O alfa ofegou, olhado para os olhos do ômega que o encarava em busca de uma resposta. Aquilo iria doer em si, mas teria de ser feito. Só esperava que seu alto controle não vacilasse e acabasse por falhar. 

— Eu prometo, anjo. 

— Promessas não iram me fazer confiar em você. — Jimin disse, agora sério, conseguindo controlar suas lágrimas. — Promessa qualquer um faz. Eu quero sentir, quero sentir que posso confiar em você. 

— Você precisa descansar, seus machucados não vão melhorar se não repousar.— Desviou o olhar, focando em um canto qualquer da sala. Ouviu um último soluço do ômega, antes de acompanhá-lo, o vendo ir mancando em direção ao quarto, desolado. — Amanhã vamos até a vila, então descanse. 

O ômega pareceu sentir a adrenalina toda passar, pois no mesmo instante suas pernas começaram a doer, soltando um gemido dolorido, sentindo suas pernas perderem as força; só não caiu pois o alfa o segurou e o ajudou a ir até o quarto, mancando. Finalmente deitado, gemeu doloroso ao que suas pernas reclamaram pelo movimento de se manter em pé. Jungkook se dirigiu até o guarda roupa pegando uma muda de roupa confortável e um travesseiro, iria dormir no sofá, sentia que o ômega ficaria incomodado caso o alfa dormisse consigo, e já bastava a briga de mais cedo, não queria deixá-lo desconfortável ainda mais com a sua presença. 

— Você vai dormir na sala? — Perguntou o ômega, vendo o alfa terminar de pegar suas coisas, já pronto para ir dormir. 

— Acho melhor. — Jimin não relutou contra decisão do alfa, seria melhor para ambos. — Boa noite, príncipe...

— Boa noite, Jeon.
 
Jungkook apagou as velas do quarto, deixando-o escuro para o ômega; assim se dirigiu até a sala onde arrumou o sofá para que pudesse dormir, tentado deixá-lo o mais fofo possível para evitar uma dor nas costas. Antes de tentar dormir, concluiu para si mesmo que faria Jimin confiar em si, nem que tenha que lutar até o sangue contra seu controle limitado. 

 

 

 


 

. — Droga! Droga! Droga! 

Si Won ralhou descontando toda a sua raiva naquela droga de parede, enganando sua mente ao fingir que era o rosto do chefe da guarda com sua típica face emburrada voltando a soca-lá com toda a sua raiva. Seu ódio era tanto que chegava a ficar agoniado, seu coração batendo forte sobre o peito. Todos pareciam notar seu mal humor durante a festa, apenas saiu de lá com cara fechada, recusando todos os tipos de comprimentos que eram dados a si. Sua vontade de início era de não comparecer, seu traje de gala estava todo torto e amassado, até mesmo com alguns rasgos, seu cabelo despenteado, diferente de como estava a horas atrás, perfeitamente alinhado.

Um pouco antes do baile começar os guardas chegaram e anunciaram que não encontraram o ômega, o declarando como morto. O rei nem pareceu se importar, apenas dizendo que já esperava isso de um ômega inútil. Mas Si Won não, se recusava em pensar que o ômega estava morto; se não casasse com o príncipe até a lua de sangue não poderia mais reinar e seu plano perante um futuro reino iria abaixo. Sabia que a praga estava viva em algum lugar na floresta, mas não podia entrar nela, não sem ajuda. 

— Ora, ora. Parece que temos alguém bem estressado aqui... — Ouviu uma risada irritante, olhou por onde o barulho vinha, vendo a silhueta esbelta na porta de seu quarto. Não havia sentindo a aproximação dela. 

— Fique quieta! Não a chamei até aqui para zombar de mim, praga.— Rosnou para sombra encostada na batente da porta.

— Tudo bem, machão. — Riu com seu próprio comentário, já o alfa apenas se irritou mais ainda. — Suponho que seu noivado era para ser hoje, como se sente por seu ômega o ter o abandonado, uhn? — Debochou. 

— E eu penso que você deveria estar a procurar de outro alfa para passar a noite não? — Retrucou.

— Não seja ingrato! — Ralhou. — Se não fosse por mim você não estaria aqui Choi, estaria servindo de alimento para aquele alfa de merda!  
  
Si Won suspirou, se aproximando da mulher olhando sua pele pálida e cheia de cicatrizes. Sentia nojo da mulher que um dia salvará sua vida, contudo ela era seu único meio de ajuda para chegar onde queria e ter o que queria. Mesmo a repudiando, admirava sua habilidades em tortura, ela sempre conseguia o que queria. 

— Acho que você já tem uma noção do por quê te chamei aqui, não? — Questionou, sentando na poltrona que havia no canto de seu quarto, observando a ômega passear pelo local, analisando cada detalhe, aquele quarto era imundo e cheirava mal. 

— Lógico, você apenas me chama para fazer a merda do seu trabalho sujo. 

O alfa soltou uma risada seca, estralando a língua na cel da boca em sinal de concordância . — Você me conhece tão bem. — Falou sínico. Levantou-se, andando até a varanda, ficando de costas para a ômega. — Eu quero aquele merdinha morto. 

— Não vou fazer isso. — O alfa rosnou para a mulher que apenas retrucou com outro rosnado. — Podia pedir qualquer coisa, menos para matá-lo! 

— Ora, ora. Achei que o repudiasse...

— E repúdio! — Ralhou completamente irada com tamanha audácia de Si Won. 

— Você ainda o ama?— Olhou fundo nos olhos da ômega, a intimidando, como sempre fazia quando queria algo. Sorriu quando a viu negar seguidas vezes. Ela não o amava. — Então mate-o ou está com medo de matar o filho que a traiu? Ele não teria dó de você...

— Volte para o baile, Won.


 

 

 

 

 


Jimin andava pelo jardim florido vendo sua mãe ao longe, sentada embaixo de uma árvore, repousando. Ela era linda. Jimin adorava observa-lá; seja quando ela o colocava para dormir ou quando brincava consigo. Mas tudo ficou tão sombrio, seus olhos não tinham mais as cores vibrantes do azul anil, seus cabelos loiros pareciam tão sem cor e sua pele está pálida, sem vida. Mas ela ainda estava ali, sorrindo e brincando com si. Jimin correu e correu pelo vasto campo; até que correr não era mais divertido. Tudo se tornou escuro, gritos e mais gritos, a angústia nos olhos de sua mãe o mandando correr, o sangue em seu rosto, e o monstro em cima de si. Naquele momento correr era necessário. E ele correu o máximo que pode, até que suas pernas não o aguentavam mais e caiu desacordado na grama avermelhada

“Não fuja de mim pequeno, eu também quero brincar, você corre e eu te pego” 

“ Você é um ômega inútil, apenas serve para desonrar nossa família”

“Eu prometo pegar leve com você, até a parte ficar boa, princesa”

“Você é sábio meu filho, não deixe os outros te derrubar” 

“Como um ômega como você conseguiu um alfa como ele? Você é sem honra...” 


Jimin acordou ofegante, levantando-se da cama assustado. Podia sentir seu coração bater rápido contra seu peito bombeando sangue por todo seu corpo espalhando a adrenalina. Sentou-se na beirada olhando ao redor vendo sua visão turva pelo movimento repentino, havia tido mais um pesadelo com sua mãe. Suspirou, passando a mão pelo rosto, notando como havia transpirado durante o pouco tempo de sono que teve. Olhou para a janela, vendo que ainda era de noite. Mais um sono perdido. Levantou-se da cama saindo do quarto cambaleando, suas pernas ardidas e sua tontura momentânea foram o motivo de sua quase queda, seus polegares passavam fortemente por sua têmpora tentando melhorar sua visão; sua cabeça doía. Tudo doía. 

Assim que chegou na sala, sua visão ainda um pouco borrada se focou no alfa sentado despojadamente no sofá ao lado das coisas que ele havia pego para dormir. O moreno estava com a cabeça pendida para trás, olhos fechados e corpo jogado de lado apoiando suas costas no braço de madeira do sofá. Em sua mão direita havia uma copo na qual havia uma bebida translúcida, tinha um cheiro muito forte para o olfato do ômega, aquele cheiro  apenas piorou sua dor de cabeça.  

— Não consegue dormir? — Seu corpo deu um pequeno solavanco com a pergunta desprevenida do alfa. Jimin jurava que ele havia caído no sono daquele jeito. 

— N-não — Respondeu sem jeito. Jungkook ficava muito lindo daquele jeito, despojado, como se tivesse perdido todo o controle e a calma. E novamente aquela maldita excitação voltou, mas o ômega se controlou. 

— Teve um pesadelo...— Jeon voltou sua cabeça para frente encarando seus olhos. Os olhos do moreno já haviam voltado a cor natural, mas não deixavam de ter uma característica dominante. — Seus batimentos estão rápidos e seu cheiro fraco, está tentando esconder sua presença. Então... você teve um pesadelo.

— Como se fosse uma novidade ter pesadelo, já estou acostumado. — Disse puxando as mangas da blusa longa, tentando aquecer suas mãos. Andou até a janela, vendo a luz da lua forte. — Está muito frio...

—Venha cá, anjo. — O alfa deu duas batidas no lugar ao seu lado pedindo para que o ômega sentasse ao seu lado.

Jimin de início recusou a ideia, mas foi só um vento frio entrar em contado que todo seu corpo se arrepiou; correu até o sofá onde se sentou ao lado do alfa. Jeon não tardou em pegar a manta apoiada no sofá e cobrir o ômega, que suspirou ao se sentir aquecido, porém ainda estava com frio. Olhou para o lado, vendo o alfa fechar os olhos e pender a cabeça para trás novamente. Jeon emanava calor, por ser alfa possuía uma forma própria de se aquecer. Sem perceber jimin começou a se aproximar do moreno, procurando pelo calor do alfa; quando foi ver estava com a cabeça apoiada no peitoral do moreno. Ofegou alto ao finalmente se sentir aquecido. Jungkook era quente e aquilo era perfeito. Sentiu uma movimentação do alfa, sabia que ele havia levantado a cabeça, seu corpo se arrepiou ao ouvir a risada rouca do alfa, seguida pelos braços fortes do alfa o abraçando puxando o ômega para si, o aquecendo. 

Durma, pequeno. 

 


Notas Finais


Agora a fanfic está no Wattpad, pessoal! ☺️❤️
https://my.w.tt/Uq3dNpGkFO


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