História A Força do Amor - A Teia do Destino I

Kyara cavalgou pelos Campos de Lis olhando por todos os lados. Ela sabia que Legolas estava vivo e chamava por ela. As feridas das chicotadas que ela havia levado sangravam e queimavam sem cessar, mas sua vontade de ir ao encontro dele superava qualquer dor. Parando a margem do rio desmontou sem saber por onde mais procurar e gritou seu nome na esperança de que ele respondesse, mas nada chegava aos seus ouvidos. Seria realmente um delírio? A dor de perdê-lo a havia deixado louca? Quando ela decidira seguir para as encostas que levariam a caverna soterrada, Kyara sentiu alguém lhe puxando pelo braço.

- Pare! Isso é inútil. Você está delirando, não percebe?

Thranduil a havia alcançado. Kyara tinha a face transtornada do rei élfico próxima a sua e ela já sentia um incômodo nos braços fortemente presos pelas mãos do homem.

- Não, meu Senhor! Ele está vivo e precisa de mim.

Kyara tinha essa certeza no coração e morreria procurando por Legolas, porque ela não cessaria enquanto não o encontrasse. Alguns instantes depois Aragorn chegou ao local, mas não desmontou procurando em volta qualquer coisa que explicasse as atitudes desvairadas da Kyara.

- Venha comigo. Eu cuidarei de você. Não a abandonarei em sua dor... Sei que amou meu filho, mas agora precisa aceitar que ele se foi.

Thranduil tentava demovê-la do seu delírio quando ouviu os gritos de Aragorn.

- Thranduil!... Lá adiante... Nas pedras.

Todos correram na direção indicada por Aragorn e, ao se aproximarem, depararam-se com Legolas caído próximo a margem do rio. Kyara precisou conter um grito de susto ao vê-lo no estado deplorável em que se encontrava. As marcas de todas as batalhas que Legolas travara em busca da pedra estavam misturadas a sujeira e o sangue. Porém, tinha agora a perna esquerda esmagada além de alguns dedos das mãos arrancados. Parte do rosto estava preto e inchado ao ponto de quase fazer desaparecer o olho esquerdo e um grande corte na cabeça deixavam rastros de sangue por todo lado. Seus belos cabelos, antes prateados, agora eram um emaranhado de sujeira e sangue. Ele segurava em uma mão a espada de Aragorn e na outra a pedra de Tiria. Mortificada, Kyara se aproximou ajoelhando-se junto dele. Temendo tê-lo perdido para a morte pela segunda vez, ela tocou seu rosto. Ao fazê-lo, Legolas olhou para ela sorrindo torto e ela chorou.

- Eu sabia que você me ouviria... Disse Legolas soltando uma golfada de sangue.

- Legolas!

Kyara acariciou o rosto dele e tentou limpar o sangue da boca, que escorria pelo pescoço.  Ela deixou as lágrimas rolarem livremente pela face, que caiam pelo rosto de Legolas enquanto ela passava inutilmente as mangas do camisolão no sangue. Kyara o beijou não aguentando mais a dor que esmagava seu coração.

- Eu vou ficar aqui... Eu vou cuidar de você. Não fale nada senão a dor vai piorar... Disse ela com voz engasgada.

- Eu não sinto dor... Tudo está dormente... Disse Legolas aos poucos tentando controlar a ânsia de vômito que vinha em ondas... – Quando o teto desabou... a única coisa... Legolas pausou tentando respirar... – Eu tinha que sair daquele lugar... Senti que flutuava por uma vastidão branca... e fria.

Inesperadamente, Legolas começou a tossir e engasgar com o sangue. Kyara não sabia o que fazer para abrandar a agonia que ele passava.

- Não fale, por favor!... Kyara foi dominada por um choro contido... – O temor em meu coração me dizia que algo terrível estava para acontecer. Deveríamos ter fugido... Deveríamos... E ela não conseguiu mais falar.

- Meu amor! Seríamos consumidos pelo remorso... por deixarmos nossos amigos... Ele empalidecia rapidamente e sua voz saia cada vez mais arrastada... – Quero lhe fazer um pedido.

- Tudo o que você quiser.

- Não volte para Tiria. Não fique confinada... naquela ilha sozinha... vendo a vida passar.

Legolas sentiu as entranhas se contraindo e gemeu tentando respirar.

- Que diferença fará o lugar onde viverei? Eu só terei as lembranças do nosso amor.

- Aragorn!... Legolas chamou o amigo vomitando novamente... – Acho que isso lhe pertence... E indicou com o olho a espada que carregava.

Aragorn ajoelhou-se ao lado dele e puxou Anduril bem devagar para não causar maior sofrimento, vendo os dedos que sobraram na mão do amigo esfolados até os ossos.

- Cuide da Kyara por mim. Não permita que ela... retorne para o mundo dela... Ela não será feliz confinada naquela ilha.

- Eu cuidarei dela, não se preocupe... Agora temos que levá-lo daqui e dar um jeito em você.

- Não!... Deixe assim... Creio que esteja sendo requisitado... por Námo nos salões de Mandos.

Todos percebiam que Legolas sofria para falar.

- Você é e sempre será meu irmão... Aragorn o encarou com um sorriso pálido no rosto sem se importar em deixar transparecer a profunda tristeza que o abatia... – Agora serei obrigado a aturar o mau humor de Gimli sozinho.

Legolas mais uma vez tentou esboçar um sorriso torto. Ele fitou o céu com um azul pálido evidenciando o final do dia... – Agora a Terra Média está livre... mais uma vez... E voltou-se para Kyara... – E você também, meu amor.

Sem esperar, Thranduil surgiu diante de Legolas e ele arregalou o olho não acreditando no que via. Aragorn deu passagem para que o rei se ajoelhasse ao lado do filho e os dois se encararam por um instante em silêncio.

- Ion-nin¹!... Thranduil fazia um grande esforço para se controlar diante do filho... – Desde que sua mãe me deu a notícia de que você estava a caminho, o tenho como a razão da minha vida. Mais de meio milênio se passaram e lembro, como se fosse hoje, o momento em que ela o pôs em meus braços pela primeira vez. Tão pequeno e indefeso... Agora o destino me reserva esse momento trágico. Quisera eu poder trocar de lugar com você, meu filho. Quisera eu te livrar desse sofrimento.

Legolas engoliu o sangue que vinha à boca não conseguindo dizer nada e deixou as lágrimas descerem pelos cantos dos olhos.

- Conheci sua esposa... E o rei sorriu querendo buscar em seu coração a força que não tinha. Seus olhos e sua garganta ardiam pelo esforço que fazia para não chorar, e por isso mesmo sua voz saiu engasgada... – Sempre soube que nenhuma das nossas donzelas conquistaria seu coração errante e aventureiro.

- Ela é linda, não é, Ada²?

- Depois da sua mãe, ela é a mais bela flor do jardim... E os dois sorriram.

- Eu agradeço aos Valar por me concederem... esse momento.

Legolas deixou o ar sair devagar. Tentou conter um acesso de tosse, mas o esforço o fez gemer e vomitou sangue mais uma vez. Kyara e o rei se olharam imaginando que seria a hora da morte levá-lo definitivamente, mas Legolas fechou os olhos e se controlou.

- Não posso partir sem antes dizer tudo o que preciso. Morro feliz porque pude me despedir das pessoas que mais amo... Ada, amin mella lle³!... Você sempre foi minha inspiração... meu refúgio... Legolas não suportou a emoção. Chorando, tentou puxar o ar... – Você foi o braço forte que me sustentou e me ajudou... a me tornar o que sou... principalmente depois que Nana³ partiu.

Engolindo mais uma vez o sangue que vinha a boca, Legolas continuou, e olhou para Aragorn de pé.

- Meu irmão!... Vivemos juntos muitas aventuras e saiba que eu o seguiria... aonde quer que fosse e morreria por você... Você e Gimli são como os irmãos que não tive. Eu os amo.

Por um instante ele se calou respirando com muita dificuldade. Fechou os olhos deixando as lágrimas caírem livres, sofridas.

- Já disse tudo o que precisava agora fique quieto, meu amor, por favor!

- Não, Kyara. Agora é que preciso dizer tudo... tudo o que me for permitido dizer. Quando a vi pela primeira vez nas águas de Lórien, não acreditei que pudesse existir... uma criatura tão bela, tão perfeita. Pensei que era um espírito de luz... E mais uma vez ele pausou buscando ar... – Nunca me senti tão vivo e tão feliz quanto o tempo que passei ao seu lado. Com você descobri a dádiva do amor... O nosso amor é como estar entre as estrelas do céu ou... pela primeira vez, sentir-se envolvido pelas águas do mar, e, quando seu corpo quente e delicado foi meu, só meu, eu a amei e vivi cada segundo como o único... Vi-me espelhado nos teus olhos e soube o que é pertencer a alguém de corpo e alma.

Ele deu outra pausa. A emoção o dominava por completo e soluçou não conseguindo conter as lágrimas. O gosto de sangue na boca lhe dava uma ânsia quase incontrolável de vomitar e cada vez que essa vontade vinha, ele precisava parar de falar e buscar dolorosamente o ar. O brilho dos seus olhos aos poucos se apagava e Kyara soube que ele estava partindo.

- Eu a amo e sempre a amarei, ainda que eu seja uma sombra, um vulto ou... não mais que uma lembrança... Por um instante sua voz falhou... – Porque te amo tanto é que lhe peço para seguir em frente. Você é uma Edain e poderá amar novamente... Não quero que passe o resto da sua vida sozinha. Quero que seja feliz. Éomer a ama... e sei que é sincero. Ele fará de tudo para fazê-la feliz.

- Não!... O desespero da Kyara era tanto que ela não tinha forças para falar e seu protesto saiu sussurrado. Ela respirou profundamente tentando reunir forças... – Ninguém mais poderá me fazer feliz além de você. Prefiro viver da lembrança dos nossos momentos, porque não terei mais o que partilhar com outro homem.

Ela deixou escapar o ar preso em seus pulmões. Com voz embargada continuou.

- Homem algum tocará o meu coração e a minha alma como você tocou. Por isso não me peça para buscar a felicidade com outra pessoa... Sem conseguir mais se conter Kyara chorou um pranto de dor... – Minha felicidade está aqui diante de mim... Meu marido! Meu amor!... Não vá embora sem mim. Eu quero ir com você.

Envolvidos naquele momento derradeiro, ninguém percebeu um clarão às costas do grupo até Thranduil erguer-se subitamente desembainhando a espada. Kyara também se levantou sem querer acreditar.

Sem qualquer aviso, Gahya surgiu diante de todos trajando um vestido branco envolta numa aura azul e brilhante. Era a imagem deslumbrante de uma mulher com traços delicados e longos cabelos castanhos. Aos olhos dos filhos de Eru, ela poderia ser a imagem de um dos Valar, tão vívida era a luz que a envolvia.

Os homens não esconderam a admiração perante aquela imagem divina e Thranduil guardou sua espada, percebendo na mulher um poder extraordinário.

- Kyara! Como havia previsto, a pedra foi recuperada e o bruxo destruído.

- Minha Senhora!... Surpresa, Kyara jogou-se aos pés da dama, enchendo o coração de esperança... – Não fui eu quem destruiu Gorlock e recuperou a pedra.

- Sei que foi o príncipe élfico. Gorlock também sabia que ele poderia ser seu algoz por isso tentou matá-lo... Isso já estava escrito.

- Estava escrito também que ele morreria tentando fazer o que eu não pude?... Retrucava Kyara tentando secar as lágrimas com as mangas do camisolão sujando ainda mais o rosto com o sangue de Legolas.

- Ele estava destinado a sofrer esse acidente se você o mandasse buscar a pedra. Esteja ciente de que foi sua decisão enviá-lo para essa missão.

Kyara se surpreendeu com a frieza da sua mentora.

Thranduil e Aragorn se entreolharam preocupados, mas assistiam a tudo em silêncio e Legolas quase não se mantinha acordado. Suas forças estavam se esvaindo rapidamente.

- Suas palavras são duras... Ferem como navalha.

Kyara protestou afastando-se de Gahya já sentindo o gosto amargo da culpa.

- Acaso elas não são verdadeiras?... Insistiu Gahya.

- Sim!... São... Kyara confirmou deixando transparecer seu abatimento, sentindo seu coração se contrair ao pensar que fora a causadora da destruição do seu amado... – Foi a forma que encontrei para protegê-lo da ira de Gorlock... Tive um motivo muito forte para isso.

Ela reuniu toda sua coragem para fazer a única coisa possível.

- Agora ele está morrendo com o corpo esmagado e mutilado. Não é justo que a recompensa por todo seu esforço, para fazer o que não deveria ser sua atribuição, seja a morte.

- Muito se perde na guerra. Você melhor do que ninguém sabe disso... Seu coração está angustiado... Você tem um pedido a me fazer? O que quer de mim?

- Quero que o príncipe se recupere... Ofereço qualquer coisa em troca da recuperação dele.

Gahya parou um instante com uma expressão indecifrável e moveu o rosto ligeiramente fazendo com que seu olhar recaísse sobre a figura da mulher suja e ferida a sua frente com o canto dos olhos. Kyara prendeu a respiração temendo não ser atendida.

- Ofereceria qualquer coisa em troca da vida dele?

- Sim. Dou a minha vida em troca da dele se for preciso... Respondeu Kyara prontamente.

- Não, Kyara! Fiz o que fiz por você... Disse Legolas engasgando com o sangue novamente... – Não troque sua vida pela minha.

- Gahya, por favor, ele está morrendo!

Kyara disse temendo a morte de Legolas a qualquer momento. Chorando ela se ajoelhou aos pés da sua mentora segurando-lhe a mão.

- Eu imploro pelo amor que devoto a você... Salve-o!

- Nunca me pediu para intervir sobre o destino de ninguém. Por que o faz agora? Por que para o elfo?... Perguntou Gahya.

Kyara não entendeu as indagações da mulher num momento tão crucial.

- Porque eu o amo!... Com toda a força do meu ser. Eu o amo mais que tudo e por ele faço qualquer sacrifício... Kyara revelou seu amor deixando as lágrimas escorrerem pelos cantos dos olhos.

- Se dispõe a qualquer sacrifício para salvá-lo?... Eu disse que deveria resistir a qualquer coisa que a desviasse do seu destino. Fez um juramento Kyara e seu retorno a Tiria era esperado para assumir o meu lugar.

Kyara olhou aflita para Legolas que mal se mantinha acordado.

- Eu sei! Não se preocupe, eu retornarei a Tiria e cumprirei meu juramento, mas salve-o, por favor!... Implorava Kyara de joelhos agarrada as vestes da sua mentora... – Eu faço o que você quiser... qualquer coisa... Kyara havia chegado ao limite do seu desespero e prostrou-se aos prantos.

Gahya silenciou e se dirigiu para Legolas estendendo uma das mãos na sua direção. Uma luz intensa tomou conta dos dois cegando os demais. Um silêncio dominou o lugar e os três espectadores tentavam cobrir os olhos da intensa luz, quando tudo cessou e Legolas apareceu de pé diante deles, completamente restabelecido. Kyara correu e o abraçou forte. Os dois se beijaram enquanto Gahya aguardava pela atenção da sua pupila.

- O amor que ele lhe tem é tão grande quanto o seu. Suportou o peso da morte apenas para vê-la mais uma vez, Kyara... Disse Gahya.

- Dei minha palavra e a cumprirei. Peço apenas um momento... E os dois se abraçaram.

- Eu não posso viver sem você... Eu não a deixarei partir.

- Talvez eu possa usar a magia que me trouxe aqui para revê-lo. Você sabe que serei agraciada com a imortalidade também. Recorrerei a magia do meu povo para te encontrar. Prometo que será tão intenso esse breve momento do nosso amor que valerá a espera.

- A magia de Tiria não existe para favores Kyara... Interrompeu Gahya sem titubear.

- Você atendeu o meu pedido. Isso não foi um favor?

- Tudo tem seu propósito e este momento não é diferente.

- De que propósito estamos falando?... Retrucou Kyara... – Você sabia que eu não pretendia retornar, não é? Você sabia que eu o amo... Gahya nada respondeu... – Legolas tem razão. Tudo não passou de um teste. É esse o propósito então, testar-me para saber se realmente estou à altura do seu trono? Se minha palavra tem valor? Pois bem, não tem. Eu me rendi ao amor sim e me entreguei de corpo e alma... Fui fraca demais para Tiria, não é?... Despejou Kyara encarando sua mentora.

Gahya mantinha seu semblante impassível encarando aquela difícil situação com toda a calma do mundo. Essa atitude somente fazia Kyara se desesperar.

Legolas postou-se a frente da Kyara sem esperar pela resposta da dama reluzente.

- Milady! Eu lhe sou imensamente grato por salvar-me a vida, mas não posso permitir que a leve. Sei que Kyara fez um juramento, mas será infeliz se partir... Se o preço for nossa infelicidade então prefiro a morte.

- Não!... Kyara o agarrou pelo braço, aflita... – Não, Legolas!... Tenho que ir, mas deixe-me partir vendo que está vivo e restabelecido, por favor!

Legolas olhou para Kyara e encarou Gahya... – Diga-me o que tenho que fazer para libertá-la desse compromisso? Enfrento qualquer desafio, tudo para que não nos separemos.

- Qualquer desafio oferecido significaria a sua morte... Foi a resposta de Gahya.

- O que imagina que acontecerá se ela partir? Será a nossa morte de qualquer forma, porém lenta e dolorosa... Respondeu ele.

- Gahya! Preciso que me escute. O que sinto por ele está além da minha razão. Sei que parece um exagero o que vou dizer, mas a tristeza que carregarei no coração por vivermos separados levará à ruína a magia de Tiria... Você precisa saber que minha magia reage de forma contrária à prosperidade se eu estou infeliz. Eu vi isso acontecer em Gondor... Os jardins do palácio estavam morrendo quando eu pensei ter perdido o amor de Legolas.

- Sim! Eu sei... Sempre soube que sua magia reagiria como disse. Por isso a avisei de que precisaria se defender de qualquer coisa que a desviasse do seu caminho. Você teria que resistir. Eu avisei... Respondeu Gahya caminhando na direção da Kyara com o semblante impassível.

- Você sempre soube?... E ainda quer me obrigar a voltar? Insisto que você repense essa situação. Quer arriscar tudo?

Kyara relutava em acreditar que sua mentora fosse tão intransigente. Aflita por encontrar uma solução para aquela situação desesperadora, Kyara decidiu confrontar abertamente sua mentora.

- Não! Você não está preocupada com o destino de Tiria. Por que se importaria já que a responsabilidade recairia sobre as minhas mãos? Tudo o que você quer é se livrar do fardo de se manter presa aquela ilha... Você nunca pôde viver livremente. Por séculos manteve-se presa a sua obrigação... Nunca soube o que é o amor de um homem, não é?

Gahya nada dizia a observando em completo silêncio.

- Eu não voltarei... E se me forçar eu a enfrentarei. Não se trata de insubordinação, mas se eu me submeter a sua vontade morrerei de tristeza e levarei Tiria comigo. Não posso permitir que isso aconteça.

Gahya continuava impassível e essa atitude enchia o coração da Kyara de revolta.

- Gahya, diga alguma coisa.

Prevendo a separação dos dois, Kyara voltou seu olhar para Legolas deixando transparecer todo seu temor.