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História A Força do Amor - Eu Protesto!


Escrita por: Indis_Imladris

Notas do Autor


Eu protesto!... Ai, meu Deus! Quem é esse que protesta? Protesta o quê?
Caríssimos! Estamos deixando para trás uma saga de encontros, descobertas, batalhas, derrotas e vitórias. Vamos celebrar a vida e o amor, não é? Estão todos convidados ao banquete. Desfrutem a paz e a felicidade enquanto os ventos não mudam e novas tormentas não chegam.

Boa leitura!

Capítulo 30 - Eu Protesto!


No pátio de pedra todos estavam reunidos e, entre os cumprimentos e agradecimentos, o príncipe Imrahil pôde notar a figura da Michelle nas escadarias do palácio. Alguns chamaram a sua atenção e ele desviou o olhar, mas, ao voltar a procurá-la ela havia desaparecido.

Michelle entrou na sua casa e tudo estava silencioso com raios de sol escapando pelas brechas das cortinas parcialmente fechadas. Ela olhou em volta e, como sempre, tudo estava na penumbra. Nem parecia que agora crianças viviam naquela casa, porque ainda se mantinha limpa e organizada.

Caminhou até a mesa da cozinha e apoiou-se sobre ela, suspirando.

Pela primeira vez sentiu-se uma estranha ali dentro.

Seu coração estava como aquele lugar: silencioso e solitário na penumbra. Ao ver o príncipe, lutou muito para conter seu ímpeto de correr para junto dele e o medo de descobrir que sonhara mais uma vez com o impossível a dominou e ela fugiu.

É tudo o que serei na vida: uma covarde... Pensou.

Michelle chorou diante da sua incapacidade de lutar por sua felicidade.

- Agora vejo o quanto me sinto só e infeliz... Não poderia ter dito palavras mais acertadas, Kyara... Michele usou o avental para secar suas lágrimas que não cessavam... – Mesmo reconhecendo isso não consigo reagir. Tenho medo de descobrir que esperei mais uma vez pelo retorno de um homem que não passa de um sonho.

- Se me der uma chance lhe provarei que está enganada.

Michelle enrijeceu o corpo assustada com a surpresa e de supetão virou-se encarando o homem a sua frente.

- Já agradeci mil vezes pelo meu retorno. Pensar nos meus filhos sempre me manteve de pé resistindo à morte, mas desta vez meus pensamentos voltaram-se para mais alguém além deles, como havia prometido.

Ele caminhou devagar parando diante dela.

- Não via a hora de reencontrá-la.

Devagar, Imrahil retirou a touca branca que prendia os cabelos cacheados da moça, deixando-os cair sobre os ombros. Ele os acariciou e inalou seu perfume.

- Seus trajes escondem sua beleza, minha querida.

Michelle, mais uma vez, deixou-se capturar pelo olhar do príncipe e nada disse. Ele acariciou seu rosto, puxando-a delicadamente pela nuca para beijar seus lábios, ávido por esse momento e Michelle deixou-se ficar, feliz e ainda surpreendida.

Imrahil retornou a Dol Amroth com a pretensão de voltar acompanhado dos filhos para o casamento dos amigos e pediu, não somente a família de Michelle, mas a própria rainha permissão para cortejar sua camareira. Queria que Michelle visitasse seu reino após os festejos, para conhecê-lo.

E feliz o príncipe, amigo de Gondor, retornou esperançoso de que poderia experimentar mais uma vez o doce sabor do amor.

 

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Depois de tantos preparativos e convites expedidos, finalmente o dia tão aguardado havia chegado, que amanheceu convidativo para a felicidade, com o céu muito azul e uma temperatura amena. As flores perfumavam o ar enquanto a passarinhada fazia festa com sua cantoria.

Ainda que marido e mulher, Legolas e Kyara fizeram um pacto de somente se unirem de corpos novamente depois da cerimônia. Mas a espera provocou uma enorme ansiedade nos dois, tendo que se contentar com a ternura dos enamorados nos poucos momentos de intimidade que conseguiam naqueles dias de muita agitação.

O único lugar que poderiam se refugiar e reviver o sabor da paixão era nas lembranças dos momentos de entrega que tiveram e que os levavam a uma terra de sonhos feitos de sensualidade e desejo. Planejaram, então, partir em viajem pelos reinos élficos logo após os festejos, antes de seguirem para Eryn Lasgalen, pensando em tornar realidade o que povoava suas mentes.

Kyara teve a oportunidade de conhecer o povo de Legolas e, como Arwen havia dito, conviver com essa gente tão diferente lhe fez um bem enorme. As conversas que tinham a ajudavam a manter o equilíbrio e relaxar e, inevitavelmente, a fazia se impregnar da magia dos eldar e de sua sabedoria.

Conheceu o curador do reino, o senhor Hirengil, com quem se identificou de imediato e muito confabularam sobre curas. Conheceu também os pais do capitão Narthan, que acompanhou o rei na batalha contra o bruxo, o senhor Rumir, conselheiro do reino e a senhora Glóredhel, governanta do palácio.

Kyara soube que este casal ajudou a criar Legolas, depois do falecimento da rainha. O capitão manteve-se no comando das tropas do reino e não pôde acompanhar a comitiva, mas sua encantadora irmã Idrial veio em companhia dos pais. Típica donzela élfica, suave e serena, com sua beleza branca e delicada de belos olhos cinza e longos cabelos negros e ondulados. Ela recebeu Kyara com muita alegria por ver que finalmente seu querido príncipe havia se rendido ao amor.

Com ela, Kyara aprendeu muito dos costumes dos eldar e soube das muitas histórias do seu povo, da amizade dela e do irmão com Legolas e como era o poderoso rei de Eryn Lasgalen. Sempre com sua postura reservada e observadora, mantinha sobre Kyara seus olhares de pura curiosidade. Ela respeitou a atitude do rei, mas usou a música como forma de quebrar essa barreira invisível entre eles, que acabou se mostrando, depois de Legolas, seu maior admirador.

A comunidade élfica de Eryn Lasgalen e de Valfenda pouco se conheciam, apesar das incursões que os filhos de Elrond e os guardiões do norte faziam às Terras Ermas. Eles tiveram oportunidade de conhecer outros parentes desta região. Mas a surpresa maior foi à admiração de Elrohir para com Idrial.

A única vez que trocaram palavras foi na apresentação, que não passou de meros cumprimentos formais. E, no entanto, os olhos dele ousaram observar a dama diante de si um instante a mais e brilharam de satisfação. Mas o guerreiro e senhor de Imladris manteve-se, disfarçadamente, distante e alheio à presença da donzela élfica que, intimamente, o atraia sem cessar.

Em Gondor habituou-se a toda a tarde observar de longe o oscilar de um vestido e o agitar brando de cabelos longos e negros entre os jardins do palácio, sem nunca lhe dirigir uma palavra ou um gesto que não fosse cumprimentos formais em determinadas ocasiões.

Muitas vezes esses passeios eram acompanhados pela Kyara e pela rainha, que observavam silenciosas a atitude do elfo. Idrial parecia não ter notado seu comportamento discreto e suas companheiras nada comentaram.

E assim passaram-se os dias.

 

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Kyara já estava vestida para a cerimônia quando alguém bateu à porta.

- Pode entrar! A porta está destrancada... Disse da sala de banho pensando ser Arwen, Michelle ou mesmo Idrial.

A porta se abriu lentamente e ela estranhou a pessoa não ter entrado.

- Meninas, já disse que podem entrar.

Retornando para o quarto ela se assustou quando viu a figura altiva do rei Thranduil parado à porta e ficou sem reação. Legolas tinha muito das feições do pai, que parecia ainda mais alto com sua luxuosa vestimenta élfica. Na fronte usava um diadema de ouro.

- Queria me certificar de que poderia mesmo entrar. Estou aqui para lhe dar um presente.

Passado o susto Kyara fez uma reverência para o rei e pediu que ele entrasse indicando uma das cadeiras.

- Perdoe-me a surpresa. Não esperava a visita de vossa majestade.

- Por favor, estou dispensando sua reverência. Hoje eu a recebo como uma legítima filha e não a quero se curvando diante de mim cada vez que me vê.

- Perdoe-me, majestade.

- Também não há necessidade de pedir desculpas por isso.

- Por favor, sente-se.

Kyara não se cansava de admirar a beleza do sogro sempre bem trajado e seus movimentos elegantes que lhe deixava mais alto em estatura e imponência. O rei sentou-se e, por um breve momento, observou a bela dama a sua frente. Para Kyara esse breve momento foi o suficiente para deixa-la incomodada, mas manteve-se em silêncio aguardando pacientemente.

- Pela primeira vez sinto que estou diante de uma jovem, quase uma menina e chego a me assustar quando volto minhas lembranças para a imagem da mulher que vi guerrear com tanta destreza e tanta coragem. Parece que isso aconteceu há anos atrás, não é mesmo?

Kyara lhe sorriu tímida e concordou com a cabeça.

- As agruras da vida têm o poder de afastar ou unir vidas para sempre... Ele sorriu... – No nosso caso teremos a eternidade para conviver... Eu a admiro e a respeito, Kyara... Pela sua história, por todos os seus feitos. Eles provam quão valorosa você é. Contudo, quero que esteja ciente de que hoje você se casará com um elfo e o nosso povo tem costumes que precisam ser respeitados. O papel de uma dama élfica é muito diferente de um guerreiro élfico.

O rei se levantou e caminhou para a porta da varanda.

- Se dependesse da minha vontade Legolas já estaria casado há tempos com uma donzela da sua raça. Mas não se preocupe porque minha vontade não é impedimento para a felicidade de vocês... Mesmo porque já são marido e mulher. Entretanto, espero que você se adapte ao nosso modo de vida.

- Aonde quer chegar, senhor?... Kyara disse inquieta com a conversa do rei.

- Não foi por sua beleza que obteve o respeito e o reconhecimento das pessoas, seja aqui ou em seu mundo. Sua firmeza de caráter e a bondade que carrega em seu coração a tornaram legitimamente nobre. Também sei que não está acostumada a se dobrar para ninguém, mesmo quando se curva diante de mim. Não poderia deixar de ressaltar que suas habilidades dariam inveja a muitos soldados. No entanto, meus guerreiros não precisam de uma mulher entre eles provando o quanto é capaz... Estou chamando sua atenção para coisas que talvez não tenha pensado por estar tão envolvida emocionalmente. Você é bela, inteligente, habilidosa e destemida. E mesmo não sendo uma elfa, meu filho não poderia ter escolhido melhor. A questão é que com ele vem os costumes e tradições de um povo muito diferente do seu.

- Senhor! Tenho consciência de que sou incomum, seja aqui na Terra Média, seja em meu próprio reino. Tive meus motivos para seguir com minha vida da forma como fiz. Mas esteja certo de que não serei um transtorno para vossa majestade, o seu reino e muito menos para o meu marido. Não habitarei entre os seus querendo viver à margem dos seus costumes. Pelo contrário. Sempre temi não ser aceita pelo seu povo e estou disposta a tudo para me tornar parte.

Ela caminhou até a porta da varanda parando ao lado do rei, olhando o horizonte.

- Viverei muito longe da minha família e de pessoas que também amo. Esse é o preço que terei que pagar por amar seu filho. Isso não significa que ele será a única família que terei... Ela se voltou para o rei... – Para ser feliz precisarei estar inteira e me tornar uma “igual”. Não serei uma elfa de sangue, mas de coração e a partir de agora seu povo também será minha família, minha gente.

O rei sorriu... – Quero que use esse colar. Pertenceu a mãe de Legolas e, a partir de agora, será seu.

Ela retirou o colar da caixa estendida na sua direção admirada com a beleza da joia no formato de um ramo com sete folhas em ouro branco cravejada de diamante. Kyara olhou para o rei comovida com o gesto.

- É belíssimo. Eu o usarei com orgulho. Obrigada pelo presente.

- Permita-me.

O rei se ofereceu para colocar a joia no pescoço dela.

- É uma felicidade para mim e o meu povo recebê-la como filha legítima... Vou deixá-la em paz agora.

E se dirigiu para a porta do quarto. Ao abri-la voltou-se para Kyara.

- Você é muito especial e me orgulho da escolha que meu filho fez. Sei que não me decepcionará e espero não decepcioná-la... O rei fez menção de sair quando se voltou mais uma vez... – A propósito, você é a noiva mais bela que já vi... E se retirou.

Kyara sentou-se na cama tentando digerir tudo que ouviu e sentiu medo por não conseguir corresponder a todas as expectativas que recaíam sobre ela. Alguns instantes depois Michelle entrou no quarto e a encontrou ainda sentada com o olhar perdido.

- O que houve Kyara?

- Recebi a pouco a visita do pai de Legolas... Estou morrendo de medo. Entendo que terei que me esforçar para me adaptar aos costumes dos elfos, mas e se não conseguir?

- Claro que conseguirá. Deixe-se conduzir um pouco. Verá que não será difícil.

- Preciso que me faça um favor rápido. Encontre Arwen e peça para que ela venha aqui, urgentemente.

- Está certo.

- Então vá correndo, por favor, Michelle.

No quarto da Kyara, Arwen a ajudava a prender em seus cabelos os ramos floridos de Nipheredil: pequenas flores brancas de pétalas arredondadas e perfumadas oriundas de Lothlórien, cuja muda foi presenteada pela Galadriel na ocasião do casamento da Arwen com Aragorn e a própria a replantou nos jardins do palácio.

- Tudo já está preparado e imagino que seu noivo também esteja pronto. Fique tranquila. Vejo de forma muito positiva a conversa que teve com o pai de Legolas. E vou mais além, você já conquistou o coração duro daquele elfo.

- Preciso que me faça um grande favor. Sei que é costume das famílias élficas presentearem os noivos com um colar e meu sogro deu-me de presente esta joia, que pertenceu à mãe de Legolas. Já que você e Aragorn representam minha família preciso que você leve para Legolas o colar que Gahya me deu de presente.

- Está bem. Aproveito para ver se ele já está pronto.

Arwen foi ao quarto de Legolas e o encontrou na sacada da varanda já pronto aguardando o momento da cerimônia. Ele pensou em não aceitar o colar, lembrando que Gahya havia orientado Kyara a nunca deixar de usá-lo, mas Arwen o convenceu do contrário.

Tudo preparado, foi anunciado o início da cerimônia.

Aragorn e o pai de Legolas estavam a postos no altar dentro do salão principal, que estava todo decorado com flores e repleto de convidados vindos de toda a parte. Os noivos luxuosamente trajando prata e branco entraram no salão caminhando lado a lado sobre o tapete vermelho indo em direção ao altar. As vestimentas élficas eram bordadas com fios prateados, principalmente o vestido da noiva, ainda incrustado de brilhante.

No momento do pronunciamento do rei Aragorn para as bênçãos, as portas do salão foram abertas e dois homens bem trajados invadiram o recinto. Houve um burburinho de espanto e logo as sentinelas avançaram na direção dos senhores, mas Aragorn imediatamente fez um gesto discreto para que se contivessem porque logo percebeu não se tratar de qualquer invasor.

- Eu protesto e exijo que parem esta cerimônia.

Todos os olhares se voltaram para a figura imponente do homem robusto de barba e cabelos grisalhos, vestido com cota de malha e armadura, um pesado manto de veludo vermelho escarlate, com adornos brancos. Trazia na cintura uma pesada espada e na cabeça uma coroa de ouro adornada com pedras preciosas.

- Esta cerimônia não pode se realizar.


Notas Finais


Mas, será o Benedito! Quem é essa figura agora que quer estragar a cerimônia e sabe-se lá quais problemas mais pode causar para o nosso casal? Com que propósito?
Mais mistérios!
Queridos, teremos que aguardar o próximo capítulo para que as coisas fiquem claras e torcer para que, dos males seja o menor, não é?
Beijocas! Comentem...


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