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História A Fuga - Sucumbir


Escrita por: FerreiraC19

Notas do Autor


Oi, galera!
Então, eu vou postar os capítulos semanalmente, porque preciso estudar pra uma prova importantíssima que vem por aí e pode decidir meu futuro.
Torçam por mim!
Espero que gostem desse capítulo, e volto a afirmar que ele é diferente de absolutamente tudo que já escrevi.
Bejok <3

Capítulo 2 - Sucumbir


Fanfic / Fanfiction A Fuga - Sucumbir

Seu cheiro doce e enjoativo impregnava o quarto de um modo que fazia meu estômago embrulhar. Não sei em que momento eu caí no sono, mas eu sempre prefiro esperá-lo acordada do que despertar com sua desagradável presença. Sinto -e sei- que nem nos meus sonhos eu tenho paz ou me sinto livre desse homem. Engulo a bile, implorando a mim mesma que esse enjôo passe. 

- Hoje eu vim mais cedo, assim posso aproveitar o seu aniversário com você por mais tempo. 

Permaneço em silêncio, enquanto levanto-me da cama e vou em direção ao frigobar para pegar um pouco de água, quando eu vejo, em cima da mesa, uma caixinha retangular ornamentada, informando na parte da frente que era de uma joalheria caríssima. Reviro os olhos quase que automaticamente, quando então sinto seu corpo atrás de mim, e para o meu total desgosto, ele cola seus lábios na minha orelha.

- Abra para ver o que te comprei. - Sussurrou.

Usando isso como desculpa para fugir de seu toque, me desvencilho e pego a caixa com minha habitual falta de entusiasmo. Ao abrir, me deparo com uma corrente fina de ouro branco, mas o que mais chamava atenção era o pingente: "surpreendentemente" era um diamante... rosa. Não consigo conter um suspiro.

- É de tirar o fôlego, não é? - O tom orgulhoso em sua voz só ressaltava ainda mais sua crescente insanidade. 

- Ah... - É só o que eu consigo dizer. 

Após um breve silêncio, ele pigarreia, mostrando total desconforto, e uma certa decepção com a minha reação. Parecendo certo de que eu poderia mudar de ideia, pegou o colar e o trouxe ao meu pescoço, colocando-me na frente do espelho que o guarda-roupa disponibilizava. 

- Então... pedi pra que fizessem seu prato favorito, espero que esteja com fom...
Parei de ouvir no instante que encarei a pedra rosa. Por que eu tinha que passar por tudo isso? Por que eu simplesmente não finalizo tudo e simplesmente deixo de existir? O que eu fiz para aquela mulher ter feito isso comigo? Ao continuar encarando a pedra, cujo tom rosado assemelhava-se com meu cabelo, e não consigo deixar de me odiar por ter nascido com essa coloração diferente. Não sei se isso teria me salvado de ser vendida, mas talvez tivesse me salvado do Seiji, porque eu sinceramente não consigo encontrar nada pior. 

Odeio... odeio essa cor! 

Quando dou por mim, uma lágrima escapa de meus olhos enquanto eu encarava o reflexo de uma mulher pálida que nunca havia experimentado a felicidade que lia nos livros que seu carcereiro lhe comprava a fim de fazê-la sentir um pouco menos que estava numa prisão... como se ele quisesse compensar tudo que ele havia feito em todos esses anos com presentes e idas à festas cheias de gente de sua laia... assassinos, traficantes de mulheres, estupradores de crianças. Isso só me dava mais nojo.  

- ...E então? - Volto a assimilar o que Seiji disse após ele retirar o colar da minha frente, que era o meu ponto de foco.

- Hm? - Saio da frente do espelho enquanto buscava o menor contato visual possível.  

- Eu perguntei se, após o nosso jantar em comemoração ao seu aniversário, poderíamos ficar na banheira juntos... - Ele fez uma pausa e pegou na minha mão. Nem fiz questão de olhar sua expressão. - ...já que, um dia após o seu aniversário, eu te conheci, minha flor de cerejeira. - Sua tentativa falha de manter um tom doce, suave, como se estivéssemos em um relacionamento consensual, é ainda mais repugnante. Retiro minha mão cautelosamente, pois sabia que a qualquer momento ele poderia surtar. - Você ainda não me respondeu, Sakura. Sabe que sou um homem meio impaciente. - Dessa vez, seu tom soou mais ríspido. Olho pra baixo.

- Não estou muito afim hoje, obrigada. - Digo, sentando-me na cadeira.

- Eu insisto, querida... - Seiji tenta falar de um modo mais doce, mas sua irritação era nítida.

- Eu disse não. Tomei banho recentemente, um pouco antes de você chegar.- Digo friamente, enquanto pego uma maçã.  
Em menos de um segundo, a mesa tinha voado e estourado na parede. Uma das pernas da mesa atinge minha coxa, causando mais dor pelo susto do que pela ferida propriamente dita. Arregalo os olhos enquanto levanto com pressa, a fim de me abrigar de seu surto. 

- VOCÊ É UMA VAGABUNDA! - Ele avança em cima de mim e me pega pelos cabelos, jogando-me no chão e começando a me arrastar pelo quarto. É inútil pedir ajuda. Nas primeiras vezes eu até gritava por socorro, hoje em dia eu já estou conformada que preciso fazer o máximo possível para me defender e sair com menos ferimentos possíveis. Grito de dor enquanto tento puxar meus cabelos, na esperança de que eles deslizassem por sua mão e eu conseguisse me soltar. Me debato no chão até que ele me levanta pelos cabelos e me joga com força de encontro à parede. O ar escapa dos meus pulmões e lágrimas de desespero descem pelo meu rosto enquanto eu luto para respirar. - EU FAÇO TUDO POR VOCÊ, EU COMPRO PRESENTES CAROS PRA VOCÊ, TE LEVO NOS MELHORES EVENTOS, TE TRATO MELHOR DO QUE QUALQUER UMA AQUI! TUDO PRA VOCÊ ME TRATAR FEITO UM LIXO! - Sinto uma dor lancinante atravessar minha costela e caio de joelhos, urrando de dor e levando uma mão ao local que ele acabou de deferir um soco. As lágrimas embaçam meus olhos enquanto eu tento mentalizar -e tentando me convencer a acreditar- que não está doendo tanto quanto parece estar.

- M-me sol...ta, Seiji - Digo, com dificuldade, ignorando as lágrimas que desciam copiosamente do meu rosto e implorando mentalmente que ele tenha um lapso de sanidade e escute o que estou dizendo.

- OLHA PRA MIM! - Ele ordena, aos berros. Por alguns momentos, meu corpo não reage, então ele me pega pelos cabelos de novo e me prensa na parede. - EU DISSE PRA OLHAR PRA MIM, CARALHO! - Respiro fundo e encaro seus olhos castanhos repletos de lágrimas e fúria. Um embrulho se forma no meu estômago. -  QUANDO VOCÊ VAI ME AMAR, SAKURA? QUANDO, ME DIZ? EU SOU SEU HOMEM, VOCÊ PERTENCE A MIM!  

Posso estar encarando a face nojenta de Seiji chorando copiosamente, mas na verdade, já deixei de prestar atenção naquela expressão psicopata dele. Até quando eu vou precisar passar por isso? Até quando vou ser mantida em cárcere privado? Não tenho coragem o suficiente pra dar fim à minha vida, mas talvez eu só precise que ele tire-a de mim. 

Completamente anestesiada, respondo, sem ao menos hesitar:

- Nunca. - As minhas lágrimas pararam de descer. 

- Como é? - Ele parou de chorar, me olhando, sem acreditar.

- Eu nunca, jamais, vou amar você, Seiji. Não importa o que aconteça. - Faço uma pausa e então volto a olhar pra dentro de seus olhos. - Eu te odeio. - Mantenho a serenidade em minha voz, esperando, ansiosamente, o pior (ou melhor). 

Sua expressão vai de surpresa à fúria, quando então ele segura meu pescoço com firmeza, quase fechando meu fluxo de ar. Fecho os olhos esperando o pior, quando então ele utiliza a outra mão pra rasgar minha roupa íntima. Arregalo os olhos.
Não! - grito interiormente, sentindo o pavor e a repulsa gritarem pra mim. Por instinto, começo a me debater, mas ele é mais forte. Separa minhas pernas e abre seu zíper em menos de um segundo. 

- Não... NÃO! - Grito, não conseguindo controlar meus impulsos. - HOJE NÃO, SEIJI, POR FAVOR... EU TE IMPLO...
Antes que eu pudesse terminar, ele me penetra, e uma dor absurda toma conta de mim. Continuo gritando de pavor, ainda lutando contra ele, desejando que seja outro pesadelo. Ele continua movimentando seus quadris enquanto as lágrimas voltam a se apoderar do meu rosto. 
Quando dou por mim, paro de gritar e lutar: é inútil e está esgotando minhas energias. Ele continua investindo, entrando e saindo de dentro de mim enquanto geme feito o porco que ele é. 

Depois do que parecia horas, ele enfim acaba. Sem forças, caio no chão como uma boneca inútil. Do chão, vejo ele voltar a fechar o zíper. Com o canto do olho, observo ele usar uma pequena dose de cocaína. Depois de utilizar, Seiji se abaixa e fica com o rosto envelhecido de frente pro meu. Desvio o olhar.

- Desculpe por ter brigado com você, minha flor de cerejeira, mas brigas fazem parte de um relacionamento. Você sabe né? - Ele beija minha testa e uma lágrima desce do meu rosto enquanto permaneço imóvel, pedindo a qualquer entidade divina pra que ele esteja satisfeito e vá embora. - Eu te amo demais, Sakura. Você pertence a mim, e não importa o quanto você queira ou tente fugir, nunca vai escapar daqui, meu amor. - Seiji toca no meu cabelo enquanto uso o único rastro de energia que tenho pra me afastar dele.

- Vai embora... - Sussurro, mais para eu mesma do que pra ele.
Ele olha pra mim, mas não parece ter me ouvido. 

- Sabe, Sakura, amanhã eu vou ter que viajar com a minha esposa. Eu até respeito ela, você sabe, ela é a mãe dos meus filhos. Além disso, ela me fez prometer que eu nunca  teria filho com outra mulher que não fosse ela e eu cumpro até hoje. Por isso você tem que tomar aquelas pílulas horríveis que me impedem de gerar uma vida com você. Teríamos filhos lindos, não é?

Permaneço em silêncio e desvio o olhar, ainda jogada no chão. Ele então joga o edredom rosa que cobre a minha cama em cima de mim. Continuo sem olhar para seu rosto desprezível, repetindo pra mim mesma que falta pouco pra ele ir embora... mas ele continua falando.

- Então, eu vou com ela pra uma cachoeira deserta no País da Água, junto com as crianças para um piquenique em comemoraçao ao aniversário do pequeno Yoshiake Hideki. É um lugar lindo, Sakura. As águas parecem que nem estão ali de tão transparentes. Um dia eu te levo lá, eu prometo.  

Vai embora, por tudo que há de mais sagrado, vai embora... vai embora...

- E depois de lá eu ainda vou ter que voltar lá pra Konoha pra negociar com Hayato Kazuaki. Ele quer que eu forneça uma grande quantidade de cocaína e lsd pra ele levar pra outro país, além de querer levar uma das meninas! Você acredita? Meu pai ficaria orgulhoso. Fiquei melhor que ele nos negócios. - Ele segurou minha mão enquanto sorria de modo radiante. Esse homem precisa ser internado numa clínica psiquiátrica urgentemente.

Com as minhas mãos tremendo - o que quase sempre acontece depois de ser violentada -, puxo-a devagar enquanto o vejo se levantar.

- Bom, teremos que deixar nosso banho de banheira pra outro dia. Tinha preparado uma surpresa pra você: tem uma garrafa de Champagne no frigobar em comemoração do seu aniversário, e amanhã infelizmente, como eu tinha dito, vou viajar e depois ir pra Konoha a negócios. Mas fica tranquila que eu volto daqui a  cerca de duas semanas pra gente beber juntos. Não bebe sem mim, tá? -  Parecendo não se importar se eu responderia ou não, ele simplesmente vai até a porta. - Ah, sim... não tire esse colar. Eu vou ficar sabendo caso você tire, e você não quer me ver zangado, né, amor? - Então ele sorri e a fecha com naturalidade. 

Sentindo o enjôo se apoderar de mim, mas sem forças para levantar, esvazio meu estômago no mesmo lugar em que estou deitada. Vomito tudo que comi hoje, e ali permaneço, naquelas condições, deixando as lágrimas rolarem e as feridas que obtive em mais um dia de cativeiro arderem e doerem... só não doem mais do que viver diariamente aqui. 

                                                                                        ***
EPÍLOGO DO CAPÍTULO.

Ele tinha terminado de tirar o paletó e ­jogá-lo em cima do sofá, quando mais um telefonema - já era o 15º só hoje - o faz parar antes de sentar-se a fim de descansar após mais um dia exaustivo de trabalho. Ele atende o telefone rispidamente, enquanto passa a mão em seus cabelos rebeldes.

- O que é? 

- Sempre desrespeitoso... - A voz masculina ecoava do outro lado da linha. 

- Acabei de chegar. Me fala logo o que é. - Ele se jogou no sofá e sentiu algo incomodando o quadril, mas não deu a devida atenção ainda. 

- Soube que mais uma vez você executou a missão muito bem, mas agora temos outro serviço pra você. Depois dessa você tira suas férias, eu prometo... até porque talvez esse leve meses para ser concluído.

Ele suspira e fica em silêncio por um tempo, então o incômodo no seu quadril fica insuportável. Levanta-se bruscamente e retira o coldre que segurava o revolver preso em seu quadril. Volta a passar a mão em seus cabelos negros e se senta, colocando sua arma em cima da mesa de centro.

- Pode falar. 


Notas Finais


Obrigada aos que estão acompanhando! É muito importante pra mim... espero que gostem dessa história!
Bejok <3


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