História A função do coração - Bipolar

04/11/2016

Hoje é sexta, graças a Deus. Acordei cedo, me arrumei da maneira mais apresentável que consegui. Fui tomar o café:

-Bom dia batata - disse meu irmão.

-Bom dia TaeTae.

-Humm… Se arrumou toda, está querendo pegar quem?

-O trabalho, seu pervertido - falei revirando os olhos.

Ele começou a rir que nem um retardado, o que me deixou muito feliz. Era muito bom ver meu irmão daquele jeito, sem as pensar nas preocupações. Com aquele lindo sorriso quadrado. Comemos rapidamente, já que eu tinha que ir a faculdade e ele ao trabalho.

-Tenho que ir - falei enquanto lhe abraçava forte.

-Boa sorte.

-Obrigada, te amo.

-Também te amo.

Ele me deu um beijo na testa, e também um pacotinho que dentro tinha umas coisas embrulhadas, que só poderia ser comida.

Saí de casa e fui até o ponto de ônibus, entrei e procurei um lugar, mas como o ônibus sempre estava lotado, não achei. Fiquei ali morrendo, minha mochila estava muito pesada por causa que eu tinha levado várias coisas de precaução para o meu novo emprego. Na metade do caminho não aguentava mais até que senti alguém puxar minha mochila das minhas costas:

-Deixa que eu carrego - quando vi quem era, fiquei espantada.

-Qual é o seu problema? Você um dia é escroto comigo, e no outro já quer me agradar….

-Se você não quer ajuda é só avisar. Não é porquê que eu não quero ter sua amizade, que vou deixar você sofrer.

-Você já me fez sofrer.

-O que?!

-Isso mesmo o que vc ouviu! Eu estava me apaixonando por você, mas logo percebi que você é um idiota!

-M…Mas, é sério mesmo?

-Porque eu estaria mentindo? Mas agora não quero nem mais olhar na sua cara - ele ficou me encarando.

Porque eu tinha dito aquilo? Eu sou uma burra, esse Jungkook só faz eu fazer merda. Peguei minha mochila da mão dele, e caminhei até o fundo do ônibus. Estava prestes a chorar.

Assim que chegou meu ponto, eu voei para a faculdade, querendo encontrar ou o J-Hope, ou o Suga.

A primeira pessoa que encontrei foi o J-Hope, que logo me atirei em seus braços e comecei a chorar. Contei tudo para ele, desde o começo, até o que tinha acontecido alguns minutos atrás:

-Porque não me falou antes?

-Me desculpa, eu estava muito confusa - falei entre os soluços.

-Não tem problema, eu te entendo. Só vou te pedir uma coisa, se você chorar de novo por aquele imbecil, me avisa que eu quebro a cara dele.

-Obrigada - falei rindo, fiquei pensando como era bom ter aquele meu amigo por perto, ele sempre me ajudava quando eu precisava - tenho que ir, se cuida.

Ele me deixou ali sozinha, sentei no banco mais próximo que achei, esperando o sinal bater. Até que vi Jeon Jungkook se aproximando:

-Aan..Eu queria…

-Você queria, não quer mais.

Saí andando em direção a sala, eu tinha que esquecer ele.

Na sala me sentei atrás do Suga, que já estava lá:

-Oii Sugaaa

-Oii batataa

-Tudo bem?

-Sim, e você?

-Mais ou menos, estou um pouco zangada com uma coisa, mas o bom é que eu consegui um emprego, dois para falar a verdade.

-Que bom! E vai ser o que?

-Não é uma das melhores opções, mas eu vou fazer faxina e ser babá, foi a única coisa que eu consegui.

-Mas relaxa, que já já vc vai virar uma profissional - ele falou enquanto piscava para mim, e eu achei graça.

-Você é tão bom para mim sabia?

-É o que eu tento ser.

Ficamos nos encarando até que:

-E sobre o assunto que você está zangada, quer dividir comigo? Talvez eu possa ajudar.

-Humm…. Eu acho que não.

-Tudo bem então. Mas se mudar de ideia estarei aqui.

-Obrigada - não pude evitar o sorriso.

O sinal bateu, a professora entrou na sala, e começou a aula.

Na aula de história, a professora nos separou em duplas para fazer um tipo de prova, por sorte, fiquei com o Suga de dupla. Com certeza iríamos nos dar muito bem. Até que infelizmente, um excluído sobrou e adivinha quem era, o Jungkook. Eu rezava para ela não colocar ele na nossa duplas, mas acho que dessa vez, meus pedidos não chegou a tempo.nos céus.

Depois de um tempo organizando a classe, a professora explicou que seria uma apresentação onde poderíamos escolher o tema, que ajudaria em nossas notas finais. O problema é que teria de ser bem criativo, já que ela seria exigente para dar as notas. Iremos apresentar apenas semana que vem, então ainda estamos de boa.

Ela deu 20 minutos para nós nos  organizarmos. E resolvemos ir um na casa do outro amanhã para poder fazer o trabalho.

Depois na hora do intervalo, dividi meu lanche com o Suga, que por sinal adorou.

-Seu irmão faz um ótimo lanchinho natural. Acho que vou começar a comprar - falou e deu uma risada.

Dei risada junto, e admirei aquele belo sorriso. No resto do recreio, ficamos conversando e finalmente resolvi, que daria uma chance para Suga.

As últimas horas na faculdade foram normais, copiamos noventa e sete exercícios de matemática para ajudar ainda mais na minha vida.

Quando bateu o sinal, eu realmente voei para tentar chegar um mais cedo no meu emprego, fui parada no caminho, novamente pelo Suga.

-Eii… Me espera, eu quero te desejar boa sorte no seu novo dia.

-Desculpa, e obrigada.

Ele encarava meus lábios, até que fui surpreendida por um beijo. Aquilo me deixou muito sem jeito. Me soltei dele:

-Porque fez isso?

-M..Me desculpe, eu apenas achei que…

O interrompi e voltei a beijá-lo, aquilo era ótimo. O jeito que ele me tocava, com respeito e carinho me deixava com uma sensação muito boa. Mas logo tive que ir para não me atrasar no meu primeiro dia no emprego.

-Tenho que ir agora, se não me atraso.

-Aaaah que pena - ele falou e fez uma carinha de cachorrinho abandonado, que me fez rir.

-Tchauzinho - disse enquanto me aproximei para lhe dar um selinho.

Assim ele me agarrou novamente, e percebi que todos nos olhavam, mas não liguei, continuei ali. Até que finalmente me soltei, me despedi e sai correndo.

Ainda consegui chegar mais cedo do que o horário marcado.

As crianças que eu tinha que cuidar, eram trigêmeos, uma menina e dois meninos identicamente idênticos. Eles tinham apenas três ano. Eu tinha certeza de que não iria conseguir tomar conta dos três, a mãe disse que eles eram umas pestinhas, mas qualquer coisa eu poderia ligar para ela. Ela me mostrou a casa, e tudo o que deveria ser feito.

Assim que saiu, as crianças começaram a correr loucamente pelo casa aos gritos. Deixei elas correrem, mas pedi que tomassem cuidado para não se machucarem e nem que  quebrassem nada. Fui fazer uma pequena faxina na sala, e dar uma revisada nos horários. Foi muito complicado, eles caiam e começavam a chorar, eu pegava no colo e o outro começava a chorar e aí o outro.

Resolvi ligar para a mãe, que disse que pediria para ser vizinho que era seu sobrinho, me dar uma pequena ajuda. Fiquei muito feliz com isso.

Depois de mais ou menos uns cinco minutos, ouvi alguém bater na porta, dizendo que vinha para ajudar. Assim que abri, fiquei de boca aberta com quem era.

ERA O JUNGKOOK. SERÁ QUE AQUILO ERA PERSEGUIÇÃO?!

Nos comprimentos como duas pessoas normais, e ele me ajudou a cuidar das pestinhas. Demos banho, trocamos as roupas, fizemos comida, não ficou muito boa, já que nenhum de nós tínhamos muita experiência, mas o que importa é que era algo comestível.

Admito que foi divertido. Pensei que nunca conversariamos mais, tirando na faculdade, mas parece que eu errei, e muito feio. Depois que as crianças finalmente dormiram um pouco, nos sentamos no sofá. Ficou um silêncio irritante até que:

-E...Eu queria pedir desculpas.

-Pelo o que? - perguntei com uma voz firme, tentando não mostrar meus sentimentos.

-Por tudo, eu não fazia ideia de que você estava gostando de mim. E tenho que admitir….. que também estava….. na verdade, estou completamente apaixonado por você.

Aquelas palavras me deixaram animadas, o que não era para acontecer. Pareceu que todo o meu coração despedaçado, estava se formando de novo. Ele olhava para mim, e eu olhava para o chão. Não conseguia olhá-lo direto aos olhos.

-Você me desculpa? - ele quebrou o silêncio.

-Acho que sim.

-Acha?

-Tá bom, eu te desculpo.

Demos uma risada, e nos encaramos. Eu tinha que acabar com aquilo.

-Então… você vai embora agora?

-Você quer que eu vá embora?

-Não! Opa, não.

-Hahaha, relaxa, eu vou ficar aqui até minha tia chegar.

Não pude conter a felicidade. Sugeri que assistissemos a um filme. Enquanto eu preparava a pipoca, ele escolhia um filme:

-Pode ser de terror?

-Eu tenho muito medo.

-Eu te protejo.

-Pode ser então - falei reclamando.

Voltei para a sala com a pipoca e um dois copos com refrigerante. Nos sentamos no sofá com um cobertor que ele havia pegado. Assistimos e comemos, o filme inteiro praticamente eu fiquei me cagando. Teve uma parte que eu levei um susto tão grande que eu não aguento e me infiei no braço dele. Que me abraçou e falou:

-Está tudo bem.

Aquelas palavras me confortaram. Toda vez que me assustava, ele me abraçava ou segurava minha mão.

Depois que acabou o filme, ainda tinha pipoca, então resolvemos conversar enquanto terminavamos de comer.

-Então, eu quero saber, porque você me tratou tão mal daquela maneira?

-É uma linha história, e eu prefiro não contar.

-Mas eu quero saber!

-Eu não vou falar, vai ser melhor para nós dois.

-Por favor.

-Não, não quero te magoar novamente.

-Você já está me magoando - falei cruzando os braços e tentando fazer uma carinha de pena, mas não deu muito certo, ele deu risada.

-Minha tia falou que chega quando?

-Ela me mandou mensagem falando que já já ia chegar.

-Humm..

Ficamos em silêncio. Nos encarando, até que ele foi chegando mais perto, passando a mão pelo meu rosto. Eu repetia para mim mesma que não poderia beijar ele por dois motivos, eu não era rodada, e não podia me deixar tão fácil. Mas não resisti. Quando mais se aproximava, mais ainda eu ficava mole, e querendo que ele me agarrasse logo, até que….

Continua….