História A fúria de um Anjo H.S - Chapter 1

Três anos antes...

Acho que depois de um tempo somos quase que obrigados a conviver e aceitar as mudanças, mas acho que comigo era quase que impossível já que sempre que eu me acostumava as coisas mudavam e cá estou eu de novo, em frente a minha nova casa e pelas minhas contas a terceira só este ano.

Eu me chamo Lauren Jones, tenho seis anos e moro na Inglaterra, atualmente em uma cidade com poucos habitantes. A minha vida é o que eu chamo de confidencial, já que nem eu sei dela direito. Eu moro apenas com meu pai, já que segundo ele, minha mãe me abandonou quando eu ainda era um bebê e anos depois ele descobriu que ela havia morrido de câncer. Apesar de eu ser muito nova meu pai sempre fez questão de me contar tudo, ele sempre me dizia que eu era uma menina muito inteligente e madura para a minha idade e eu nunca soube responder, já que nunca tive contato com outras crianças. 
Eu nunca tive amigos, nunca brinquei com outras crianças e nem fui a escola, o que a maioria das crianças da minha idade achariam maluquice. Eu sempre tive aulas em casa, com professores particulares e isso até então nunca me incomodou já que eu não era muito de falar, então não precisava ter amizades ou qualquer outra coisa do gênero. 
A minha única família sempre foi apenas meu pai, eu não tive avós, nem tios, nem primos, meu pai sempre falou que era apenas eu e ele e sempre seria assim, o que fez eu me tornar uma garota totalmente fechada com outras pessoas. Eu quase não falava com ninguém e quando falava eram poucas palavras, não chegavam nem a serem frases. Apenas falava com meus professores, mas somente para tirar dúvidas e para conseguir fazer meus trabalhos, mas parece que agora meu pai resolveu mudar de idéia.

De alguns meses pra cá, enquanto preparávamos as coisas para nossa terceira mudança, ele cogitava a ideia de me colocar em uma escola, mas só de pensar na ideia de ter que conviver com outras crianças me dava arrepios. 
Até que uma semana antes de nos mudarmos meu pai chegou com a notícia de que havia me matriculado na escola e me contava como a escola era bonita e como eu iria adorar o contato com outras crianças e finalmente ter amigos para brincar. Mas ainda assim essa história me dava arrepios, nunca fui acostumada a ficar cercada de outras pessoas e ainda não sou, mas estou me esforçando pelo meu pai, que é uma grande influência para mim. 
Meu pai, Robert Jones um escritor bastante popular na Inglaterra, muito conhecido por seus romances fictícios e mais conhecido ainda por ser um super pai.

E aqui estou, na parte traseira do caminhão de mudanças tirando as caixas leves que ainda restavam com algumas coisas e ajudando meu pai a levá-las para dentro da casa. Peguei a ultima caixa que faltava e a levei para dentro da casa, estava tudo pronto. 
A casa era grande e bem aconchegante. Apesar de eu viver me mudando, eu adorava as casas pra qual eu ia, elas tinham um ar moderno e ao mesmo tempo rústico. Era uma enorme sala e á direita havia a escada que dava para os quartos e o escritório. Seguindo reto tinha um corredor ao qual dava para a cozinha e na cozinha havia uma janela que dava total vista para o enorme jardim com piscina que tinha nos fundos da casa.

Peguei algumas caixas mais leves e as levei para o meu quarto para ir colocando algumas coisas no lugar. Abri a porta do quarto e já me deparei com algumas coisas no lugar, minha cama já havia sido montada, meu guarda-roupas e minha escrivaninha, agora só faltaria a parte da decoração e as roupas. 
Me sentei no chão e abri a primeira caixa que eram alguns objetos de decoração como abajur, porta retratos e outras coisas bonitinhas. Terminei de ajeitar as coisas e fui guardando o resto das coisas que faltavam, roupas, livros, brinquedos, jogos e finalmente tinha acabado de arrumar o meu novo quarto. Meu quarto era pequeno, mas confortável, as paredes eram brancas exceto por uma delas que era vermelha, minha cor favorita.

Sai do meu quarto e fui á procura do meu pai e acabei o achando em seu escritório, creio que arrumando suas coisas de trabalho. Empurrei a porta com cuidado para não fazer barulho, mas foi em vão. Ele se virou para trás e deu um sorriso ao me ver e eu fui caminhando em sua direção e o abracei. Eu e meu pai temos uma ligação muito forte, apesar de seu trabalho, ele dá quase cem porcento de sua atenção toda para mim, ele sempre me diz que o que importa não é o trabalho dele, mas sim eu.

— O que vai querer para o jantar, Laure?— Se levantou e começou a arrumar seus livros na prateleira mais alta. Laure era a maneira como ele gostava de me chamar, sempre me chamou apenas de Laure, nunca de Lauren.

— Eu estava afim de jantar pizza, é rápido e prático — Puxei uma cadeira e me sentei esperando sua resposta enquanto ele pegava o restante dos livros que faltavam colocar na prateleira.

— Hum, por mim tudo bem então. Eu irei pedir então, mas primeiro, suba e vá arrumar suas coisas pequenina. — Disse se virando para mim e sorrindo — Amanhã é seu primeiro dia.

— Pai, eu tenho realmente que ir?

— Laure, eu sei que você não quer ir, pois já está acostumada a estudar em casa, mas vai ser bom pra você. Você finalmente vai conhecer crianças da sua idade e vai ter com quem brincar. E além do que, você vai gostar. — Falou e em seguida deu um sorriso, o que me ajudou a ficar menos nervosa.

— Eu não sei se vou conseguir me enturmar, olha pra mim, mal sei falar com alguém se não for você — Só de pensar em ficar sozinha mesmo não estando sozinha eu ficava gelada.

— Você é uma menina inteligente e eu sei que é capaz de fazer qualquer coisa. Eu acredito em você, Laure — Sorriu e beijou minha testa, aquilo de algum modo sempre me acalma — Agora vá arrumar suas coisas, eu irei te chamar para o jantar.

Balancei a cabeça em sinal e sai subindo para o meu quarto. Separei meu uniforme com meus sapatos e peguei minha mochila que estavam com meus cadernos e livros e deixei tudo em cima da minha cadeira da escrivaninha.

Enquanto me perdia nos meus pensamentos ouvi barulhos vindos da janela e fui caminhando até ela. Abri a janela com certa dificuldade e fiquei observando os meninos que estavam na rua. Todos pareciam se divertir, alguns andando de bicicleta, outros jogando bola e mesmo assim pareciam se divertir.

Fechei a janela e me deitei na cama. Fiquei observando o teto até que meus olhos foram pesando e eu finalmente adormecer.