História A Future Of An Uncertain Past - Imagine - First Impression

Me arrumo para meu primeiro dia no trabalho.
Sim, eu poderia ser bancada pelos meus pais, mas eu já era adulta e queria ser responsável.

Arrumei trabalho em uma cafeteria. Clichê, mas acho que está bom e o salário é até elevado para uma garçonete.

O único uniforme que havia era uma blusa branca, com o logo na região do peito. De resto nós podíamos escolher.
Optei por uma calça jeans e meus tênis, fiz uma maquiagem leve e prendi o cabelo em um rabo.

A cafeteria era perto, então fui a pé mesmo, aproveitando para observar as pessoas ao redor.

As pessoas andavam rapidamente, quase em sincronia. Todas distraídas com algo ou alguém. Sempre achei estranho o fato de caminharmos por aí e nunca nos preocuparmos com o cara que está ao nosso lado. Mas eu faço isso, então, acho que não posso reclamar.

Entrei na cafeteria pelos fundos e vi a gerente ocupada com alguns pedidos. Passei pela cozinha sorrindo tímida e então a gerente que estava no caixa foi até mim sorridente:

- que bom que veio! É a nova garçonete né? - assenti e ela alargou o sorriso - bom, você já deve imaginar o que uma garçonete faz, então pegue isso - ela me deu um bloquinho com uma caneta com a ponta com um pequeno cupcake - e faça seu trabalho!

Agradeci e fui até os clientes. Minha mãe sempre me ensinou a tratar bem as pessoas, sempre sorrir, então ofereci aos clientes meu melhor sorriso.

~ quebra de tempo ~

Minhas bochechas doíam de tanto sorrir, meu turno começava de manhã e terminava à tarde, me dando um intervalo de 4 horas até eu precisar ir para a faculdade. Mas eu já estava destruída.

- o que deseja? - perguntei sorrindo meiga para uma senhora que usava sua força de vontade e pouca visão para tentar ler o cardápio. Me aproximei, lhe indicando o que estava escrito - quer que eu te ajude, senhora?

- ah, por favor querida. - ela sorriu.

Sorri de volta e li tudo o que estava escrito, repetindo quando ela pedia. No fim, ela optou por um chá e biscoitos de mel e aveia.

- só isso? - perguntei.

- ah, sim. Obrigada, querida. - ela pensou - qual seu nome?

- pode me chamar de _____ - sorri e dei as costas indo até a bancada, já que seu pedido estava lá.

Peguei 2 cookies e coloquei a máquina para fazer o chá. Eu estava concentrada pensando quando uma outra voz se fez presente.

- eieiei novata!

Me virei, e vi um garoto. Seus olhos eram negros e seu cabelo loiro. Corpo magro e alto. Ele se aproximou:

- essa é a minha zona. Só eu cozinho aqui.

- o que? - franzi a testa, e então ele começou a rir, me deixando mais confusa - o que foi?

- estou brincando - ele estendeu a mão - prazer, meu nome é Jason, mas pode me chamar de Rainha ou Vossa Magestade - rimos - qual seu nome, plebéia?

Sorri sacana, fazendo uma referência discreta:

- meu nome é _____, Alteza.

Rimos e então o chá ficou pronto, e levei para a senhora.

Quando o turno acabou, agradeci aos céus, eu estava mais que exausta.
Eu estava pegando minha bolsa no armário perto da despensa, quando vejo Jason entrar com 2 garotas. Uma era baixinha, ruiva e com olhos claros, e bem branquinha, parecia delicada. A outra tinha cabelos longos e negros, muito bonita.

- _____ - Jason sorriu - quero te apresentar minhas escravas - ele apontou para a ruiva - June - e para a morena - e Katie.

- ah, prazer - sorri e elas retribuiram o sorriso.

- vamos sair para um cinema, o que acha? - June sorria tímida.

- ah eu adoraria, mas preciso estudar para a faculdade.

- afe - Jason revirou os olhos - vou mandar cortarem sua cabeça.

Ri e então vi a gerente entrar, sorrindo:

- então conheceu seus colegas de trabalho? - assenti - que bom! - ela se aproximou se segurou minhas mãos, como uma mãe - espero que se sinta em casa aqui. Qualquer coisa, pode falar.

- muito obrigado - corei.

- então - Katie sorriu - vai ficar?

Assenti e eles sorriram ainda mais.

~ quebra de tempo ~

Se a cafeteria era animada, a faculdade era o oposto.
Os alunos pareciam estar morrendo nas carteiras.
Dessa vez o atrasado não chegou atrasado, então acho que não poderia chamar mais ele assim.

Quando a aula acabou, perguntei algumas coisas ao professor sobre o trabalho que ele havia nos passado, e saí junto com o... garoto que tem dona.

Estávamos entrando no ônibus, que estava lotado. Eu tinha que me espremer entre as pessoas e também.
Meu olhar captou um espaço vazio no fundo, e olhei para o lado, vendo o garoto também fitar o espaço com oxigênio.

Trocamos um olhar e então iniciamos uma corrida, ambos quase atropelando o monte de gente.
Quando eu estava perto, acabei tropeçando e caindo. No meio do ônibus. Senti minha bochechas queimarem, e estava levantando quando vi uma mão sendo estendida.

Levantei meu olhar e vi o garoto, sorrindo de lado. Me apoiei nele para levantar, e o olhei com cara de tacho:

- não ria.

Ele riu de leve, sua risada me fazendo arrepiar e então disse:

- pode ficar com o lugar, você merece depois dessa.

Revirei os olhos e sorri indo até o espaço, obviamente ele teve que me seguir senão ficaria espremido.

Mas o que aconteceu foi que nós dois acabamos ficando espremidos.
Ele não era tão alto mas ainda era maior que eu, de modo que minha cabeça ficou contra seu pescoço. Estávamos praticamente grudados, e ele estendeu os braços ao redor de mim se apoiando na parede, para que não caíssemos.

- era meu lugar - murmurei.

- eu te ajudei a levantar, nem vem - ele rebateu e eu ri de leve - qual seu nome?

- _____ e o seu?

- pode me chamar de Jimin.

- japonês?

- coreano.

- É a mesma coisa - revirei os olhos.

- não, não é. - ele suspirou - a curva do olho é diferente.

- se tiver guerra então, vocês vão parar para ver qual é a curva do olho só para ver se é inimigo? - ri e ele também.

Ficamos em silêncio, e respirei fundo aproveitando para apoiar a cabeça em seu ombro:

- to exausta.

- somos dois.

- trabalha?

- sim e você?

- também.

- É dificil né

- é.... mora sozinha?

- sim e você?

- digamos que sim

- digamos? - levantei a cabeça para o olhar, mas então percebi que isso significava ficar com os lábios praticamente no queixo dele. Corei voltando a minha posição de antes, conversando com seu pescoço - como assim digamos?

- É complicado mas não é relevante.

Ri de leve.
Conversamos mais um pouco e então chegamos ao último ponto. Foi revigorante sentir o oxigênio puro e fresco invadir meus pulmões, por que sinceramente o único cheiro bom dentro daquele ônibus era o perfume do Jimin.

Subimos o elevador juntos e em silêncio, eu apenas observava ele conversar com alguém distraído no celular, ora ou outra sorrindo.

Não morávamos no mesmo andar, eu morava no quinto e ele no oitavo, então murmurei um tchau quando chegamos ao quinto.

Entrei em casa, suspirando.

Fiz as tarefas, e então fitei meu computador, mordendo o lábio.
Abri a aba do Facebook que estava aberta, pesquisando "Jimin"

Vários e vários nomes apareceram, e custei a achar o meu Jimin.
Cliquei sobre seu perfil:

"Park Jimin
19 anos
Mora no Canadá
Solteiro."

Solteiro? Algo de errado não está certo.
Fiquei confusa, mas então ignorei passando o mouse e vendo suas fotos. Haviam poucas, e menos ainda com amigos. Ele parecia ser solitário, o que me deixou mais confusa.

Talvez amanhã eu consiga arrancar algo dele.
Talvez...