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História A garota da Harley Davidson - Adeus meu grande Herói


Escrita por: SimoMaxwell

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 11 - Adeus meu grande Herói


Fanfic / Fanfiction A garota da Harley Davidson - Adeus meu grande Herói

- Ele está no quinto andar, quarto 502. – disse a enfermeira me dando o cartão de acompanhante.

- Obrigada – peguei o cartão e fui o mais rápido possível no quarto do meu pai.

Entrei no elevador e escutei a voz de um homem que veio correndo também:

- Por favor segure o elevador! – ele veio desesperado, a porta do elevador quase ia se fechando e por reflexo coloco meu braço para que o sensor reaja e abra a porta novamente. – Obrigado.

Assenti com a cabeça e dei um sorriso suave para ele. Ele estava desnorteado suando frio...e quando ele olhou para mim e percebeu que eu o olhava, senti vergonha e virei meu rosto olhando para frente e encarando a porta.

- Perdão, vi que não está bem e minha curiosidade fez ficar olhando para você. – ele ri.

- Tudo bem...minha aparência deve estar péssima mesmo, essa noite inteira não dormi a noite e vim correndo para o hospital, minha esposa perdeu o pai na madrugada e estava fora da cidade...NOSSA! – Ele ri.

Meu coração apertou....apertou muito.

- Ah sim...entendo...também meu pai não está bem... – “sinto que vou perder ele...” continuei minha fala em meus pensamentos e dei um sorriso para ele.

- Olha...mais uma pessoa para entender o que minha esposa sente – ele disse meio aliviado e alegre e percebeu isso. – perdão não que isso seja uma coisa boa...soou que fosse boa né...Meu Deus vou calar a boca. - E a porta do elevador se abre. Ele sai às pressas e me fala

- Obrigado estranha colega do elevador, me deu uma acalmada...agora sinto mais preparado para ver minha esposa e confortá-la – ele sorri sem jeito e leva a palma da mão na nuca.

Sai do elevador e levantei a mão querendo dizer adeus.

- Não tem de que, melhoras para ela! – Disse com o meu melhor sorriso. O mais bonito e gentil que pude dar.

E seguimos em direções opostas.

Procurei o quarto 502. E lá estava meu pai...deitado...com vários aparelhos ligados exatamente como ele foi internado naquele dia da formatura. Estava na porta em pé e não sei porque mas meus pés não tinham forças para andar até ele. Mas ELE mesmo me fez andar até ele.

Diferente de quando parti, meu pai virou a cabeça e sorriu para mim, e logo uma enfermeira apareceu do meu lado, sorriu para mim e depois foi até meu pai. Não sei o que ela foi fazer com meu pai, talvez checar alguma coisa para ver se ele estava bem pois ela pegou a prancheta e verificou umas coisas virando a página. Ela foi rápida e quando terminou, veio na minha direção e falou:

- Ele acordou ontem à noite, ele precisa de você mais do que nunca. Não saia de perto dele – isso me chocou...

...muito.

Quando a enfermeira foi embora, eu olhei para o meu pai e ele estava sorrindo para mim, o sorriso mais lindo dessa terra...estava franco e sem brilho mas era caloroso e aconchegante. Me segurava para não chorar, apenas criei coragem para andar até ele. Cada passo que dava parecia que arrastava uma âncora em cada pé. Chegando nele, eu peguei em sua mão e segurei e me assustei pois a mão dele estava fraca e magra demais…como não percebi isso antes...ele estava muito magro e acabado.

- Que bom te ver filha...Você é a luz do meu dia...É a melhor coisa ver você. – eu sorri para o meu pai.

- Papai...você acha que estou feliz?

- Com certeza mas apenas você sabe disso. Sua mãe disse que você precisa ir atrás de sua felicidade não é? E vejo que você foi, parece que teve uma grande aventura. – Eu ri com lágrimas já caindo pelo meu rosto.

- Como você sabe disso?

- Um anjo me contou.... – fiquei olhado para ele sem entender. Um anjo?

“A luz do sol se pondo e misturando com o céu escuro e os últimos raios de sol batia nela a fazendo iluminar como um anjo.”¹

- Mamãe te contou? – eu ri – como? Ela não está aqui.

- Ela apenas me contou... – Ele tem um sorriso lindo estampado no rosto.

Fiquei encarando meu pai...não conseguia tirar de mim nenhum pensamento ou palavra.

- Filha...

“A beautiful light, over the horizon
Into our eyes”²

 Ele cantou para mim com sua voz fraca e falha…mas foi o canto mais lindo que entrou pelos meus ouvidos. Olhava tentando dar o meu melhor sorriso pois não aguentava a dor no meu coração e sabia que o choro estava vindo com tudo. O sol começou a se pôr...a luz...entrava pela janela e iluminava ele, e a mim e me aquecia tanto....

A linda luz além do horizonte...

...mamãe.

Não aguentei segurar o choro e deitei minha cabeça em cima da minha mão e do meu pai e comecei a chorar.

- Calma filha papai ainda...

A do meu pai que estava junto a minha, senti suavizar e os aparelho começaram a apitar freneticamente. Eu levantei minha cabeça desesperada

- PAPAAAAI!!!! NÃAAAAAO!! PAPAAAAAI ACORDAAAAAAAA!! – Chacoalhava-o e bati nos equipamentos....era mentira que eles estavam apitando, meu pai só caiu em um sono...

...em um sono eterno?

Os médicos e as enfermeiras apareceram correndo e um médico me empurrou.

- Senhorita por favor se afaste!

- NÃAAAAAAAAAAAAO! PAAPAAAIII!!! – E as enfermeiras me pegaram pelo braço mas eu me debati – PAAAPAAAIII NÃO VAI POR FAVOR NÃO!!

Do nada me senti sendo levada para longe do meu pai. Deveria ser os seguranças do hospital.

- ME SOLTAAAAAAAAAAAAAA!! PAAAAPAAAAAAAAAAAAIIIIIIIII!!! NÃAAAAAAAAO!! POOOOOORRRAAA ME SOLTA MEEERDAAAAA!!!

Fecharam a porta na minha cara e eu batia na porta.

- ABRE ESSA PORRA DE PORTAAA!! CARALHOO!!!! PAAAAPAAAAAAIIIIIIIII!! – batia e batia e batia, precisava entrar...precisava estar do lado dele.

- NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOOOOO!!! – Me virei e encostei minhas costas na porta e cai deslizando. Não ligava mais o que estava acontecendo ao meu redor. Fiquei no chão...sentada na porta do quarto do meu pai.

Sentia e sabia que ele já fora e esperava por mim...

Depois de um tempo senti alguém me levantar e me levar até uma cadeira e sentou junto comigo. Ela me abraçava fortemente. Eu só conseguia chorar...chorar e chorar...

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Em nenhum momento essa pessoa saiu do meu lado. Quando levantei a cabeça depois de muito tempo que finalmente consegui me “acalmar”, era a Zara que me abraçou esse temo todo, eu não entendi por que ela estava lá...de repente aparece o moço que vi no elevador e uma mulher do lado dele.

- Falei de você para minha esposa... – o moço me falou isso sentando ao meu lado. E eu olhei para ele e logo a esposa se ajoelhou e pegou meu rosto e sorriu.

- Dói muito né? Mas vai passar...passei isso há 5 anos atrás quando perdi minha mãe em um acidente de carro e hoje de manhã meu pai...mas ele foi ataque cardíaco...que coisa boba né? Se ele tivesse se cuidado melhor talvez estaria vivo...mas talvez...se ele morreu quer dizer que era pra ter sido assim... só vou entender isso mais pra frente. – ela me abraça. – Igual eu entendi a morte da minha mãe só agora que meu pai morreu. A morte dela me preparou para do meu pai... – Eu não conseguia retribuir o abraço...

Senti Zara me abraçar também...nunca sentira uma abraço tão caloroso e reconfortante de uma amiga de longa data e de uma mulher desconhecida.

- Keira...no que precisar eu estou do seu lado. Eu te amo muito. Você é minha melhor amiga e esteve do meu lado quando perdi minha tia e agora compartilhamos quase a mesma dor... e agora do meu tio... – Agora eu entendi que a mulher que me abraçava era prima da Zara. Elas me soltaram e olhei para a prima da Zara.

- Eu lembro de você no funeral do meu pai, mas acho que você nem reparou em mim...- ela deu um sorriso – Você só tinha olhos para Zara querendo cuidar dela no momento de dor.

- Sim...fiquei muito...preocupada...pois se fosse eu...gostaria que alguém ficasse do meu lado... – Falei fungando e soluçando e a Zara me abraçou.

- Keira estou sempre do seu lado! – eu ri com as lágrimas ainda caindo

- Obrigado, por causa de você pude consolar a minha esposa... – o moço me falou... ele tinha uma cara de nerd e usava óculos. Era ruivo e seu cabelo era meio liso meio cacheado. Sem contar que era magro e alto.

Sorri para ele.

- Obrigada gente...por tudo... – enxugava minhas lágrimas secas e molhadas da minha bochecha - mas agora preciso resolver o que será o destino do corpo do meu pai. – e me levantei.

Me despedi deles e a Zara me perguntou se realmente não precisava dela. Eu assenti que não. Sai do hospital e subi na moto em direção a minha casa...entrei e vi a ex empregada do escritório do meu pai lá, estava no sofá com algumas lágrimas em seu rosto. Ela me recepcionou e me abraçou forte. Ela me viu crescer e me conhecia desde pirralha e brincava comigo quando ia no escritório do meu pai.

Eu abracei ela:

- Sinto muito Keira. Recebi a ligação do hospital por isso estou aqui, tinha instruções para que eu ficasse aqui com você e te ajudar nas coisas. – eu ri.

- É a cara do papai fazer isso, ele sempre programa tudo antes de acontecer as coisas

- Sim...vou fazer comida para você, deve estar com fome né?

- Meu corpo pode estar mas não estou com vontade de comer. Obrigada Anastácia.

- Disponha. – ela sorri para mim.

Subi para o meu quarto e cai na cama comecei a chorar...chorar e chorar, de novo. Essa noite será longa. De repente eu senti alguém se deitando e me abraçando, quando vi era a Zara:

- Eu sabia que você não ia ficar bem... – ela sorri para mim...como ela é tão angelical.

- ZAAAAAARAAAAAAA AAAAAAHHHHHHHHHHHHH! – e chorava. – ELE SE FOOOOI! – falava em meio ao choro.

Não sei como ela aguentou mas adormeci depois de tanto chorar.

 

 

 


Notas Finais


¹ “. A luz do sol se pondo e misturando com o céu escuro e os últimos raios de sol batia nela a fazendo iluminar como um anjo” Esta frase é do capítulo 6, onde a mãe da Keira falece.

² Música do Jason Mraz – 93 million miles


Obrigada por lerem. Sintam-se a vontade em comentar.


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