História A garota da Harley Davidson - Por um engano ou não. Eu culpo a bebida.

Keira

Nem acredito que decidi mesmo de ir nessa festa. Cá estou buscando a Denise. Ela insistiu tanto para ir de moto que cedi...afinal ela é uma pessoa “di boa”.

Chegamos tarde até...já era umas 22h e estava extremamente cheio.

Eu não sei o que exatamente ela fez mas pude colocar a moto em um lugar seguro podendo ficar tranquila que nenhum bêbado iria mexer nela ou até mesmo curiosos e por assim vai.

- Keira vou pegar em sua mão se não vamos acabar sendo separadas. – assenti e ela pegou na minha mão e começou a me puxar. Entramos na multidão e cara odiei...muitas pessoas...nossa…. Odeio quando tem muitas pessoas e ainda mais amontoadas.  

Ela foi me guiando mas acabei esbarrando em alguém de uma forma anormal se é que existe uma forma de esbarrar em alguém assim....

- Desculpa! – Gritei para que essa pessoa ouvisse e olhei de relance, bem rápido mas acabei voltando a olhar novamente para este indivíduo que tocou a minha curiosidade. Nisso, esta mesma pessoa reclamou que esbarrei mas logo em seguida baixou o tom da voz e ficou fixado em mim não parava de olhar e sentia ele sendo hipnotizado por algo, algo muito estranho mas algo que com certeza era eu. Parecia que ele observava de fora, dentro de mim. Mas logo desviei os olhos pois já que Denise estava me puxando. Durou segundos mas parece que foi mais que segundos...os segundos mais eternos de toda a minha vida.

Que sensação estranha...

Denise me puxou para trás do palco e me soltou... fiquei com cara de cu em pé enquanto ela meio que sumiu. Como passamos assim tão fácil pelos guardas? E observando ao meu redor, achei Denise ela abraçando uma garota de cabelos pretos com a pele branca branca branca.

- Keira vem cá! – ela fez sinal para me aproximar mais. E Fui.

- Triz essa é a Keira. Se você precisar de alguma ajuda pode chamar ela também! – Denise fala isso sem ao menos me explicar ou nem perguntou se permito essa Triz pedir ajuda para mim...pedir ajuda...ajuda? Em que?

- Oi Keira prazer! – Ela me disse e dei um sorriso apenas estendendo minha mão para cumprimenta-la e ela ignorou minha ação e logo foi para um abraço. Fiquei surpresa e retribui o abraço timidamente - Acho que em vez de ajuda em matéria da escola ou qualquer coisa pediria ajuda como modelo! – ela sorria para mim tão alegre que deu para ver que até seus dentes eram brancos demais.

- Nossa total Triz! A Keira é linda! – okay elas estão exagerando...não sou muito bonita… apenas uma beleza aceitável que passa despercebido pelas pessoas? Ou não já que a situação que estava passando me provava ao contrário.

- Sim....principalmente pra algum comercial do hotel dos meus pais – Ela ri – Bom Denise se divirta! E vocês pagaram? Vou devolver o dinheiro de vocês! Quero que vocês sejam convidadas minha!! – E vou pedir pra o... – Ela procurava nas pontas dos pés alguém. – o enfim...pede pra aquela mulher de azul marinho pra chamar a Kate, a Kate é a que cuida dessas coisas VIP e ela vai fazer uma tatuagem daquelas temporárias pra vocês terem acesso a todo lugar que vocês quiserem.... Até dentro de casa tá bom? – Uma pessoa chega e sussurra no ouvido da Triz - Preciso ir meninas… meu convidado especial da noite chegou e está na minha casa.

Ela saiu correndo e acenou um tchau para nós duas. E Denise dava um tchau na ponta dos pés. Bem desnecessário pois ela é alta...uma ruiva alta...

- Ela que é a Triz, acabei sendo uma professora particular dela no ensino médio então eu me encontrei com ela na faculdade e desde essa época de ensino médio nos falamos assim, corriqueiramente.... Mas nos consideramos boas amigas. Amigas entre aspas né!? – E Denise ri de sua própria correção.

Fomos conversar com a mulher de azul marinho e a Kate apareceu de prontidão. A tatuagem temporária que foi providenciada era um símbolo interessante...fiquei observado e parecia que já tinha visto em algum lugar....

- Está observando a tatuagem é? – Kate me olha sorrindo – Esse é o símbolo dos negócios dos pais da Triz. Os pais são donos de cassino e hotel...tem dois hotéis de cinco estrelas fora dos Estados Unidos então essa é a razão deles viajarem e ela fazer festas...então provavelmente você viu esse símbolo por ai.... o marketing é bem grande e um dos hotéis também esta em Las Vegas assim como o cassino – Denise dá um sorriso e do nada me puxa para voltar a multidão onde a Triz já está falando da surpresa da noite.  

- Obrigada KAAAATEE!!! – E fui enfiada dentro da multidão novamente.

- AAAÊEE GALERAAA!!! PREPARADOS PARA SURPRESA!? – Diz Triz animada.

- YEEAAAHHHHH – e o público respondem a pergunta da Triz.

- Então entra ai DAVID GUETTAAAAAA!!

Não acreditei que ela contratou ele pra festa...cara deve ser um milhão de dólares pra fazer show particular...e um milhão deve estar barato. Ou não, não entendo disso. E também não escuto muito do tipo de música que o David Guetta produz....
Mas a galera ao meu redor com certeza escuta. Quando o David Guetta apareceu a galera foi ao delírio total.

Era muita gente e eu não estava me sentindo bem...não tenho demofobia¹ mas quanto puder evitar MUITA gente eu evito.

- DENISE!! – Gritei no ouvido da ruiva para voltar seu olhar em mim já que ela estava bem exaltada escutando o DJ pronunciar umas palavras. Ele disse alguma coisa sobre ser aniversário da Triz? Ela então não dava essas festas pros novatos...claro que não...era por ser seu aniversário.

- OI!? – A ruiva olha para mim.

- Eu vou no bar tá bom?!

- Ok! Depois te encontro na frente da casa da Triz?

- TAAA! – Já disse um pouco distante dela.

E sai em direção ao bar. Foi difícil me mover na multidão...não tenho muita altura então não dou o respeito suficiente para essas pessoas saírem do meu caminho.

Com muito sufoco chegando no bar pedi uma bebida. Whisky...minha preferida. A galera do Padma Bar me ensinou aos 15 anos em como beber e pois é.... já fui logo pra uma bebida forte...no começo foi bem difícil mas eu insisti. Queria aquela bebida forte pra esquecer das dores mesmo sabendo que não passaria de verdade. Era imatura...

Tomei o primeiro copo rapidinho e observei a multidão delirando no som “Sexy Bitch” sorri e me virei pro balcão.

- Mais uma dose... – pedi pro barman. Cara essa garota é podre de rica...e ainda tem pais...bem contrário de mim, uma órfã na adolescência. Sorri, para não derramar uma lágrima já que senti um aperto no coração...do nada...naquele momento mais indevido minha mente e meu coração queriam me puxar e fazer me afundar nas minhas feridas ainda não cicatrizadas. Pensei em tomar mais do que meu limite para esquecer e me divertir por pelo menos hoje...

- Iai gatinha nunca vi uma garota passar pro segundo copo de...whisky?

Olhei para o garoto que veio falando essas baboseiras...

- Imbecil – pensei… mas quis falar porém me segurei. Não valeria a pena então só olhei para ele e voltei a olhar para multidão dando um gole na minha bebida querida.

- Olha...desde que você entrou na faculdade fitei em você e cara te achei mó gostosa e gata...e é difícil achar gostosas e gatas e ainda inteligente.

Olhei para ele de novo e ri, só de raiva eu bebi tudo que tava no copo e pedi mais um para sinceramente mostrar pra ele que não era qualquer uma.

- Senhorita tem certeza? – o garçom me pergunta.

- Sim, pode colocar. – fiz sinal com a mão pra colocar.

- Cara tô me amarrando na tua. – O garoto loiro me falou e novamente apenas olhei para ele e voltei meu olhar pra bebida… fiquei olhando pra minha companhia líquida e disse:

- Como você se interessou em mim se já transou com umas 6 meninas só nesses 3 meses? Você é bem famosinho... – Olho para o garoto loiro, – Para de mentir e vai direto ao ponto tu quer transar com vários tipos de garota diferentes e quer colocar na sua prateleira de troféu.

Ele ficou sem jeito...deu para perceber...

- Então se você já entendeu que tal ir na minha casa. segunda dose? Deve estar bem bêbada não?

- Wisky é o meu preferido, aguento 3.

- Mentira.

- Toma então três ai. Aposto que você ficou só na cerveja.

Eu segurei a risada. Pois o rosto dele ruborizado o entregou e por não ter palavras para retrucar com a minha acusação.

- Ta bom...olha vou ser sincero, nunca senti isso antes e não quero só transar com você.

Estampei minha cara com um sorriso irônico.

- Garotinho se rendeu agora? Quer uma namoradinha? Já disse, para de mentir – e ele deu uma risada. 

- Se ela estiver disposta a ser traída então o que estou falando é, de uma certa forma verdade.

- Que nojento você é. Fala que só quer transar e pronto. – Fiquei ainda com um sorriso na cara de “ninguém merece” mas bom...já estava na terceira começando a ficar alegre e se fosse para quarta sei que ia ficar bêbada e queria me divertir...admito...fui convencida. Ou o álcool me fez convencer. Não sei.... O que exatamente me fez convencer?

- Pelo visto você quer né? - Moro perto daqui gata.

- Transo apenas por prazer. – Falei e enfiei o resto da minha terceira dose goela a baixo.

Sim...vou transar com um puto pegador da faculdade, ele vai me ter em sua prateleira...o que o álcool não faz? Ou a carência...minha recaída da ferida não cicatrizada dos meus pais...e ainda mais profundo porque o imbecil do Johnny cavou mais a ferida. O que acontece comigo? O que aconteceu comigo? Transar apenas por prazer? Sem compromisso? Eu nunca fui disso... mas pode ser uma boa escolha talvez, afinal não quero nada com esse mulherengo escroto que está escrito na testa dele... e se ele pegou tantas e é bom mesmo de cama?

O que eu tô pensando Meu Deus....

Sou uma idiota...

Não...

Com certeza é a bebida...