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Ela mentiu que tinha chamado o táxi. Só queria sair dali logo já que ele acabou acordando antes dela sair e a encontrou na sala fazendo perguntas escrotas. Ao mesmo tempo que queria agradecer pelo maravilhoso sexo que nunca fizera antes, queria dar um soco para calar a boca dele.
Ela tentava não olhar ele ao máximo, não queria ser identificada pois quando ouviu seu nome Brian, no bar, quando eles estavam se beijando na noite anterior, teve um flashback do passado...
Ela estava brigando com uns meninos na faculdade, era três contra um, bem injusto...uma menina contra três caras...e ele foi ajuda-la. No final ela só deu a mão para ajudar ele a se levantar após ter levado um soco consideravelmente forte que o derrubou no chão e ela fazendo o mesmo porém devolveu para o cara com um soco na costela e outro no rosto e um chute na região do peito fazendo o rapaz cair tossindo e com dor e foi embora deixando para trás um dos seus ex-ficantes que gritava a xingando.
Não poderia ser esse Brian que a ajudou nessa briga pois tem outro Brian na faculdade que está fazendo agora(uma pós em administração). Poderia esse cara que ajudou ela na briga ser o Brian que ela transou essa noite ou poderia ser o Brian da faculdade de agora?
Que a propósito, em uma festa da faculdade no ano passado ela tinha transado com um Brian também. Mas estava bêbada demais para lembrar alguma coisa daquela festa muito menos o rosto do cara que ela transou.
Talvez seria o Brian que ela transou no ano passado? Afinal tinha o toque muito igual... E se fosse o mesmo Brian em todos os momentos? Bom...o da briga não poderia ser pois lembra que a namorada dele o chamou pelo nome: “BRIAAAAAN!!”, ou seja, era compromissado. Então...se não poderia ser o Brian da briga, já que ela lembra da namorada dele afinal estudara na mesma sala e tinha um namoro muito firme e vem outro flashback... esse era de uma lembrança na quadra onde estava jogando basquete após a formatura e foi esfriar a cabeça dizendo adeus ao lugar que passou a maior parte da sua vida. Quando acabara de jogar, estava se trocando e escutou um casal entrar. Essa garota, a namorada que na faculdade o chamou(gritando) pelo nome...Brian...o namorado dela era Brian mas…não se lembra muito do garoto...afinal nenhum garoto DAQUELA escola lhe interessava após ser traída pelo namorado DAQUELA escola. Todos os meninos DAQUELA escola se tornaram caralho de escrotos e não queria mais saber de ninguém. Mas ele não tinha se formado? Então talvez ele não seria tão escroto?
- Meu Deus tô ficando louca...ele me deixou louca...não estou entendendo nada do que estou pensando – e finalizando seus pensamentos enquanto terminava de descer as escadas do prédio e caminhava para a saída do prédio, chegando lá colocou sua sandália.
-Preciso esfriar a cabeça... – e esquecer esses Brians que fazia a cabeça dela dar revira voltas e não entender mais nada.
Caminhava para uma cafeteria como sempre fazia de sábado pois era o dia que saía para caminhar e tomar café fora. Chegou em sua cafeteria preferida da cidade, o café...era... simplesmente delicioso. Ops! Café no plural! Eram vários cafés vindo de vários lugares. Haiti, Colômbia, Brasil, Etiópia...vários...Cada lugar com seu gosto de café...Eram 24 sabores de café diferentes. E gostava de tomar um sabor por mês. Assim seriam os 24 sabores desde os mais amargos ou os menos amargos sendo intercalados de dois em dois anos e nunca correria o risco de enjoar dos 24.
Subiu em uma rampa que ficava na lateral da cafeteria e passava pela porta de vidro com finas estruturas de ferro formando o batente. A cafeteria era em preto, branco, cinza, cinza escuro e ferro em sua estrutura. A ventilação, os dutos e canos eram expostos de propósito no teto do térreo. Era uma estrutura moderna e aconchegante...até demais, tinha sofás com mesas, uma mesa comprida e as tradicionais mesas e cadeiras.
A faixada dava a impressão que era pequena, mas o comprimento compensava tudo. Para entrar na cafeteria precisava subir uma rampa leve que se localizava logo na entrada do estacionamento da cafeteria (Poderia estacionar uns 4 carros). A mesma tinha uma área, “uma varanda”, caso quisesse tomar café da manhã, tarde (ou seja lá o que for) fora de seu interior. Tinha um andar a cima. Geralmente era uma área que se reservava para alguma reunião ou pequeno evento. O espaço se repetia em cima porém com menos móveis e mais exclusividade e não se tinha os balcões compridos que tinha no térreo. Balcões compridos que continha doces e salgados que a maioria mudava de estação em estação.
Quando adentrou sentia seu coração esquentar só de sentir o cheiro de café com doces e salgados tudo misturados. Olhou para o balcão cumprimentando o gerente e foi para sua mesa favorita que ficava na varanda do estabelecimento. Sentou-se e pegou o celular de sua bolsa vendo o horário...era 9:17 da manhã. Um sol iluminando e esquentando suas pernas num clima um pouquinho frio.
No silencio acabou lembrando da noite maravilhosa...Se relutou mas cada lembrança do toque em seu corpo do cara, o Brian...era gostoso demais para poder esquecer. Ele tinha pegada forte e delicada ao mesmo tempo e parecia que a cuidava e se lembra da transa do ano passado. Lembrou dos pensamentos enquanto descia a escada do apartamento de Brian...poderia ser o Brian da festa do ano passado ser esse Brian?
Colocou uma de suas mãos no rosto apertando os olhos e olhou para frente vendo um garçom.
- Com licença – falou alto e com firmeza chamando o garçom que estava parado. Era sua função, atender os clientes da área externa do estabelecimento. O mesmo se aproxima:
- Pois não senhorita, gostaria que eu anotasse o pedido? – falou tirando a caneta e um bloquinho de couro pequeno que os garçons usavam para anotar qualquer coisa de seus clientes.
Nunca tinha o visto, será novo?
- Você é novo aqui?..... – procurou o crachá para ver o seu nome. – BRIAN! – acabou falando um pouco alto e olhou um pouco espantada.
- Sim? Algum problema senhorita? – Perguntou o garçom.
Demorou um pouco mas logo saiu de seu pequeno transe que acabara de ter – NÃO! Não...só me traz logo um... – falou escondendo seu rosto entra as palmas da mão apoiada na mesa. – Cappuccino com três cinnamon roll e uma cobertura extra. Uma água sem gás também.
-Mais alguma coisa senhorita? – perguntou o garçom.
- Não...nada...por enquanto – falava ainda com o rosto escondido.
- Sim senhorita...licença – e o garçom se retirou.
- Brincadeira... – pensou ela rindo e olhando para a avenida em frente a cafeteria. Bagunçando seu cabelo e soltando um pequeno gemido de confusão, raiva...não sabia o que sentia naquele exato momento só sabia que:
- Caralho, por que diabos da buceta da minha mãe que em minha volta só está tendo Brian? Será que tenho que matar os Brians nesta face da terra para ter paz?
Brian
Fiquei com as mãos longe uma da outra me apoiando de frente para a pia. Olhei para aquela garrafa que acabei de jogar na cuba e:
- Caralho mano, tomei a porra de um suco? Como cheguei a tomar um suco? Merda – pensei meio furioso e confuso e fui até a geladeira que ficava coladinha a pia e peguei uma latinha de cerveja, abri e tomei vários goles desesperado pelo líquido amargo.
Enquanto tomava me virei encostando na pia e bati meus olhos na toalha em cima do sofá. Fui até a mesma e peguei...realmente estava um pouco suja de sangue que de uma certa forma senti um alívio de ter visto pois não lembrei em colocar a camisinha...afinal ela me fez perder a cabeça ontem à noite e nem me lembrei de pegar um preservativo. Não quero ser pai de jeito nenhum. Após sofrer tanto há uns anos atrás nem a pau que ia querer ser pai muito menos ter um compromisso sério com alguém.
Deixei a latinha na ilha da cozinha e levei a toalha até a lavanderia e coloquei o produto de tirar machas, me lembrei do lençol sujo e fui pegar também...repeti o processo e coloquei os dois na máquina para lavar. Feito isso me lembrei o dinheiro que ela deixou e com os olhos procurei a mesa com o dinheiro em cima.
- Não é que deixou mesmo...100 pratas...brincadeira parece até que ela pagou para eu transar com ela e me deixou como um “prostituto”. – Dei uma bufada pelo nariz rindo indo pegar a latinha dando mais um gole. – Preciso esquecer dela.
Caminhei para o quarto e deixei a latinha que estava quase vazia em cima da escrivaninha estreita e pequena e me joguei de bruços na cama. Sinto que dormir um pouco vai fazer esquecer dela. Muitas vezes não sonho com nada... ou como alguns especialistas afirmam que esquecemos do sonho quando achamos que não sonha.
Minha tentativa de relaxar na cama foi falho pois logo seu cheiro... um cheiro que é ela, só dela e cheirei o travesseiro que ela tinha usado e estava totalmente coberto pelo SEU cheiro. Joguei o travesseiro no chão com uma pequena raiva...tudo fazia eu lembrar daquela garota, porra.
- Preciso sair e me distrair – me levantei e sai procurando o celular que provavelmente estava na calça jeans jogada no chão. Achando, logo desbloqueei e foi para o ícone de chamada e liguei para o meu melhor amigo. Me sentei na cama esperando ele atender:
- Dus! Cara bora sair tipo agora...
- O que!? Mano olha o horário não tem para onde ir! Caralho tava dormindo mano...
- Mentira! Demoraria para atender o telefone e mano...preciso me distrair – sua voz soou diferente, era mais desanimado e implorador...
- Okay você ganhou...olha cara...tenho dois ingressos de basquete, um jogo ai que vai ter em uma outra cidade. Ganhei do meu chefe já que a namorada dele deu um pé na bunda. Nem sei quais serão os times que... – interrompi meu amigo.
- Mano, já te busco – e desliguei o celular, num impulso levantei da cama e fui para o banheiro tomar um banho rápido.
Quando entrei no banheiro observei e lembrei dela novamente.
- Nossa...tomou banho mas parece que nem passou por aqui. Não tem nenhum rastro.
Tirei a calça de moletom e deixei no chão mesmo, entrei no box e liguei o chuveiro, estava na temperatura quente e esse foi o único rastro que ela deixou denunciando que esteve aqui...nesse local...
Senti que queria tomar banho com ela. Principalmente de banheira, bom...na verdade meu box é uma banheira com o chuveiro então daria para fazer isso e...toca-la, sentir a pele macia dela...molhada...o corpo dela...parecia que já tinha tocado anteriormente...só de lembrar me arrepiei todo.
As mulheres que eu gosto de dormir são totalmente diferentes dela. Digo a sua personalidade. São mimadas, reclamonas e frescurentas. Era o que gostava pois essas gostavam de serem dominadas por mim, na cama gostava de ser o dominador. Mas no dia seguinte era um saco. Se tomavam banho, deixava o banheiro bagunçado, reclamavam que não tinha nada para tomar banho, pediam para pegar a toalha me acordando, pediam para comprar o shampoo e condicionador especifico que elas usavam...mano vai a merda, não toma banho aqui se for para ficar reclamando e exigindo achando que namora comigo. Percebi que tinha um condicionador da última garota que dormi. Que na verdade acabara de se tornar a penúltima.
Essa penúltima era muito chata mas era gostosa...essas mimadas e frescurentas tinham o corpo que exatamente eu gostava:
1 – Magrinha
2 – Peitos fartos
3 – Cintura fininha parecendo uma boneca
4 – Uma bunda não grande mas na medida certa. Aquela redondinha e durinha
5 – Cabelos compridos...
Enfim...gostava daquelas que eram esculpidas com delicadeza que qualquer toque poderia quebra-las mas que tinha uma pitada de safadeza de prostituta.
Terminei meu banho nesses pensamentos de: “preferência de mulher que tinha” e sai do banheiro pegando a toalha pendurada que estava usando faz uns dias e me sequei. Quando sequei as minhas costas esfregando a toalha consideravelmente forte senti uma certa ardência. Como não senti essa ardência no banho? Fui até o espelho e vi as minhas costas, estavam arranhadas.
- Vadia...não deixou marcas como chupões em mim mas deixou marca das suas unhas nas minhas costas... – ri leve e com sinceridade mas quando percebi que estava fazendo um sorriso bobo logo me recompus e terminei de enxugar meu corpo, coloquei uma roupa, peguei meu celular, carteira a chave do carro e sai do meu apartamento.
Desci as escadas e fui para meu carro, era um Ford Maverick GT 302 v8 vermelho com faixa preta no capô. Tinha conseguido ele com muito custo e era uma das coisas que tinha como meu maior tesouro, principalmente que consegui ele em uma época da vida que estava ruim mas vamos deixar isso pra lá.
Entrei e dei partida no carro indo para buscar meu amigo.
Quando cheguei em seu apartamento, avistei que acabara de sair do prédio para me esperar, meu carro não é difícil ser identificado então ele logo me viu e entrou no carro.
- Iai Dustin está com os ingressos? – olhei para ele e engatei o carro voltando o olhar para a rua.
- Claro mano aqui - me mostrou os ingressos – Mas por quê? – o olhei – Assim do nada cara tu não tinha catado uma garota ontem? Achava que expulsaria ela de casa e dormiria até a tarde carai.
- Se eu falar tu não vai acreditar... – dei um sorriso de indignado
- Não vou acreditar? Desembucha mano – ele falou e olhei para ele e vi em seu rosto um sorriso. Parecia que ele já sabia da resposta.
- Cara...a garota de ontem...acho que é a mesma do ano passado. Aquela que transei e dormi.
- Puta que pariu como assim!? Olha...você dormir em uma transa? – ele riu – Cê ta louco! O maior garanhão que conheço dormir em uma transa? – disse com uma pergunta retórica que fiz questão de responder.
- Poisé...ela vai e volta e preciso tirar ela da cabeça...nesse jogo vou catar uma mina. –
- Tu tem certeza que é ela? – perguntou Dustin...
Olhei para ele e não respondi e acelerei o carro. Ele entendeu que não responderia a pergunta.
A maquiagem pesada...eu lembro de uma maquiagem de uns olhos bem preto, quando a luz batia era possível ver a cor de seus olhos, eram chocolates...por mais que estivesse bêbado pra caralho ano passado eu lembrava desses pequenos detalhes que me marcaram.
Uma festa que bebi muito e transei. Transei e logo em seguida cai no sono...não acredito que após uma transa dormi como se estivesse no céu e isso tudo se repetiu na noite anterior.
Meu estomago se revirava e minha mente estava confusa.
Na manhã, ela quase não olhava para mim...como se não quisesse mostrar seu rosto. A única vez que me olhou foi quando colocou o celular nos ouvidos mas eu tinha acabado de levantar os olhos para ela e não consegui ver muito bem seu rosto. Então precisava saber do cabelo dela...
O cabelo dela...não acredito que baixei a guarda e ia perguntar a cor do cabelo dela se sempre foi daquela cor. Mas por que diabos o cabelo dela?
Parecia que tinha uma lembrança vaga de um cabelo preto em algum lugar com uma combinação de um olhar por cima do ombro.
E......
Merda...preciso urgente pegar uma mina para hoje a noite.
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