“PAAARAAA!”
E ESCUTO UM TAPA E PELO SOM, FOI BEM FORTE.
Brian
Desde que pedi Lia em casamento não paro de correr atrás de coisas de casamento. Engraçado como Lia quer que eu participe junto...por mais QUE geralmente são as mulheres que assumem isso e resolvem com as amigas ela queria que eu participasse. Achava um saco...mas o que não fazemos pelo Anjo que está na minha vida.
Era bem corrido... ver coisas de casamento antes de voltar a trabalhar e estudar já que adiantando um ano precisava estudar mais. Infelizmente quando fui assinar as papeladas tive que recusar o contrato de SER UM CONTRATADO e ainda ser um estagiário. Mas não conseguiria conciliar as coisas. O tempo estava sendo meu maior vilão.
Quando minhas férias acabaram voltei ao meu estágio e Lia assumiu total os preparativos do casamento com as amigas, cada noite que eu me encontrava com ela para jantar via brilho em seus olhos ou era eu que enxergava tudo assim? Brilhando...
- Brian você se importa que eu escolha as flores ou tem alguma cor preferida?
- Flor? Bom...gosto da cor laranja...
- Laranja? Nossa... – Lia fica em silencio pensando
- Brincadeira amor vai ficar estranho né?
- Bom...tem uma flor que são laranja bem pequeno e são bem fofinhas...
- Que isso amor você sabe que minha cor preferida é vermelho... – comecei a rir e ela fica meio espantada
- Eu nem lembrava
- Caramba que noiva maldosa!!
- Não foi de propósito.... – ela fala manhosa
- Relaxa amor...come ai que eu te levo pra casa e falando em casa precisamos procurar um apartamento eim! Só que é aquilo vai ser bem simples juntando seu dinheiro, meu e acho que meu pai vai ajudar
- Pera, meu dinheiro Brian? Você sabe que não dá pra eu fazer tal coisa com MEU DINHEIRO – ela disse dando ênfase em seu dinheiro.
Eu fico meio quieto olhando pra ela...desde quando ela era assim? Tão alguém de posse?
Foi meio estranho o que se passou agora mas tudo bem. Vamos deixar passar...
- Amor...eu estou fazendo meu máximo e juntando o que posso pra conseguir ter algo pra nós dois esperava que você também poderia entrar na jogada?
Ela me observa como se lembrasse de algo e ao mesmo tempo escondesse
- É! – Ela fica bem estranha – Sim... só você é meio injusto... – olha para baixo – acho – murmura porém fingi que não escutei essa palavra “acho”.
Na boa como assim acho? Mas não vamos deixar isso estragar nada na nossa relação.
Relevei.
Terminando a janta, eu levei ela para casa e estava passando em uma rua quando vi dois velhinhos andando. Foi lindo o que vi, o velhinho sai do estabelecimento primeiro que a esposa e logo vira para trás e dá a mão para que sua esposa venha e desça com cuidado o degrau que a entrada do estabelecimento possuía. Não sei mais nesse instante eu senti meu coração completo e não via a hora de passar a minha vida do lado da Lia.
Já fazia uma semana que voltei das férias e meu chefe do departamento jurídico pediu para que eu resolvesse as documentações dos contratados não sei como ele me passou isso pois era algo muito importante. Consistia em analisar os relatórios dos responsáveis para esse serviço dos setores onde cada funcionário e estagiário pertenciam, analisando tudo isso, iria providenciar as documentações, novo contrato e essas coisas e enfim...ficaria muito comprido explicar a respeito. Achei estranho ele me pedir isso então quando estava terminando essa análise ele me chamou na sala dele para conversar.
- Então Brian...achou estranho eu te pedir fazer isso né?
Assenti ainda em pé.
- Por favor sente-se. – Com a palma da mão meu chefe indica a cadeira para eu sentar – É que eu queria ver como você tomaria as decisões de contratar ou não as pessoas a partir dos relatórios de cada setor e enfim...foi um teste para você e se saiu muito bem! – meu chefe riu.
- Obrigado senhor! – eu acabei rindo junto.
- Pois bem... não tive dúvidas em te propor para ser contratado... parabéns você é um dos estagiários contratados e não pode recusar. Bom pro seu noivado né? Vai receber mais...é ano que vem o casório?
- Sim senhor ano que vem! – Com certeza ele me queria, bom... parei de ver as coisas do casamento então sinto que conseguiria com certeza conciliar meu tempo. E cara... de uma certa forma eu me arrependi em recusar a proposta antes.
- Parabéns Brian! Por mais que você tenha recusado antes.... né!
Sai da sala muito contente. Não tava acreditando que deram mais uma chance para mim e ainda nem tenho diploma... estou ainda terminando a faculdade....
Para acabar logo com o serviço hoje e não estender mais eu fiquei mais tarde na empresa, juntamente com outros poucos setores que estavam resolvendo um assunto e estavam em uma grande reunião. Era época de fechar negócios então o departamento jurídico também ficou mais tarde.
- Brian! Pode ir tirar xerox dessa pasta. São as fichas gerais dos funcionários que você tá vendo e os que foram contratados esse ano, esses que estão em verdes você não precisa tirar xerox é só colocar na gaveta, os amarelos precisam tirar xerox que são os mesmo que você está vendo aí na sua mesa, e depois precisa armazenar essas fichas com esse trequinho amarelo junto com os relatórios nas pastas na gaveta das coisas que você tá vendo...
- Ah sim pode deixar! Então recaptulando, verdes não tiro xerox mas guardo nas gavetas, amarelo tiro xerox e armazeno junto com os relatórios que estou em mãos nas gavetas?
- Isso, daí... só vai precisar ver outra máquina porque aqui a máquina está em manutenção.
- Ah...bom... então será que posso usar a da secretária lá em cima? Eles possuem uma máquina que é só colocar esse bolinho de fichas e faz automático. Facilita até o trabalho bastante.
- Esse horário não vejo problema...não tem tantas pessoas e provavelmente devem já ter terminado e a maioria do pessoal que ficou mais já foram embora.
- Legal! - Peguei a pasta com os trequinhos verdes e amarelos.
Subi até a secretaria que possuía essa máquina mais moderna - era uns andares para cima - a secretária de uma das salas dos chefes da empresa. E realmente não tinha mais tantas pessoas. Na verdade eu vi apenas uma sala com a luz acesa e a máquina fica perto dessa sala. Me aproximei para utilizar a máquina quando escutei
- Então acho que não tem mais ninguém aqui...que tal fazermos um serviço pessoal?
Ouço um barulho estranho
- PARA! – e escuto um tapa e pelo som, foi bem forte.
- Sua vadiazinha...acha que é a preferida do dono tem moral pra fazer isso eim!?
- Solta, está machucando!
- Pois é o que você merece depois do tapa no meu rosto! Sabe que vai ficar marca né!
“ Puta que pariu preciso interver” pensei e sai correndo em direção a única sala com a luz acesa.
- E quem você pensa que é? porque é um bosta que fica fazendo nada e só supervisiona coisas que nem precisamos do seu serviço! – E vi a garota dando um soco muito lindo no rosto do cara – Eu me demito!
E ela sai de perto do cara pega suas coisas na mesa e passa por mim.
Nesse momento meu mundo parou...nossos olhos se encontram e eu juro que conhecia aqueles olhos…olhos que me fazem ver o universo...as estrelas. Acompanhei até desaparecer no elevador.
Voltei meus olhos para o cara apanhado e dei uma risada quando a máquina apitou que estava pronto. E fui correndo para ela.
- Ei rapaz! Não vai contar pra ninguém! – ouço a voz do cara vindo da sala.
- Senhor...do que o senhor está falando?
- Isso mesmo...assim que gosto.
Dei um sorriso e peguei as coisas ajeitando distraído e por isso acabei tropeçando e espalhando os papéis no chão
- Merda....bem agora caralho... – preciso sair logo daqui com esse cara doido, terminei meu pensamento recolhendo os papéis rapidamente.
Mas um papel me chamou atenção, era uma garota muito familiar com os cabelos castanhos meio ruivo na raiz e as pontas pretas. Pego essa ficha e está escrito
“Keira Kristjansson Marshall”
Meu Deus é a garota prodígio....
Keira
Depois da briga com os escrotos em Harvard eu sai de lá e fui pra Yale estudar jornalismo. Me mudei de cidade claro e fiz muito bem. Sai daquela cidade com muitas lembranças boas e ruins parecia que estava dando um passo para vida adulta onde deixamos as lemnranas para trás e escrevemos uma nova página. Bom, não sei se uma vida adulta era assim mas eu estava me sentindo assim. Escrevendo uma nova página. Melhor um outro livro. Afinal, cidade nova, apartamento novo, faculdade nova...
O dinheiro que vendi o apartamento em Boston, o que ainda restava no banco deixado pelo meu pai e o pouquinho que juntei trabalhando no bar do Lenny, pude sobreviver bem. Para não ficar de bobeira e correr o risco do dinheiro acabar eu trabalhava em um restaurante. Era engraçado como as pessoas me olhavam pois meu cabelo estava com duas cores bem perceptíveis. Deixei crescer o meu natural então na raiz era meu cabelo original e as pontas pretas...meus piercing acabei tirando mas tinha marcas deles no meu corpo. E antes de me mudar eu fiz minhas ultimas tatuagens, na verdade ganhei de presente do pessoal. No tornozelo direito tinha uma flor de lótus. Todo o significado dela que dava origem ao meu apelido e por tudo que passei. Na outro, o logo do bar para nunca esquecer pessoal.
Enfim, cursando jornalismo e trabalhando. Pensei em arriscar em um emprego mais sério. Por favor...duas vezes garçonete ai não dava né! E arriscando a minha sorte me sai bem. Uma empresa me contratou na área da secretaria. Era uma empresa grande. Bem grande nacionalmente mas também era uma multinacional e não sei explicar muito bem. Mas era quase uns 50 min da onde eu morava até onde essa empresa se localizava, em Hartford.
Bom eu ficava na secretaria mas também era uma pequenina administração (e foi ai que decidi futuramente TALVEZ fazer administração também) onde recebíamos tudo pronto dos outros setores como relatório, onde poderia investir, finanças um monte de coisa! e organizava datas, reuniões eventos e mais um monte de coisa! Para o ano. Sim...para UM ano. E nessa secretaria, tinha um chefe que comandava não somente eu mas mais 3 secretárias. Esse chefe era algo como o braço direito dono, mas não que ele realmente era isso mas o cargo dele sim. Só que tinha o filho do dono que com certeza era o braço direito e ficava em cima desse meu chefe.
Meu desempenho foi tão satisfatório em tão pouco tempo de serviço que o dono pediu para conversar comigo. E nessa conversa ele começou a me tratar como uma neta, já que na família dele é 99% homem que nasce e ele falava que eu parecia a neta dele mais velha acabando que virei a preferida do dono. (Relevando um ponto que descobriram quem eu era por causa das premiações e uma foto tirada na minha antiga universidade com o grupo de pesquisa que participava).
Estávamos entrando em um período que era o mais trabalhoso. Onde acontece muita coisa na empresa. Relatórios de desempenho, lucro, gastos, reajustes, corte de funcionários ruins e entrada dos bons…marcar reuniões para contrato e isso comia nosso cérebro...por isso que se tem 4 secretárias com um comandante para apenas um dono! Fazia 5 meses que estava aqui e nunca me senti tão feliz em um emprego como era no Lenny.
Já que a época era uma correria só, acabávamos ficando um pouco mais trabalhando mas somente hoje, eu fiquei mais do que as outras garotas. Ficamos eu e meu chefe quando eu estava em pé separando a papelada por assunto e organizar bonitinho para o dono e meu chefe fala:
- Então acho que não tem mais ninguém aqui...que tal fazermos um serviço pessoal? – Ele chega perto de mim, me enconchando na minha bunda e com força ele me deita de frente a mesa e ele fica por cima e sussurra em meu ouvido:
- Desde que entrou eu não consigo tirar os olhos de você... É pequena mas é bem gostosa sempre te comia com os olhos...
Senti meu sangue ferver mas não sei porque...me controlei
- PARA! – eu disse dando apenas um tapa, o que aconteceu comigo de arrumar briga? Cadê a eu verdadeira? Ele sai de mim com a mão na bochecha e me encara e do nada pega meu pulso esquerdo.
- Sua vadiazinha...acha que é a preferida do dono tem moral pra fazer isso se enxerga!
- Solta, está machucando! – Eu tentava sair dele mas ele era bem forte quando algo me fez ser o que era antigamente no ensino médio.
- Pois é o que você merece depois do tapa no meu rosto! Sabe que vai ficar marca né!
- E quem você pensa que é? porque é um bosta que fica fazendo nada e só supervisiona coisas que nem precisamos do seu serviço! – Dei um soco na cara dele com toda a raiva que estava e a descarga de anos que não socava mais ninguém. Aí está eu! Achei! – Eu me demito! – Falei bem alto.
Ele acabou caindo no chão e ficou deitado provavelmente sentindo muita dor, estava com a mão na bochecha e aproveitei e peguei as minhas coisas e sai. Vi que um homem estava na porta... meus olhos se encontraram com o dele e tive uma sensação estranha...já tive essa sensação...de alguém explorando algo dentro de mim... mas ignorei com a tamanha raiva que estava, caminhei até o elevador e fui embora para nunca mais voltar.
Brian
Eu acabei voltando para o meu setor para terminar o que estava fazendo e ir logo para casa da Lia jantar. Eu avisei ela que ia demorar. Faltava uma semana que eu ia pegar meu diploma e a Lia disse que ia fazer uma janta especial. Acabei uma hora antes do esperado e combinado com a minha Anjo saindo as 21h. Estava indo para o apartamento da Lia para fazer uma surpresa quando cheguei abri a porta e escutei uns barulhos de…alguém gemendo?
Achei estranho e ia me aproximando da origem do som chegando no quarto da Lia. Ela estava com um outro cara. Não acreditei na cena. Por isso ela foi estranha sobre dividir em comprar a casa...a nossa casa. Ela não queria se desfazer do apartamento para comprar algo junto comigo. Ela estava mostrando um lado que não percebi... não queria mais ficar comigo? Por que aceitou se casar? Por que tava ainda com isso na cabeça....
- Brian? Meu Deus – Ela saiu de baixo dos lençóis colocando uma camiseta qualquer por cima.
Fiquei estático até voltar meu olhar para ao redor do quarto e vi o anel de noivado na cômoda...ela tirou o anel e me traiu...
Peguei o anel e sai do apartamento,
Não acredito...no que vi...perdi meu chão...
- Brian espera! Volta!
Escutei seus gritos mas eu não liguei...ignorei só queria voltar pra casa e entender o que aconteceu...foi real?
A nossa noite de comemoração que ia concluir a faculdade...para ela, por ela...eu mudei e me esforcei por ela...tudo foi por ela...
Por uma anjo caída.
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