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História A garota da porta ao lado - Estúpida.


Escrita por: greenasaleaf

Notas do Autor


Essa é a minha primeira fanfic Bubbline, e eu espero que esteja boa o suficiente hahah <3
Eu vou tentar ao máximo me esforçar e fazer bons capítulos, então, deixem sua opinião, ok?
Edit: Estou dando uma checada nos capítulos anteriores, como eu sou uma escritora preguiçosa e irresponsável minha escrita mudou durante os períodos em que deixava a fanfic sem ser atualizada, então estou tentando deixar as coisas mais arrumadas (sem falar que eu deixava muitos furos na histórias e coisas sem explicação que tenho que arrumar, como que a Bonnie tinha roupas e toalhas no apartamento se ela não morava lá há sete anos? Nem sei o que que passava na minha cabeça ahahah).
Aproveitando para agradecer a paciência de todo mundo que continua acompanhando, isso significa muito, de verdade <3
[capítulo editado]

Capítulo 1 - Estúpida.


Fanfic / Fanfiction A garota da porta ao lado - Estúpida.

E S T Ú P I D A

O tempo passa de um jeito estranho. Alguns dias se vão rápido demais, outros, se arrastam como se puxassem cadáveres. Hoje, ao menos para Bonnie, está tudo muito lento, era como se a cada segundo seu corpo se comprimisse mais, como uma criança com medo do escuro, as lágrimas caem, escorrendo pelas suas bochechas e pingando do queixo para o peito, seu corpo está cansado, e seus pulmões ardem, sem ar. Aconchegou-se com seus próprios braços, apertou seus joelhos e descansou o rosto sobre eles, as lágrimas continuavam caindo, descontroladas, depois de um tempo os soluços saem sem se esconderem, Bonnie não sabe mais que horas são, o tempo está lento demais, e seu corpo está cansado demais para contar.

Sua cabeça dói, seus olhos estão inchados, os lábios sangram por causa da força feita enquanto ela os mordia ao tentar segurar o choro, Bonnie já deveria ter percebido que a vida não é um conto de fadas, nenhuma fada madrinha vai aparecer para lhe dar um vestido e mandá-la ir para um baile encontrar seu príncipe encantado, então ela apenas fecha os olhos e deixa o tempo passar do jeito que lhe convém.

▾▿▾

Ao abrir os olhos, a primeira sensação que lhe vem é a dor de cabeça, como se tivesse sido martelada, ela continua latejando, punindo-a por ser tão estúpida. A mulher levanta-se, lentamente, apoiando as mãos na parede e sem ter o equilibro perfeito, lembranças de uma noite de bebedeira.

Ainda sentia o incomodo no peito, como se tivessem roubado uma parte importante de seu quebra-cabeça; a imagem não se completava, ou talvez jamais o tivesse feito. Continuou andando, dando pequenos passos, se apoiando nos objetos que encontrava espalhados pelo apartamento, até o banheiro, observou seu reflexo no espelho do cômodo, os olhos continuavam inchados, os fios de seu cabelo estavam emaranhados, seu rosto manchado pela maquiagem e marcado por lágrimas, os lábios machucados, e as olheiras apenas lhe encaravam de volta.

Ligou a torneira, a água correu lentamente entre seus dedos, colheu-a com as mãos e molhou o rosto, na falha esperança de melhorar a aparência.

Mirou os olhos para a água escorrendo de seu rosto diretamente para a pia, encarou os rastros dela descendo pelo ralo por alguns segundos, para então mergulhar o rosto debaixo da torneira, podendo sentir a água molhando seus cabelos e escorrendo por sua nuca, prendeu a respiração, aproveitando a sensação calmante que a água gelada lhe proporcionava. Voltou o rosto para o espelho quando precisou respirar, as gotas de água escorriam por seu pescoço, molhando a gola de sua blusa e lhe causando arrepios, soltou um suspiro longo enquanto tentava secar seu rosto com as mangás de sua roupa.

Bonnie puxou a maçaneta da porta algumas vezes, antes de lembrar-se que a havia trancado, caminhou rapidamente pela sala de estar, puxando a bolsa largada em um canto e se retirando do apartamento o mais rápido que podia; o ar gelado do corredor a atingiu, assim como as caixas em que tropeçou no caminho, praguejando pela dor que sentiu ao bater o joelho em uma delas, ainda zonza pela ressaca.

Escutou o elevador abrir as portas e levantou o olhar para ele, algumas caixas estavam espalhadas pelo chão do transportador, e uma mulher as juntava e cuidadosamente empilhava junto das outras, vez ou outra retirando mechas do longo cabelo escuro que insistiam em cair sobre seus olhos, sem perceber a presença de Bonnie a observando, apoiada em algumas das caixas empilhadas em que havia esbarrado anteriormente, é até um pouco engraçado o cuidado que a desconhecida tinha em empilhá-las enquanto, ao mesmo tempo, deixava-as espalhadas pelo corredor, Bonnibel esperou-a retirar todas as caixas do elevador para, então, acompanhá-la dentro do espaço e apertar o botão para o térreo, a morena desceu junto, desviando alguns olhares para a outra e esperando não ser vista os fazendo, Bonnie até pensou em oferecer-lhe um sorriso amigável e se apresentar como vizinha, agora que teria de voltar a viver ali, mas decidiu-se por ser um esforço desnecessário no momento, então a ignorou e saiu o mais rápido possível assim que as portas se abriram.

A cidade estava barulhenta e ela andava entre as pessoas a passos rápidos enquanto tentava ignorar a cabeça latejando incessantemente. Entrou na primeira cafeteria que lhe pareceu agradável aos olhos, o sino da porta soou extremamente alto aos seus ouvidos, fazendo-a fechar os olhos por um segundo, sentando-se rapidamente em uma das mesas vazias em seguida.

Sentia seus olhos arderem e tinha a certeza de que não estava muito atraente, a garçonete mantinha uma expressão engraçada de medo e pena ao perguntar-lhe seu pedido e saiu apressada assim que obteve sua resposta.

Bonnie ainda sentia algumas gotas escorrerem de sua nuca e tinha certeza de que sua aparência estava miserável.

— Seu pedido! — a garçonete fez um esforço considerável para não se mostrar nervosa, sorrindo para Bonnie enquanto a mesma tinha certeza de que a moça que lhe atendia achava que ela era usuária de crack.

A agradeceu com um sorriso fraco e sem olhá-la nos olhos, a garçonete sorriu, desconfortável, e deixou a bandeja em cima da mesa, rapidamente se distanciando. Bonnibel olhou para a comida servida e sentiu seu estômago revirar, com fome, mas sem realmente vontade de comer.

Lentamente começou a revirar o alimento no prato, levando alguns pedaços do bolo de morango até a sua boca, mastigando com a mesma lentidão. Observava as pessoas passando nas ruas pela janela do café, presas demais em suas próprias rotinas para perceberem-na ali. Sentia as memórias da noite passada voltarem a sua cabeça com a mesma pressa e vontade com a qual comia seu almoço/café da manhã.

“Sete anos de relacionamento. Sete anos do que Bonnie acreditava, ou fingia acreditar, ser o namoro perfeito; até mesmo esperava ser pedida em casamento. O que era besteira, é claro.

Ela nunca foi estúpida, sabia muito bem o que acontecia quando saia para trabalhar, e escolhia fingir que não. Afinal, Bonnie o amava mais do que tudo, então, depois de um tempo, passou a não perceber as manchas de batom, ou o horário em que ele voltava, e até mesmo o fato de que seu amado namorado vivia esquecendo em casa, ao sair, a bela aliança dourada que Bonnie comprara para simbolizar o seu eterno amor.

Mas até mesmo ela tinha seu limite, afinal, Bonnie nunca esperara que a pessoa a qual ela dedicara todo aquele tempo fosse sapatear em cima dela.

Parecia um clichê saído de filme, fora liberada mais cedo e esperava animada para encontrá-lo e finalmente terem algum tempo para assistir a um filme e comer besteira. Não foi exatamente o que a recebeu quando chegou, no entanto.

Parou no batente da porta, vendo-o se sentar na cama, um sorriso cínico moldando-lhe os lábios, abriu a boca lentamente, quase que segurando uma risada:

— Chegou cedo hoje.

Bonnie podia sentir as lágrimas pingando no peito, apesar de não percebê-las saindo de seus olhos; com as mãos tremendo, retirou a aliança do dedo, vendo-o estender-lhe a palma, recolhendo a joia. A mulher encarou-o uma última vez, tentando ver o homem que amava nos olhos que, agora, caçoavam dela.

— Há quanto tempo? — a voz saiu rouca e embargada pelo choro, fazendo uma pergunta da qual já sabia a resposta. Bonnie desejou apenas ter saído do lugar de uma vez.

— Há quanto tempo namoramos? — ele falou, divertindo-se.

— Então por que namorava comigo? Por que pediu para que morássemos juntos? — “por que fingiu me amar?” era a real pergunta que desejava fazer.

Ele deu um suspiro.

— Sinceramente? Eu queria poder me divertir e quando voltasse, ter alguém esperando por mim, e tudo era ótimo no começo, eu até me desleixei um pouco, mas então você começou a ficar paranoica com tudo, sem falar que você me dava uns presentes legais — ele riu, soltando o ar pelo nariz — nos primeiros anos era divertido, eu realmente gostava de te ter por perto, você é gostosa, Bonnie, mas depois de um tempo começou a ficar cansativo, e eu parei de me importar, então quando você me perguntava sobre as marcas de batom, eu me perguntava se você iria terminar comigo, mas você só falava, e era só eu dizer “eu te amo, nunca faria isso” que você calava a boca, era até divertido, você corria de volta para os meus braços, a gente transava, e era ótimo, então, eu acho que eu comecei a fazer testes com você, sabe? Mas acho que com esse último você atingiu seu limite. — sorriu para ela.

E com isso, Bonnie o encarou uma última vez, sentindo-se idiota por ter se importado em perguntar, era engraçado como pode doer quando as pessoas jogam a verdade na sua cara, mesmo que você já saiba dela.

Então ela se virou e andou até a porta, a mulher deitada na cama se mexia, acordando, e Bonnie sentia as lágrimas escorrendo descontroladamente agora; abandonou o prédio, parando no primeiro bar que encontrou, e terminou sua noite sendo expulsa do lugar e correndo para embebedar-se, novamente, no bar mais próximo, lembrando-se de todas as vezes que fingia não ver, não sentir, não saber.

Em algum momento, depois de ser expulsa novamente por vomitar sobre o balcão, decidiu pensar com clareza. Sentou-se no meio-fio da calçada, observando o carro estacionado a sua frente, tentando focar sua cabeça em enxergar apenas um. Quando sentiu-se sóbria o suficiente para voltar a dirigir levantou-se, ainda um pouco zonza. Caminhou até o automóvel, respirando fundo assim que sentara-se em frente ao volante.

Ligou o carro, escolhendo o caminho mais rápido para seu antigo apartamento, inabitado por ela há sete anos, e casual fonte de renda durante a alta temporada, quando Bonnie tinha a oportunidade de alugá-lo para turistas.

Cambaleou pela portaria, agradecendo o porteiro preguiçoso que dormia e não a via entrando no lugar, selecionou o seu andar no elevador e encostou-se nas paredes de metal. Agradeceu também a preguiça de seus locadores, que escolhiam esconder a chave no carpete em vez de entregarem a ela pessoalmente.

Então ela entrou, fechou a porta e chorou até se esvaziar completamente."

Terminou de repassar a noite sem saber o que pensar de si mesma, sentindo-se humilhada e idiota, com apenas um único pensamento rondando sua mente:

“Estúpida.”


Notas Finais


Eu espero que vocês tenham gostado, até o próximo!


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