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História A garota da porta ao lado - Amor.


Escrita por: greenasaleaf

Notas do Autor


Ok, eu sei que demorei bastante para postar esse capítulo, mas eu não gosto de postar algo que não me agrada, mas também sei que é super chato ficar esperando, então, me perdoem! <3
[capítulo editado]

Capítulo 2 - Amor.


Fanfic / Fanfiction A garota da porta ao lado - Amor.

 

 

O dia passava rápido, estava frio e uma chuva fraca se fazia ouvida nas telhas, Bonnie digitava o último arquivo do dia, era um contrato devidamente revisado que estava sendo feito para que seu gerente ganhasse uma promoção as suas custas. Durante a adolescência, ela sempre tirava notas altas, era a melhor aluna da escola, mas nunca foi para uma faculdade, aos dezessete ele a pediu em namoro, e então todo o seu mundo começou a girar em volta do que ela chamava de "amor da sua vida".

Um barulho alto ecoou no cubículo de serviço, forçando-a a abrir os olhos com o susto, mirando os olhos para o chão e vendo sua caneca de "melhor namorada do mundo" em pedaços, inconscientemente havia derrubado-a, encarou o vidro por alguns segundos, se levantou de forma brusca, batendo na mesa e causando ainda mais barulho, o arquivo ainda incompleto estava aberto na tela do computador. Suspirou, com toda a culpa de ter jogado sua vida fora por alguém que nunca tinha se importado com ela, abandonou os estudos, sua casa, apostou tudo em sua vida com ele.

A culpa era sua, afinal. Nunca fora obrigada a fazer o que fez; as escolhas eram puramente suas e, querendo ou não, estava arcando com as consequências.

Escutou o barulho da cadeira de seu vizinho de cúbiculo se movendo, virou-se para ele assim que o escutou falar:

— Bonnie? Você 'tá bem? — Marshall mantinha a expressão desleixada de sempre, com uma leve ruga entre as sobrancelhas. Se eram de preocupação ou curiosidade, Bonnie não sabia.

— Como sempre estive, Marshall. — sorriu para ele, engolindo todas as incertezas que a cercavam minutos antes e mantendo-as enterradas em si mesma.

 

▼▽▼

 

Observou, entediada, o último minuto de seu dia de trabalho passando, após ter terminado o trabalho que deveria custar-lhe o dia todo em algumas horas ficara sem nada para fazer, inutilmente observando as horas passarem e remoendo seus pensamentos. Levantou-se, despedindo-se de alguns colegas que teriam de fazer hora extra e dirigindo-se a saída da empresa com pressa. Assim que pisou na rua escutou o telefone tocar, observando o nome piscando na tela, soltou um suspiro acompanhado de um pequeno sorriso.

— Fala. — falou, levando o aparelho ao ouvido.

— Bonnie, meu docinho! — a voz de Caroço se fez ouvir do outro lado da linha — Vou ter que ficar no salão mais um tempinho, mas deixei a chave debaixo do tapete pra você, tá, meu bem?

— Não precisa se preocupar comigo, eu vou ficar bem. — voltou a andar, utilizando a mão livre para procurar as chaves do carro em sua bolsa. — Obrigada por estar fazendo isso por mim, Caroço. Significa muito, de verdade.

— Oh, meu anjo, eu sou sua amiga, é isso que eu faço — ouviu-a rir, acompanhada por algumas reclamações sobre demora ao fundo — Ah, essas clientes chatas, eu juro, se elas não pagassem o meu salário! — Bonnie soltou uma risadinha, ouvindo a amiga sussurrar, evitando ser ouvida pelas ditas clientes — Vou ter que desligar, te vejo mais tarde! Beijos! — Caroço demorou-se na sílaba final da palavra, até, finalmente, desligar o celular e deixar Bonnie escutando a linha muda.

Guardou o celular na bolsa, retirando as chaves quase ao mesmo tempo; destrancou o carro e entrou, dirigindo-se para a casa da amiga.

Bonnie e Caroço conheciam-se desde o ensino fundamental, Bonnibel a ajudava com suas notas, o que também poderia ser traduzido para passava-lhe colas durante as provas, e Caroço a defendia de alguns garotos babacas de sua turma, era uma amizade muito bem balanceada e que foi bem mantida durante os anos, como elas costumavam falar; Bonnie ainda lembrava-se dos avisos da amiga antes do inicio de seu relacionamento, pouco antes de todos os seus pensamentos serem desviados para o namorado e ela abandonar todas as amigas para focar nele, falando com elas apenas vez que outra.

Caroço fora a única que esforçara-se para manter o contato com a amiga de infância, mesmo não tendo 100% de reciprocidade e Bonnibel não poderia ser mais grata por isso.

Depois de seu almoço/café da manhã no domingo, Bonnie recebera uma das ligações casuais da amiga, Caroço, que estava animadissíma para contar as novidades que havia ouvido sobre uma antiga colega, que havia, supostamente, sido presa. Assim que Bonnie ouviu sua voz, entretanto, desabou em lágrimas novamente, sem deixar que a outra tivesse tempo para contar a fofoca. Caroço chamou-a até sua casa, onde a fez desabafar sobre os acontecimentos recentes na vida de Bonnie, o que custou-lhe meio pote de sorvete e uma tarde.

Após isso, Caroço dissera para Bonnie ficar com ela durante algum tempo, até poder se ajeitar no novo/antigo apartamento, emprestara suas roupas para a amiga e fizera o melhor para confortá-la.

Realmente, Bonnie não poderia ser mais grata.

Desceu do carro e caminhou até a porta lilás que dava entrada a casa de Caroço, novamente imaginando o que teria sido de si nas últimas semanas se não fosse pela amiga: estaria fodida, completamente.

Escutou o celular vibrar na bolsa, largando-a em cima do balcão da cozinha, enquanto puxava alguns mantimentos para preparar o jantar, largou-os ao lado da bolsa para poder ver as notificações que recebera.

"Não está voltando mesmo, hein? Eu estou com saudades <3"

Fechou os olhos, esfregando-os com a ponta dos dedos, era apenas mais uma das mensagens que ele insistia em lhe mandar, todas mantidas sem respostas apesar do aperto que causavam no peito de Bonnie.

— Não posso manter as coisas assim... — os olhos passeavam pela cozinha, tentando encontrar algo interessante para manter a atenção enquanto pensava.

As últimas cinco semanas haviam passado mais rápido do que imaginava que iriam, Caroço não dizia nada sobre a longa estadia de Bonnie em sua casa, mas ela já começara a pensar que estava incomodando a amiga; não importava o quanto não queria, precisava arrumar sua própria vida de uma vez. Então ela bloqueou o celular e se dedicou a tarefa de cozinhar o jantar.

 

▼▽▼

 

Estava parada em frente a porta faziam alguns segundos, sentia o suor nas palmas e o leve tremos que seus dedos sofriam, esfregou as mãos na calça jeans, com a falsa esperança de afastar o nervosismo. Com a mão fechada deu duas batidas na porta, elas ecoaram pelo corredor vazio, o som afastando-se enquanto Bonnie desviava os olhos para o chão, evitando encarar o que viria a seguir.

— Ah, Bonnie, entra. — ele abriu a porta, o cabelo estava bagunçado e ele usava apenas uma calça de moletom. — Podia ter me avisado que viria, teria me arrumado melhor. — sorriu para ela, aproximando o rosto e dando-lhe um beijo na testa e puxando-a para dentro do apartamento — Você demorou dessa vez.

A porta fez um clique quando foi fechada, sendo, automaticamente, trancada. Ele manteve o corpo proximo do da mulher, casualmente deslizando os dedos pelo longo cabelo que Bonnie possuia.

— Queria te pedir desculpas por aquilo, eu realmente não sei o que estava pensando... — falava, a voz baixa e próxima do ouvido dela. — Assim que você saiu... não pode imaginar o que eu senti durante todo esse tempo — respirou fundo, aspirando o cheiro do pescoço da mulher e fazendo-a tremer — Foi como morrer. Você não tem ideia do quanto eu te amo. — encarou os olhos claros da outra, os dedos massageavam sua bochecha — Fica comigo.

Bonnie sentia o corpo paralisado, o peito ardia e ela sentia vontade de correr, gritar e chorar ao mesmo tempo, mas não fez nenhuma dessas coisas. Bonnie deixou-o deslizar as mãos pelo seu corpo e beijá-la, mesmo que quisesse chorar não o fez, mesmo que quisesse correr, permaneceu.

Os olhos abertos foram em direção ao pescoço do homem, e ela sentiu vontade de rir. Marcas vermelhas se espalhavam por toda a extenção de seu peito, suas mãos se ergueram, os dedos contornando as manchas que o marcavam.

— Você é um desgraçado. — ele ergueu o rosto dela, forçando-a a encara-lo nos olhos.

— Então me conserte.

A fala foi acompanhada do barulho da bolsa que Bonnie carregava caindo no chão, enquanto ela se deixava ser levantada e levada até o quarto que antes compartilhara com o dito "amor de sua vida". As roupas foram largadas no chão, suas mãos trilhavam o corpo alheio sem controle, a boca deixava sons obscenos saírem sem pudor algum, espalhando-se pelo apartamento.

— Eu te amo. — e ao escutar essa frase, Bonnie deixou duas lágrimas escaparem-lhe, escorrendo pela lateral de seu rosto, apenas duas, ela tinha outras coisas para fazer no momento.

Então fechou os olhos, escutando-o ofegar e gemer ao seu ouvido, repetindo infinitamente o quanto a amava.

 

▼▽▼

 

Encarava o teto há algum tempo já, não havia contado os minutos que passara nessa mesma posição, sabia que o homem dormia ao seu lado pelo som leve de sua respiração, sabia também que Caroço devia estar preocupada consigo. Fechou os olhos com força, sentindo vontade de chorar mas sem largar uma lágrima, levantou-se com cuidado, vendo as roupas que antes usava espalhadas pelo cômodo; juntou-as devagar, vestindo-as e caminhando pelo que antes era sua casa. O cheiro deixava-a enjoada.

Entrou no closet do quarto, encarando suas roupas do jeito que as havia deixado, perfeitamente dobradas. Ao som do homem dormindo do outro lado da parede, Bonnie jogou todas as coisas a que teve alcanço para dentro de sua mala, guardada sobre o roupeiro,tarefa que devia ter sido seu único objetivo ali.

Saiu do apartamento com uma única mala cor-de-rosa, caminhou devagar até a saída do prédio, colocou a mala no banco traseiro de seu carro e entrou, trancando a porta.

Encostou a testa no volante e chorou em silêncio.

 

▼▽▼

 

O cheiro de álcool era forte, ele gritava, mas ela já não o entendia direito, seu corpo e rosto estavam molhados com suor e lágrimas, as pernas doíam e ela olhava para seu próprio reflexo com nojo, ele segurava seus braços com força, obrigando-a a continuar olhando, tudo o que via eram borrões, nem ao menos conseguia entender os gritos que lhe eram direcionados.

Piscou os olhos, rapidamente retomando consciência de sua situação com o som de mais uma garrafa se estilhaçando contra o piso frio, sua cabeça latejava com os barulhos ao redor, sentia como se seu coração estive pulsando em todos os músculos de seu corpo.

— Por que você sempre tem que fazer merda? — o homem a virou, ficando com o rosto de frente para o da mulher que tentava acalmar a respiração — Se não fosse por você nós estaríamos muito bem, Marcy. Você tem sorte de eu te amar, não acho que ninguém mais conseguiria.

Ele abriu os braços, chamando-a para perto, envolveu-os ao seu redor, passeando os dedos pelos longos cabelos negros da mulher.

— Você está bem? — deslizou os dedos pela pele macia do rosto da mulher, ela o olhava sem conseguir responder a pergunta — Ah, Marcy, eu te amo tanto... mas as vezes parece que você pede para me tirar do sério... se não fizesse essas coisas nós nunca iríamos brigar, tenho certeza. — abraçou-a mais uma vez, repetindo juras de amor ao seu ouvido — Eu tenho que ir agora... me manda mensagem quando for dormir, tá? — ela acenou positivamente, ainda sem responder, o homem deu-lhe um selinho — Boa noite, dorme bem.

Ele a largou, afastando-se em direção a porta, desviou dos vidros quebrados no caminho e saiu, sem olhar para trás. Ao som da porta trancando ao ser fechada, Marceline caiu, ainda sentia o corpo tremendo, passava os olhos pelo cômodo, observando a bagunça que seu apartamento estava, o coração batia forte contra o peito

Não sabe quanto tempo ficou no chão, escorada contra o vidro na parede e tentando ajustar a respiração, ainda não conseguia falar nada, os pensamentos estavam confusos. Levantou devagar, esfregando as mãos nos olhos para afastar a vontade de chorar, afinal, que motivos ela tinha para querer chorar?

Evitou o espelho, andando a passos lentos até o banheiro, ligou a torneira da banheira e sentou-se na tampa da privada, encarando os ladrilhos na parede enquanto esperava a água encher. Acordou ao sentir as meias molhadas, a água transbordava, escorrendo pelo piso do banheiro; rapidamente fechou a torneira, reclamando consigo mesma por ser tão boba a ponto de distrair-se com ladrilhos.

Tirou as roupas, deixando-as em cima da privada para não molharem em contato com a água que caíra no chão. Colocou uma perna de cada vez dentro da banheira, a água estava apenas fria o suficiente para não queimá-la, descansou as costas, tentando aproveitar a sensação da água contra sua pele, respirou fundo e finalmente pode sentir o coração começar a se acalmar.

— Amor de bosta. — murmurou para si mesma, fechando os olhos.


Notas Finais


Não sei se vocês perceberam, mas eu não citei os nomes dos namorados delas até agora, e eles não vão ter, porque eu acredito que, primeiro, esse tipo de pessoa não merece ter um nome, e, segundo, eu quero que vocês vejam seus demônios neles, então os nomes são de autoria do público, e assim como a Jujuba e a Marceline irão lutar contra eles, espero que vocês lutem contra seus demônios também.
Obrigada por acompanhar, até o próximo capítulo <3


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