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História A Garota do Demônio - Novo Membro.


Escrita por: DeppGirl13

Notas do Autor


Estou aqui de novo, mais cedo que imaginava. Milagres existem, não é mesmo? kk

Boa leitura e me desculpem qualquer erro.

Capítulo 11 - Novo Membro.


Fanfic / Fanfiction A Garota do Demônio - Novo Membro.

Capítulo 11.


( Camila narrando )

Tomo o meu café da manhã e preparo o da minha vó. Estou pronta para mais um dia naquele inferno.

Sinto falta das festas, dos vários meninos querendo ficar comigo e de sempre estar feliz. Não sei quando as coisas começaram a mudar.

Fecho a porta da frente e me viro, vendo Matthew parado no quintal.

- O que está fazendo aqui, Matt? Não quero conversar. - falo de qualquer jeito, começando a andar.

- Pois eu acho que precisamos. As coisas não podem ficar assim, Camila.

- O que você quer que eu faça, hein? Estou cansada de toda essa porcaria de anjo da guarda! Estou cansada de você, do Daniel... - respiro fundo - Apenas me deixe em paz, professor.

Vou andando, o deixando ali, sem reação.

Eu o amo, mas quero minha vida de volta.


( Zayn narrando )

Murilo não havia falado nada desde que a Kaley foi embora ontem, eu acho que ele deve está fugindo das minhas perguntas e julgamentos.

Me preparo para à escola, o deixando lê seu jornal na varanda, mas não iria embora sem falar nada.

- Então, qual vai ser? Kaley ou Lucy? - como era de se esperar, ele nem tira os olhos das folhas na sua frente para me olhar, mas sei que o irritei, e isso já é o suficiente por enquanto para mim.

- Você não está atrasado, Zayn?


( Lauren narrando )

A noite tinha sido péssima, pesadelos e mais pesadelos com o Louis envolvido. Tenho medo do Johnny estragá-lo, de fazer ele se tornar um monstro.

Pensar em Johnny me faz lembrar do beijo na noite passada, e só a lembrança daquilo me faz corar. Não sei o que aconteceu, e não sei por que não consegui parar, e talvez seja melhor assim, ficar sem saber. Não tô afim de um drama com o demônio.

Estou deitada no sofá, enrolada no edredom, enquanto passava um desenho qualquer na TV. As botas do papai faziam um som alto, enquanto ele andava de um lado para o outro na casa, se arrumando para ir trabalhar.

- O senhor não está meio atrasado? - pergunto. Ele tinha acordado tão tarde que nem deu tempo de levar a Lara para a escola, ela teve que ir com a mãe de uma amiga.

- Graças ao Johnny agora sou o supervisor chefe lá na fábrica. - ele abre os braços, dando um largo sorriso - Eu chego a hora que eu quiser.

- O que aconteceu com o supervisor antigo?

- Foi demitido. - ele fala, simplesmente.

Sinto vontade de perguntar se ele não se sentia mal com isso, mas prefiro ficar calada, isso poderia confundi-lo. É melhor ele enfeitiçado pelas baboseiras do Johnny do que tentando fugir com a gente e acabar trazendo a morte de todos nós.

- Sei que sua noite foi péssima, por isso sugerir ao Johnny que ele lhe levasse ao shopping, sabe, para você relaxar. Sua mãe sempre esquecia os problemas quando estávamos juntos, isso pode funcionar com vocês também.

Comparar a minha "relação" com o Johnny com a relação dos meus pais me faz querer vomitar. Meus pais se amavam, se respeitavam e se divertiam juntos. Eu odeio o Johnny e quero matá-lo, e para ele não tem problema nenhum em bater numa mulher, quer tirar minha virgindade contra a minha vontade e quer que eu engravide um pequeno monstro. Realmente, tudo igual.


( Johnny narrando )  

Estou tomando meu café da manhã, agradecendo o silêncio. Meu avô sempre dizia que a hora de comer é sagrada, ele não deixava ninguém perturbá-lo quando estava se alimentando.

- Bom dia. - Kaley entra na cozinha. Tinha acabado de acordar, estava toda bagunçada.

Ela me dá um beijo na bochecha antes de se juntar a mim na mesa.

- Barclay disse que você não jantou em casa. Aonde estava?

- Jantei com o Murilo. - ela responde, tentando não soltar um sorriso idiota. Luto contra a minha vontade de revirar os olhos com aquela idiotice.

- E como foi? - tento agir com indiferença, a surpreendendo. Se a Kaley quer bancar a adolescente apaixonada o problema é todo dela, estarei aqui para piorar ainda mais a situação quando ela for chutada.

- Foi legal... - ela diz lentamente. Eu sabia que estava escondendo alguma, mas eu não iria perguntar nada. - Ele tem uma namorada. - ela encolhe os ombros, bebericando o seu chá.

- Eu só namoro uma mulher porque tenho vontade de comer ela constantemente, não porque tenho afeição por ela. Ele pode ser assim também, não se preocupe.

- Você é inacreditável, Johnny. - ela sai estressada da cozinha e eu fico rindo.


( Lauren narrando )

Estou curtindo o meu dia de descanso da melhor maneira que posso; jogada no sofá, assistindo desenho, sem ligar para o demônio que quer se casar comigo.

Batem na porta e eu já começo a me xingar por tá pensando demais em todo o relaxamento.

Com muito esforço me levanto do sofá e vou abrir a porta arrastando os pés com preguiça, me surpreendo ao vê Christian ali. Meu deus, eu estava toda desarrumada.

- O que faz aqui? - pergunto, tentando parecer irritada.

- Christopher irá lhe levar para o cinema. Ele me mandou vim na frente para mandar você se arrumar.

Abro minha boca um pouco e aperto meus olhos. Ele tinha dado ouvidos ao meu pai, só pode estar de brincadeira!

Quero xingá-lo de todos os nomes possíveis por tá estragando meu dia.

Fecho a porta na cara do Christian e subo irritada, já sabendo que eu não tinha outra escolha.

[...]

Termino de me arrumar. Estou penteando meu cabelo no banheiro, olhando a minha cara zangada pelo espelho.

Eu sinceramente não sei o que ele quer com tudo isso. Me levar para assistir um filme idiota não vai mudar nada, continuarei o odiando com todas as minhas forças. Ele também não tem muito afeto por mim, já que faz questão de ser um cretino sempre que estamos juntos.

Vou xingando-o baixinho enquanto saio do banheiro. Meus xingamentos são tão fortes que o motivo deles se materializa em meu quarto. Expressão séria, encostado na porta trancada.

Meu coração se acelera com o susto.

- Desde quando você acha que pode ir entrando sem pedir licença? - disparo, com a voz já alterada. Céus, ele tem o dom de me deixar estressada! - Eu poderia estar sem roupa!

- Eu escutei o zíper da sua calça e os botões da sua blusa sendo atacados. - ele responde simplesmente. Estranho seu jeito calmo demais. Claro que não acredito naquilo. - Está interessada no Christian, não é?

Me enrolo toda com o cadarço do meu sapato com sua pergunta. O que eu respondo? Estou interessada no Christian? Na verdade eu nem sei, ele só tinha sido muito legal comigo naquele dia. De onde ele havia tirado isso?

- O quê? - tento parecer o mais incrédula possível - Você é louco ou algo do tipo? Eu só o vi uma vez.

- Não, tudo bem. Só não quero que se iluda, nunca vai haver nada entre vocês dois. Acima de ser um homem e ter seus desejos, tem eu, o deus dele. E ele sabe, você me pertence. - o modo como ele fala lento e calmo demais me dá nos nervos. Eu não sou um objeto, porra! - Anda, vamos logo.

Conseguindo totalmente me deixar com vontade de matá-lo ele sai do meu quarto. Ele fazia questão de me deixar fora do eixo.

[...]

No carro o clima parecia sufocante, pelo menos para mim. Christian dirigia, Johnny estava sentado ao meu lado, mas um pouco afastado. Ninguém tinha comentado nada e isso estava me matando.

- Eu não tenho nenhum interesse no Christian. - a minha voz sai, não sei de onde eu havia tirado tanta coragem - Ele é muito bonito, mas não faz meu tipo, ele só foi muito gentil comigo e eu achei isso legal. E aliás, ele é empregado do cara que me ameaça, então eu o odeio também.

- Tanto quanto me odeia? - Johnny pergunta com o rosto mais suavizado.

- Impossível. - finjo uma cara irritada, mas quando volto a olhar pela janela estou rindo.

O silêncio volta, mas agora é suportável. As mãos de Christian não apertavam mais tanto o volante, o peito de Johnny descia e subia lentamente, demonstrando sua respiração calma, enquanto ele observava à vista lá fora e seus cabelos dançavam com o vento. Ele parecia uma estrela problemática de Hollywood.

- Gostei do seu colar. - ele comenta olhando para meu colo. Seguro o pingente na mão, aperto bem forte como se estivesse cumprimentando a pessoa que me deu.

- Ganhei da minha mãe. É muito especial para mim. - dou um beijo no objeto.

- Deixe-me vê-lo. - sabia que ele não ia ser legal por muito tempo...

- Nunca tiro.

Com sua velocidade ele consegue arrancar o colar do meu pescoço. Quase enlouqueço ao ver aquilo que era tão especial para mim nas mãos daquele ser que agora tinha voltado a ser repugnante.

- Me devolve! - tento não gritar, mas é em vão, já estava bastante nervosa.

- Não estou afim. - sua voz me irrita. Quero pular no seu pescoço. Ele é o quê? Um pirralho chato de 9 anos?

Ele abre a janela do carro e começa a balançar o colar fora dele. Meus olhos se arregalam.

- Porra, Christopher, para com isso. - tento me aproximar, mas ele me empurra bruscamente de volta.

- Você me chamou de quê? - seus olhos estão apertados, é como se ele tivesse incrédulo.

Em um movimento rápido a porta do carro está aberta enquanto Johnny mantém uma parte minha  fora do carro em movimento. Grito para que ele me coloque para dentro, por socorro, mas ele parecia se divertir com aquilo.

- Christopher, os carros estão começando a buzinar, tá chamando muita atenção. - Christian avisa. E só isso o faz parar, me puxando para dentro e fecha a porta veículo.

Imediatamente pulo em seu colo e me desmancho em lágrimas. Aquilo me fez lembrar o pior dia da minha vida.


FLASHBACK

10 anos atrás:

03:38 da manhã indicava no relógio. Já era meu aniversário. Mamãe com seu barrigão de grávida havia me acordado há essa hora para trazermos o papai de volta para casa.

O táxi nos levou para o bar que eu conhecia muito bem. Antes da mamãe ficar grávida da minha irmãzinha eu virava várias e várias noites com meus pais neste lugar, junto com seus amigos bêbados e divertidos.

Avisto papai de costas conversando empolgado com dois dos vários tios que eu tinha por aqui.

- Ivan! - mamãe o chama, parecia irritada. Eu não entendo por quê, ela adorava aqui.

Papai se vira, com seu sorriso, meu preferido, grande para nós. Meu pai transmitia alegria, era como se nunca existisse problemas.

- As mulheres da minha vida! - ele vem em nossa direção e me levanta no braço, me girando e me dando vários beijos no rosto, me arrancando boas risadas.

- Vamos para casa. Venha, querida. - mamãe segura minha mão e vai me levando para fora do bar. Eu não entendia, meus pais nunca brigavam, mas ultimamente parecia ser o que eles mais faziam.

- Amor, o que está fazendo? Venha, vamos conversar. - papai vem falando atrás. Mamãe vira bruscamente para ele, o olhando furiosa.

- Eu não quero nem te olhar agora, Ivan! - ela grita, a voz trêmula, iria começar a chorar... - Estou tão farta disso, caramba! - eu sabia. Ela desaba. - Fizemos uma promessa, nós dois, Ivan, iríamos parar de beber e nos concentrar nas nossas filhas. Mas veja só, é a aniversário da Lauren e eu tive que acordá-la de madrugada para buscar o seu pai bêbado.

- Querida, por favor, se acalme. Sou um cara que gosto de me divertir, você sabe disso, mas prometo não fazer vocês passarem por isso de novo, ok? - ele se aproxima dando um beijo na testa dela e a confortando. Dou um sorriso quando ele pisca para mim. Meu pai tinha esse dom de conquistar a todos com suas palavras doces.

[...]

A música no rádio do táxi estava baixa, quase inaudível. O céu já estava clareando e meus olhos estavam pesando.

- Vamos lá, querida! Eu quero vê um sorriso nesse rosto lindo. - sou despertada pela voz confusa do papai.

- Ivan, por favor, estou com dor de cabeça, só quero ir para casa. - mamãe pede, com a mão rosto.

- Não, eu quero vê minha família feliz. Vamos brincar! Você quer brincar, Lauren? Porque eu quero!

Nunca consigo me recordar daquela cena direito, meus olhos estavam muito pesados de sono.

As últimas coisas que me lembro é de papai abrindo a porta do carro e puxando a mamãe para fora. Lembro do motorista gritando e do barulho horrível do freio.

[...]

Estou sentada na sala de espera do hospital, vendo pessoas indo e vindo. Não sei bem o que aconteceu, mas sei que não é nada bom.

- Oi, meu amor. - papai se abaixa na minha frente. Seus olhos estavam muito inchados, por não ter dormido ou por ter chorado muito, eu não sei.

- Quando vamos poder ir para casa, papai? Eu estou cansada. - bocejo.

- Logo, logo. - ele coloca algumas mechas do meu cabelo para trás da minha orelha. Seus olhos começam a marejar. Não gosto de ver ele daquele jeito. - Sua mãe quer falar com você, venha.

[...]

E ela está lá, deitada na cama, com vários aparelhos ao redor, alguns arranhões feios pelo corpo.

- Mãe, a senhora está bem? - papai me coloca com cuidado em cima da cama.

- Sim, estou. - sua voz sai rouca e falha. Ela parecia muito fraca. - Eu te amo muito, querida, saiba disso. Segure isto. - ela me entrega o colar - Entregue para alguém especial, assim como o seu pai fez comigo. - ela sorrir doce para o papai e vejo uma lágrima rolar pelo seu rosto.

Quando os médicos entraram papai me segurou e me tirou de lá, e eu simplesmente comecei a chorar, a dor da perda só estava começando.


FLASHBACK

Meu pai havia feito essa mesma brincadeira idiota quando estava bêbado há uns 10 anos atrás, o que resultou na morte da minha mãe, e ter revivido isso de novo foi doloroso demais. Me lembro naquela época de ter passado meses e meses acreditando que minha mãe iria voltar, cheguei até culpar a Lara, alegando que a mamãe sempre estava presenta antes dela chegar. Anos depois, quando eu havia crescido mais, papai me explicou o que aconteceu. Os ferimentos da mamãe foram muito graves, e só piorou tudo o fato dela estar grávida de noves meses. Então o médico disse ao meu pai que ele teria que escolher entre a mulher ou a criança, porque não daria para salvar as duas. Então meus pais conversaram entre si antes da cirurgia e tomaram a decisão de salvar a Lara.

Eu ainda estou sentada no colo do Johnny, com os olhos fechados, deixando de chorar aos poucos, molhando toda sua camisa. Ele apenas ficou parado e agradeço por isso, hoje ele já tinha passado do limite.

- Er... chegamos, Lauren. - ele segura receoso o meu braço. Me afasto lentamente até ver o seu rosto. Seus olhos parecem estar assustados, pela primeira vez vejo ele recuado. Vejo sua mão se aproximar para tocar meu rosto mas sou mais rápida e saio do carro. - Ei. - ele me chama. Enxugo meu rosto e me viro para ele. - Me desculpe pelo que eu fiz., foi idiotice. Eu sei que foi daquele jeito que a sua mãe sofreu o acidente, eu n... - interrompo-o.

- Tudo bem, Christopher, eu entendi. Apenas vamos acabar com isso logo.


( Camila narrando )

No intervalo preferir ficar sozinha, me sentei numa mesa afastada de todo mundo. Normani parecia estar lidando com seus próprios problemas também, mal nos falamos hoje. E Lauren desapareceu.

A verdade é que eu já estava sentindo falta do Matt, da paz e da alegria que ele me transmitia. As festas não pareciam nada perto da falta que ele me fazia.

E como se os céus ouvissem minhas preces, o meu anjo colorido se senta ao meu lado, e eu luto contra a vontade de agarrá-lo.

- O que está fazendo aqui? Você está sempre rodeada de pessoas.

Fico em silêncio, não queria falar que estava daquele jeito por causa dele. E como se ele adivinhasse - e agradeço por isso -, se aproxima e me abraça de lado. Deito minha cabeça no seu ombro e não consigo segurar as lágrimas que insistiam em cair. Porra!

- Me desculpe... - falo baixo, não queria que ele notasse a diferença na minha voz - Você é muito importante para mim, Matt.

- Eu te amo, minha menina. Não se preocupe, estarei sempre aqui.


( Lauren narrando )

Johnny some, me deixando com Christian, então seguimos para fila da compra de ingressos. Eu nem ao menos sabia qual seria a droga do filme que iríamos assistir.

- Como você não consegue ter vontade de matá-lo sempre? - desembucho. Eu ainda estava bastante irritada com tudo que tinha acontecido.

- É simples, eu o adoro! - Christian declara, lançando um grande sorriso. Ele só pode ter algum problema mental.- Você que o deixa nervoso, Lauren. Você consegue acender a raiva dele em segundos, é incrível. Ele só está sob muita pressão, quer fazer tudo direito para ter o avô de volta. Deixa ele te cortejar, é melhor do que ficar enfrentando ele, vai por mim, menina bonita. - ele me olha com seus olhos brilhantes e doces, Christian é realmente um garoto encantador.

- Cortejar? - zombo - Vocês são muito das antigas. - ele se junta comigo e rir também.

- Queria que se divertisse comigo assim também. - Johnny está parado na nossa frente. Odeio quando aparece assim de repente.

- Vou esperar vocês no estacionamento. - Christian diz e sai.

- Se você não tivesse me obrigando e me casar, transar e ter um filho com você, talvez as coisas poderiam ser diferentes. - digo sincera sob seu olhar duro e ao mesmo tempo curioso. - E se fosse você menos idiota também. - saio na frente e o escuto rindo.


( Johnny narrando )

A menina Lauren ainda é um desafio para mim. Kaley disse que as coisas seriam mais fáceis se nós dóis nos déssemos bem, mas ela é complicada, e eu também não ajudo muito com meu jeito. O fato de não poder a seduzir completamente e mesmo assim ter que mantê-la por perto é algo novo para mim, e às vezes divertido, então ainda tenho esperança que eu possa ganhar a aposta estúpida. Ela pareceu gostar de quando a beijei.

- Você me olha como um maluco. - ela diz, e só agora percebo que estava olhando demais. Estávamos na fila para comprarmos os bilhetes do filme.

- Não posso admirar minha linda e jovem namorada? - aliso o resto dela, mas a mesma se afasta de mim como se tivesse levado um choque, e mais uma vez acho graça.

Meu celular toca. É o Tomas. Talvez quisesse falar algo sobre o garoto Louis.

Olho para Lauren, que está distraída olhando para outro lugar. Não queria ela me enchendo com perguntas sobre seu amigo.

- Ei! - a garota me olha - Vá comprar algo para a gente comer durante o filme. - entrego meu cartão de crédito a ela.


( Lauren narrando )

Ele é simplesmente inacreditável. É como um garoto mimado, não sabe fazer nada sozinho. Não basta ter me arrastado para cá, tem que me mandar trazer lanche. Ele pelo menos poderia ser uma cavalheiro ou qualquer droga do tipo.

Mas não ia ficar assim, já tinha um plano em mente para o meu lindo e idiota namorado indesejado.

[...]

Comprei dois hambúrgueres, dois refrigerantes e um chocolate, para mim, é claro. Tive a sorte de chegar bem na hora de escolher um filme. Era um desenho, mas parecia legal. Johnny não questionou, na verdade acho que ele só está fingindo estar interessado.

Felizmente, o filme é muito engraçado, conseguir relaxar. Johnny esteve calado o tempo todo, se não fosse pelo perfume forte era como se ele nem estivesse presente. A única coisa que me chateava era um casal que estava do meu lado quase se comendo.

- Estão te incomodando, querida? - Johnny murmura, me arrepiando. Seu boca está muito próximo do meu pescoço, fazendo seu hálito quente bater fortemente na minha pele.

- Na verdade estão, mas não quero que v... - e ele nem me deixa falar, vai logo jogando seu corpo sobre o meu e segura a gola da camisa do garoto que está sentado ao meu lado.

- Vocês estão chateando a minha garota. Vão para um motel. - ele fala, o olhando ameaçador. O garoto já estava branco igual um papel.

- Christopher, não precisa disso, por favor. - peço. Por sorte ninguém na sala do cinema estava prestando atenção na gente.

- Me desculpe, não era nossa intenção. - garotas... sempre mais corajosas. - É que meus pais não aceitam nosso relacionamento, temos que nos encontrar escondido. E somos menores de idade, não nos deixam entrar em motéis.

- Com isso aqui... - Johnny tira uma certa quantia de dinheiro da carteira - deixam vocês entrarem em qualquer canto. Vão logo.

E os dois jovens vão embora, mas antes agradecem muito, me fazendo rir. Fico olhando para Johnny espantada.

- O que foi? - pergunta.

- É assim que você impressiona uma garota quando sai com ela? Dando dinheiro para duas crianças transarem? - ele rir.

- Quando somos jovens temos muito fogo, sabe? E quando não temos oportunidades de colocá-lo para fora os problemas começam a aparecer. Deixe eles se divertirem, querida. - ele alisa meu queixo rapidamente.

- Eu sou jovem e não sou desse jeito. Acho que esse fogo pode ser controlado. - retruco.

- Você só fala isso porque nenhum cara te tocou da forma certa.

Paro de respirar nesse momento, por vergonha ou nervosismo. Acho que ele está me olhando, mas pelo escuridão não posso ter certeza.

- Mas não por muito tempo, querida. Eu vou te fazer sentir algo sensacional. - ele beija minha mão devagar. Minhas coxas apertam uma contra outra. O que é isso?

[...]

O filme acaba, mas sinceramente não conseguir prestar atenção em uma boa parte dele. As coisas que o Johnny havia falado tinha grudado na minha cabeça. Eu acho que o odeio mais agora, por fazer eu me sentir desse jeito, quente, por causa das merdas que saem da sua boca. Acho que não vai existir um dia em que eu não o ache um completo idiota.

- Ei, aonde você está indo? - ele me chama. Eu nem me toquei que estava indo na frente.

- Pro Christian, pro carro, pra casa. - falo como se fosse óbvio aquilo, e na verdade era. Quero ficar longe dele e de todo seu papinho de demônio sedutor.

- Quero comprar vestidos para você.

- Eu não preciso disso, eu gosto das minhas roupas. - digo, já zangada. Eu sou uma vencedora por ainda não ter tacado uma cadeira nele.

- Mas você agora é minha acompanhante, Lauren. Darei algumas festas e preciso de você em vestidos caros. Preciso exibi-la.

- Eu não sou uma das suas coisas, querido, não quero que me exiba. - rosno, agora bem próxima do seu rosto.

- Acontece, baby, que você é sim uma das minhas coisas. - ele segura meu rosto com força. Tenho medo do que as pessoas ao nosso redor vão pensar disso. - Agora, vamos fazer o que eu disse, hein? Deixe seu homem feliz, baby.

[...]

Estava no provador, provando os cinco vestidos que ele havia escolhido. O gosto dele para roupas femininas me surpreende. Os vestidos são maravilhosos, mas ainda estou odiando fazer isso.

Me olho no espelho. Acho que esse vestido negro que estou usando agora é meu preferido, só faltava esse para terminarmos. Me sinto sexy nele, a sensação é boa.

Abro a cortina. Johnny para de beber seu champanhe, sua boca está aberta, seus olhos estão vidrados na minha figura. É, parece que também posso brincar de seduzir, e agora entendo porque ele gosta tanto de  fazer isso comigo.

Escudos vozes baixas, olho na direção do caixa. As vendedoras riam e cochichavam sobre o meu acompanhante. Elas não estão me vendo aqui?

- A mulher que irá se casar comigo não poderia ser menos que isso de jeito nenhum. - ele me elogia, eu acho. Ele olhava todo meu corpo sem pudor, eu já estava corada.

Os cochichos continuam a me irritar. Pego pela gola do terno dele e o beijo. Johnny se surpreende, mas logo está com as mãos no meu quadril, e eu me afasto. Ele não tiraria proveito de mim.

- Por que você fez isso? Tá tão difícil assim resistir a mim? - ele rir e eu reviro os olhos.

- As vadias que trabalham aqui estão dando em cima de você na cara dura, me desrespeitando.

- Não posso fazer nada se eu sou lindo,  e eu disse a elas que você era minha sobrinha.

Abro minha boca na tentativa de falar alguma coisa, mas nada sai. Estou totalmente envergonhada. Ele não poderia ter me avisado pelo menos?

- Não me olhe desse jeito, foi você quem me agarrou. - ai que vontade de esganá-lo!

E mais uma vez ele me deixa sozinha lá, no caixa com os vestidos e o seu cartão de crédito.

- Me desculpe por tudo aquilo, não sabíamos que vocês estavam juntos. Ele disse que era seu tio, e bom, ele é um homem muito atraente, com todo respeito. - uma das vendedoras que estava passando os vestidos explica.

- Não se preocupe. Enfrentamos muito preconceito por causa da diferença de idade, então as vezes preferimos mentir. - invento qualquer história.

- Eu acho que entendo. - ela rir - Você é uma garota de sorte, sabe? Tem um homem experiente, lindo, rico e apaixonado por você.

Se você chama bater em mim, quase me jogar para fora do carro, ameaçar minha família e me obrigar a transar com ele de paixão, então sim, moça, tenho o homem mais apaixonado do mundo ao meu lado.

Quando saio da loja, cheia de sacolas, vejo Johnny já dentro de outra loja, de joias. Bufo e vou pra lá, mas dessa me jogando em uma enorme almofada.

- O que achou? - ele se senta ao meu lado, colocando uma pulseira linda no meu pulso. Ela brilhava tanto...

- Eu não quero, obrigada. - sopro pesadamente, voltando a me encostar na almofada. Eu só estava cansada, só queria ir para casa. - Só gosto de presentes quando têm um significado especial, e não por serem caros e chamativos. Como o calor que minha mãe me deu, ela mandou entregá-lo para alguém especial e importante para mim. Poderia, por favor, me devolvê-lo? - pela primeira vez me permito olhar profundamente em seus olhos.

- Eu posso ser alguém importante e especial. - o lanço um olhar de "é sério isso?" - Qual é, Lauren! Me dê uma chance, sei que você daria para qualquer outra pessoa.

- Mas é o colar da minha mãe, a única coisa que me restou dela, e eu não acho certo entregar a uma pessoa que está me obrigando a passar por coisas que eu não quero.

- Olha, não fui quem te escolhi para passar por isso. E outra, se eu tivesse sido gentil você não aceitaria, certo? Entenda meu lado também, é o único jeito de trazer meu avô de volta, o homem que me criou. - nunca pensei que iria vê-lo daquele jeito, falando daquela forma, tão verdadeira. Pelo visto ele tem um coração, mesmo que bata pelos motivos errados, como trazer seu avô malvado de volta. Ele segura minha mão. - Confie em mim, querida. Eu prometo tomar conta do colar da sua mãe, e você sabe que ele está mais seguro comigo. Ninguém mexe no pescoço do rei. - ele sussurra na última frase, me fazendo rir um pouco.

- Por que está fazendo isso?

- Você é a primeira mulher que não me dá atenção, e eu quero ter a sua atenção, me sinto desafiado. - ele pisca, com aquele ar sedutor barato de novo.

Ele se levanta e vai falar com a vendedora. Não acredito que o deixei com o colar da minha mãe, estou comendo merda? Mas tenho uma forte impressão que mesmo se não deixasse ele ficaria com o colar, então é melhor não ficar discutindo.

Enquanto voltamos para o estacionamento percebo que hoje não tinha sido tão ruim. Ele é um cretino o tempo todo, mas as vezes isso me diverte, e é legal.

O observo andando na minha frente, o rei mimado e intocável. Ele realmente não ligava para nada que acontecia ao seu redor. Como alguém tão belo pode fazer coisas tão terríveis?

Quando vejo Christian as vagas lembranças do que eu tinha feito me vem. Nossa, eu acho que tô fodida.

- Que porra é essa? - Johnny dispara, já irritado, enquanto o vendedor colocava os 50 hambúrgueres eu havia pedido (obviamente sem permissão dentro do carro). - Foi você que pediu isso, Lauren? - ele me olha com os olhos em chamas de raiva. Anda, Lauren, invente uma mentira rápido...

- Eu que... eu me lembrei que você tinha alguns empregados, então... achei que seria legal se levássemos algo para eles. - queria poder me abraçar agora.

- Nunca mais faça nada sem me pedir. - ele diz, segurando meu braço com força, fazendo meu medo dele voltar.

- Vai começar a me assustar de novo?

[...]

Johnny não havia mais dirigido a palavra para mim, diria até que estava magoado, mas sei que isso é impossível. Foi tolice ter feito essa brincadeira idiota, sabendo o quão cabeça quente meu namorado de mentira é.

Meu celular vibra no meu bolso, fazendo Johnny me olhar rapidamente e depois voltar a sua atenção a paisagem através do vidro do carro.

Mensagem do Zayn:

"Quando estava voltando da cachoeira vi os empregados do demônio com o Louis dentro do carro."

- Por que não me contou que estava com o Louis? - disparo.

- Porque não ia fazer diferença, isso não é assunto para você. - ele responde grosseiro.

- Eu quero ver ele.

- Você não vai ver nada, garota, cale a boca. Já está me deixando sem paciência.

- É desse jeito que você quer que eu seja legal com você, droga?! - bufo, voltando a me encostar no banco. - Eu só quero vê meu amigo. - recebo um silêncio em resposta, mas sinto que conseguir o que queria.

[...]

De volta à essa casa assustadora.

- Escute aqui. - Johnny segura meu braço quando saio do carro - Não pense que pode me manipular, porque não pode, entendeu? - ele fala no meu ouvido, com o tom de voz que me dar nojo. Meu braço já está dolorido por conta da força que ele estava me apertando.


( Johnny narrando )

Não tinha jeito de ficar bem com a droga da garota. Ela é teimosa e fica me desafiando o tempo todo. Tenho vontade de socar a cara dela constantemente.

- Christopher, chame os rapazes para te ajudar a levar essas merdas para dentro.

- Sim, senhor.

Lauren fica calada, acuada, como um bichinho assustado. Me desarmo, voltando ao normal. Quando ela baixa a guarda me ajuda a baixar a minha também, porque não preciso ficar lembrando quem é que manda aqui.

- Vem, vamos vê seu amigo.


( Louis narrando )

Luto para manter meus olhos abertos. Eu não parava de suar.

Quando os empregados do demônio entraram no meu quarto eu pensei que fosse o fim, mas o tal do Jake me acalmou enquanto minha traziam para casa assustadora, disse que iriam me ajudar, e tenho uma forte impressão que isso tem dedo da Lauren.

A entrada da porta se ilumina, e respiro aliviado... Minha luz.

- Meu anjo. - abro um sorriso quando Lauren se senta na cama que eu estava deitado - Eu pensei que você não viria. Tenho que confessar, estou um pouco assustado.

- Não se preocupe, Lou. Eu vou estar com você o tempo todo. Você vai ficar bem logo. - ela beija minha mão. Sinto uma dor passar por minhas costas rapidamente. Era assim, ia e vinha o tempo todo, não tinha jeito; a besta estava louca para sair.

- Prometa que vai tentar não ter medo de mim. Eu me apaixonei por você desda primeira vez que te vi, você sabe. E você de alguma forma enxergou o mal em mim, e me afastou. Foi difícil conseguir pelo menos ser seu amigo, não quero que seja difícil ser de novo.


( Johnny narrando )

Eu via a cena e não sabia de quem sentir inveja. Da Lauren, por conseguir se importar com todos a sua volta. Ou do Louis, por mesmo ser um monstro, ter a fé dela nele.

- Cheguei. - o padre Orloft adentra o quarto. Seus olhos sujos pairam na Lauren por alguns segundos. Me controlo para não jogá-lo da janela.

Eu conhecia o Orloft há muito tempo, sabia que o homem não prestava. É um pedófilo nojento se bem lembro, gostava de garotas até mais novas do que minha futura esposa.

- É uma jovem linda. - ele comenta quando vem me cumprimentar. Tento dar o meu melhor sorriso. - Sinto falta da época que era permitido homens velhos se casarem com meninas novas.

- Por que não deixamos as conversas para depois, hein? O garoto já está sofrendo demais.

- Claro, claro. É melhor a garota sair.

- Eu não vou há lugar nenhum. - claro, ela tinha que fazer seu grande show...

- Querida, você é muito nova, vai ficar traumatizada, não vai conseguir dormir há noite. Anda, saia da sala.

- Ele é meu amigo, Christopher, eu não vou sair do lado dele.

- Ela te chamou de quê? - Orloft questiona, sabendo que eu odiava que me chamassem assim (só deixava o Christian, por ser uma brincadeira nossa), e por isso só meus inimigos chamavam.

- Você vai sair ou eu vou precisar te arrastar para fora pelos cabelos? - ando em sua direção, com minha paciência já explodindo.

- Tudo bem, Lauren, pode ir. - Louis fala.

Mas antes que ela falasse alguma coisa seguro no seu braço e a jogo para fora, trancando a porta em seguida.


( Lauren narrando )

Ele me derrubou no chão! É um verdadeiro idiota mesmo! Ah como eu o odeio.

Me encolho na ponta da escada, rezando para que tudo acabasse bem.

- Você não vai querer ficar aí escutando, é terrível. - diz Charlie se aproximando - Acredite no John, não é algo muito agradável de ser ver.

- Mas eu só quero cuidar do meu amigo.

- Olha, você não vai mais poder cuidar dele daqui por diante, ele não vai mais precisar. Ele não é mais o seu passarinho com a asa quebrada.

Então era assim que eu me sentia em relação ao Louis? Pra mim ele é como um passarinho com a asa quebrada? Charlie poderia tá certo, desde que descobrir o que o Louis era minha preocupação com ele aumentou, o tratava como uma criança às vezes, uma criança que estava sempre metida em problemas.

- Já que você gosta tanto de cuidar das pessoas, vá levar comida para o nosso prisioneiro, mas sem ninguém saber. - ele me entrega um hambúrguer - Vem, vou te levar lá.

Os garotos estavam entretidos com a comida na sala, então não perceberam quando nós passamos. Caminhamos pela enorme cozinha e fomos para o lado de fora através de uma grande porta de vidro. Tinha uma grande piscina ali, a água verde por causa do lodo.

- Vocês não tomam banho aí, certo? - pergunto. Eles não poderiam ser tão assustadores ao ponto disso.

- Claro que não, você está louca? Mas jogamos o Jake quando chegamos aqui, para vê se tinha algum bicho; tem dois jacarés, então não se aproxime muito.

Me afasto rapidamente da borda da piscina. Esses caras são loucos.

Ali do lado Charlie abre uma porta velha, com uma escada que ia para baixo, como um porão.

- Olha, não vou poder ficar com você, senão me meterei em encrenca. Mas não se preocupe, ele é uma criatura de luz, e está muito fraco.

Charlie fica na ponta da escada enquanto vou descendo. Do lado tinha uma cela, e um garoto sentado no chão. Observo que no chão havia sangue.

- Olá. - digo nervosa, abrindo a grade - Conheço duas pessoas como você, então sei que não irá me machucar.

Caminho lentamente até parar ao seu lado, me sento. Estava muito magro, parecia ser muito novo também. Tinha o cabelo pintado de loiro com preto, e quando me olhou vi seus olhos azuis. Isso me fez lembrar do dia que conheci o Niall.

- Trouxe isto para você, acho que está com fome, não é? Tome. - ele lentamente pega o alimento da minha mão e começa a devorar. O idiota do Johnny deveria estar o deixando sem comer há dias.

- Você é humana, e é boa. O que está fazendo aqui no meio dessa gente? - ele me pergunta fraco.

- Sou a garota escolhida para se casar com o cara que está te torturando. Como pode ver, sou uma garota de sorte. - comemoro sem emoção - E você, como veio parar nessa situação nada boa?

- Um dos empregados Dele tentou dar em cima da minha protegida, eu me intrometi, e agora estou aqui, sendo forçado a me juntar ao esquadrão de monstros.

- E é possível? Um anjo se tornar um demônio?

- Sim, um anjo negro. São raros, mas existem. O seu futuro marido é um. Mas eu não quero isso para mim.

- Olha, sei que parece algo ruim, mas você não pode se entregar assim. Não são tão horríveis como você pensa, têm o Christian e o Charlie, são garotos legais. Você não precisa abandonar sua natureza, tenha ela em mente o tempo todo e vai conseguir superar isso.

Nem sei porque falei isso, apenas tive vontade. Eu mal o conhecia e já me importava muito com ele, talvez fosse uma qualidade minha, ou um defeito, eu não sei.

- Você é tão boa e consegue ficar perto deles, talvez eu consiga também. - ele sorrir fraco.

Escuto passos pesados e agressivos se aproximando, meu corpo se arrepia, e já sei quem é. Apenas fico aguardando sua imagem aparecer.

- Não vou nem perguntar o que você está fazendo aqui. - Johnny está bufando de raiva.

- É, acho que vou embora agora. - dou um beijo na bochecha do garoto anjo - Tchau...

- Reece. - ele diz seu nome.

- Eu me chamo Lauren. Nos vemos depois.

Passo por Johnny sem falar nada, eu não estava nem afim de brigar mais. Mas sei ele que não deixaria as coisas assim, então já estava preparada para o que vinha.

Assim que escuto a porta principal se fechando me viro para ele, esperando alguma palavra maldosa sair da sua boca, mas só me veio o silêncio.

- Não vai me xingar ou me bater? - pergunto irônica.

- Você não deveria ter dado comida para ele, Lauren, ele é um prisioneiro e você acaba de estragar tudo o alimentando.

- Você já pensou que poderia ser mais fácil conversar ao invés de torturar? Dizer os bons motivos para ficar ao seu lado, embora esses motivos não existam, porque sinceramente você é a pior pessoa do mundo. - ele não estava tão alterado quanto eu pensei que estaria, então resolvo falar o que eu quero.

- Tomas vai te levar para casa, eu não aguento mais nem um minuto com você, garota. - ele passa a mão no rosto, respirando fundo.

- E o Louis?

- Está bem, mas não vai poder vê-lo agora.

[...]

Eu ainda queria vê o Louis, mas o Johnny conseguiu me convencer que ele precisava descansar, e eu também precisava, descansar de tanta briga.

- Johnny está realmente tentando fazer as coisas não serem tão difíceis para você. - Tomas quebra o silêncio enquanto está me levando para casa - Sei que a situação não é nada boa, e até entendo o porquê de odiá-lo tanto. Mas tente relevar, ele não é o tipo de homem que é legal para agradar alguém.

- Você sabe que ele só tá fazendo isso porque não pode me matar. - ele sorrir rapidamente, talvez uma forma de concordar comigo. - E não adianta ser legal um pouco e depois agir como o maior cretino do mundo. Se ele fosse como o Christian ou o Charlie acho que poderíamos nos dar bem.

- A diferença é que Johnny já passou por muito mais coisas que eles, já foi ferido muito mais vezes, e isso o obrigou a mudar. Christian e Charlie não são tão bonzinhos quanto você pensa, tiveram que fazer coisas terríveis para poderem estar aqui, todos nós tivemos.

As palavras de Tomas ficam no ar. E de repente me encontro curiosa para saber o que cada um fez para poder trabalhar para Johnny, mas talvez é melhor não saber.

Minha mente imagina um pequeno Johnny, durão e sério, com seus olhos atentos, o fogo ainda se formando, construindo seu caráter se baseando no seu avô do mal. E talvez o Tomas pudesse ter algum tipo de razão, Johnny era do jeito que era pelas coisas que tinha acontecido durante sua longa vida, e talvez ainda pudesse existir alguma parte boa nele.


( Louis narrando )

Tento abrir meus olhos, sinto o suor por todo meu corpo, estou praticamente pegando fogo de tanto calor. Sinto minha boca seca, um buraco no meu estômago, como se eu não tivesse comido nunca.

Percebo que estou no chão e preso, pescoço, mãos e pés acorrentados. Me sento rapidamente. O demônio, o Johnny está sentado numa cadeira me olhando, ao seu lado, em pé, está o professor Daniel. Estávamos num quarto velho e sujo.

- O que está acontecendo comigo? Por que estou me sentindo assim? - disparo. Minha cabeça lateja ao som de qualquer barulho. As coisas ao me redor pareciam gritar em meu ouvido.

- A besta está querendo se alimentar. - Johnny diz, sorrindo - Vamos caçar, garoto.

 


Notas Finais


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