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História A Garota do Demônio - Ele Só Sabe Ser Mau.


Escrita por: DeppGirl13

Notas do Autor


Boa leitura e me desculpem qualquer erro.
Leiam as notas finais!

Capítulo 9 - Ele Só Sabe Ser Mau.


Fanfic / Fanfiction A Garota do Demônio - Ele Só Sabe Ser Mau.

Capítulo 9.

 

Tinha acordado com o barulho da sirene dos carros da polícia que estavam andando nas ruas. 

Na verdade eu nem tinha conseguido dormir direito, passei a madrugada chorando e com medo Dele invadir minha casa e sair me arrastando pelo cabelo, me levando para longe do meu pai e da minha irmã.

Estou sentada na cama, encolhida no canto da parede. Não quero sair daqui.

- Lauren? - papai coloca a cabeça para dentro do quarto e quando vê que estou chorando ele entra e se senta na minha frente. - Eu sinto muito pelo que viu ontem, querida. - ele passa um dedo no meu rosto, interrompendo uma lágrima. - Isso é tudo culpa minha. Não deveria ter arrastado você e a sua irmã para esse inferno. - ele balança a cabeça em negação, olhando para o nada, como se estivesse xingando-o internamente. - Mas vou resolver isso agora. - ele volta a me olhar. Franzo o cenho, não entendendo. - Vamos sair dessa cidade antes que outra tragédia aconteça. Vou resolver algumas coisas. Cuide da Lara. 

Ele se levanta e vai embora, sem ao menos me deixar perguntar nada. 

 

( Kaley narrando )

Termino de trazer as coisas para o meu quarto e me sento na cama, olhando ao redor, sentindo falta de tudo. Essas paredes compartilharam comigo uma época maravilhosa. 

- Essa é a última caixa. - James entra no quarto e põe o objeto com algumas roupas no chão e limpa o suor da testa. - Você tem muita coisa. - o chamo com a mão e ele se senta ao meu lado. Envolvo os meus braços em seu pescoço, o abraçando de lado. 

James é o meu melhor amigo, sempre um bom companheiro. Tão jovem, mas sempre sabe o que dizer. Nunca vou me conformar com o que Johnny fez com ele, o deixando de lado só por ele ser gay. Mas pelo menos o tenho aqui, do meu lado, o meu fiel confidente. 

- Essa casa é assustadora. - ele revela e sorrio. Levanto minha cabeça do seu ombro. Ele está olhando ao redor como um animal assustado. - É antiga e esquisita. Como conseguiu viver aqui por tanto tempo? Nova York é bem melhor. 

- Está com medo de quê, amor? De fantasmas? Qual é! Desde que se juntou à nós você já viu coisas muito piores. 

- Sim, mas fantasmas são piores, eles se escondem e aparecem quando a gente menos espera, e as vezes nem aparecem, ficam invisível, e te matam. 

- Não seja bobo, James. Somos mais perigosos do que qualquer fantasma, você sabe disso. E os que vivem dentro dessa casa são controlados pelo nosso adorado anjo negro. - beijo a bochecha dele e me levanto. 

Passo minha mão pela mobília empoeirada. Estive esperando esse dia por um longo tempo.  

- Está muito ansiosa para vê-lo, não é? - ele pergunta e um sorriso brota na minha boca. Eu quase perdia o ar só de me imaginar encontrando-o de novo. 

- Sim. - rodopio pelo quarto. - Ele deve está tão lindo, todo sério como sempre. - e só de falar dele já não consigo parar de sorrir. 

- Tem certeza que não vai devolver a memória dele?

- Tenho, faz parte da aposta que eu fiz com o John. - paro e fico fitando o nada. Não tenho bom pressentimento sobre isso, mas não podia voltar a trás. 

- Não acredito que vai correr o risco de estragar as coisas com o amor da sua vida por causa dos jogos maldosos do Johnny. Ka, você sabe o quanto ele é um estúpido na maior parte do tempo. Não tem respeito nenhuma por qualquer sentimento bom. Não siga adiante com isso, você vai se machucar. - ele está na minha frente segurando minhas mãos, implorando para que eu faça a coisa certa para mim mesma, mas eu sou uma idiota. 

- Ele disse que o Murilo não seria capaz de me amar agora! Tem noção disso? Eu quero mostrar que os sentimentos do meu marido são verdadeiros, fazendo ele me amar de novo, sem se lembrar de tudo o que vivemos. E eu disse que ele não ia conseguir fazer a tal da Lauren se apaixonar por ele. 

- Você é louca? - sua voz sai quase como um grito - Você já viu alguma mulher não gostar dele?  

- Porque ele ilude todas as outras, fingindo ser fofo e legal só para levá-las para cama. Mas ele não vai poder tocar na Lauren, logo não vai precisar fingir nada, então vai ser um cretino como sempre. E eu ganho. Ela vai odiá-lo. 

- Ele é um cretino e eu o amo, e isso não tem nada a ver com o fato de eu ter vendido minha alma para ele, você sabe disso. - ele cruza os braços. Às vezes eu me esquecia disso, James sabia fingir tão bem, embora John já soubesse. 

- Ai James, tô perdida. - ponho a mão no meu rosto. - Um demônio sempre cumpre o acordo que faz. 

- Ei! - ele segura meu rosto - Então faça de tudo para ganhar. Seduza o seu homem de novo. - ele beija meu queixo, me fazendo rir.

- Você é o melhor. - o abraço. 

- Eu sei. - dou um tapa no seu peito. 

Quando vou ajeitar o meu guarda-roupa escuto passos no corredor. Tomas.

- Tomas! - grito, ele para na porta. - Cadê ele?

- No bar. Ele disse que quer encontrar a garota hoje. 

- Ele vai encontrar a garota bêbado? Só pode ser brincadeira. - bufo. 

- Eu não perguntei. Se eu tivesse perguntando eu nem estaria aqui conversando com você agora. Ele não escuta ninguém, você sabe, Kaley. 

- E o que você vai fazer?

- Vou pedir para o Christopher preparar uma carta.

 

( Zayn narrando )

Tinha acordado cedo. Meu corpo está cheio de energia, estou ansioso. Tinha tentado ligar para a Lauren, mas ela não me atende. Ela precisa de um tempo para assimilar as coisas, depois eu a procuro. 

Decido correr um pouco pela floresta para ver se eu conseguia relaxar. Saber do futuro as vezes é perturbador. 

Quando termino a corrida volto para casa e faço algo para o Murilo comer, não tinha o visto desde ontem. 

Tomo um banho e vou levar a bandeja que eu havia preparado no quarto dele e levo um susto. Tudo está destruído; as cortinas arrancadas, os lençóis da cama rasgados e manchados de sangue. 

- Mas que diabos... - as palavras saem da minha boca. Coloco a bandeja em cima da cabeceira. Murilo sai do banheiro apenas com uma toalha na quadril. - O que aconteceu?

- Parece que não conseguir conter a besta. - ele diz simplesmente vindo na minha direção, se inclinando para pegar o copo de suco que eu havia trazido. 

- Você acha que tem haver com o fato Dele ter chegado na cidade? Você tinha conseguido controlar isso. - pergunto tentando não ficar com medo. Isso tudo ainda me assustava um pouco.

- Eu não sei, acho que sim. Você deveria dormir na casa de algum amigo essa semana. - ele diz indo na direção do guarda-roupa, também destruído, procurando alguma roupa.

- Como assim? Não vou te deixar aqui sozinho. - rebato.

- Será que você não entende? - ele se vira para mim - Eu não estou estável. Eu posso te machucar. 

Fico sem saber o que falar porque ele está certo, mas já arrumaria uma respostar para discutir, não iria deixá-lo. 

A campainha toca. A gente se encara. Ele sai na frente. Sigo-o. 

Ele abre a porta e não há ninguém. Me olha, está tão confuso quanto eu. Meus olhos vão até o chão. Tem um papel branco lá. Pego-o.

 

( Lauren narrando )

Fico remexendo com a colher no prato de cereal na minha frente, só de pensar em comer aquilo meu estômago embrulhava. 

- O que pretende fazer? - olho para frente. Lara está encostada na porta. 

- Como assim? 

- O demônio chegou na cidade. Temos que fazer alguma coisa. Vamos fugir, Lauren! - ela pede. Não acredito no que estou ouvindo. 

- É isso que o Niall fica colocando na sua cabeça? Aquele garoto não vê que você é apenas uma criança? Que droga de protetor ele é? 

- Pelo menos ele me conta as coisas. Só está tentando me ajudar. - ela se vira e sai andando com raiva. Tudo o que me faltava era a minha irmã caçula entrar nessa confusão também. 

Ligo para o Louis. Minha cabeça latejava. 

- Oi? - ele atende.

- Preciso que faça algo para mim. Mande o Niall parar de encher a cabeça da minha irmã com bobagens.

- Tudo bem... - sua voz transmite preocupação. - Mas tente ficar calma. 

- Ok. - desligo. 

O papai aparece na cozinha carregando algumas sacolas. Pelo que vejo é comida. 

- Seu amigo Zayn está na porta. - levanto rapidamente, talvez ele tenha algo para me contar. Não tinha atendido seus telefonemas porque queria que ele viesse aqui, daí não poderia fugir das minhas perguntas. - Cuidado. - ele pede, antes de eu sair da cozinha. 

- Descobriu alguma coisa? - logo pergunto. 

- Você e o Murilo foram chamados para ir até a casa. - ele explica. Acho que a cor da minha pele toda se esvai.

 

( Niall narrando )

Estou no meu quarto, tocando algumas notas no violão, tentando me acalmar, tentando não entrar em desespero. 

Lara me enche de perguntas, está assustada, e eu simplesmente não posso fazer nada. Ela é só uma criança e está preocupada com sua irmã mais velha. Eu a compreendo, mas isso está além de todos nós. 

Minha cabeça começa a doer, uma dor fina que vai piorando aos poucos. Largo o violão e me ajoelho no chão. Começo a sentir um frio absurdo. Vejo Louis parado na minha porta. 

- Por que está fazendo isso, idiota? - falo. Minha visão ficando embaçada. 

- Porque posso, porque sou mais forte. - ele se aproxima e abaixa na minha frente. Tem veias por todo seu rosto, seus olhos totalmente negros. - Deixe a menina em paz ou então vai se vê comigo. 

Ele se levanta e sai andando, mas cai desmaiado no chão. Volto ao normal e não sinto mais a sua magia. 

- Louis! - grito me abaixando perto do mesmo, batendo no seu rosto. Não sinto mais nada irradiando dele e isso me desespera. 

 

( Lauren narrando )

Invento uma desculpa para o papai. Digo que estão chamando os jovens da cidade para ensaiarem uma apresentação em homenagem ao padre. Eu odiava mentir desse jeito para ele, mas ele não teria me deixado sair. 

Quando Murilo estaciona com seu carro na frente da casa meu coração parece sair do peito, estou suando frio. 

Assim que descemos do carro vejo um garoto vindo na nossa direção. Ele é novo e tem piercings pelo rosto e usava alargadores nas orelhas. 

- Olá! - ele sorrir amigavelmente e comprimenta nós três. - Me chamo Jake, vim receber vocês. Você não irá poder entrar, ficará aqui comigo. - ele diz ao Zayn, que me olha com um pouco de tensão. - Vocês dois podem entrar. 

Quando começamos a caminhar na direção da casa, por medo, tento segurar a mão do Murilo mais ela tira.

- Idiota. - digo.

- Não sou seu pai. 

A porta se abre e eu só sinto vontade de correr. Outro menino está ali, também bastante jovem, mais alto que o Jake. 

- Sou o James. - ele sorrir para o Murilo e me olha com cara feia. O que eu fiz? Vocês é que querem ferrar com a minha vida! - Siga por esse corredor.

Ele aponta para uma passagem ao lado da enorme escada. Quando começo a andar consigo escutar ele perguntando ao Murilo se ele gostava de chá. Mas que droga, eu quero tomar um chá! Principalmente um que me faça sumir daqui.

Uma porta se abre lentamente, me assustando. Eu deveria entrar? Olho para trás e não vejo mais ninguém. É, vamos lá. 

Entro e é um quarto vazio. Imediatamente as luzes se apagam e a porta se fecha com força. 

- Socorro! - grito. Estar num quarto escuro numa casa assombrada não é uma coisa que me agrade muito.

- Não grite. - meus olhos se arregalam. Mas o quarto estava vazio quando eu tinha entrado!

- Quem é que está aí? - pergunto, me encostando na parede. 

- Você sabe quem eu sou. - está tudo escuro, não enxergo nada. Mas é uma voz de homem, suave e inebriante. 

- Por que não aparece? 

- Porque não quero que me veja agora. Venha jantar em minha casa hoje à noite para podermos ser apresentados adequadamente. - escuto sua respiração, está bem bem perto de mim, mas não vejo nada, nenhum traço, era como se ele fosse o escuro. - Um conselho, não sinta tanto medo, isso me fortalece mais. 

 

( Zayn narrando )

Jake me leva para a parte da piscina. Nem sabia que tinha uma aqui nessa casa, na verdade. 

- Por que está tão ansioso em fazer parte disso? - ele pergunta, me pegando de surpresa. Como sabia? 

- Do que está falando? 

- Johnny disse que está querendo muito fazer um acordo com ele, saber, fazer parte da equipe. - Johnny... É assim que se chama? 

Algumas visões vêm como um tiro na minha cabeça. Consigo vê seu rosto. Também vejo ele e a Lauren conversando no meio da floresta, e depois vem outra visão da Lauren... chorando.

- Você está bem? - Jake pergunta, me olhando preocupado.

- Estou sim. - Finjo. - Então, como é que o Johnny sabe disso? - Jake rir com a minha pergunta.

- Não é o único que consegue vê o futuro, garoto. Johnny tem várias empregados, em todo lugar. Nunca vi alguém tão ansioso para fazer um acordo com o Diabo como você. - ele me olha como se estivesse me analisando, me achando louco. 

- Você não entende. - desvio meus olhos, não gostando do rumo daquela conversa.

- Jake, terminei de ajeitar o que me pediu. - um garoto diz se aproximando. 

- Zayn, esse é o membro mais novo da família, Charlie. - comprimento-o. Seus olhos se desviam para algo atrás de mim. Viro-me. Lauren.

- Você está bem? - ela não responde, apenas me abraça, e fica assim por alguns segundos. 

- Ele quer que eu venha jantar hoje aqui. - ela diz quando desfaz o abraço. Seu rosto está vermelho, suas mãos estão geladas. 

- Não se preocupe. - distribuo um beijo na testa dela.

- Você quer um pouco de água? - escuto a voz de Charlie. Está vidrado nela. Não tem como ser mais patético. 

 

( Murilo narrando )

Abro meus olhos lentamente, minha cabeça doía. Sinto que minhas mãos estão amarradas. Tento sair, mas me sinto fraco, incapaz de fazer alguma coisa. 

A última coisa que me lembro é de ter tomado um chá que o tal do James havia oferecido. Desgraçado!

A porta abre, deixando uma frecha de luz entrar, mas essa logo some quando a porta é fechada de novo e o ambiente volta a ser iluminado por algumas velas. 

Pelo jeito que a pessoa mexia o quadril enquando andava na minha direção posso dizer que é uma mulher. E logo posso vê seu rosto. Até que é bonita. 

- Não acredito que estou te vendo de novo. - ela diz, alisando meu rosto. Tento me afastar, mas é impossível, e isso só faz as cordas em volta do meu pulso ficarem mais apertadas. 

- Quem é você? - pergunto.

- Sou sua esposa, querido. - ela diz simplesmente, e eu só tenho vontade de rir, e assim faço.

- Só pode está de brincadeira comigo, não é? Me deixe ir embora! 

- Eu sei, você deve estar confuso agora, mas logo você entenderá tudo, eu prometo. 

Ela vai se aproximando e me beija. 

Sinto algo familiar quando nos beijamos, mas nada tão grande que fosse me fazer acreditar que ela está falando a verdade. 

- Sentir tanto a sua falta, meu bem. - ela diz baixo, colada no meu rosto, alisando meus cabelos da nuca. - Quero que venha jantar comigo essa noite, posso responder algumas perguntas. 

- Eu não vou a lugar algum. Você é louca. Não tenho tempo para isso. 

- Bom, se você não quiser que aconteça algo ao seu garoto, Zayn, eu sugiro que venha. 

E ela acende o fogo da minha raiva. Tento pular nela, mas parecia que tinham me colocado na cadeira com uma super cola. 

- Você não era tão nervoso assim, querido. - ela diz, sorrindo, me deixando mais zangado. - Te espero hoje à noite. 

E ela sai andando e quando fecha a porta minha visão começa a ficar escura até eu desmaiar. 

 

(Lauren narrando)

Zayn e eu tivemos que ficar esperando o Murilo sair. Eu não aguentava mais ficar naquele lugar, tudo ali me dava medo, e o garoto Charlie me encarando sem parar piorava tudo.

- Vamos embora! - Zayn e eu olhamos na mesma direção. Murilo já estava ali, com sua cara de poucos amigos de sempre. 

- O que houve lá? - Zayn pergunta quando já estamos acomodados no carro. 

- Uma mulher disse que éramos casados. - Murilo responde, olhando para o volante, confuso. 

- E ela está certa? - Zayn questiona. Eu apenas observo tudo. 

- Eu não sei. Digo... Eu me lembro de estar com um anel quando me acordei na casa, então ela pode estar falando a verdade. Não sei o que pensar. 

- E onde estar esse anel? 

- Acho que perdido na floresta. Naquele dia eu estava muito fraco, cair várias e várias vezes. 

[...]

Chego em casa e me tranco no quarto. Não quero falar com ninguém. Me sinto totalmente sozinha e ninguém pode me ajudar. Não consigo lidar friamente com isso. Digo, só tenho 16 anos, não tenho ninguém me dizendo o que fazer.

Quando tiro as mãos do rosto vejo uma caixa branca embrulhada em cima da cama. 

Será que era da Lara? Mas ela mal vinha aqui.

Em cima da caixa tinha um papel branco, um bilhete. Antes de abrir cheiro o pequeno envelope; cigarro. Isso me lembra o momento na casa assombrada, tudo lá cheirava a cigarro. Não era um aroma forte, era suave, agradável. Será que isso era Dele? 

"Fique boa para mim.

Dentro da caixa havia um lindo vestido azul. Parecia ser muito caro. Ótimo, pelo menos eu não perderia tempo escolhendo a roupa. 

[...]

19:30 da noite. Estou pronta me olhando no espelho. Aquele vestido me fazia parecer mais velha, uma mulher decidida e instigante... eu era tudo, menos isso. 

Tinha inventado outra desculpa ao papai, e, felizmente, ele havia acreditado. Levou a Lara para jantar fora. 

Prometi a mim mesma que tentaria colocar minhas emoções de lado hoje à noite, agir com frieza. 

Escuto uma buzina. Murilo. Ele vinha me buscar. Seria só nós dois, o que era outro desafio para mim. 

[...]

- Foi ele que te deu esse vestido, não foi? - Murilo pergunta quando já estou dentro do carro. 

- Como sabe? 

- Porque Ela me deu esse terno também. Preferir usar do que ficar escolhendo roupas para ir a um lugar que eu nem queria ir. - solto um sorriso.

- Pensei o mesmo.

 

( Matthew narrando )

- Camila, sua vó vai acabar nos pegando. Eu ainda sou seu professor. - resmungo mais uma vez. Ela como sempre apenas ignorava e continuava me arrastando para dentro da sua casa. 

- Dá para parar de se preocupar? Eu já falei que ela não está em casa, deixa de ser bobo. 

Ela se vira e me envolve em seus braços, me beijando. E mesmo não achando uma boa ideia não nego, sou fraco, como sempre, quando se trata de Camila.

Sei que entramos no seu quarto, mas não consigo parar de beijá-la. 

- Preciso te mostrar uma coisa. - ela rir, mas não paro. 

- Eu também quero. - digo, a apertando mais contra mim. 

Ela me empurra, achando graça do meu jeito. Ela que fazia isso comigo, droga! 

- Olhe ao redor. - ela pede, um sorriso sapeca brincando na sua boca, como se tivesse aprontado algo e tivesse louca para que eu descobrisse.  

Seu quarto está repleto de fotos de nós dois, algumas minhas sozinho. Fico chocado. 

- Por que fez isso? - pergunto, sem conseguir ficar com a voz firme. 

- Para te dizer que você é o escolhido. - ela me abraça por trás. Meu corpo tem uma descarga elétrica, meu coração se aquece. - Eu te amo, Matt. - ela distribui vários beijos por minhas costas. 

- Está falando sério? - a puxa pelo braço, para que viesse para minha frente.

- Claro, meu amor. - ela envolve meu rosto com suas mãos. - Você estava certo, o Daniel não é o cara certo para mim, ele apenas estava se divertindo comigo. Você é o homem da minha vida. 

Beijo-a, totalmente apaixonado. Minha garota. 

Ela envolve suas pernas nos meu quadril e eu a deito na cama. 

[...]

Digito os números do Zayn rapidamente no meu celular. As mãos trêmulas. 

Estou sentado no chão do banheiro da Camila, com o nariz e olhos sagrando. Mas tudo bem, esse é o preço que tenho que pagar para poder ficar com a garota que eu gosto. 

Mas agora estou preocupado com a Lauren. Ela está ansiosa e com medo. 

- Aonde ela está? - pergunto, a voz saindo alta e trêmula. 

- Foi jantar na casa Dele com o Murilo. Você está bem? - reviro os olhos e bato minha cabeça na parede atrás de mim. 

- Por que você não me disse, droga?! 

- O que adiantaria, Matt? Você não pode fazer nada...

Decido não escutar mais aquilo e jogo o celular longe. 

- Meu amor, calma! - Camila vem para minha frente. - Com quem você estava falando? 

- Eu sou inútil. 

Com muita dificuldade consigo me levantar do chão e vou caçando minhas roupas pelo quarto e vou vestindo-as.

- Aonde você pensa que vai, Matthew? 

 

( Lauren narrando )

Assim que desço do carro percebo o quanto minhas pernas tremem. Minha boca está seca. Não lembro a última vez que fiquei nervosa desse jeito. 

Reconheço o James na porta, e tinha uma mulher ao seu lado. 

- Ainda bem que chegaram. - ela comemora com um sorriso estonteante e os olhos brilhando. Dá um beijo no canto da boca de Murilo e abraça seu braço. Ele está odiando. - Você é uma garota linda, Lauren. - ela me elogia, sorrindo amigavelmente para mim. Não se esqueça que ela está do lado dele, Lauren. - Venham, vamos nos sentar à mesa.

[...]

Nos sentamos na enorme mesa enfeitada. 

As cores das paredes da casa eram escuras, o que a deixava mais assustadora. Haviam alguns quadros também. 

Um garoto estava em pé, parecendo uma pedra, como um guarda ou algo assim.

- Esse é Tomas. Não se preocupe. - Kaley parece ler o meu pensamento. Dou um sorriso agradecida pela explicação. Ela fazia eu me lembrar da minha mãe. 

Escuto uma porta atrás de mim se abrir e um barulho de sapatos batendo no chão surgir. É Ele.

Imediatamente direciono minha visão para o prato vazio na minha frente. Estou nervosa. Sei que se senta, na cadeira principal, na ponta da mesa.

- Olá. - sua voz arranha meus ouvidos. Meus olhos vão viajando até olhar a sua figura. 

Me surpreende. Ele está bastante diferente da fotografia e mais diferente ainda de como eu achava que estaria. 

Não posso negar, é bastante atraente. Mas sua beleza vem carregada com um ar de "Eu sou perigoso, é melhor não se meter comigo". 

- É um prazer finalmente conhecê-la, querida. - ele beija minha mão. A cada movimentação dele eu me assusto. - Johnny Christopher Depp. - ele se apresenta.

- Não fique olhando tanto. Não o deixe mais convencido do que já é. - Kaley diz, me fazendo tirar os olhos dele e ficar totalmente sem graça. Ele apenas dar um risinho. Murilo revira os olhos. 

Mas que droga! Eu só estava curiosa.

- Olha quem temos aqui. - Johnny leva sua atenção à Murilo, que continua com sua cara de tédio. Por que eu simplesmente não consigo ser assim? - Você costumava ser mais comunicativo. 

- John, por favor não comece. - Kaley pede. Não entendo. 

[...]

O jantar seguiu lentamente torturante, pelo menos para mim. Minhas entranhas estavam enroladas. Não senti fome alguma, mas comi da mesma forma. 

Murilo parecia alheio a tudo, como se não estivesse ali, e eu o invejava por isso. Kaley uma vez e outra abraçava seu braço, mas nada que o fizesse ter alguma reação diferente. Ele apenas olhava para ela com cara feia e voltava a comer. 

Aliás, Johnny e Kaley eram os únicos que estavam emitindo sons além das respirações. Eles tinham muitos assuntos para conversar e riam o tempo todo, mas graças ao meu nervosismo eu não conseguia entender nada. 

De vez em quando meus olhos iam até Johnny, o observando timidamente. Ele é realmente bonito. Tem uma beleza quente. Zayn já havia me falado que os demônios costumam ter a aparência bela para atrair os mais fracos. Eles têm o poder de seduzir até a nossa alma. 

E agora aqui nessa mesa, nessa casa, percebo que Zayn estava completamente certo. Os rostos deles tentam te convencer que o errado é o certo. É como se cada um tivesse um toque de perfeição negra; Johnny, Kaley, Murilo... e até Tomas, em pé na porta.

O jantar se encerra e seguimos caminhos diferentes. Murilo para a sala de estar com Kaley e Johnny e eu para o corredor do primeiro andar, parando apenas para que ele colocasse em seu copo um pouco de uísque.

Paramos na frente de uma grande janela. Sabia que a vista daqui de cima era linda! A lua banhando toda a água negra do oceano e a floresta. 

- Deseja fazer alguma pergunta? Aposto que sim. - Johnny finalmente fala alguma coisa, fazendo o meu corpo voltar ao seu estado de alerta. 

O seu hálito de álcool entra no meu nariz e faz minha cabeça girar. Ele tem um cheiro que sei que não vou me esquecer. 

- O que realmente você quer que eu faça? - ele sorrir de lado, sem olhar para mim.

- É simples, meu amor. Apenas siga sua vida normalmente, intocável. Depois de alguns meses iremos nos casar. Eu serei o primeiro homem a te tocar. Aí então você ficará grávida. Isso é tudo que você precisa saber.

Ele simplesmente fala como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo, e talvez para ele até fosse. Apenas solto uma risada, por descrença ou nervosismo.

Mas aí ele continua sério, usufruindo do seu uísque caro e da paisagem a nossa frente, e temo que ele realmente esteja esperando que eu concorde com aquela loucura.

- Ser o primeiro a me tocar? Ficar grávida? Você está louco? Não vou fazer isso! - perco a cabeça. O fato dele não me olhar me deixa mais irritada. 

- Eu não estou te pedindo, querida, você vai fazer e pronto, por bem ou por mal. - ele me olha -  Aproveite que estou sendo legal e seja uma boa garota. Você se importa com muitas pessoas, posso matar todas, se você preferir. 

Ele fala devagar, suas palavras frias, seu olhar escuro. Agora consigo chegar perto do quão mau ele é, e sinto medo. 

Por impulso dou-lhe um tapa na sua cara de assassino. Ele reage rápido e minha agressão parece não fazer nada além de deixá-lo furioso. 

Arremessa o copo de vidro na parede atrás de nós, segura meu pescoço com sua mão e começa a apertar em volta, fazendo o ar começar a me faltar. 

- Escuta bem, vadia. - ele sussurra, com o rosto próximo ao meu, me olhando no fundo dos olhos. Ele causava terror à minha alma. - Eu sou o homem mais poderoso do mundo, tenho tudo o que eu quero, entendeu? Você fará o que tem que fazer e com sorte ficará viva no final... vai depender do meu humor. Se me estressar mais um pouco te espanco na frente do seu pai e da sua irmã, e te levo para longe deles depois. 

Ele finalmente me solta, mas logo o "alívio" passa quando ele mete um tapa forte no meu rosto, me fazendo cair no chão. 

Escuto-o indo embora, me deixando ali sozinha, sentindo dor. 

 

( Murilo narrando )

Kaley me leva para a sala de estar. Abre uma garrafa de vinho e acende a lareira. 

Mas não penso em nada além da Lauren. Temo por ela. Sei o quanto pessoas como eu são sujas. Ela está com a vida totalmente nas mãos daquele assassino perturbado e ninguém está fazendo nada para interferir isso. 

- O que você está pensando, baby? - Kaley pergunta, passando o dedo indicador por minha barba. 

- Vocês sabem que ela só tem 16 anos, certo? - espero que ela entenda de quem estou falando porque não quero explicar. 

- Sim, sabemos. Acredite, sou totalmente contra isso, mas o Johnny sempre esteve muito empenhado em trazer o avô de volta, nada vai impedi-lo. Infelizmente a Lauren foi escolhida para ficar no meio disso. Agora... - ela vira meu rosto na direção dela - vamos se preocupar com nós.

 

( Lauren narrando )

Continuo no chão, com o rosto coberto, chorando. Me sinto suja e me sinto fraca.

- Você está bem? - mãos me tocam e eu recuo rapidamente temendo que pudesse ser Ele. Mas não é. Um par de olhos azuis entram no meu campo de visão embaçado. 

- Quem é você? - é a única coisa que sai da minha boca.

- Sou o Christopher. - ele me ajuda a levantar - Mas quase todo mundo me chama de Christian. 

- Christopher? Igual a ele? São irmãos ou algo assim? - ele sorrir. Ele me leva até um pequeno sofá ali no corredor onde eu me sento. 

- Não, infelizmente. - ele me entrega um copo com água - É apenas uma coincidência, sou apenas mais um dos empregados. - de repente ele já está passando um pano molhado sobre o meu rosto, onde havia machucado. Acho graça daquele excesso de cuidado.

- Você não se parece com eles. 

- Sabe, eu não sou um dos mais durões por aqui, digamos que eu sou o nerd da equipe. - ele confessa, encolhendo os ombros.

- Como veio parar aqui? Você não parece ser mau. - seguro o pano para que ele soltasse. 

- O meu padrasto sempre foi fanático por mitologias, principalmente as dessa cidade. Ele passava horas e horas me falando sobre o temido Sr. Depp. Mas o meu personagem preferido sempre foi o Christopher, de qualquer maneira. Quando descobri que tudo era real fiz de tudo para conseguir entrar pro time. Sabe, eu sei qualquer coisa Dele, eu sou tipo um fã. - seus olhos brilhavam enquanto falava daquele homem nojento que me agrediu. - As pessoas que o respeitam ou que apenas tratam de negócios com Ele o chamam de Depp. Os inimigos ou os que o odeiam, e eu, o chamam de Christopher. Os que o adoram ou que estão do lado dele chamam-o de Johnny. A Kaley o chama de John, e o Sr. Depp o chama de Zeno. 

- Zeno? - finjo não saber de nada, não queria que soubessem que temos uma caixa que pertence a Ele.

- "Aquele que é divino". O Sr. Depp acreditava fielmente que o Christopher era o homem mais bonito do mundo. Adorava ficar dizendo que não era uma obra de Deus e que mesmo assim conseguia ser divino. 

- E ele é? Ele é o homem mais bonito do mundo? 

- Eu sinceramente não sei. - ele dar de ombros - A beleza é relativa. O que é bonito para você pode não ser bonito para mim, sabe? Mas o problema é que todos se deixam levar pela aparência dele.

- Entendi... Christian, por quê você faz parte disso? Você é bom. - olho para ele, mas continua olhando para frente. 

- Eu simplesmente o adoro, Lauren. - ele confessa, parecendo cansado. Deve ser difícil adorar um homem que te dar todos os motivos para não fazê-lo. - Todos dizem que é porque vendi minha alma a ele, mas eu já me sentia assim antes. Eu aguardo o dia em que ele deixará de ser o vilão para se tornar o mocinho. 

[...]

Assim que terminei a água e Christian perguntou pela terceira vez se eu estava bem, fomos para a porta principal, encontrando Murilo e Kaley no caminho. 

- O que aconteceu com o seu rosto? - Murilo pergunta, parecendo horrorizado.

- Ela bateu no Christopher e ele revidou. - Christian responde por mim.

- Você tá ficando louca? - Kaley grita - Eu não acredito que ele fez isso. - e sai andando. 

- Vamos embora, Lauren. Já deu por hoje. - Murilo diz e sai pela porta.

Apenas dou um sorriso fraco ao Christian e vou embora também. 

Murilo está segurando a porta do carro, me esperando entrar. Estranho sua atitude, mas não falo nada. 

Assim que me sento ele tira seu paletó e me cobre.

- Estar frio, e estamos no meio da floresta, então... - ele não consegue se explicar, então apenas bufa, fecha a porta e vai para o seu lugar. - Sabe, Lauren, você me surpreende muito. Outra garota no seu lugar já estaria pirando. Você tá segurando bem a barra para uma garota de 16 anos. 

- Não, eu não estou. - de repente não consigo mais conter, as lágrimas vem com tudo e começo a chorar feito uma criancinha. - Eu só quero fugir. Eu tenho tanto medo dele, Murilo. - admito, e sou puxada para um abraço de lado e desajeitado, mas a essa altura qualquer forma de carinho era tudo para mim. 

[...]

Para minha enorme alegria Matt está na frente da minha casa, e quando o carro para corro para seus braços.

- Eu sinto muito não poder ter feito nada. - ele lamenta. - Tentei ir até lá, mas são muito deles, eu não sou forte o bastante. 

- Eu não quero vê-lo nunca mais, Matt. 

[...]

Olho a mancha roxa no meu rosto pelo espelho do banheiro. A marca Dele. Ainda posso ouvir sua voz nojenta sendo sussurrada perto de mim. Sei que ele é qualquer coisa, menos humano. E só vou prosseguir com isso para proteger meu pai e minha irmã, porque sinceramente eu prefiro morrer do que passar mais um minuto perto daquele homem.

- Tem que parar com esses pensamentos, Lauren. - Matt me alerta quando saio do banheiro. 

Lara está dormindo no quarto do papai, então pedi ao Matt que ficasse aqui comigo um pouco.

- Apenas me deixe com meus pensamentos podres, pelo menos esta noite, tá legal? - me jogo na cama e me cubro. Começo a sentir uma raiva enorme.

- Zayn me disse que teve uma visão sua do futuro, e que você parecia feliz. Talvez isso não seja o fim do mundo, afinal. Agora feche os olhos e me deixe cantar uma canção de ninar. 

 

( Johnny narrando )

Estava no escritório, tomando um pouco de uísque, pensando que já fazia muito tempo que eu tinha levado um tapa na cara, e agora aparece essa garota e faz isso com tanta facilidade. Espero que eu tenha conseguido colocá-la no seu devido lugar.

- Você está ficando louco? - Kaley adentra minha sala desesperada. - Eu te deixo sozinho por uns minutos com a garota e ela me aparece com a cara toda ferrada. Caramba! Acho que você vai acabar matando ela antes do casamento. 

- Pare de exagerar, ok? Ela foi quem começou. Agora me deixa em paz, ou você se esqueceu quem manda aqui? Porque eu adoraria te fazer lembrar. 

- Você só sabe ser mau, é impressionante.


Notas Finais


"Ah, ela pulou a parte do sexo entre o Matthew e a Camila, ela não gosta de detalhar". Não! Vai haver partes de sexo detalhadas, sim! Só não quis começar isso com esse casal.


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