História A Garota Do Lago - A Garota No Lago

Enquanto todos conversavam animados eu comia calado. Eu fiquei feliz em ter sido Cande quem havia cozinhado, eu sabia cozinhar mas não estava nem um pouco afim de mexer com as panelas hoje. Provavelmente se ninguém estivesse ali eu iria comer apenas alguma besteira.

Bred: Jorge? – Me chamou despertando-me de minhas viagens no mundo paralelo

Jorge: O quê? – Pergunto totalmente perdido.

Rugg: Eu estava falando sobre a última loucura que fizemos juntos, lembra? – Ruggero perguntou, sorrindo.

Jorge: E como eu poderia esquecer? – Sorri de leve lembrando dos velhos tempos.

Eu e Ruggero sempre fomos muito unidos, sempre gostamos de fazer coisas loucas porém divertidas. Em uma de nossas ideias quase morremos tentando pular de um prédio para o outro – o que não deu muito certo. Bem, na hora parecia divertido. – Eu me perguntava para onde teria ido aquele Jorge, o Jorge que só queria se divertir e ser feliz, que queria curtir cada momento de sua vida. Eu não era o mesmo Jorge. Dizem que as decepções não matam, mas era totalmente ao contrário, elas matam aos poucos como um veneno que demora a dar seu efeito. Eu sabia que estava formando minha própria ruina. Me deixando levar pela dor e tristeza, pela decepção de ter sido traído pela pessoa que eu menos esperava. Mesmo que eu tente é impossível esquecer a cena de Stephie abraçada a outro homem. Eu pensei ter encontrado o meu "Felizes para sempre" ao lado de Stephie mas estava muito longe disso.

A noite para a minha felicidade passou bem rápido. Logo eu estava na cama.

Triiih Triiih: O despertador tocou acordando-me. Virei na cama e semicerrei os olhos para o relógio que marcava 4h30 da manhã. Franzi a testa, eu não havia colocado para despertar essa hora, eu nem havia colocado para despertar! Passei a mão pelo rosto e desliguei o despertador, girei meu corpo para fora da cama e calcei meus chinelos. Desci as escadas e fui até a cozinha, peguei uma cerveja que Bred havia trazido e abri a porta de casa devagar para não acordar os outros. Me sentei na cadeira que tinha colocado na varanda e relaxei o corpo sentindo o vento frio bater em meu rosto, ainda era bem cedo e o frio ali era terrível mas eu não estava ligando. Bebendo a cerveja eu olhei para o lago. Era bom observar a água, trazia uma boa energia, me dava uma certa calma. Assisti o vento levar a água de um lado para o outro mas algo chamou minha atenção, mais especificamente uma neblina branca que estava se formando ao lado do lago. Cocei os olhos e olhei mais diretamente para aquilo. E ali estava, uma linda garota com a pele clara como a neve, seus cabelos eram perfeitamente loiros. O verde de seus olhos eram mais bonitos do que o verde da água, mas de repente seus cabelos molhados pingaram em seu vestido branco, mas aquilo não era água era… Sangue! Seu olhar encontrou o meu fazendo meu coração disparar. Eu não sabia se sentia medo ou atração. De repente os sussurros voltaram.

Xxx: Me ajude… Lá em cima... Por favor… – aquelas palavras se repetiam na minha cabeça. Era uma voz tão doce, tão frágil. Analisei a garota sem saber o que fazer enquanto ela simplesmente olhava fixamente para mim, sua boca se movimentava em sussurros que pareciam estar dentro da minha cabeça.

Xxx: Jorge? – Alguém me cutucou.