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História A Garota do Ponto de Ônibus - Chapter II


Escrita por: Amurat

Notas do Autor


Demorei, mas já dizia o ditado, antes tarde do que nunca. Fiquem o capítulo novinho saído direto do forno.

Capítulo 2 - Chapter II


─ Você de novo? Ta me seguindo? ─ a garota praticamente cuspiu as palavras, ela não parecia estar nada contente com a presença de Frisk ali.

─ Hmf, como se eu quisesse me encontrar com você de novo. ─ respondeu Frisk com o sarcasmo evidente em sua voz.

─ Os incomodados que se retirem.

─ Olha, eu não quero problemas. Irei ter que usar esse ponto de ônibus todos os dias a partir de hoje, então acho que terá que se acostumar com a minha presença, querendo ou não.

─ Azar o seu. E a resposta é não! Não irei tocar mais baixo, cheguei aqui primeiro. E como eu já havia dito, se isso te incomoda então saia.

─ Sua.... ─ Frisk fechou seus olhos e respirou fundo, decidiu que iria apenas ignorar a jovem da calçada. Ela voltou sua atenção para seu livro, fingindo que não havia ninguém ali além dela, mas a garota continuou a cantar e tocar bem alto, tornando a tarefa de ler o livro praticamente impossível.

Depois de alguns minutos – que para Frisk pareceram uma eternidade – o ônibus finalmente chegou. Frisk comemorou internamente e foi em direção a ele, mas antes de subir no veículo, ela mostrou o dedo do meio para a garota que lhe mostrou a língua em resposta.

─ Até que enfim essa chata foi embora. ─ disse dando um suspiro, logo em seguida voltou a tocar e assim permaneceu até que seu estômago anunciou que já era hora de ir para casa. Ela recolheu do case de seu violão todo o dinheiro que havia ganhado e guardou em seus bolsos, depois guardou seu violão e esperou pacientemente o próximo ônibus, o que não demorou muito.

1 hora de viagem depois, a garota chegou ao seu destino e desceu do ônibus, indo em direção ao local onde morava. O lugar era um apartamento bem pequeno que dividia com outros dois amigos, ao entrar no prédio ela cumprimentou o porteiro e subiu as escadas até o seu andar. Quando chegou a seu apartamento, pegou as chaves de seu bolso e abriu a porta, quando adentrou o lugar, uma panela voou em sua direção, quase a acertando em cheio.

─ Que bela recepção. ─ disse dando um sorriso irônico, indo em direção ao sofá.

─ Foi mal Chara, não era para acertar você e sim aquele rato ali. ─ disse Undyne apontando para a parede. Undyne era uma das pessoas com quem Chara dividia o apartamento, ela era ruiva e seus olhos eram de cores diferentes por conta da heterocromia, sendo o esquerdo castanho e o direito azul.

─ Rato? ─ ela olhou na direção onde sua amiga havia apontado e avistou Sans, que parecia estar mastigando algo. Sans era outro amigo com quem Chara dividia o apartamento, ele tinha a pele morena, seus cabelos eram negros e os olhos eram castanhos escuros.

─ Esse rato se atreveu a tocar na minha comida enquanto eu cozinhava.

─ Não pode me culpar Dyne, eu estava com fome.

─ Quer dizer que a comida ainda não ta pronta? Hoje realmente não é o meu dia de sorte. ─ Chara disse enquanto batia com sua mão na testa.

─ O que houve? Conseguiu pouco dinheiro? ─ disse Sans, se sentando ao lado dela no sofá.

─ Isso também, mas não é só isso. Lembram daquela garota estúpida que derrubou meu violão? Eu encontrei com ela hoje, mas o pior de tudo é que aparentemente ela vai passar a pegar o ônibus no ponto em que toco, ou seja, vou ter que ver ela todos os dias.

─ Você não está exagerando? Se não me engano você disse que ela pediu desculpas, porque apenas não aceita as desculpas dela e acaba com essa briga boba? ─ falou Undyne, se sentando no braço do sofá.

─ Nunca! Ela é uma idiota e derrubou o violão do meu pai. ─ Chara disse enquanto acariciava o case onde estava guardado seu violão.

─ Você não pode simplesmente tocar em outro lugar? ─ Sans sugeriu.

─ Também não, eu cheguei primeiro lá então quem tem que sair é ela. ─ os dois acabaram por desistir de tentarem resolver o problema, pois sabiam como Chara era teimosa.

─ Ei gente, tão sentindo esse cheiro?

─ To sim, parece cheiro de churrasco.

─ Que churrasco o que, nós moramos em um prédio. Isso ai é cheiro de....QUEIMADO! ─ Undyne correu desesperada para a cozinha, enquanto Chara e Sans caíram na gargalhada.

─ Heheheh...parece que o almoço já era. ─ Chara disse em meio às gargalhadas.

 

                                                                                   [...]

 

Depois do almoço, Chara foi para seu quarto e caiu no sono, despertando horas depois com o som de mensagem em seu celular. Ela se espreguiçou e coçou os olhos, depois pegou seu celular e verificou as mensagens.

[16h20min] “hey chara, ta fazendo alguma coisa?"

[16h25min] “oi eli. não to fazendo nada, acabei de acordar.”

[16h27min] “eu te acordei? me desculpa.”

[16h29min] “no problems.”

[16h32min] “eu queria saber se você tem algum plano pra mais tarde.”

[16h34min “nop, não tenho nenhum plano."

[16h36min] “bem, já que você não tem planos, o que acha de sairmos?”

[16h39min] “claro, tudo o que você quiser my lady.”

[16h43min] “onwt, você é muito fofa. então combinado? nos vemos as 6?”

[16h45min] “yep, as 6 no local de sempre.”

[16h47min] “então até mais char.”        

[16h48min] “see ya my lady.”

Chara bloqueou o celular e colocou o aparelho em cima da cama. Ela se levantou e foi em direção a cozinha, ao chegar lá abriu a geladeira e pegou uma lata de refrigerante.

─ Olha só, a bela adormecida resolveu acordar. ─ Chara se virou em direção á pessoa que havia falado e avistou Undyne com as costas apoiadas na porta da cozinha. Ela abriu seu refrigerante e deu um gole, indo na direção de sua amiga.

─ Boa tarde para você também Dyne.

─ Ei, ta afim de fazer uma sessão de filmes de terror hoje a noite?

─ Hoje não da, eu tenho um “encontro”. ─ disse fazendo aspas com as mãos quando falou a palavra encontro.

─ Vai sair com a sua namoradinha? Qual era mesmo o nome dela? Acho que era Elizabeth alguma coisa.

─ Ela não é minha namorada.

─ Qual é. Já é a quarta vez que você sai com ela, porque não assumi de uma vez?

─ São apenas alguns encontros casuais, não temos nada sério. ─ deu o último gole em sua bebida e jogou a lata no cesto de lixo, acertando-o de primeira. ─ Eeeeee é cestaaaaaaa. ─ falou levantando os braços para cima em comemoração, a cena fez Undyne dar uma risadinha.

─ Bem, se você diz. ─ as duas saíram da cozinha e seguiram para a sala, em seguida se sentaram no sofá.

─ Ei, porque não faz a sessão de filmes com o Sans?

─ Ta me zoando? Você sabe que ele sempre dorme depois dos primeiros 5 minutos de filme. ─ Chara riu ao se lembrar da cena de seu amigo roncando enquanto Undyne o sacudia na tentativa de acordá-lo.

─ Ah, esqueci de te perguntar, como vai o processo de arrumar um novo emprego?

─ Eu deixei copias do meu currículo em alguns restaurantes, mas ainda não fui chamada em nenhum.

─ Boa sorte com isso Dyne.

─ Obrigada. Tudo isso é culpa daquele babaca do meu antigo chefe, como eu queria dar uma boa surra nele.

─ Olha, talvez você não devesse ter dado um soco no rosto daquele cara.

─ Porque não? Ele praticamente chamou minha comida de lixo, não fiz nada de errado. ─ ela bufou cruzando os braços, Chara riu novamente e Undyne a acertou com um travesseiro, ela por sua vez pegou outro travesseiro e acertou Undyne de volta. Quando se deram conta, as duas estavam no meio de uma guerra de travesseiros.

─ Gente cheg....O QUE DIABOS ACONTECEU AQUI? ─ Sans estava parado na porta com os olhos arregalados, Undyne e Chara estavam no chão rindo com dois travesseiros vazios e a sala estava toda coberta de plumas.

─ Não ta vendo que estamos construindo um ônibus espacial? ─ disse Undyne com ironia enquanto se levantava. ─ Bem, vamos arrumar isso que já está quase na hora de preparar o jantar. Sans, é a sua vez de cozinhar.

─ O que? Eu já fiz o jantar ontem, é a vez da Chara.

─ Eu tenho um compromisso hoje á noite, então a cozinha é toda sua. ─ Chara respondeu enquanto se levantava. Sans apenas a olhou indignado, mas logo se deu por vencido.

─ Ok ok, mas só porque você teve um dia ruim. ─ ela foi até o amigo e lhe deu tapinhas nas costas, então olhou para o relógio e viu que já eram 17h10min.

─ Eu adoraria ajudar a arrumar toda essa bagunça, mas tenho que me arrumar, até mais gente. ─ Chara se dirigiu até o banheiro, onde tomou um rápido banho, em seguida foi para seu quarto. Vestiu uma blusa branca, shorts pretos e um casaco de capuz verde, nos pés calçou sandálias que eram da cor branca. Quando terminou de se vestir, ela penteou seus cabelos marrons e passou um batom bege nos lábios.

Depois de terminar de se arrumar, Chara se encarou no espelho por alguns segundos, pegou seu celular e saiu de seu quarto. Se despediu de seus amigos e saiu do apartamento. Chegando á rua, ela caminhou até o seu destino, que era uma praça que ficava nas proximidades de seu prédio.

Quando chegou ao lugar do encontro, Chara verificou seu celular que marcava 18h00min em ponto, ela havia chegado na hora. Resolveu andar pelo local para encontrar com Elizabeth, mas quando ia dar o primeiro passo, duas mãos taparam seus olhos.

─ Adivinha quem é.

─ Hm, papai noel? ─ a pessoa deu uma risadinha e tirou as mãos de seus olhos.

─ Errou.

─ Que pena, talvez na próxima? ─ Chara deu um sorriso. ─ Uou, você está incrível Eli, to me sentindo culpada por não ter vindo com uma roupa melhor. ─ Elizabeth estava usando um vestido branco que ia até os joelhos, nos pés tinha sapatilhas que combinavam com a cor de seus cabelos negros, que estavam soltos e voavam com o vento.

─ Mas você está uma graça. Bem, o que quer fazer primeiro? ─ disse enquanto entrelaçava seu braço no de Chara.

─ A gente pode ficar um pouco aqui de bobeira, sabe, para relaxar.

─ Por mim tudo bem. ─ Elizabeth sorriu e elas caminharam em direção aos bancos. Chara parou de andar abruptamente, o que fez com que Eli a encarasse confusa.

─ Aconteceu alguma coisa?

─ N-nada. É que eu acabei de me lembrar que estou morrendo de fome, vamos para uma lanchonete? ─ a outra assentiu e Chara andou rapidamente para fora da praça enquanto puxava Elizabeth pelo braço. O motivo para tal atitude? Ela havia acabado de ver que a garota do ponto de ônibus estava ali naquele local.


Notas Finais


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