História A garota Ideal - Park Jimin - Está sozinha?

— Por que está falando isso como se fosse um diálogo normal? — indaguei envergonhada.

— Talvez porque eu já conversei até sobre menstruação com você — falou como se fosse óbvio.

— Jimin! — joguei um travesseiro no maior que o segurou.

— Por favor! — disse pulando em cima de mim de forma que ficássemos deitados.

— Não! E sai de cima! — tentei empurrar o maior.

— Só se você vestir, caso contrário não irei sair.

— Então fique aí! — cruzei os braços.

— Mas se eu ficar aqui... — fez suspense — Irei tirar sua roupa aos poucos.

— Não! — me debati debaixo dele — Depois do banho — falei em tom baixo.

— Certo, depois do banho — levantou sorridente.

Sai do quarto caminhando até a cozinha onde estava Seulgi, mas não adentrei o cômodo porque ela não estava sozinha. Talvez fosse esse o motivo de estar fazendo bolo e também estar tão contente. Ela estava abraçada ao médico mais recomendado da cidade, Kim Seokjin.

Olhei para trás vendo Jimin caminhando em minha direção, corri até ele tapando sua boca o que o deixou confuso.

— Shh, não faça barulho. Vamos voltar para o quarto.

— Por quê? Decidiu que vai vestir a lingerie?

— Jimin! — falei alto.

Certo, eu não deveria ter feito isso. Certo medo percorreu-me a espinha, não tardou para que Seulgi aparecesse atrás de mim.

— Vamos comer um bolo acompanhado de nossa visita, queridos? — falou ela, suas bochechas estavam visivelmente coradas.

— Visita? — perguntou Jimin que olhava estranhamente para a mãe.

Ela guiou-nos até a cozinha, deixando Jimin surpreso assim como eu estava a mais tempo. Ele e Seokjin se encararam por um tempo até que puxei Jimin pelo braço para nos sentarmos.

— Permitam-me me apresentar — pronunciou Seokjin — Sou Kim Seokjin, amigo da Sra. Park, mas fiquem a vontade para me chamar somente de Jin.

— Sou Park Jimin, filho de sua amiga — olhou-me — e está é minha namorada Kosaki Mei.

— É um prazer conhece-los — sorriu gentil — bem, seu nome é japonês?

— Sim, meus pais vieram do Japão, mas eu nasci aqui — respondi.

Ficamos em silêncio enquanto comíamos. Jimin não parava por um segundo sequer de encarar o mais velho, o que seria previsto já que ele sabe muito bem que o relacionamento dos pais anda frágil.

O Sr. Park sempre foi um homem muito ocupado com viagens de negócio, ele sempre deu total atenção para Jimin quando podia, mas Seulgi passou a não suportar mais ficar sozinha. Foi aí que surgiram os conflitos na família, acredito que esse é o motivo de Jimin ser tão frágil aos sentimentos. Ele gosta muito do pai, mas sua mãe vem a um tempo tentando faze-lo perder esse afeto.

— Jimin, vamos subir? — quebrei o silêncio.

— Não, não podemos fazer desfeita com Jin, essa é a primeira vez que ele vem aqui — respondeu sem tirar os olhos de Seokjin.

— Não se preocupe com isso, eu ficarei bem — Seokjin falou sorrindo.

— Ficara bem longe de minha mãe, isso sim! — se alterou.

— Jimin, não farei o que prometi se não subir agora comigo — pedinchei.

— Que se dane!

As palavras do mais velho me magoaram profundamente, tanto que sai correndo de sua casa em direção a minha. E o pior, se meu pai descobrir que Jimin me magoou ele estará acabado, por esse motivo tenho que chegar calma em casa.

Respirava fundo em frente a porta de casa, Jimin nem sequer veio atrás de mim. Eu queria apenas chorar, mas precisava entrar alegre para que meus pais não desconfiassem de nada. Girei a maçaneta e empurrei a porta, todos os cômodos pareciam desertos. Talvez meus pais foram descansar mais cedo, pois passam somente alguns minutos das sete horas.

Subi às escadas indo para meu quarto, as lágrimas rolavam lentamente por meu rosto. Sinto meu celular vibrar no bolso de minha calça, era Jungkook.

— Oi — falei em tom baixo adentrando meu quarto e fechando a porta.

— Oi, está tudo bem? É que sabe, eu vi você passar correndo do outro lado da rua quando sai da loja de conveniência.

— Está sim, só estava... — parei por segundos em busca de uma desculpa — com pressa.

— Tem certeza? Você sabe que pode confiar em mim, e também, a sua voz fraca está lhe entregando.

— Jungkook, não há com o que se preocupar.

— Eu também vi você no parque com Jimin. — parecia estar forçando as palavras — Estão namorando?

— Sim. — falei em um tom quase inaudível.

— Por que sua voz me diz que não está contente com isso?

— Eu... Eu não sei.

— Posso lhe visitar? Ou seu namorado irá ficar zangado?

— Pode vir sim, Jimin deve estar em casa brigando com a mãe.

— Brigando com a mãe? Enfim, daqui a pouco conversamos, certo princesa?

— Certo, até logo.

Larguei o celular sobre a cômoda e fui ao banheiro lavar meu rosto molhado por algumas lágrimas. Segui até a sala e abri a porta de saída, assim Jungkook não tocaria a campainha para fazer barulho aos meus pais que devem estar dormindo.

Sentei no sofá e liguei a televisão, logo senti duas mãos taparem meus olhos e uma respiração aproximar-se de meu ouvido.

— Oi — sussurrou Jungkook.

— Oi — peguei suas mãos as tirando de meu rosto.

— Está sozinha?