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História A garota que não contava - De médico a piratas


Escrita por: JaneDi

Notas do Autor


Só para contextualiza um pouco, gostaria de apontar que a história se passar a partir do início da década de noventa.

Capítulo 2 - De médico a piratas


Fanfic / Fanfiction A garota que não contava - De médico a piratas

Era revoltante a forma que a menina da casa ao lado colou nele.

Por mais que Sherlock explicasse e explicasse (sério, ele estava pensando em fazer uma apresentação em PowerPoint para enfatizar o ponto) que ele não queria ser amigo dela, Molly não entendia.

Sim, esse era o nome da criatura abominável de olhos cor de chocolate, sardas, ainda com dentes de leite e cabelos castanhos que estava determinada a acabar com a paz de Sherlock.

Para seu horror eles estudavam no mesmo colégio. E ela insistia em o acompanhar indo e vindo de casa, sua bolsa cor de rosa trotando atrás daquele rabo de cavalo mal feito. Ele passou a acordar mais cedo (o que não era do seu feitio) para que não a encontrasse. Bom, ela também acordava bem cedo.

Ele também tentou andar mais rápido. Sua altura superior e pernas mais longas faria algum efeito em manter distância dela.

Mas a nanica tinha uma bicicleta. Era velha. Tinha uma cestinha de palha na frente. E era cor de rosa com amarelo.

“Se você quiser, posso te dar uma carona nela” ela disse sorrindo certa vez.

Sherlock piscou pasmo. Foram exatos três segundos para ele reagir. “eu não preciso de carona!” Respondeu com raiva, os punhos magrelos serrados ao corpo.

Molly pareceu compreender de uma forma totalmente errada e lhe deu um sorriso cúmplice, “era só que parece que você sempre está com tanta pressa, mas tudo bem, quando quiser carona é só dizer” e ela  deu umas batidinhas no bagageiro para dá ênfase.

Ele soltou o ar dos pulmões, deu a volta e seguiu para casa. Mais uma vez, aquela garota era terrível.

E na proporção que Sherlock abominava o jeito alegre, fofo e animado da menina, seus pais a adoravam.

Primeiro por que a senhora Holmes, com dois filhos (um tanto peculiares), sempre sonhou em uma filha para si mesma para compartilhar coisas bobas como vestidos, frufrus, laços e bonecas. A mulher mais velha podia ser uma renomada pesquisadora em matemática aplicada e ter sido culpada dos seus genes a forma com que Mycroft e Sherlock aprenderam a gostar de ciências desde cedo. Mas ela se viu apaixonada pela menininha da casa ao lado.

“oh, então você ajuda seu pai a cuidar dos jardins?” a sra. Holmes disse naquela voz melodiosa que era usada apenas quando seus meninos estavam doentes e exigiam todo cuidado e carinho que apenas a maternidade podia proporcionar (mas era segredo, nenhum dos seus filhos admitiam que sua mãe passar vick vaporub, enquanto cantarolava uma musiquinha de ninar, era a melhor coisa de pegar um resfriado).

Molly acenou positivamente. Ela e seu pai tinham ido visitar os novos vizinhos e tinham sido os primeiros de uma série que se seguiu, um após o outro, de boas-vindas a família Holmes. Sherlock tinha sido ameaçado (“ou você descer e se comporte como uma criança educada ou eu retiro os seus livros por uma semana! ~~~a partir da sua mãe/ “filho, pelo amor de Deus, é apenas sentar no sofá e acenar nos momentos certos, se não sua mãe não vai nos deixar em paz”~~~a partir do seu pai), a comparecer a cada vez que que a campainha tocava.

“Minha menina sempre me ajuda, mas ela vai ser uma médica quando crescer! ” O homem, pai de Molly, disse com orgulho e depois de todos os “oh”, e “ah, que lindo” dos adultos, ela sorriu com prazer com a atenção recebida.

Que bobo! Sherlock pensou do seu canto distante, os braços cruzados em um claro protesto de toda aquela pataquada.

“Isso é muito bom! ” Sra. Holmes disse com prazer “considerando que o nosso menininho vive dizendo que quer ser um pirata! ”

Sherlock sentiu o rosto arder quando todos explodiram em gargalhadas.

Sua mãe tinha revelado isso! Claro que ele não queria ser ‘realmente’ um pirata. Céus, ele tinha nove anos. Sherlock sabia por todos os meios que piratas não mais existiam (ele havia sondado Mycroft a respeito), e só por quer ele gostava de histórias das incríveis e fantásticas aventuras de Capitão Gancho, Barba Negra, Ching Shih e claro, o Black Bart, não queria dizer que ele queria ser um pirata! Sua mãe vivia para o envergonhar!

“Isso parece ser um ótimo futuro rapaz” O pai de Molly quis ajudar após perceber as orelhas vermelhas de Sherlock, “os piratas são os melhores! ”

Sherlock deu de ombros para a piedade do homem, um gesto perigoso, já que ele era bem mais velho e sua mãe sempre dizia para ter todo o respeito do mundo com os mais idosos. O que era curioso, pois quando viu a menina de mãos dadas com o homem, a princípio imaginou que fosse seu avô. Mas não, era o pai dela.

Do pouco que viu, percebeu que se falasse ou perguntasse sobre uma possível “mamãe” de Molly, ele receberia um puxão de orelhas da sra. Holmes. Assim, como sua família apontava as vezes, era um assunto delicado. Então ficou calado, mas ele viu o que viu: Enquanto sua própria família tinha sua mãe, seu pai, seu irmão mais velho, Molly só morava ela e o pai, que era jardineiro e cuidava da maioria dos jardins da vizinhança, e claro, sua mãe logo o contratou para que cuidasse dos de sua casa.

Ele não sabia o porquê, sra. Holmes não era uma mulher que se importava muito com isso (eles tinham vivido em Londres afinal de contas), mas assim que eles foram embora, sua mãe comentou que era preciso ajudar aqueles que são mais necessitados. De qualquer forma, ele não deu dois pensamentos, a menininha e o seu pai (que ganhou alguns pontos por gostar de piratas) não era problema seu.

Bom, até as aulas começarem e Molly insistir em o acompanhar de casa para a escola e ainda querer brincar com ele!

Sherlock não brincava mais, ele tinha nove anos!

“Sherlock!” ela disse uma tarde, gritando por seu nome enquanto segurava um pedaço triangular de papel, “olha só o que eu fiz! Um chapéu de pirata, vamos fingir que somos navegadores!”

Sherlock olhou para o objeto com pura aflição “essa coisa não pode ser um chapéu de pirata! ” ele cuspiu indignado. Tudo estava fora da proporção correta e sem nenhuma realidade, era apenas papel dobrado “se for para fazer um chapéu real, que seja pelo menos parecido” disse pegando a folha e fazendo os cortes necessários para que se transformasse em algo mais original.

Molly ficou ali quicando do lado como se Sherlock estivesse mesmo brincando com ela, nada mais errado! Qual era o problema dessa menina?


Notas Finais


Quero lembrar que minha história começa com Sherlock sendo criança, e toda a coisa de "observação e dedução" ainda não é inteiramente a sua área, daí a forma com que conclui que perguntar sobre a mãe de Molly ser um assunto delicado. Espero que tenho ficado claro :D


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