1. Spirit Fanfics >
  2. A garota que não contava >
  3. Três contra um

História A garota que não contava - Três contra um


Escrita por: JaneDi

Notas do Autor


Depois de dois anos, vemos um desenvolvido sadio, maduro e natural de Sherlock.

Capítulo 3 - Três contra um


Fanfic / Fanfiction A garota que não contava - Três contra um

As aulas de química foram a única coisa que ele realmente gostava nessa escola. Ou era, até o professor resolver fazer as avaliações desse semestre em duplas. Qual era o problema das pessoas em fazer suas coisas sozinhas?

Como era o esperado, todos em sua classe se esquivaram dele.

Dois anos já haviam se passado desde que Sherlock tinha se mudado e ido para aquela escola, mas, ainda assim, não era de conhecimento alheio que o menino era péssimo para si ter como dupla, como aluno, ou como qualquer coisa na verdade. Assim, para o professor da referida classe, foi difícil tomar a decisão de quem iria trabalhar (alguns poderiam dizer “azar”) com o pequeno gênio em formação.

“Certo, então temos Laura Sanders com Arthur Dent”; O professor começou a anunciar os parceiros.

“Phillipe Macnner com Levi Prince”.

“E John Watson... com Sherlock Holmes” suspiros de alívio foram ouvidos do restante das crianças da turma enquanto o professor apontava entre o rapaz novato e ele.

O menino em questão tinha sido transferido de alguma outra escola e realmente não sabia o que o esperava de ser colocado lado a lado com a figura magrela de um garoto moreno e um tanto pálido. Primeiro, era que ele era bastante inteligente e, apesar do falar mordaz, ele realmente fez todo o trabalho de química (alegando que ele não saberia e bem, se sua dupla insistia nesse fato quem era John para discordar?). Segundo, era que ele não era muito querido pelas outras crianças e isso ele até que podia entender, afinal, passando uma semana com o garoto ele foi mais do que sabedor do que Sherlock falava não era bom.

Mas isso não era motivo para valentões quererem o enfrentar. E droga, eles eram mais velhos e em maior número. E três contra um era tremendamente injusto.

Como de fato, Sherlock descobriu que não precisava de ajuda alguma quando se tratava de química, mas com o rapaz loiro ele acabou descobrindo algo a mais.

Como alguém que nunca tinha amigos e também não acreditava em seu significado, não foi sem surpresa que viu quando o garoto loiro se colocou entre ele e o grupo de veteranos da escola.

“Parem de ataca-lo!” ele gritou com uma bravura que tinha passado despercebido por Sherlock.

Que seja, foi idiota e inútil do mesmo jeito quando os socos e pontapés atingiram os dois. Sherlock fez questão de apontar isso quando ambos estavam na enfermaria para avaliar os machucados.

“sério, que tal um “de nada”? Ele disse e Sherlock podia sentir um ligeiro tom de sarcasmo na sua voz.

Mas o que estava feito estava feito e agora os dois encaravam a ira de uma diretora bastante dura.

“Senhor Holmes, essa é a quarta vez em que se mete nesse tipo de confusão! ” A mulher mais velha disse em pé, as mãos na cintura “eu realmente tenho que admitir que não consigo entender como um aluno tão brilhante pode ser ao mesmo tempo tão determinado em ter seu currículo manchado por todas essas detenções”

“Gostaria de apontar, sra. Bennet que as duas coisas não estão interligadas! E se for esse o pensamento desta instituição de ensino, não me admira que a escola não reconheça os melhores alunos! E por uma questão de fato, eu não me meto nesse tipo de confusão. Não tenho culpa se a escola acha que detenção alguma irá fazer um trabalho de correção quando eu tenho plena certeza que não fiz nada de errado. ”

Algumas pessoas diriam que Sherlock não tem filtros entre o cérebro e a boca.

Mas a diretora apenas ficou mais vermelha de raiva, “e você senhor John Watson! O que seu pai irá me dizer quando for informado que no seu primeiro dia de aula, o senhor entrou em uma briga e ainda ganhou uma detenção?!”

“Sinto muito sra. Bennet” ele disse envergonhado, olhando para os próprios pés.

“bom, que pensassem nisso antes! Então os dois estão de castigo por duas semanas após as aulas” ela disse a sentença e então saiu pisando firme.

 

“meu pai vai me matar” o menino falou como para si mesmo. Sherlock não tinha nada a dizer sobre isso, considerando que pelo jeito que o rapaz andava, o corte de cabelo e sua transferência repentina no meio do calendário escolar, só poderia imaginar que seu pai era um militar ou algo parecido.

“então porque você teve que brigar?” Perguntou ao invés. Realmente, depois de dois anos naquela escola no fim do mundo, Sherlock estava crescendo acostumado com os valentões idiotas.

O menino o olhou como se ele tivesse duas cabeças, “há um conceito que três contra um é injusto, eu só tentei ajudar seu idiota” respondeu com raiva.

Bem, mais uma vez, foi uma atitude inútil. Mas ele não repetiu para o garoto, afinal ele não tinha nada a ver com a história e ainda assim o quis defender, mesmo mal o conhecendo já que esse era o seu primeiro dia de aula.

“oh meu deus, Sherlock!” seus pensamentos foram cortados por uma voz aguda e estridente.

Para seu imenso pesar era Molly Hooper. Ele fechou os olhos e soltou a respiração em seu exercício mental.

Ela parou abruptamente quando viu os dois meninos machucados. Colocou as mãos sobre a boca e recuou um passo com seus olhos começando a brilhar com gotículas de lágrimas.

Sherlock bufou em desgosto, céus, ele não tinha sorte mesmo. A garota então se recompos e funga antes de falar “vo-você está bem?” perguntou numa voz pequenina e claramente assustada.

“por que eu estaria mal? Não aconteceu nada demais” ele se defendeu da sua reação exagerada. Claro,  o punho que voou em seu olho esquerdo em algum momento iria se transformar em uma mancha roxa. Mas não que essa fosse a primeira vez. Pensando nisso, sua mãe iria mata-lo mais tarde.

Molly então subitamente vira-se para John, como se só agora tivesse notado sua presença ali.

“e você é o....?” ela perguntou para ele.

“John... John Watson” ele respondeu ainda meio surpreso com a aparição dessa menina chorona.

“John, eu- eu ouvi que você salvou Sherlock de uma surra feia mais cedo” ela disse quase com reverencia.

“eh...acho que sim....” ele hesitou ao se ver fitado pelos grandes olhos castanhos e marejados de Molly.

“só para deixar claro, ninguém me salvou, ele apenas...” Sherlock tentou interromper a cena ridícula que estava se formando diante dele, mas parecia que ele tinha se tornado invisível.

“eu só quero agradecer John.... muito obrigado!” Ela disse segurando as mãos dele em frente de si “obrigada mesmo! ” Articulou enfaticamente.

John apenas a encarou meio assustado.

“e saiba, quem é amigo de Sherlock é meu amigo também” ela completou de maneira séria.

Ah Deus, aquilo era demais para ele. Sherlock pegou o outro saco de gelo que tinha e se virou em direção a parede, estabelecendo-se deitado e colocando o objeto frio em seu olho que ainda doía.

“oh, vocês querem descansar! Claro, claro vou deixá-los, mas qualquer coisa é só chamar! ”  Ela disse e saiu correndo da sala.

John ficou ali ainda um momento contemplando aquela menina. Curioso, foi seu primeiro pensamento, uma semana com Sherlock e ele não imaginava que ele tinha amigos, ou pelo menos, uma amiga.

Ele balançou a cabeça e decidiu pensar numa boa desculpa para falar com seu pai mais tarde.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...