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História A Garota Que Ninguém Reparou - He saved me again.


Escrita por: agirlwithscars

Notas do Autor


Boa tarde, lindezas!
Eu sei que eu havia dito que iria postar as quartas-feiras, mas sábado se tornou um dia melhor pra mim, então irei postar sábado agora.
Vou tentar desenrolar o máximo da história a partir desse capítulo então se preparem que os próximos capítulos virão recheadinhos de flashbacks!
Espero que gostem desse capítulo que demorou muuuuuuuito para ser terminado. E tenho uma surpresinha pra vocês que acho que já repararam.
Beijos,
~agirlwithscars.

Capítulo 8 - He saved me again.


Fanfic / Fanfiction A Garota Que Ninguém Reparou - He saved me again.

A rua está escura e uma brisa gelada atravessa meu corpo. Esfrego as mãos nos braços na tentativa de me esquentar. Um grupo de pessoas estão bem em frente a saída da boate fumando, bebendo e rindo de alguma coisa da qual não faço ideia. O garoto da ponta – esguio, de pele parda e cabelos escuros. – aproxima-se de mim, enquanto traga o cigarro.

- Quer um, boneca? – quando fala, uma nuvem de fumaça cinza sai de sua boca, fazendo-me tossir.

- Eu não fumo. – digo, batendo minha mão no ar.

- Uma vez não mata, doçura.

Ouvir aquele garoto chamar-me de doçura igual Christopher havia feito comigo antes de me espancar até uma quase morte fez a bile subir até minha garganta. Empurrei os ombros do garoto para trás, fazendo-o desequilibrar em seus calcanhares e quando virei-me para sair de lá o mais rápido possível, o salto do meu sapato quebrou, fazendo-me cair de joelhos no chão. Larguei o sapato preso no chão, levantei-me e continuei a andar mancando. Lágrimas começaram a brotar do canto dos meus olhos enquanto direcionava-me até a esquina. Que falta os braços de Daniel fazem. – pensei.

Algo grande e duro acertou meu braço, fazendo meu ombro esquerdo bater contra a parede de um beco próximo à esquina. Virei-me em direção ao que poderia ter me acertado e deparei-me com um homem que aparentava ter a mesma idade de Christopher – 40 e poucos anos – com o cabelo já grisalho, um pouco mais gordo que a maioria dos homens dessa idade e... usava um óculos? Ele estava usando óculos em uma rua que mal possuía iluminação.

- Qual o seu problema? – murmurei, usando a parede de apoio para me levantar.

Ele não respondeu, apenas apertou meu pulso e puxou-me para cima.

- Me larga! – gritei. – Me larga!

Ele empurrou-me contra a parede do beco e abriu um sorriso lascivo. Qual era a desse idiota?

- Me solta! Agora!

 Ele aproximou-se ainda mais de mim, prensando seu corpo contra o meu. Colocou sua mão em minha boca, impedindo-me de falar e começou a subir o meu vestido pela minha coxa.

Fiquei imóvel por alguns instantes, sem nem ao menos conseguir respirar. Fechei os olhos e comecei a chorar. Talvez eu estivesse alucinando pela enorme quantidade de álcool.

- Larga ela. Agora. – uma voz masculina familiar falou.

O homem soltou-se de mim lentamente e virou a cabeça para o lado. Por cima de seu ombro pude ver a figura perfeita e totalmente máscula de Jesse. Ele estava usando um jeans surrado e uma camiseta branca, que mais pareciam uma segunda pele em seu abdômen. O homem gargalhou – uma risada pesada, na qual pude perceber que seu peito subia e descia no mesmo ritmo – e colocou sua mão grande e pesada em meu pescoço, dando leves apertões.

- Eu e minha namorada estamos apenas dando uns amassos. Você pode ir agora, moleque.

Jesse passou a mão pelo cabelo, deixando-os cair em uma maravilhosa cascata dourada sobre os olhos. – ele parecia irritado.

- Eu mandei você soltar ela! – ele gritou, fazendo-me estremecer por seu tom de voz.

O homem apertou um pouco mais minha garganta, o que fez-me engasgar. Comecei a arranhar sua mão em minha garganta com as minhas mãos livres mas ele nem se mexia, parecia ser imune a tudo aquilo.

- E eu mandei você ir, moleque. – ele sussurrou. Um sussurro que causou arrepios em minha espinha.

Jesse aproximou-se lentamente, jogou o corpo para trás e o voltou para frente com um gancho de direita bem no queixo do homem nojento que segurava minha garganta. Ele imediatamente caiu no chão, fazendo um barulho oco. Respirei fundo e comecei a soluçar. Minhas costas começaram a escorregar pela parede, meus joelhos tremeram e caí no chão.

- Ames... – Jesse aproximou-se, tocando meu ombro.

- Sai! – gritei.

Seus olhos arregalaram-se e ele afastou-se. Limpei minhas lágrimas com as costas da minha mão e lentamente fui levantando-me, segurando na parede para ter melhor estabilidade, e sem tirar os olhos do brutamonte caído em minha frente. Assim que levantei-me, puxei a barra do vestido para baixo, respirei fundo e comecei a andar. Jesse segurou em meu cotovelo e sussurrou em meu ouvido:

- Deixe-me levá-la para casa.

- Eu falei... – minha voz saiu trêmula. – Sai.

Ele puxou meu cotovelo com força, fazendo-me encarar aquele lindo par de olhos azuis.

- Eu vou levá-la para casa.

- Não. – murmurei.

- Eu não perguntei! – ele gritou.

Ele puxou-me pelos joelhos e jogou-me sobre seus ombros. Porque ele sempre tem que me tratar como uma criança de 5 anos? Odeio isso! – pensei.

- Me larga, seu idiota! Já é a segunda vez seguida.

Ele começou a andar para o lado oposto ao que eu havia seguido.

- Porque você não me obedece.

Uma profunda gargalhada nasceu do fundo da minha garganta.

- Eu? Obedecer você?

- Um dia você vai aprender. – sua voz saiu fria, séria e muito autoritária.

Jesse parou de andar quando chegou próximo a um Mitsubishi ASX branco. Ele abriu a porta com uma mão, enquanto a outra estava presa na minha canela. Ele escorregou-me para dentro do carro, puxou o cinto com certa violência e o fechou bruscamente.

- Eu sei prender o cinto. – resmunguei.

Ele levantou o rosto, encarou-me e não respondeu nada, nem ao menos gritou comigo. Estranho.

Ele apertou um botão na parte interna da porta que automaticamente trancou apenas a minha porta.

- O que você está fazendo? – perguntei.

Ele bateu a porta com força e deu a volta no carro, sentando no banco do motorista.

- Jesse! – gritei.

Ele colocou a chave na ignição e o carro começou a movimentar-se.

- E você? Não vai colocar o cinto? – provoquei.

Ele continuou encarando a rua. Escutava-se apenas nossas respirações intercaladas dentro do carro.

- Ótimo! – disse, erguendo minhas mãos para cima, em sinal de rendição. – Desisto.

**

A casa de Jesse estava a mesma, vazia e fria por dentro. Ele jogou a chave no sofá, encheu um copo com água e pegou um comprimido branco em uma gaveta. Voltou-se a mim e esticou a mão com o comprimido em minha direção.

- Tome.

Bufei e peguei o comprimido de sua mão, joguei em minha boca e tomei um grande gole da água.

- O que é isso? – perguntei.

- Aspirina. Você irá me agradecer amanhã.

- Duvido. – resmunguei.

Ele pegou meu cotovelo – mais uma vez – e puxou-me em direção ao seu quarto, no fim do corredor da cozinha.

- Se você continuar fazendo isso... – esbravejei. – Eu vou começar a gritar!

Ele empurrou a porta com o pé e puxou-me para dentro. O quarto de Jesse era diferente do que eu imaginava, parecia até um quarto de criança. As paredes estavam pintadas em um tom de azul bebê, cortinas de seda branca balançavam pela leve brisa que vinha da janela, uma grande cama de casal com lençóis brancos e finos ficava no canto do quarto. Uma escrivaninha de mogno estava grudada na parede bem abaixo da janela, com uma cadeira preta com rodinhas ao lado. Na parede oposta a cama havia inúmeros porta-retratos dele com pessoas que eu não reconhecia: garotas bonitas e altas, homens com ternos e engravatados e umas até dele sozinho.

Ele empurrou-me delicadamente para sentar-me na cama. Abriu uma das gavetas da escrivaninha, retirando uma caixinha pequena e rosa com tecidos brancos, macios e cheirosos de dentro. Passou o suave paninho no meu rosto com uma delicadeza notável, fazendo toda a minha maquiagem ser sugada pelo pano.

- Assim está melhor. – ele sussurrou, colocando o paninho em cima de sua escrivaninha.

Ele retirou meu sapato – o único que eu tinha – e sorriu ao perceber que eu havia perdido o outro, um sorriso que fez-me sorrir também.

Ele sentou-se na cama atrás de mim e tocou o zíper do meu vestido.

- Posso? – sussurrou em meu ouvido.

- Pode.

Ele desceu o zíper calma e lentamente, fazendo-me ter arrepios constantes aonde seus dedos tocavam. Deslizou as mangas do vestido sobre meus ombros, fazendo-o cair no chão. Ótimo, eu estava quase nua. Ele levantou-se da cama, abriu o armário e começou a vasculhar, tirou uma camiseta de flanela em diversos tons de azul xadrez e a entregou para mim. Vesti a camisa e fechei os botões, deixando os três primeiros abertos. Ele acariciou a minha bochecha com o polegar e encarou-me.

- Boa noite. – disse, e beijou-me na testa.

- Jesse... – sussurrei.

Segurei seu pulso e levantei-me, acariciei suas bochechas e depositei um rápido beijo em seus lábios.

- Obrigada.

Ele assentiu e saiu do quarto, deixando-me sozinha naquele lugar desconhecido. Era estranho, apesar de estar lá pela segunda vez em menos de um mês. Passei a mão sobre o lençol brilhante de seda, e logo veio-me uma lembrança.

Eu tinha 7 anos e estava brincando de boneca no chão do quarto de minha mãe, quando ela chamou-me na cozinha:

- Ames! Desça aqui!

Rapidamente joguei minhas bonecas no chão e corri descalça pela escada, segurando-me no corrimão para não cair.

- O que foi, mamãe? – perguntei, correndo em direção ao balcão da cozinha.

Ela apontou para o sofá do outro lado da sala, onde havia um pontinho castanho encostado no braço do sofá. O que era aquilo?

- Tem alguém aqui que quero que conheça.

Ela tomou-me pela mão e fez-me caminhar em direção ao sofá. Um menino – que parecia ter a minha idade – de cabelos castanhos compridos e olhos verdes que usava uma blusa de super-herói já encardida e uma calça de moletom com um furo no joelho estava deitado no sofá, balançando as pequenas perninhas.

- Qual o seu nome? – perguntei, soltando-me da mão de minha mãe e sentando-me ao seu lado.

Ele olhou-me desconfiado e não me respondeu. Bufei, já coberta de raiva.

- Você não vai me responder? – esbravejei. – Então, não vou brincar com você. – disse, recostando-me no sofá e cruzando os braços.

- Meu nome é Daniel. – ele sussurrou, olhando para o chão. – Daniel Hayes.

- Quer brincar comigo, Daniel? – perguntei.

Ele levantou o rosto e encarou-me.

- Posso ficar com o meu cobertorzinho enquanto brincamos? – perguntou, tirando um pano branco de seda do bolso da calça.

- Claro que pode!

Ele abraçou o pano e abriu um largo sorriso.

- Obrigado.

Lágrimas brotaram de meus olhos assim que deitei-me na cama macia e relembrei da primeira vez em que vira Daniel. Um garoto tão inofensivo e inocente ao qual a vida quis tirar a felicidade. Desde a primeira vez que nos falamos, ele tornou-se muito importante para mim e uma peça essencial no jogo de tabuleiro que eu chamo de vida.

Comecei a rolar de um lado para o outro na cama, inquieta, sentindo-me vazia e violada depois do que acontecera naquele beco. Levantei da cama com um objetivo em mente: voltar para casa, voltar para Daniel. Fui até a porta e agarrei a maçaneta e pude perceber que ela estava trancada. Ótimo! Virei prisioneira de Jesse. Direcionei-me até a janela e a mesma estava destrancada. Empurrei a tranca da janela e sentei no parapeito. Escorreguei minhas pernas lentamente pela parede externa, segurando-me apenas pelos meus braços no parapeito. Finalmente, estava em uma distância mínima do chão e pulei. Caí de joelhos e soltei um grunhido, provavelmente ficarão roxos no dia seguinte. Aprumei a blusa de Jesse – a única roupa que vestia – o máximo que eu pude, e xinguei-me mentalmente por não ter pensado em pegar uma calça e um chinelo. Cortei caminho entre as casas e em 10 minutos lá estava eu, em frente à casa que fui escoltada por paramédicos uma semana atrás. Toquei a campainha e esperei, ninguém atendeu. Tentei girar a maçaneta e ela abriu. A casa estava escura, sendo iluminada apenas pelo abajur ao lado do sofá.

- Danny? – chamei. – Mãe?

Uma figura masculina levantou-se do sofá e virou-se para mim.

- Danny! – suspirei, aliviada. – Senti tanta a sua falta hoje...

A figura andou até o interruptor da cozinha e cravou seus dedos na parede.

- Danny?

Ele acendeu a luz e em poucos segundos, minha visão estava clara. Christopher estava parado à pouco centímetros de mim, encostado na parede da cozinha.

- Olá, doçura. – disse.

Estremeci e andei lentamente até a porta, procurando a maçaneta com a mão.

- Você não vai conseguir abrir. – ele disse, aproximando-se.

- E-e porque não? – gaguejei.

Ele soltou uma gargalhada profunda e sombria.

- Porque eu coloquei um dispositivo na casa de sua mamãe. – ele foi até a cozinha e retirou uma garrafa de vodca da geladeira. – A porta estava encostada, portanto o dispositivo não seria ativado e ela não iria trancar. Mas... – ele abriu a garrafa e tomou um gole. – Você a trancou quando chegou, doçura.

- O que você está fazendo aqui?

Ele colocou a garrafa no balcão e andou em minha direção.

- Ora, doçura... para ver você.

Ele aproximou-se ainda mais e comecei a andar para o lado, em direção a cozinha.

- Fique longe de mim, Christopher. – murmurei.

Ele encarou-me de cima a baixo, fazendo-me lembrar das vestimentas que eu usava. Merda.

- É difícil ficar longe de você usando essa roupa, doçura.

Corri até a cozinha, abri a gaveta e peguei uma faca de carne e a posicionei em sua direção com as minhas mãos trêmulas.

- Eu mandei ficar longe de mim! – gritei.

Ele andou em minha direção e percebi que não tinha mais para onde correr, ele estava me encurralando no canto da cozinha.

- Fique longe. – minha voz virou um sussurro. – Por favor. – choraminguei.

Ele virou a cabeça e abriu um sorriso que me fez ter calafrios na espinha.

- Não tenha medo, doçura.

Ele aproximou-se e agarrou a faca em minha mão, fazendo um corte profundo na palma de sua mão.

- Isso não me afeta, doçura.

Em um movimento rápido ele apertou a faca ainda mais e a jogou no chão. O barulho fez-me pular de susto, tornando minhas mãos e meu corpo ainda mais trêmulos.

- Agora... – ele sussurrou, segurando meu queixo. – fique quietinha.

Ele fedia a uísque, vodca e cigarro o que fez-me ter náuseas e minha cabeça começou a girar.

O estrondo da porta sendo aberta com força bruta, fez Christopher soltar o meu queixo e virar-se em direção a porta. Aproveitei seu momento de falta de atenção e o chutei no meio das pernas. Ele soltou um grito e caiu no chão.

- Sua vadia. – resmungou.

Pulei sobre seu corpo, tentando ficar o mais longe possível dele. Voltei-me em direção a porta e lá estava Daniel com gotículas de suor na testa e o peito inflando por causa da respiração acelerada, usando um suéter azul que destacava a cor de seus olhos e uma calça preta. Corri de encontro ao seu, pulando em seus braços e encaixando minhas pernas em seu quadril, sem ao menos me importar com o modo que estava vestida.

- Danny... – comecei a soluçar em seu pescoço.

Ele deitou a cabeça entre meus cabelos e respirou fundo.

- Vamos para casa.

Ele levou-me até um táxi que nos esperava na rua e sentou-se no banco de trás comigo ainda em seu colo.

O táxi começou a andar em direção ao tráfego e ele tirou o cabelo do meu rosto que ficara grudado por conta das minhas lágrimas e beijou minha testa.

- Danny... – levantei meu rosto e encarei-o, seus olhos carregavam um imenso ar de preocupação e ele parecia examinar-me à procura de algo. – Estou bem.

- Graças a Deus. – ele sussurrou. – Não iria suportar perder você, meu anjo.

Enlacei meus braços em torno do seu pescoço e colei nossas testas.

- Você nunca vai me perder, Danny.

Ele beijou a ponta de meu nariz e sussurrou contra a minha pele:

- Eu amo você, Ames.

Deitei minha cabeça sobre seu ombro e depositei um beijo no mesmo.

- Eu também amo você.

O que acontecera depois foi sugado pela minha mente, adormeci no táxi mesmo, presa aos braços protetores de Daniel e deitada em seu peito.


Notas Finais


Bom, o capítulo foi assim!
Eu realmente gostaria de colocar mais coisa, mas pensei que ficaria muito cansativo, então vai ficar pra semana que vem.
Espero que tenham gostado e comentem e favoritem!
Espero que tenham gostado da capa nova que eu fiz! (a "surpresinha")
Se tiverem sugestões, críticas e comentários sobre a história, me avisem!
Beijos,
~agirlwithscars.


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