História A garota sem alma - Lar doce caos

A garota sem alma cap.12

Lar doce caos

 Cristofer dá a volta no carro e liga o motor, o ronco, faz Marcelle acordar de seu devaneio, ela inda estava chocada com o que aconteceu, as sombras temem a ele, ou o evitam, de qualquer maneira, ele era imune a ser assombrado, e perseguido, então Marcelle olha para ele, sorridente, simpático, bonito e alegre, é claro que ele nunca foi assombrado, por que seria?

-Se você me encarar assim, eu vou ficar com vergonha Marcelle – Diz ele já mostrando a óbvia vergonha apenas em dizer isso, mas Marcelle apenas desvia o olhar temporariamente, voltando a olhar para ele logo após, o que ele tem, que faz os espíritos se afastarem? Novamente Cristofer ruboriza, o que há com ele? Ela se perguntava se referindo ao fato de ele sempre se envergonhar.

 Ele se cansa de ser observado e liga o rádio, estava em um final de uma música agitada, e Marcelle faz cara feia, ela tinha pouco contato com a música, mas o pouco que sabia, já era bastante exigente, assim que a balada termina, começa uma espécie de jornal, então uma voz masculina que a lembra de seus questionários policiais, assume o rádio,

 -Ainda sobre o ataque em um bar da região, onde ficaram 4 pessoas gravemente feridas, 2 com ferimentos leves e uma pessoa encontrada morta no local –Então Marcelle sente o familiar peso da morte em seus ombros, ela matou uma pessoa, machucou muito outras 4 pessoas, e as outras 2, elas lembrarão disso por muito tempo –Testemunhas informam que havia mais uma pessoa no local, que ela também estava ferida, mas saiu antes dos paramédicos chegassem –Sou ela, ela fugiu, e sabia disso, mas, ficar lá era bem mais perigoso, do que apenas cortes, nem tão fundos assim, ela olha para suas mãos, cobertas por band-aids, de diferentes tamanhos que Sophia tinha, Sophia, ela estava novamente na cabeça de Marcelle, e também a conversa, que tiveram logo após o banho, ela perguntou o que tinha acontecido, e Marcelle disse tudo, tirando as partes de sua maldição, ela foi muito detalhista.

Cristofer se incomoda com as notícias, talvez medo que falem sobre mim, que me acusem, ou ele simplesmente não gosta de noticias ruins, então quando ele ia trocar, Marcelle estende a mão e o impede, ela queria ouvir o que eles iriam falar dela, pela primeira vez em sua vida, ela não queria fugir das pessoas que a julgavam.  Então a voz masculina continua

 -A polícia quer saber se essa garota que supostamente fugiu do local, está envolvida com o ataque –Cristofer franze o cenho, mas Marcelle continua sem reação, apenas atenta aos detalhes –Ela parecia furiosa –Disse uma voz feminina, possivelmente uma das várias prostitutas no local –Mas ela se feriu demais, não acho que ela tenha algo a ver com isso –Defenderam ela, nossa, isso sim era incomum. O jornal seguiu com mais informações sobre as investigações dos suspeitos, mas ela já não era mais listada, pela primeira vez, ninguém iria aparecer na sua casa a culpando, pelo menos não por enquanto, assim que Marcelle levanta a cabeça vê Cristian entrando na rua onde ela pedira, a velha rua de terra, parece que faz um ano que ela não volta para a casa, lar doce caos.