CAP 2 …
O podre dentro de si
Já passavam das 23:00 quanto Marcelle finalmente havia retirado a última caixa de sua terceira mudança em 6 meses, ela já estava sendo perseguida, foi sempre assim, ela podia ter momentos tranquilos, durante semanas, dias, horas. Mas ela era sempre perseguida quando descoberta, não só pelos adolescentes que quebravam suas janelas arremessando pedras sujas de tinta vermelha, ou quando as religiosas mudavam de faixa quando a viam, quando apareciam mensagens como: a anticristo, ou herege. Ela já se acostumara, havia sido tradada dessa forma toda sua vida, então não considerava um problema.
O verdadeiro problema era quando sua maldição a alcançava, quando o mau que sempre a atormentou chegava. Os sons de portas rangendo sem ao menos se mover, coisas caindo, sempre, os pássaros, que batiam a sua janela todo o tempo, quando tinham sorte, quebravam seus pescoços e morriam sem agonizar, mas não era sempre o caso, eles feriam as asas e ficavam toda a noite, fazendo sons que Marcelle nunca irá se esquecer, era o som da morte, e abrir o vidro, não adiantava, eles passavam direto, até a parede, explodindo, de uma forma bem pior do que bater na janela, deixando sangue em todos os lugares que seus olhos alcançavam.
Então Marcelle se mudará novamente, para um bairro que devia aparecer todos os dias em noticiários informando assassinatos, estupros, guerra de gangues etc. uma cabana, no final de uma rua de terra, no meio de uma densa mata, que deve ser onde os gângsteres tacam os corpos de seus inimigos, mas ela não se importava, era sozinho, um lugar onde ela poderia ouvir os sons de passos, sozinha, onde ela poderia recolher os pássaros mortos sozinha, e onde ela sentiria o cheiro podre de morte onde ela fosse, o cheiro de podre dentro de si.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.